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Kasunga (japonês カスンガ) é a transliteração utilizada por missionários jesuítas do século XVI, como Luís Fróis (1532 – 1597), para se referir a Kasuga-Daimyojin (春日大明神, "Grande Divindade Iluminada de Kasuga"), divindade tutelar coletiva venerada no santuário Kasuga Taisha, localizado em Nara, Japão. O termo aparece em registros ocidentais como uma forma de interpretação cristã das práticas religiosas japonesas, frequentemente associadas por esses missionários a idolatria ou culto demoníaco.
Relatos de missionários
Em uma carta escrita em 1565 ao seu colega em Goa, na Índia, o missionário português Luís Fróis descreveu Nara como um lugar “subordinado a um santuário de um demônio chamado Kasunga”. Fróis relatou que a cidade abrigava numerosos cervos considerados sagrados, os quais ele interpretou como “ídolos demoníacos”. Segundo o missionário, ninguém se atrevia a tocar nos animais, sob pena de severa punição ou até mesmo execução, caso algum cervo fosse morto.
Fróis via essa devoção como evidência de que os habitantes de Nara viviam “sob o domínio de um demônio”, que os levava a venerar tanto a si próprio quanto aos animais. Tais descrições refletem a visão cristã da época, que frequentemente enquadrava as religiões não cristãs como formas de adoração demoníaca.
Outras descrições
Também em 1565, o jesuíta Luís de Almeida (1525–1583) visitou Nara e relatou sua passagem por “Kakunga”, descrevendo a divindade local como aquela que prometia honra, riqueza, longevidade e outros benefícios mundanos aos devotos. Diferentemente de Fróis, Almeida não a classificou como demoníaca. O missionário Gaspar Vilela (1526 - 1572) comparou o culto observado no Santuário Kasuga à veneração fenícia de Baal, mencionando ainda rumores de que, em Miyajima, um “demônio em forma de cervo” recebia adoração.
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| Estátua de cervo localizada no Santuário Kasuga Taisha |
fonte:
- カスンガ. Disponível em: <https://tyz-yokai.blog.jp/archives/1076296181.html>.
Kasunga



Mas afinal, qual era a divindade realmente adorada nesse templo?
ResponderExcluirOlá Dragon, realmente faltou explicar melhor esse trecho. A divindade titular do templo chama-se Kasuga Daimyōjin, que por sua vez é um amálgama de 5 divindades, a saber:
ExcluirTakemikazuchi no mikoto: Divindade guerreira e ancestral do clã Fujiwara;
Futsunushi no mikoto: Outra divindade guerreira, frequentemente reverenciada junto com Takemikazuchi;
Ame-no-Koyane: Ancestro do clã Fujiwara e associado à divindade do Santuário de Hiraoka;
Himegami: A consorte de Ame-no-Koyane;
Ame-no-Oshikumone: Filho de Ame-no-Koyane e Himegami, foi adicionado mais tarde.