۞ ADM Sleipnir

Taraxippos (em grego: Ταραξιππος, "Espantador de Cavalos"; plural: Taraxippoi, grego: Ταραξιπποι) era na mitologia grega uma presença, muitas vezes identificada como um daimon ou um fantasma, ou mesmo um determinado local, que aterrorizava cavalos durante corridas em hipódromos antigos, especialmente nos grandes jogos pan-helênicos. Sua presença era frequentemente ligada a acidentes inexplicáveis durante as competições, levando os antigos gregos a interpretarem esses eventos através de diversas narrativas mitológicas, que variavam desde a associação com divindades até histórias de heróis falecidos que assombravam esses locais.
No santuário de Olímpia, local dos mais prestigiados Jogos Olímpicos, o Taraxippos era particularmente temido. Pausânias, em sua obra "Descrição da Grécia", relata minuciosamente como os cavalos, ao passar por determinado ponto do hipódromo, repentinamente se assustavam sem motivo visível, provocando quedas e colisões de bigas. Várias explicações mitológicas competiam para justificar esse fenômeno. Alguns acreditavam ser o túmulo de Mírtilo, o auriga traiçoeiro de Enomau que foi assassinado por Pélope. Outros associavam o local ao herói Alcato, um dos pretendentes de Hipodâmia morto por Enomau, cujo espírito vingativo perturbava as corridas. Uma versão alternativa atribuía o fenômeno a Poseidon Híppios, o aspecto equestre do deus dos mares, enquanto uma curiosa tradição mencionava um objeto mágico enterrado por Pélope, presente de Anfião de Tebas, que originalmente aterrorizara os cavalos de Enomau.

O Istmo de Corinto, sede dos Jogos Ístmicos, possuía seu próprio Taraxippos identificado como Glauco, filho de Sísifo. Segundo a lenda, Glauco morrera de forma trágica quando seus próprios cavalos, enlouquecidos durante os jogos fúnebres em honra a seu pai, o arrastaram até a morte. Seu espírito inquieto continuava a assombrar as corridas, causando acidentes similares aos que lhe custaram a vida.
Em Nemeia, local dos Jogos Nemeus, a explicação para os sustos súbitos dos cavalos diferia das anteriores. Ali não havia um herói ou daimon específico, mas sim uma formação rochosa de cor vermelha que, sob certas condições de luz, refletia raios solares que os animais interpretavam como fogo. O poeta romano Estácio, em sua epopeia "Tebaida", descreve vividamente como durante os primeiros Jogos Nemeus um espectro terrível - possivelmente uma manifestação local do Taraxippos - apareceu subitamente na pista, fazendo os cavalos de Polinices empinarem-se e provocando um acidente espetacular.

fonte:
- TARAXIPPUS (Taraxippos) - Horse-Frightening Daemon of Ancient Greek Legend. Disponível em: <https://www.theoi.com/Phasma/PhasmaTaraxippoi.html>.

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