۞ ADM Sleipnir
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| Arte de Genzoman |
Tunupa (ou Thunupa), é uma divindade central na mitologia aimara e inca, associada principalmente à região do Lago Titicaca. Sua adoração remonta ao perído do Horizonte Médio (aproximadamente 600–1000 E.C.) e persiste até os dias atuais, sendo frequentemente identificado como uma divindade do raio e do fogo, além de ter sido sincretizado com figuras cristãs, como São Tomé e Santiago.
Tunupa é descrito como uma entidade poderosa que percorreu os Andes, realizando atos de criação e destruição, semelhante ao deus Viracocha. Enquanto Viracocha era mais associado à região de Cusco, Tunupa teve forte influência no Collasuyu, a parte sul do Império Inca, que abrangia o altiplano boliviano e áreas do Chile e do Peru. Vários vulcões e montanhas na região do Collasuyu levam o nome Tunupa. Um exemplo notável é o vulcão Tunupa, na Bolívia.
Iconografia
Nas representações artísticas e iconográficas, Tunupa é frequentemente associado à imagem do Gigante do Atacama, uma enorme figura antropomórfica gravada no deserto do Chile, próximo ao Cerro Unitas. Essa figura, que mede cerca de 86 metros de altura e é considerada uma das maiores geoglifos do mundo, é interpretada por alguns estudiosos como uma possível representação de Tunupa devido à sua postura imponente e à ligação simbólica com divindades andinas do raio e da criação.
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| Gigante de Atacama |
Lendas
Uma das narrativas mais conhecidas conta que Tunupa viajou pelos Andes, transformando pessoas em pedra quando não ouviam seus ensinamentos. Em Cacha, teria destruído um huaca (santuário) em forma de mulher com uma explosão vulcânica. Outra lenda relata que, após ser capturado por habitantes locais, escapou usando seu manto como barco, atravessando o Lago Titicaca. Em algumas versões, seu corpo foi colocado em uma jangada que, levada pelo vento, abriu o curso do Rio Desaguadero. Assim como Viracocha, Tunupa teria desaparecido no Oceano Pacífico após sua jornada.
Sincretismo Religioso
Com a colonização espanhola, Tunupa foi associado a figuras cristãs. Algumas crônicas o identificam como o apóstolo São Tomé, que teria pregado nos Andes antes da chegada dos europeus. Em outras tradições, é equiparado a Santiago, o santo guerreiro, representando o trovão e o raio. Cronistas indígenas, como Pachacuti Yamqui e Felipe Guaman Poma de Ayala, misturaram elementos andinos e cristãos, apresentando Tunupa como um pregador milagroso que realizava curas e batismos.
Variantes e Interpretações
Em algumas fontes, Tunupa aparece com os nomes Taapac ou Tarapacá, ou é acompanhado por um assistente chamado Tarapacá, que também dá nome a uma região entre Peru, Chile e Bolívia. As lendas sobre Tunupa foram reinterpretadas de diferentes formas durante o período colonial. O missionário jesuíta Ludovico Bertônio descreveu Tunupa como um pecador por se relacionar com duas irmãs-peixe do lago, enquanto Alonso Ramos Gavilán reinterpretou a história, substituindo as irmãs por uma mulher sagrada que salva Tunupa, agora identificado como São Tomé.
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| Arte de Vixgo |



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