28 de agosto de 2019

Olorun

۞ ADM Sleipnir

Olorun, arte de MarmaduX para o MOBA Smite

Olorun (também conhecido como Olofin-Orun, "Senhor dos Céus"; Oba-Orun, "Rei do Céu" e Olodumaré, "Todo Poderoso") é o orixá mais poderoso da mitologia iorubá e o líder do panteão. Governante do céu e o pai das outras divindades do panteão iorubá, Olorun é associado a paz, harmonia, sabedoria, justiça e pureza. Em algumas tradições, Olorun possui uma natureza andrógina - sendo macho e fêmea ao mesmo tempo; às vezes ele aparece como uma divindade feminina.

Embora Olorun fosse transcendente - além dos limites da experiência e conhecimento humanos - ele não era afastado da humanidade, podendo ser chamado a qualquer momento. O orixá Exu atua como intermediário entre os seres humanos e o Deus Supremo, levando sacrifícios até Olorun e os mandamentos do deus aos humanos. O servo de Olorun, Agemo, o camaleão, carregava mensagens entre Olorun e os outros orixás. 


Criação do Mundo 

De acordo com a mitologia iorubá, Olorun foi um dos dois deuses criadores originais. A outra era a deusa Olokun. No começo, o universo consistia apenas do céu e de um caos sem forma de água pantanosa. Olorun governava o céu, enquanto Olokun governava as vastas águas pantanosas abaixo dele. Haviam milhares de outros deuses, mas nenhum tinha tanto conhecimento ou poder quanto Olorun.

Embora Olokun estivesse contente com seu reino aquático, um deus menor chamado Obatalá tinha idéias sobre como melhorar seu reino. Ele foi até Olorun e sugeriu a criação de terra firme, com campos e florestas, colinas e vales, e vários seres vivos para povoá-la. Olorun concordou que isso seria bom e deu a Obatalá permissão para criar terra. Obatalá foi até Orunmilá, o filho mais velho de Olorun, e perguntou-lhe como ele deveria proceder. Orunmilá disse a Obatalá para coletar ouro para fazer uma corrente que poderia ser baixada do céu até as águas abaixo. 


Quando a corrente ficou pronta, Orunmilá deu a Obatalá uma concha de caracol cheia de areia, uma galinha branca, um gato preto e uma noz de palmeira. Obatalá desceu dos céus pela corrente e derramou a areia nas águas. Ele então soltou a galinha, que arranhou a areia e a espalhou em todas as direções. Em qualquer lugar que a areia caia, tornava-se terra seca. Pisando na terra - conhecida como Ife - Obatalá construiu uma casa, cultivou palmeiras a partir da noz de palmeira e viveu com o gato preto como seu companheiro.

Obatalá mais tarde ficou solitário e construiu figuras de barro. Olorun transformou essas figuras em humanos, dando vida a elas. Muitos deuses desceram do céu para viver na terra, e Olorun disse-lhes para ouvirem as orações dos humanos e protegê-los.



Rixa com Olokun

Não satisfeita com esses atos de criação, a deusa da água Olokun tentou inundar a terra para recuperar a área que havia perdido. No entanto, Orunmilá usou seus poderes para fazer as águas recuarem. Irritada por ter sido derrotada pelo filho do deus do céu, Olokun desafiou o próprio Olorun para uma competição de tecelagem para ver quem era o mais poderoso.

Olokun era uma tecelã de habilidade e conhecimento inigualáveis, mas toda vez que fazia um belo tecido, Agemo, o camaleão - que carregava mensagens para Olorun - mudava a cor de sua pele para combinar com sua tecelagem. Quando Olokun viu que até mesmo o mensageiro de Olorun era capaz de duplicar seus melhores tecidos, ela aceitou a derrota e reconheceu Olorun como o deus supremo.

Olorun, arte de Wuggynaut
fonte:

7 comentários:

  1. Continuem postando. Mantenham Blogspot vivo!!!!!

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  2. Eu tenho uma dúvida, Olokun é uma entidade masculina ou feminina?

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    1. Ele é cultuado como sendo masculino ou feminino, dependendo da região onde o culto ocorre.

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  3. Eu amo essas lendas sobre os orixás. Sou da umbanda, filha de Oyá, e antigamente ficava muito confusa: como seres ditos evoluídos, completamente iluminados, podiam nutrir intrigas, inimizades, ciúmes, inveja e vaidade? Levei um tempo pra entender que existe o mito e a lenda. O mito fala sobre a verdade (dentro da religião, que talvez possa não ser a sua verdade), sobre quem de fato são esses deuses; e a lenda é uma história simbólica para nos ensinar algo, em que esses deuses assumem sentimentos carnais, em que Oyá é vingativa, em que Xangô é violento, em que Oxum é vaidosa, em que Nanã abandona seu filho por ele ser coberto de chagas, para que nós possamos entender comportamentos humanos. Quando se fala da rixa de Olorum com Olokun estamos falando do conflito entre suas qualidades: o céu e o mar, que são bem semelhantes, vastos, mas o mar jamais será tão sublime quanto o céu (daí Olokun perder a competição). Ou quando Oyá, em forma de búfalo, mata as outras esposas de Ogum: entendemos, assim, que não devemos guardar sentimentos, porque uma hora eles vão explodir, e vão nos machucar e machucar outras pessoas.
    Enfim, empolguei, desculpem, haha.

    Salve Deus Pai, Olorum! Salve os orixás! Axé!

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    1. Não tem porque se desculpar! Volte sempre, e comente sempre que assim desejar.

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