1 de novembro de 2025

Tatzelwurm

۞ ADM Sleipnir


O Tatzelwurm, também conhecido como Dragão dos Alpes, é um críptido relatado em diversas regiões da Europa, incluindo Alemanha, Áustria, Suíça e Itália. A criatura é mencionada em lendas dos Alpes europeus há centenas de anos e possui vários nomes regionais, como Stollenwurm, Springwurm, Arassas, Praatzelwurm e Bergstutzen.

Descrição

Os relatos sobre o Tatzelwurm variam, descrevendo-o como um réptil ou anfíbio serpentino, uma quimera felina ou algo semelhante a um pequeno dragão asiático. A descrição mais comum é de uma criatura alongada, com corpo de lagarto ou serpente, duas patas dianteiras sem patas traseiras, totalmente coberta de escamas e com cabeça felina. Acredita-se que seja venenosa, podendo causar a morte instantânea de um humano através de mordida, exalar gases tóxicos ou possuir sangue corrosivo.


Históricos de Avistamentos

O primeiro encontro documentado ocorreu em 1779, quando um homem chamado Hans Fuchs relatou ter visto duas dessas criaturas, descrevendo-as como possuindo 1,5 a 2 metros de comprimento, corpo de serpente, patas dianteiras com garras e cabeça felina. Em 1828, um camponês alegou ter encontrado um corpo de Tatzelwurm, embora parte dele tivesse sido consumida por corvos. Apesar disso, a crença na existência da criatura se manteve durante o século XIX. Ilustrações do Tatzelwurm surgiram em manuais e almanaques, incluindo um manual bávaro de caça de 1836 e o almanaque suíço Alpenrosen de 1841, mostrando uma criatura longa, escamosa e com duas pequenas patas dianteiras.

No final de 1954, o fotógrafo suíço Balkin alegou ter fotografado um Tatzelwurm. A publicação da imagem gerou grande interesse, resultando em uma expedição patrocinada pela revista alemã Berliner Illustrierte, mas sem sucesso. Hoje, a maioria dos criptozoólogos considera a fotografia uma fraude. Outros relatos incluem supostos esqueletos e avistamentos em diversas regiões dos Alpes. Em 1883 ou 1884, Kaspar Arnold observou um Tatzelwurm no Spielberg, Tirol, Áustria, por vinte minutos, confirmando que possuía apenas duas patas. No verão de 1921, um Tatzelwurm de duas patas saltou cerca de três metros em direção a duas testemunhas em Rauris, Áustria. Em 1924, dois homens afirmaram ter encontrado um esqueleto de aproximadamente 1,5 metros, semelhante ao de um lagarto. No verão de 1969, um animal de 76 centímetros com duas patas traseiras foi avistado perto de Lengstein, Itália, e parecia inflar o pescoço. Entre 1990 e 1992, naturalistas encontraram um esqueleto e observaram répteis cinzentos nos Alpes perto de Domodossola, Itália.

Em 2000, um esqueleto misterioso foi enviado a uma faculdade local na Suíça, acompanhado de uma doação significativa, mas a identidade do doador permanece desconhecida. Em 2009, diversos relatos surgiram na área de Tresivio, Itália, próxima à fronteira suíça, sendo que os moradores mais antigos chamavam a criatura de “basilisco”, o nome italiano para o Tatzelwurm.

Arte de Anton Vitus

Relatos Populares

Muitas lendas descrevem ataques do Tatzelwurm a humanos e animais domésticos. Uma história conta que uma jovem suíça foi atacada enquanto cortava feijão, descrevendo a criatura como cinza, do tamanho de um gato, com corpo carnudo e sem pelos, possuindo apenas duas patas dianteiras e grandes olhos brilhantes. Outra narrativa relata que um homem e seu filho encontraram um Tatzelwurm sob uma pedra; o pai perfurou a criatura com um bastão, liberando sangue verde que queimou sua perna, tornando sua volta para casa dolorosa.

Teorias

A existência do Tatzelwurm nunca foi confirmada. Algumas teorias sugerem que a criatura seria uma espécie rara de salamandra com características semelhantes ao Monstro de Gila, devido ao hábito de viver em tocas subterrâneas em regiões montanhosas. Essa hipótese também explicaria os relatos de gases venenosos, já que o Monstro de Gila é extremamente venenoso e um dos poucos lagartos venenosos do mundo, embora não seja nativo da região. Outra teoria sugere que o Tatzelwurm poderia ser algum tipo de escinco gigante, embora essa espécie também não seja nativa dos Alpes.

Monstro de Gila

Acredita-se que o Tatzelwurm possua períodos normais de hibernação, dormindo durante o inverno em fendas rochosas ou em celeiros, o que poderia explicar a raridade dos avistamentos. Nos dois séculos seguintes aos primeiros relatos, muitas histórias surgiram sobre um monstro estranho que rondava os Alpes e atacava o gado de fazendeiros em vilarejos remotos.

 O estudo de Ulrich Magin

Ulrich Magin, autor e pesquisador alemão, dedicou-se de forma extensiva ao estudo do Tatzelwurm. Em obras como Der Tatzelwurm: Porträt eines Alpenphantoms (2020) e Trolle, Yetis, Tatzelwürmer (1993), reuniu mais de quatrocentos relatos oculares provenientes de diferentes regiões alpinas, analisando as variações de descrição física, comportamento e nomenclatura atribuídas à criatura. Segundo Magin, o Tatzelwurm deve ser entendido não como uma entidade única, mas como um conjunto de tradições e narrativas transmitidas ao longo do tempo.

A abordagem de Ulrich Magin caracteriza-se por um ceticismo crítico. Em vez de tratar os relatos como evidências da existência de um animal desconhecido, ele investiga como fatores históricos, culturais e geográficos moldaram a construção da lenda, sem descartar a possibilidade de que animais reais possam ter inspirado parte dos avistamentos. Seus estudos são considerados uma das principais referências sobre o tema na literatura criptozoológica e folclórica.

Arte de pyro-helfier

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