21 de maio de 2015

Perséfone

۞ ADM Sleipnir


Pérséfone era a deusa grega das ervas, flores, frutos e perfumes. Filha única de Deméter, deusa da agricultura e Zeus, rei dos deuses olímpicos, Perséfone nasceu quando Deméter era consorte de Zeus, muito antes de seu casamento com a deusa Hera, não sendo portanto fruto de relação extra-conjugal. 

Perséfone inicialmente chamava-se Koré, que significa "moça virgem". Ela era uma jovem de incrível beleza, a qual atraia inúmeros pretendentes. Hermes, Ares, Apolo, Dioniso, entre tantos cortejaram-na, mas sua mãe Deméter rejeitou todos os seus dons e procurou manter sua filha longe da companhia dos deuses. Apesar dos esforços de Deméter para preservar a pureza de sua filha, ela não foi capaz de impedir que Hades, o deus do submundo surgisse de repente diante dela e a raptasse, levando-a consigo para o seu reino.


Deméter ouviu os gritos de Perséfone e correu para acudi-la, mas já era tarde demais. Nada assinalava a passagem do deus. Somente o ar agitado conservava o vestígio dessa aparição súbita, e as flores caídas atestavam silenciosas uma agitação recente. Apavorada, a pobre mãe não sabia mais aonde ia. Errava pelo lugar, esquecendo seus deveres para com os homens. Normalmente, sua função de deusa da colheita, do trigo e de todas as plantas lhe impunha vigiar a produção agrícola. Na ausência de Deméter, o trigo se recusou a germinar, as plantas cessaram de crescer, e a terra inteira se tornou estéril. Então os deuses resolveram intervir. O Sol, que tudo viu, revelou a Deméter onde estava sua filha. A princípio ela ficou aliviada por Perséfone estar viva, mas quando soube quem a detinha, exigiu que Zeus obtivesse sua libertação.

-"Entendo sua dor de mãe", o deus lhe respondeu. "Intercederei por você junto a Hades. Ele vai devolver sua filha, ou não me chamo Zeus!"

Mas Hades se negou a deixar a doce companheira partir. Deméter decidiu então abandonar suas funções. Pouco lhe importava como os deuses e os mortais viveriam sem ela. Ela também não podia viver sem a filha. Assumiu o aspecto de uma velhinha e se exilou voluntariamente na terra. Iniciou-se então um período cruel para os homens. De novo o solo secou, e a fome ameaçou a espécie humana. 

Essa situação não podia mais persistir. Os deuses se reuniram no palácio de Zeus e concordaram em persuadir Hades a devolver Perséfone à mãe. Zeus tomou a palavra:

- "Caro irmão, você é o soberano do reino subterrâneo. Como tal, age de acordo com a sua vontade, contanto que não se meta neste mundo. Ora, desde que você reteve Perséfone, sua mãe recusa alimento aos mortais. Pela mesma razão, os sacrifícios se fazem raros. Você não pode deixar essa situação se agravar. Devolva a moça!

-"Está bem!", disse o deus esperto. "Mas antes preciso verificar se ela não comeu ou bebeu alguma coisa durante sua estada, senão ela não pode mais voltar à terra. É a lei.


Interrogada, Perséfone respondeu com candura que tinha experimentado as sementes de uma romã. Hades exultou. Mas acabaram fazendo um trato: Deméter teve que aceitar que sua filha permanecesse três meses ao lado de Hades e subisse para ficar com ela o resto do ano. Assim é que, durante três meses, a terra se entristece, junto com Deméter, pela ausência de Perséfone. E o inverno, e o solo se torna improdutivo. Logo que a moça volta, a vida renasce, e a natureza inteira festeja o encontro entre mãe e filha. Somente Hades acha demorada essa primavera que o separa de sua companheira.

Hades e Perséfone tinham uma relação calma e amorosa. As brigas eram raras, com exceção de quando Hades se sentiu atraído por uma ninfa chamada Menthe, e Perséfone, tomada de ciúmes, transformou a ninfa numa planta, destinada a vegetar nas entradas das cavernas, ou, em outra versão, na porta de entrada do reino dos mortos. Perséfone interferia nas decisões de Hades, sempre intercedendo a favor dos heróis e mortais, e sempre estava disposta a receber e atender os mortais que visitavam o reino dos mortos à procura de ajuda. Apesar disso, os gregos a temiam e, salvo exceções, no dia a dia evitavam falar seu nome (Perséfone) chamando-a de Hera infernal.


fontes:

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11 comentários:

  1. Perséfone é uma das minhas deusas favoritas, vc sao perfeitos... Acompanho vc desde a primeira postagem, desejo muito sucesso e reconhecimento pelo trabalho maravilhoso que vcs fazem

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  2. Ola, sempre amei todos os sus posts sobre os deuses, monstros, ypukais e a afins, mas esse sempre me facinou e agora tenho um trabalho de artes sobre essa mesma deusa e queria saber se voce poderia me mandar esse texto para o meu e-mail, para assim eu poder tirá-lo como base, para tal trabalho que tenho de fazer ainda nesse final de semana.
    Des de já agradeço a sua atenção, beijos e até logo.
    O meu e-mail é: demetra_lunar@hotmail.com

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  3. O conteúdo do blog é muito bom, mas o layout dele atrapalha a leitura ;a;

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    1. Concordo totalmente, a escolha das cores cansa os olhos, impede o foco, resseca ...

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  4. ótimo, me ajudou no meu trabalho sobre a Perséfone. Muito obrigado =)

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  5. OI. Texto muito bom, principalmente por falar da relação deles como amorosa e monogâmica. Quase ninguém fala nisso. Acho importante lembrar que Hades foi atingido por uma flecha de Eros antes de levar Koré para o Submundo e torná-la Perséfone. Ele se apaixonou (ooowwnn). E, também, que Perséfone era temida pois suas punições eram muito mais cruéis que as de Hades. Por isso a chamaram Destruidora.

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    1. Não sabia disso, que legal!! Você sabe se tem livros explicando essas histórias mais detalhadamente? Estou fazendo uma pesquisa pra uma história que estou fazendo, rs

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  6. Incesto era comum na Grécia antiga ou era só na mitologia?

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    1. Até onde puder apurar, entre primos de 1° grau e entre tio-sobrinnha eram aceitáveis na Grécia Antiga. Em Atenas, casamentos entre meio irmãos eram permitidos desde que não compartilhassem da mesma mãe. Entre pai e filhos era tão tabu quanto nos tempos modernos.

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  7. Uma das minhas Deusas gregas favoritas, amo ler sobre ela.

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