29 de julho de 2022

Ōgama

۞ ADM Sleipnir

Ōgama (japonês 大蝦蟇 ou おおがま, "sapo gigante"; também chamado Bakegama, japonês 化けガマ, "monstro sapo") é um yokai do folclore japonês, que surge quando um sapo japonês (bufo japonicus) atinge mil anos de idade, alcançando assim grandes proporções.  Ele passa a contar com uma língua longa, ágil e pegajosa, com a qual consegue pegar e arrastar praticamente qualquer coisa até sua boca para se alimentar. Além disso, sua expiração produz uma espécie de névoa que lembra um arco-íris. Como muitos yokais animais, o Ōgama possui a habilidade de mudar de forma e se disfarçar como um ser humano.

Ōgamas se comportam na maior parte do tempo como faziam quando eram sapos comuns. Habitando nas profundezas das montanhas, geralmente perto dos rios, eles caçam insetos, pássaros e cobras, exalando sobre eles sua respiração cor de arco-íris e depois agarrando-os com suas línguas poderosas e elásticas. Eles raramente entram em contato com seres humanos devido ao seu habitat remoto, mas esses encontros ocasionalmente acontecem. Quando estão parados, Ōgamas são grandes o suficiente para serem confundidos com uma grande pedra ou outra massa natural, e uma pessoa tola pode acidentalmente sentar-se sobre eles. Quando provocados, eles são espertos o suficiente para empunharem lanças e perseguirem humanos. Quando atingem tamanhos superiores a três metros, começam a ver os humanos como alimento.

Origens

Lendas sobre sapos podem ser encontradas em todo o Japão. Ōgamas aparecem em várias coleções de histórias do período Edo, incluindo o Ehon Hyaku Monogatari (絵本百物語, "Livro Ilustrado de Cem Histórias"), publicado em 1841 por Takehara Shunsene, e o Hokuetsu kidan (北越奇談, "Contos Curiosos de Hokuetsu") de Tachibana Konron, mas as superstições sobre sapos são muito mais antigas. Os sapos que vivem nas profundezas das montanhas tendem a crescer mais do que aqueles que vivem mais perto dos humanos, e isso pode ter dado origem à ideia de que as montanhas mais profundas e remotas podem abrigar sapos realmente gigantescos.

Arte de Elena Churkina

Lendas

Há muito tempo, na província de Miyagi, um famoso atirador ouviu falar sobre uma casa velha e em ruínas perto de uma ponte, onde todas as noites uma velha estranha aparecia e fiava fios. Seus vizinhos a temiam e pensavam que ela era algum tipo de demônio, e o atirador resolveu investiga-la. O sorriso e a gargalhada dela eram tão perturbadores que tão logo o atirador se deparou com ela, imediatamente apontou sua arma para o seu coração e disparou. Ao fazer isso, a luz da lanterna que ela carregava consigo se apagou e a noite ficou escura como breu. O atirador cambaleou em meio a escuridão e retornou para casa, e ao voltar na manhã seguinte para checar o local, não encontrou nenhum sinal da velha, nem de sangue, o que indicava que ele provavelmente havia errado o seu tiro. 

Algumas noites depois, a velha apareceu novamente. O atirador retornou ao local e ao encontrá-la, desta vez não apontou sua arma para o seu coração mas sim para a sua lanterna e então disparou. Mais uma vez tudo ficou escuro, porém desta vez ele ouviu um grito terrível e um som ruidoso. Ele retornou para sua casa e ao raiar do dia retornou ao local. Lá, ele encontrou o cadáver de um enorme sapo.

Na província de Niigata, um samurai chamado Fujita adentrou as profundezas das montanhas e lá encontrou um lago, na beira do qual sentou-se em uma enorme pedra e lançou uma linha de pesca em suas águas. Do outro lado do lago, havia outro samurai também pescando, mas que ao notar Fujita, ficou totalmente pálido. Ele arrumou suas coisas o mais rápido que pôde e fez um sinal para que Fujita fizesse o mesmo, e fugiu em seguida.

Fujita fez o que lhe foi dito e correu para a floresta atrás daquele samurai. Quando Fujita o encontrou, o samurai lhe disse: “Você não percebeu? A pedra em que você estava sentado de repente abriu um enorme olho vermelho como fogo, e então bocejou!” . Os dois voltaram juntos ao lago para averiguar, mas a grande pedra sobre a qual Fujita havia sentado tinha desaparecido sem deixar vestígios. Na verdade, ele havia sentado em um Ōgama.

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