۞ ADM Sleipnir
Um dos símbolos mais antigos e mais difundidos na história, a cruz (do latim cruce) é mais conhecida como um símbolo da fé cristã. No entanto, a cruz também desempenha um papel importante em muitas outras culturas. Povos tão diferentes quanto os antigos egípcios e os modernos manifestantes pela paz adotaram-na para representar uma ideia que consideravam importante.
Em todo o mundo e através dos tempos, as pessoas têm usado cruzes para decorar artigos religiosos, como amuletos de proteção contra doenças, para trazer boa sorte, e para inúmeros outros fins.
Existem muitas versões diferentes de cruzes, como por exemplo a cruz de Santo André (em forma de X) e a cruz Tau (em forma de T). Além disso, uma grande variedade de itens foram feitos em forma de cruz, incluindo pequenos amuletos e jóias, altares de igrejas e lápides, e decorações em bandeiras e escudos.
Entre as civilizações antigas que usavam a cruz como um símbolo religioso estão os egípcios. O ankh, ou cruz egípcia, era uma cruz tau com um círculo ou oval no topo. A parte T da cruz representava a vida ou a sabedoria, e o círculo ou oval representava a eternidade. Durante o reinado do faraó Aquenáton, o ankh tornou-se o símbolo do deus sol egípcio, e os deuses e faraós eram freqüentemente mostrados segurando a cruz. Os primeiros cristãos egípcios adotaram o ankh como um símbolo da vida eterna através do sacrifício de Cristo.
Outros povos antigos, como os fenícios e os astecas também usaram o ankh. Para os astecas, era um símbolo de conhecimento secreto, disponível apenas para alguns.
A cruz grega, com duas barras iguais que se cruzam no meio, foi adotada por muitos povos. Os assírios, babilônios, persas, todos a usaram para representar os elementos básicos - terra, água, ar e fogo - dos quais eles acreditavam que todas as coisas vivas foram criadas. Eles também marcavam artigos religiosos com o sinal da cruz. Budistas e hindus antigos seguiram uma prática similar. Além disso, a cruz grega foi encontrada em itens usados pelos druidas celtas da Grã-Bretanha e pelos astecas. Mas seu significado para esses povos ainda não foi descoberto.
Em outras culturas, a cruz grega representava as quatro direções principais (norte, sul, leste e oeste). Os índios das planícies (povos indígenas norte-americanos que vivem nas planícies e colinas na região das Grandes Planícies) colocavam a cruz dentro de um círculo para indicar as quatro principais direções dos céus. Na Bíblia, o Éden é dito ser dividido por quatro rios que formam uma cruz. Em partes da África, as pessoas acreditam que encruzilhadas são lugares onde o mundo dos vivos e dos mortos se encontram.
A suástica é uma cruz temida e desprezada por causa de sua associação com os nazistas na Segunda Guerra Mundial. No entanto, historicamente, a suástica foi amplamente utilizada como um símbolo religioso. Para alguns povos antigos, ela era uma imagem gráfica do sol girando no universo. Para os índios americanos, ela simbolizava o movimento dos ventos e das águas. Já para os nórdicos, a suástica representava o martelo de Thor. Os primeiros cristãos usaram-na como uma cruz disfarçada em túmulos durante o tempo em que era perigoso exibir uma cruz cristã. Os hindus consideram a suástica um símbolo de boa sorte, e a usam na decoração de portas e templos.
A Cruz Cristã
A cruz cristã é o símbolo mais importante do cristianismo. Para os cristãos, ela representa a grandeza do sacrifício de Deus e da salvação espiritual que os seres humanos obtiveram como resultado. No antigo Oriente Médio e no Mediterrâneo, a crucificação era usada principalmente como um método de execução de opositores políticos e religiosos, piratas e escravos. Os condenados eram amarrados ou pregados a uma cruz e morriam de exaustão ou insuficiência cardíaca.
Os primeiros cristãos eram hesitantes em adotar a cruz como seu símbolo. Muitos não podiam aceitar um instrumento de morte como o símbolo de sua devoção. Além disso, até o ano 380 d.C., quando o cristianismo se tornou a religião oficial do império romano e a crucificação foi proibida, o uso aberto da cruz poderia levar a perseguição.
Os primeiros crucifixos eram vazios, enfatizando o triunfo de Cristo sobre a morte e a vida eterna disponível para a humanidade. No séc. IV, a figura de um cordeiro foi adicionada sobre ele, simbolizando Cristo. Mais tarde, a figura humana de Cristo foi retratada na cruz, enfatizando a princípio sua natureza divina, mas depois seu sofrimento humano.
A Cruz Verdadeira
Segundo a lenda, a cruz em que Jesus foi crucificado foi encontrada por Santa Helena, mãe do imperador romano Constantino, durante uma peregrinação à Terra Santa. A história conta que ela encontrou três cruzes (Jesus havia sido crucificado juntamente com dois ladrões). Para determinar qual delas pertencia a Cristo, Helena ordenou que um cadáver fosse trazido e colocado em cada uma das cruzes. Após ser colocado em uma das cruzes, o cadáver voltou à vida, mostrando, assim, que aquela era a cruz de Cristo. Fragmentos dessa cruz foram depois vendidos como relíquias e honrados em igrejas por toda a Europa.
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