18 de maio de 2022

Mulher de Duas Cores

۞ ADM Sleipnir

Arte de Rodrigo Viany (Sleipnir)

A Mulher de Duas Cores é o fantasma de uma mulher que de acordo com o folclore mineiro assombra estradas e pequenas matas, em particular na região que faz fronteira com o estado de São Paulo. Aparecendo sempre de dia e à luz do sol, ela caminha em silêncio sem interagir com nada e com ninguém, apenas seguindo seu rumo enquanto anda apoiada somente sobre as pontas dos pés. Ela é chamada de Mulher de Duas Cores devido ao fato de usar vestido de algodão composto de duas cores, geralmente azul e amarelo, mas há relatos onde seu vestido é meio azul/meio vermelho ou meio branco/meio preto. Alguns relatos afirmam ainda que a sua própria pele possui duas cores, sendo meio branca e meio negra. Ela também carrega consigo uma trouxa de roupas debaixo do braço direito.

Uma história conta que a Mulher de Duas Cores é o fantasma da neta de um antigo e viúvo fazendeiro da região. Sua mãe se apaixonou por um dos escravos do pai e acabou engravidando dele, além de fugirem juntos para um quilombo. O fato despertou a ira do fazendeiro, que buscou o auxílio de uma bruxa para que com seus feitiços, impedisse que a criança viesse a nascer. A intervenção da bruxa no fim não impediu que a criança, uma menina, nascesse. Porém, ela nasceu com duas cores de peles: metade branca por parte da mãe e metade negra por parte do pai. O povo do quilombo a acolheu com muito carinho, e eles costumavam costurar para ela belos vestidos de algodão, longos e tingidos de duas cores.

Ao ficar moça, ela deixou o quilombo e foi para a cidade, onde acabou sendo discriminada e maltratada devido a sua aparência. Ela decidiu então retornar ao quilombo, mas ela não encontrou mais ninguém vivendo lá, pois havia ocorrido a abolição da escravatura e todos que ela conhecia haviam ido para a cidade. Ela então retornou a cidade a procura deles, mas acabou morrendo sem conseguir encontrá-los. Desde então, seu espírito vaga em busca do seu povo, sempre a passos rápidos e largos, sem colocar o calcanhar no chão.

Arte de Rodrigo Viany (Sleipnir)


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3 comentários:

  1. História muito legal! A propósito Adm Sleipnir, tá mandando bem nas artes!

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  2. Cara essa é uma lenda que eu não conhecia, o legal é que as lendas menos conhecidas ou aquelas de interior são que mais me deixam curioso, mais um post muito bom.

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