29 de outubro de 2025

A Pedra da Onça

۞ ADM Sleipnir


A lenda da Pedra da Onça é um relato folclórico brasileiro originário da Ilha do Governador, no município do Rio de Janeiro. A narrativa explica de forma mítica a origem do nome de uma formação rochosa localizada na Praia do Bananal, associando-a a temas de fidelidade animal, saudade e tragédia. Transmitida pela tradição oral, tornou-se parte do patrimônio cultural imaterial da região e inspirou a criação de um monumento que hoje constitui marco turístico local.

A lenda e suas variações 

Segundo a versão mais conhecida da Lenda da Pedra da Onça, uma jovem índia Temiminó, habitante da Ilha do Governador, tinha como companheiro inseparável um gato-maracajá — felino nativo da Mata Atlântica cuja pelagem lembra a da onça-pintada. Todos os dias, a jovem ia à Praia do Bananal para banhar-se no mar. Enquanto ela nadava, o maracajá permanecia imóvel sobre uma pedra à beira d’água, atento e vigilante. Certa manhã, porém, a índia mergulhou e desapareceu nas profundezas, jamais retornando. Fiel ao último lugar onde a vira, o animal recusou-se a deixar a pedra, permanecendo ali até morrer de fome e tristeza. Em memória de sua devoção, os nativos passaram a chamar o rochedo de Pedra da Onça.

Outra versão da lenda conta que a jovem acompanhava o pai numa expedição de pesca. Enquanto brincava com o maracajá na areia, o pai partiu em sua canoa e nunca mais voltou. A filha, desesperada, entrou no mar à sua procura e também desapareceu. O felino, solitário, manteve-se sobre a pedra, aguardando ambos até a morte.

Uma terceira variação narra que a jovem esperava à beira-mar o retorno do esposo ou do amado que partira em viagem. Diante da longa demora, lançou-se ao mar e nunca mais foi vista. O maracajá, fiel até o fim, permaneceu no mesmo ponto, fixando o olhar no horizonte até sucumbir.

O monumento em homenagem a lenda

A popularidade da história motivou, na década de 1920, a instalação de uma escultura do gato-maracajá, obra do pintor Guttman Bicho (1888-1955), sobre a pedra original. Em 1965, a estátua original, bastante castigada pelo tempo, foi substituída por outra, que permanece no local nos dias atuais e consolidou o ponto como símbolo cultural e turístico da Ilha do Governador.


Duas fotos da antiga escultura, datadas das décadas de 1940 e 1950.



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