30 de maio de 2014

Khalkotauroi

۞ ADM Sleipnir


Os Khalkotauroi ("touros de bronze"), também conhecidos como Touros da Cólquida, são um par de touros míticos que aparecem no mito grego de Jasão e o Velocino de Ouro. Os Khalkotauroi foram criados pelo deus grego da forja, Hefesto, e dados de presente pelo mesmo ao rei Aietes, rei da Cólquida.

Eles eram imensos, possuíam cascos de bronze, e através de suas bocas eles expeliam fogo. Na Argonautica, Aietes concorda em ceder o Velocino de Ouro à Jasão, contanto que ele domasse os Khalkotauroi e os usasse para arar um campo, que depois deveria ser semeado com os dentes do dragão que Cadmo, o fundador da cidade de Tebas, havia matado muito tempo antes.

Jasão consegue resistir às chamas ardentes dos touros ao utilizar uma poção mágica que o tornava invulnerável durante um dia, e assim acaba domando os touros. A poção havia sido dada a ele por Medéia, filha do Rei Aietes, que havia se apaixonado por Jasão.

Na cultura popular 

A série de tv Jasão e os Argonautas de Nick Willing, apresenta uma criatura conhecida como o Menaian Bull, uma criatura parte touro, parte máquina, o qual Jasão tem de domar. Esta versão, no entanto, não expele fogo e é usada por Jasão para arar os campos. Os touros aparecem no segundo livro da série Percy Jackson & os Olimpianos, O Mar de Monstros, enquanto na adaptação cinematográfica do livro, apenas um dos touros aparece.



CLIQUE NO BANNER ABAIXO PARA MAIS POSTS SOBRE

29 de maio de 2014

Arawn

۞ ADM Sleipnir
Arawn é o deus dos mortos da mitologia celta, também um mestre caçador e um guerreiro excepcional. A origem de seu nome é controversa: entre aqueles que estudam os mitos celtas, seu nome é dito por alguns ser derivado de Arão, o irmão do bíblico Moisés, enquanto outros creem que se origina de "As Crônicas de Prydain", escrito por Lloyd Alexander, no qual Arawn é um invisível vilão. Sua associação com a caçada levou alguns estudiosos a associarem Arawn à divindade gaulesa Cernunnos .

Arawn era um membro dos Tuatha Dé Danann, uma raça de deuses adorados pelos povos celtas. Ele possuía vários poderes sobre-humanos e governava sobre a vingança, terror, guerra, e os contatos espirituais. Ele podia possuir o corpo de outra pessoa  e também podia criar pedaços de matéria mágica.

Annwn , o reino de Arawn , é o submundo, aceito como um  verdadeiro paraíso. Era um lugar para onde os mortos eram levados para viverem em paz e alegria, tendo uma oferta abundante de tudo o que pudessem desejar. Arawn viajava montado em um cavalo pálido, guaido por temíveis cães de caça conhecidos como Cŵn Annwn. Esses cães tinham orelhas vermelhas e ajudavam Arawn a capturar almas, perseguindo-as até que ficassem cansadas e já não pudessem escapar.


Arawn tinha um inimigo à altura, chamado Hafgan, que só poderia ser morto por um único golpe desferido por um homem mortal. Para eliminar seu inimigo, Arawn contou com a ajuda de um príncipe mortal chamada Pwyll. Pwyll era príncipe de Dyvet, e uma figura proeminente nos mitos que envolvem Arawn. 

A história de como Pwyll encontrou o deus da morte e viveu para contar o conto é uma das histórias mais conhecidas no Mabinogion galês. Os dois homens se conheceram enquanto caçavam. Pwyll havia adentrado uma região profunda da floresta e acabou encontrado dois cães de orelhas vermelhas que haviam capturado um veado. Ele dispersou os cães e estava pronto para por as mãos na caça, quando Arawn surgiu em meio a escuridão e o repreendeu. Os cães que Pwyll havia dispersado eram os Cŵn Annwn, os cães de Arawn, portanto a caça pertencia a ele . 

Arte de TheRagamuffin

Depois de alguma discussão Pwyll admitiu que tinha se enganado e Arawn propôs um acordo: Pwyll deveria tomar o seu lugar por um ano e um dia, em Annwn. Arawn ficaria no lugar de Pwyll e governaria Dyvet em seu lugar. Pwyll também deveria derrotar Hafgar ao final desse período. Os dois fizeram a troca, e durante este tempo, Arawn duplicou a riqueza de Dyvet e Pwyll teve sucesso em governar Annwn. Pwyll ainda respeitou Arawn e não se deitou com Ethne (esposa de Arawn).

No último dia da troca, Pwyll encontrou Hafgan, e como prometido, o derrotou com apenas um golpe. Assim que Hafgan foi ao chão, Pwyll partiu até o local onde ele e Arawn se encontraram um ano antes e Arawn já o aguardava lá para desfazer a troca. Os dois retornaram para os seus respectivos reinos e se tornaram amigos desde então.  

Arawn lutou ao lado do deus Bran, na Cad Goddeu ("Batalha das Árvores"), que se acredita ter sido iniciada quando Amaethon, deus celta da agricultura, roubou um cão, um pássaro e um cabrito dele.  Nesta batalha, Amaethon teve a ajuda de seu irmão, Gwydion, um mago poderoso. Gwydion transformou  árvores em um exército de homens para ajudar seu irmão Amatheon a derrotar Arawn e suas forças do outro mundo.

Arte de talesofalbion

28 de maio de 2014

Helhest

۞ ADM Sleipnir


O Helhest ou Helhesten ("cavalo de Hel'') é uma criatura presente no folclore dinamarquês e também na região de Schleswig. É um cavalo com apenas três pernas, cego, e às vezes sem cabeça, que vaga durante a noite trazendo pestes e morte sobre as pessoas ao seu redor.

Ele é mencionado por Jacob Grimm em seu estudo sobre mitologia nórdica, e o mesmo teorizou que, antes da cristianização, o Helhest era originalmente o corcel da deusa Hel. Durante todo o século XIX, de acordo com a crença popular, o Helhest era cavalgado pela própria morte, e anunciava a doença, acidentes e principalmente mortes. Também era dito ser o fantasma de um cavalo enterrado vivo em um cemitério, para que o seu espírito ajudasse a guiar os mortos em direção ao outro mundo.


A lenda relata que todos que  vêem um Helhest ou simplesmente ouvem o som de seus passos morrem dentro de um ano. Uma história conta que o Helhest às vezes aparece no pátio da Catedral de Aarhus, na Dinamarca. Um outra história registrada no século XIX conta que um homem observava o pátio da Catedral através de sua janela, uma noite, quando viu um estranho cavalo e gritou: "Que cavalo é aquele lá fora?". Um homem que estava sentado ao seu lado disse: "Talvez seja o cavalo de Hel!". "Então eu vou vê-lo!", exclamou o homem, e ao olhar novamente para fora da janela, ele ficou muito pálido, e decidiu não contar sobre o que tinha visto. Pouco tempo depois, o homem ficou doente e morreu. Na Catedral de Roskilde, as pessoas tinham o costume de cuspir em uma pedra estreita onde diziam que um Helhest foi enterrado.


27 de maio de 2014

Arash

۞ ADM Sleipnir


Arash, o arqueiro (persa: آرش کمانگیر, Āraŝe Kamāngir‎) é um heróico arqueiro da tradição oral iraniana e da mitologia persa, que segundo a lenda, sacrificou sua vida para a glória de seu país.

Quando a guerra sangrenta e duradoura entre Irã e Turan chegou ao fim, Manuchehr e Afraisab, os respectivos governantes do Irã e de Turan decidiram declarar a paz e fixar a fronteira entre os seus reinos. Os iranianos tinham sido derrotados, e com o propósito de humilhar os vencidos iranianos, os turanianos propuseram um acordo onde qualquer terra que ficasse dentro do intervalo de um tiro de arco deveria ser devolvido à Manuchehr e os iranianos, e o restante deveria ficar com Afraisab e os turanianos. Um anjo instruiu Manuchehr a construir um arco e flecha especial, e Arash foi convidado a atirar essa flecha do topo do monte Damavand*, o ponto mais alta do Irã. 


Após escalar o monte Damavand, Arash mirou em direção às terras turanianas, puxou seu arco com toda a sua força e atirou. A flecha percorreu cerca de 2.250 km durante toda a manhã e caiu ao meio-dia, na margem do rio Oxus**, onde hoje é a Ásia Central. O rio foi o limite entre o Irã e Turan durante séculos. Após cumprir seu objetivo, Arash caiu no chão do Monte Damavand e ali faleceu. O corpo de Arash nunca foi encontrado, e algumas versões da lenda dizem que Arash se tornou um com a flecha. Existem histórias de viajantes que se perderam no monte Damavand, onde eles contam que ouviram a voz de Arash, que os ajudou a encontrar o seu caminho e salvou suas vidas.

O nome Arash continua sendo um dos nomes mais populares entre os iranianos .

*, **: Os lugares de onde Arash atirou a flecha e onde ela caiu variam conforme as fontes. Como são muitas variações resolvi não citar todas aqui, mantendo somente essas. 



26 de maio de 2014

Penanggalan

۞ ADM Sleipnir

Arte de T. W. Sader

Penanggalan ou Hantu Penanggal é uma vampira presente no folclore malaio. Durante o dia é uma mulher normal, porém à noite, sua cabeça se destaca de seu corpo, e voa pelos céus arrastando consigo sua coluna vertebral e suas entranhas, que brilham como vagalumes. Ela pode manipular cada um desses órgãos como se fossem os tentáculos de um polvo para  remover os obstáculos em seu caminho e atacar suas vítimas. Muitas vezes o seu cabelo também cresce  e se expande com o mesmo propósito. A Penanggalan se alimenta do sangue de recém-nascidos e gestantes. Algumas lendas relatam que ela não só bebem o sangue dos recém nascidos, como também os devoram.

Origem

Uma Penaggalan surge quando uma mulher, seja jovem ou velha, buscam obter beleza eterna através de magia negra, ações sobrenaturais, eventos místicos ou paranormais. Outras histórias contam que a Penaggalan surgiu quando uma  parteira fez um pacto com o demônio para obter poderes sobrenaturais. Conta-se que a parteira teria quebrado uma das cláusulas do pacto, que era a de não comer carne durante 40 dias, e ao quebrar esse pacto, a parteira foi amaldiçoada para sempre, tornando-se uma vampira sugadora de sangue. A parteira mantém um barril de vinagre em sua casa. Depois de retirar a cabeça e voando ao redor no meio da noite procurando sangue Penanggalan vai chegar em casa e mergulhar suas entranhas na cuba de vinagre , a fim de reduzi-los para facilitar a entrada de volta para seu corpo.

Arte de David M. Mallon

Existe ainda uma história onde a Penaggalan era uma bela sacerdotisa, que certa vez tomava um banho ritual em uma banheira cheia de vinagre. Ao banhar-se e em um estado de concentração ou meditação, um homem entrou no quarto sem aviso prévio e a surpreendeu. O susto que a sacerdotisa levou foi tão grande que, ao virar sua cabeça para olhar muito rápido, fazendo com que sua cabeça se destacasse de seu corpo. Enfurecida com o homem, a sua cabeça voou atrás dele, arrastando seus órgãos e pingando veneno. Seu corpo vazio foi deixado para trás dentro da banheira. 


Meios de prevenção

Os métodos para repelir uma Penanggalan incluem amarrar cebolas e dentes de alho nas janelas da residência, bem como amarrar pedaços de um arbusto espinhoso para pegar suas entranhas quando ela tentar entrar na residência. No entanto, a verdadeira fraqueza de uma Penaggalan é o seu torso. Quando ela destaca a cabeça, seu corpo começa a decompor-se muito rapidamente, de modo que ela o armazena em um recipiente cheio de vinagre para mantê-lo fresco. Se alguém jogar cinzas ou passar pasta de alho esmagado neste corpo vazio, a Penanggalan irá morrer definitivamente.

Criaturas semelhantes

Existem mitos semelhantes de criaturas com quase exatamente as mesmas características da Penanggalan. Entre os grupos étnicos na Indonésia, o fantasma é chamado Leyak entre os balineses, Kuyang pelo povo Dayak de Kalimantan, ou Palasik (ou Pelesit) pelo povo Minangkabau. Na Tailândia é chamado de Krasue, no Laos é a Kasu ou Phi-Kasu, no Camboja é o Ap e nas Filipinas é o Manananggal.


23 de maio de 2014

Chernobog

۞ ADM Sleipnir

Arte de Larisa Petruhina

Chernobog (russo: Чернобог, também grafado como Czernobog, Crnobog e Tchernobog) é uma misteriosa divindade eslava, cujo nome significa "deus negro". É um deus do caos, das trevas e do mal. Os eslavos acreditavam que todo o mal se originou a partir dele. Também é conhecido como Crnoglav.

Fontes

Devido ao fato de que os eslavos não possuíam um sistema de escrita antes do domínio cristão, e os únicos contos sobre Chernobog provém de fontes cristãs, informações sobre esta divindade são difíceis de se definir com precisão. O padre e historiador alemão Helmold escreveu durante o século XII um livro sobre mitologia eslava, chamado Chronica Slavorum ("Crônica dos Eslavos"), que faz uma menção à Chernobog, mas a maioria das informações contidas lá são especulativas. Embora a antiga religião eslava não possuísse características dualistas, a referência na crônica diz que os eslavos pagãos possuíam uma crença  onde um deus benigno e um deus maligno travavam um eterno conflito. 

Tem sido proposto que, se Chernobog é o deus do mal, sua contraparte seria Belobog ("deus branco"), porém nenhuma menção à Belobog é feita na crônica. Belobog, como um princípio de luz e bondade, deveria ser o poder que contrabalança o impacto negativo das ações de Chernobog. Louis Léger (um escritor pioneiro nos estudos sobre a cultura eslava) afirma que o nome Belobog não pode ser encontrado em qualquer documento escrito autêntico relativo à cultura eslava.  Alguns mitos eslavos, como o mito da criação, apresentam Belobog, mas não podemos ter certeza de que este mito tem suas origens no período pré-cristão. 




Mito da Criação

Este mito diz que o mundo foi criado por Chernobog e Belobog que, através do esforço conjunto, criaram o mundo com perfeição. Embora durante o processo de criação do mundo os dois deuses tenham entrado em conflito, as ações que um tomava contra o outro fizeram o universo ser como ele é. Existia um outro conceito dualista que proclamava Chernobog como deus da metade do ano, em oposição à Belobog - o governador outra metade. O governo de Belobog, de acordo com essa crença, começa com o solstício de inverno, enquanto o governo de Chernobog sobre a natureza começa com o solstício de verão. O próprio solstício de inverno era o dia da batalha entre esses dois deuses opostos, e nesse dia Belobog obtinha a vitória. Essa crença pode ter suas raízes na autêntica fé eslava, uma vez que todas as outras tribos pagãs entendiam aquele mesmo dia de uma forma similar.

Chernobog tornou-se assim um deus do inverno e das trevas, uma terrível divindade que envolvia o mundo em escuridão. No entanto, devemos ter em mente que os eslavos consideravam as ações de Chernobog necessárias e que, consequentemente Chernobog era respeitado como todos os outros deuses. Nenhuma das fontes relevantes para a mitologia eslava classificam Chernobog como uma divindade inferior e, independentemente de  ser a fonte de todas as desgraças, ele era considerado igual a outros deuses do panteão eslavo. Isso significa que os antepassados eslavos ​​acreditavam que os acidentes também eram causados ​por seus deuses, ou que até mesmo o frio extremo, a fome, a morte e a doença eram de origem divina ( proveniente de Chernobog ou Morana), e o que era enviado pelos deuses certamente tinha que ser respeitado. 

Arte de Ksenia Svincova


Outras ligações


Os registos da antiga religião eslava não fornecem qualquer informação sobre as relações familiares entre os deuses. No entanto, Vladimir Aleksejevic Istarhov, o autor de A Greve dos Deuses Russos, diz que Chernobog tinha uma consorte, uma cabra chamada Sedunja, com quem teve um filho chamado Vij. Embora Istarhov não tenha registrado o mito sobre esta relação, pode-se concluir que esta lenda também data de um período após a conversão ao cristianismo, pois o cristianismo associou animais com chifres, especialmente cabras, às forças do mal.

Na cultura popular

Sua representação mais famosa ocorre no segmento Ave Maria do filme Fantasia da Disney. Um enorme demônio noturno é baseado em Chernobog. Na Noite de Walpurgis (Sabbath das Bruxas), Chernobog emerge a partir do pico de Bald Mountain (na realidade Monte Triglaf, perto de Kiev, no sul da Rússia) para convocar todos os seus asseclas, que dançam furiosamente enquanto ele os lança no poço de fogo da montanha. Chernobog é elogiado como sendo a melhor representação de pura maldade feita pela Disney, e como o maior triunfo do animador Vladimir Tytla. Ele é considerado um dos vilões mais poderosos e terríveis da Disney; como o deus do mal, ele não possui um objetivo específico, mas existe apenas para ser mau.

Outra aparição de Chernobog é nas Hqs da Marvel, como um inimigo do Hulk. 




22 de maio de 2014

Korrigan

۞ ADM Sleipnir


Korrigans (ou Corrigans) são espíritos similares à elfos, fadas ou anões, e pertencentes ao folclore da Bretanha, no noroeste da França. Conforme a região, elas podem ter outros nomes, como Korils , Poulpikans , Teuz , Kornikaned, entre outros. Alguns autores usam o termo korrigan para se referir apenas a seres aquáticos similares à sirenes e sereias.

As Korrigans geralmente são descritas como criaturas de baixa estatura, com belos olhos vermelhos e cabelos longos e dourados, e vestem apenas um véu branco e longo enrolado ao corpo. Às vezes são representadas com dois chifres, pés de cabra e garras, como gatos. Essas criaturas são muito belas quando vistas ao entardecer ou à noite  mas durante o dia os seus cabelos se tornam brancos e sua pele torna-se enrugada, por  isso, elas tentam evitar serem vistas durante o dia. 

Apesar de seu tamanho, Korrigans são mais fortes do que 2 homens juntos. Dentre suas habilidades, estão as capacidades de prever o futuro, mudar de forma, aumentar seu tamanho e mover-se na velocidade da luz. Como sirenes e sereias, elas passam o tempo cantando e penteando seus cabelos longos, assombrando fontes e poços de água. Elas também possuem a habilidade de fazer os homens se apaixonarem por elas, mas, em seguida, matam os que o fazem. Como os Changelings, elas têm o hábito de roubar crianças humanas, substituindo-los por bebês korrigans.


Elas são por vezes descritas como sendo importantes princesas ou druidesas que se opuseram ao cristianismo na época que os Apóstolos chegaram para converter Bretanha, e por isso foram amaldiçoadas por Deus. Korrigans odeiam os sacerdotes, as igrejas e, especialmente, a Virgem Maria. Sua aversão ao cristianismo é tão grande que basta ouvir um sino ou ver alguém de batina que elas fogem imediatamente.

Em muitos contos populares, Korrigans estão prontas para enganar os mortais imprudentes que as vêem dançando ou que estão em busca de tesouros. Na noite de 31 de Outubro (Halloween), conta-se que  elas ficam à espreita perto de dólmens, à espera de vítimas.


21 de maio de 2014

Coatlicue

۞ ADM Sleipnir

Arte de ZavalaDulce

Coatlicue (ou Cihuacoath ("mulher serpente") ou Tonantzin ("Nossa Mãe")) é a deusa da terra da mitologia asteca, mãe do sol, da lua, das estrelas, e de todos os deuses e deusas astecas. Seu nome significa "aquela com saia de serpentes". Seu consorte é o deus Mixcoatl.  Ela é referida diversas vezes pelos epítetos "Deusa Mãe da Terra que dá a luz a todas as coisas celestiais", "Deusa do fogo e da fertilidade", "Deusa da Vida, Morte e Renascimento" e "Mãe das Estrelas do Sul". Coatlicue também era a padroeira dos partos, da guerra, do governo e da agricultura, sendo considerada o aspecto feminino do deus primordial Ometeotl.

Coatlicue é uma das figuras mais terríveis da mitologia asteca. Ela era representada como uma mulher com seios flácidos de tanto amamentar, uma saia feita de serpentes (daí o seu nome) e um colar feito com os corações, mãos e crânios de pessoas sacrificadas à ela. Ela possui uma outra aparência ainda mais aterrorizante, onde sua cabeça é substituída por duas serpentes, as quais também substituem os seus braços.


Mitos

Na mitologia asteca, Coatlicue era uma verdadeira sacerdotisa cujo trabalho era guardar o santuário no topo da lendária montanha sagrada Coatepec ("Montanha da Serpente", também chamada Coatepetl). Um dia, enquanto ela varria o templo, uma bola de penas caiu do céu. Coatlicue colocou a bola de penas sobre o seio e com isso acabou engravidando. A criança resultante era ninguém menos que o poderoso deus asteca da guerra Huitzilopochtli. No entanto, os outros filhos de Coatlicue, sua filha primogênita Coyolxauhqui e seus irmãos conhecidos como Centzon Huītznāuhtin, ficaram indignados com este episódio vergonhoso e decidiram invadir o Monte Coatepec com a intenção de matar sua desonrada mãe.  

A trama de Coyolxauhqui foi frustrada quando um dos Centzon Huītznāuhtin se arrependeu e decidiu avisar sobre o plano à Huitzilopochtli, ainda dentro do ventre de sua mãe (Em outra versão dessa história, é Coyolxauhqui quem avisa sobre o plano e é morta pelos seus irmãos). Levantando-se a defesa de sua mãe, o deus saiu do ventre de Coatlicue já em forma adulta e totalmente armado como um guerreiro invencível. Em outra versão da lenda, o deus nasce do pescoço cortado de sua mãe, mas de qualquer forma, com a sua arma formidável, o Xiuhcoatl ("serpente de fogo"), Huitzilopochtli rapidamente massacrou seus irmãos rebeldes cortando-os em pedaços. A cabeça de Coyolxauhqui foi lançada aos céus e tornou-se a Lua, enquanto os Centzon Huitznahua se tornaram as estrelas.


Em outro mito envolvendo a deusa, Coatlicue alerta aos astecas sobre o seu futuro desaparecimento. O governante asteca Motecuhzoma II tinha enviado um grupo de 60 feiticeiros para visitar Coatlicue no mítico lar ancestral dos astecas, Aztlan, em busca de conhecimento supremo. No entanto, sobrecarregados de presentes, os infelizes feiticeiros ficaram atolados em uma colina de areia e a deusa revelou que as cidades astecas cairiam uma por uma. Nesse dia, seu filho Huitzilopochtli, que governava os astecas, iria retornar ao seu lado.

Culto

Coatlicue era adorada no ritual primavera de Tozozontli na época das chuvas e no festival de outono caça de Quecholli, quando uma sósia da deusa era sacrificada. Na arte, Coatlicue foi representada em uma estátua colossal de basalto encontrada em Tenochtitlan, e que agora reside no Museu Nacional de Antropologia na Cidade do México. A estátua possui cerca de 3 m de altura, 1,5 m de largura e representa a deusa em sua forma assustadora.

A estátua foi descoberta em 1790 d.C. e na ocasião, crioulos e europeus consideraram a estátua como um horrível monstro deformado. Índios mexicanos, por outro lado começaram a adorá-la e adorná-la com velas e flores. Para evitar isso, a estátua foi enterrada no pátio da Universidade do México, onde não podia ser vista. A estátua foi desenterrada em 1803, e o geógrafo/naturalista Alexander von Humboldt fez alguns desenhos e um molde dela, antes de enterrarem-na novamente. A estátua foi desenterrada outra vez em 1823, e desta vez William Bullock fez um outro molde dela, o qual ele exibiu no ano seguinte no Salão Egípcio em Piccadilly, Londres, como parte de sua exposição sobre o Antigo México.


20 de maio de 2014

Joana d'Arc

۞ ADM Sleipnir


Joana d' Arc (em francês: Jeanne d'Arc) foi uma camponesa que se tornou uma heroína nacional e santa padroeira da França. Em um período crucial da Guerra de Cem Anos, ela liderou a resistência francesa contra os invasores ingleses e virou a maré da guerra. Joana d' Arc nasceu em Domrémy, na França, no ano de 1412. Sua família era pobre e sua região sofria com o longo conflito entre Inglaterra e França.

Desde pequena, Joana d' Arc exibia um temperamento sensível e religioso. Seus amigos diziam que "ela era muito comprometida com o serviço de Deus e da Santíssima Maria". Com cerca de 13 anos de idade, ela começou a ter visões místicas. Nessas visões, ela dizia ouvir a voz de Deus, ordenando que ela renovasse a nação francesa. Em seu posterior julgamento, Joana d' Arc disse que essas visões eram bem reais, como se ela estivesse vendo outra pessoa. As visões eram muitas vezes acompanhadas de luzes e da presença de santos como São Miguel e de Santa Catarina.



Estas visões fizeram Joana d'Arc se tornar ainda mais inclinada para a religião. Ela freqüentemente se confessava e, conta-se que sempre que ela ouvia os sinos da igreja tocarem, ela imediatamente largava seu trabalho e corria para lá. No início, Joana não contava aos outros sobre suas visões e sobre as ordens que recebia, mas em maio de 1428, as mensagens divinas ordenaram que ela buscasse uma audiência com Charles de Ponthieu, um líder ineficiente e relativamente fraco dos franceses na época.

A França, durante a época da juventude de Joana, estava totalmente dilacerada pela guerra civil. O Tratado de Troyes (1422) reconhecia a alegação do inglês Henrique V ao trono francês, e seu herdeiro, apoiado pelo duque de Borgonha , foi aceito como rei em todas as partes da França controladas pela Inglaterra e Borgonha. Charles de Ponthieu, último herdeiro da linhagem de Valois, não tinha direitos de acordo com o tratado, mas foi apoiado pelo partido de Armagnac, e dominava parte da França ao sul do rio Loire.

Sob o comando de Charles, os franceses estavam sem direção e sem um verdadeiro líder. Quando Joana D' Arc chegou ao tribunal, ela impressionou Charles com a sua paixão e convicção e conseguiu convencê-lo sobre sua missão divina. Após ter sido examinada por um grupo de clérigos e conselheiros com o intuito de garantir sua ortodoxia, Joana recebeu uma armadura e sua própria bandeira (leitura " Jesus , Maria" ) e Charles deu-lhe o comando titular de um exército, permitindo que ela os conduzisse para a batalha. Dentro de um ano Joana d’Arc liderou o exército francês nas vitórias em Orleans, Patay e Troyes . Muitas outras cidades também foram libertadas do controle Inglês e permitiu a entrada triunfal em Dauphin para a coroação do rei Carlos VII em 17 de julho de 1429 .



Por suas façanhas e liderança, Joana d'Arc e sua família receberam o status de nobres. Ela também ganhou os corações dos soldados franceses que viam Joana como uma líder quase mítica. No entanto, um ano depois, Joana foi capturada pelas forças da Borgonha durante uma emboscada em Compiègne e foi vendida para os ingleses. Seu julgamento foi bem documentado e oferece uma visão reveladora sobre seu caráter e destino. Os ingleses e membros do clero francês decidiram colocá-la em julgamento por bruxaria. De muitas maneiras, ele foi um show ensaiado com um resultado habilmente orquestrado. O principal membro do clero era Pierre Cauchon, um acérrimo defensor dos britânicos que odiava Joana d' Arc por ter milagrosamente revivido o orgulho nacional francês. 

O julgamento foi um duro teste à fé e convicção de Joana. Inicialmente, o julgamento foi realizado em público, mas, suas respostas eram muito mais incisivas do que os seus promotores esperavam. A acusação tentava de todas as formas fazê-la blasfemar, mas refutava todas as perguntas, conquistando a simpatia do público. Uma das perguntas feitas a ela foi: " Você sabe, se você está na graça de Deus? ", à qual Joana respondeu: "Se não estou, que Deus me coloque lá, . . Se eu estou, que Deus assim me mantenha. Eu seria a pessoa mais triste de todo o mundo, se eu soubesse que eu não estou na graça de Deus, mas se eu estivesse em pecado, você acha que a voz de Deus viria até mim? " 

Eventualmente, o julgamento prosseguiu, só que à portas fechadas. Joana foi ameaçada de execução e tortura, e diante de tal ameaça, ela acabou recuando. Joana assinou um documento onde renunciava suas vozes em 24 de maio, e assumiu vestuário feminino como o tribunal a dirigiu. No entanto, uma semana depois, ela recuperou a sua força e desmentiu sua confissão, voltando inclusive a usar suas roupas masculinas. Ela foi capaz de enfrentar sua provação com dignidade. Ela foi imediatamente considerada "reincidente " pelos membros do tribunal e condenada por "idolatria", por seu cross-dressing, e por se recusar a se submeter à autoridade da Igreja. Em 30 de maio de 1431, foi entregue as autoridades inglesas e queimada na fogueira em Rouen como herege reincidente .


Conta-se que mais de 10.000 pessoas vieram para ver sua execução na fogueira. Suas cinzas foram espalhadas no Rio Sena. Uma lenda conta que o seu coração não foi consumido pelo fogo, mantendo-se intacto após a chama da fogueira se extinguir. Vinte seis anos depois de seu julgamento, os ingleses foram finalmente expulsos de Rouen e em um inquérito posterior, Joana foi oficialmente declarada inocente e foi designada para ser um mártir. Foi canonizada em 1920 e se tornou a padroeira da França. Joana d'Arc conseguiu um feito notável em sua curta vida de 19 anos. Em particular, ela encarnou a devoção religiosa, com grande coragem e humildade, e a sua vida ajudou a mudar o curso da história francesa.


19 de maio de 2014

Éden

 ۞ ADM Berserker 


Um jardim em uma terra chamada Éden (do hebraico Gan ‘Ēden), segundo o livro do Gênesis, foi o lugar onde viveram o primeiro homem, Adão, e sua companheira, Eva, depois de criados por Elohim. Esse jardim tornou-se parte essencial do mito da criação e da teodiceia das religiões abraâmicas, ou seja, o judaísmo, o cristianismo e o Islã. A palavra deriva do sumeriano Eden (planície), que geralmente era aplicada à planície da Baixa Mesopotâmia. 

A palavra Paraíso foi usada na forma grega, paradeisos, como tradução de "Éden" na versão Septuaginta (primeira tradução do hebraico para o grego) e hoje é considerada como sinônimo de Éden, mas sua etimologia é completamente diferente, pois deriva do avéstico pairidaêza (cercado, murado).  

Os rios do Éden 

O capítulo 2 do Gênesis relaciona a localização do Éden a quatro rios: Pisom (Pishon), Giom (Gihon), Tigre (Hiddekel) e Eufrates (Perat). Segundo a leitura usual, estes supostamente nasceriam da divisão de um só rio em quatro braços: 

E saía um rio do Éden para regar o jardim; e dali se dividia e se tornava em quatro braços. 
 O nome do primeiro é Pisom; este é o que rodeia toda a terra de Havilá, onde há ouro. 
 E o ouro dessa terra é bom; ali há o bdélio, e a pedra sardônica.  
E o nome do segundo rio é Giom; este é o que rodeia toda a terra de Cush.  
E o nome do terceiro rio é Tigre; este é o que vai para o lado oriental da Assíria; e o quarto rio é o Eufrates.(Bíblia Sagrada) 

O orientalista e intérprete bíblico Ephraim Avigdor Speiser propôs uma tradução diferente da passagem, segundo a qual se pode interpretar que os quatro rios confluem em uma mesma corrente.  

“... Um rio sobe no Éden para regar o jardim; de fora dali, forma quatro ramos separados...” 

Geograficamente, isso parece mais razoável. Que um rio tenha quatro afluentes principais é relativamente comum, ao passo que um rio se dividir em quatro braços é algo improvável quando fora de um delta - que não é o caso, visto que os quatro rios são descritos como extensos, passando por diferentes países. Quanto ao Tigre e ao Eufrates, parece não haver como duvidar de que são os rios conhecidos ainda hoje pelos mesmos nomes. Obviamente, não fluem como dois braços de um mesmo rio, mas suas nascentes, na Anatólia Oriental, são relativamente próximas entre si. 

Quanto a os demais rios, o Pisom é o mais misterioso. O nome Havilá, dado a região a qual ele rodeia é mencionado em outras partes do Antigo Testamento, mas sem chegar a ser inequivocamente identificada e sem se deixar claro se todas as menções se referem à mesma terra. O Giom é geralmente identificado como sendo o rio Nilo, visto que, na Bíblia, Cush normalmente se refere ao atual norte do Sudão. A tradição da Etiópia, que identifica seu próprio país como sendo Cush, identifica o Giom como o Nilo Azul, cuja junção com o Nilo Branco forma o grande Nilo. Isto resulta, porém, em um paradoxo geográfico, tornando impossível determinar a exata localização do Éden com base na localização de seus rios, pois ainda que os antigos hebreus não soubessem as localizações das nascentes do Nilo, era óbvio que não estavam em nenhuma região próxima ao Tigre e ao Eufrates. 

O Éden no Islã 


Os muçulmanos acreditaram que o Éden não se localiza neste mundo, mas sim no Céu. Outra diferença importante é que em sua narrativa da Queda do Homem, é Adão e não Eva que é seduzido. Sedução essa, feita pelo Diabo em pessoa e não uma serpente. Porem ambos são considerados igualmente responsáveis pela desobediência. Também ao contrário dos cristãos, supõe-se que Adão e Eva estavam vestidos no Paraíso e só depois de comer do fruto proibido ficaram nus, além de sujeitos a passar fome, sede e calor. 

Havíamos firmado o pacto com Adão, porém, te esqueceu-se dele; e não vimos nele firme resolução. E quando dissemos aos anjos: Prostrai-vos ante Adão! Todos se prostraram menos Iblis, que se negou. E então dissemos: Ó Adão, em verdade, este é tanto teu inimigo como de tua companheira! Que não cause a vossa expulsão do Paraíso, porque serás desventurado. Em verdade, no Paraíso não sofrerás fome, nem estarás afeito à nudez. E não padecerás de sede ou calor. 

Porém, Shaitan sussurrou-lhe, dizendo: Ó Adão, queres que te indique a árvore da imortalidade e um reino imperecível? E ambos comeram da árvore, e suas vergonhas foram-lhes manifestadas, e puseram-se a cobrir os seus corpos com folhas de plantas do Paraíso. 

Adão desobedeceu ao seu Senhor e foi seduzido. Mas logo o seu Senhor o elegeu, absolvendo-o e encaminhando-o. Disse: Descei ambos do Paraíso! Sereis inimigos uns dos outros. Porém, logo vos chegará a Minha orientação e quem seguir a Minha orientação, jamais se desviará, nem será desventurado. Em troca, quem desdenhar a Minha Mensagem, levará uma mísera vida, e cego, congregá-lo-emos no Dia da Ressurreição. Dirá: ‘Ó Senhor meu, por que me congregastes cego, quando eu tinha antes uma boa visão?’ E Alá lhe dirá: ‘Isto é porque te chegaram os Nossos versículos e tu os esqueceste; a mesma maneira serás hoje esquecido! E assim castigaremos quem se exceder e não crer nos versículos do seu Senhor. Sabei que o castigo da outra vida será mais rigoroso, e mais persistente ainda.(Alcorão) 

Depois de ser expulso do Paraíso, Adão desceu a Terra e foi parar em Meca, onde chorou por 40 dias, mas isso nunca foi visto como indicação de que o Éden se localizasse em suas proximidades. 

As árvores do Éden  


No centro do Jardim do Éden, haviam duas árvores especiais e particularmente importantes: 

“E plantou Elohim um jardim no Éden, do lado oriental; e pôs ali o homem que tinha formado. E Elohim fez brotar da terra toda a árvore agradável à vista, e boa para comida; e a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal.” (Bíblia Sagrada) 

A expressão "Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal" (do hebraico `Etz haDa`ath Towb Ra`) também pode ser lida como "Árvore de Todo o Conhecimento". A "Árvore da Vida" (do hebraico Etz haChayim) é aparentemente uma árvore cujos frutos dariam a imortalidade. 

Depois da descrição dos rios, Deus proíbe os humanos de comerem do fruto do conhecimento: 

“E tomou Elohim o homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar. 
E ordenou Elohim ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente. 
Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” (Bíblia Sagrada) 

Porém, em muito pouco tempo Eva foi enganada e seduzida pela serpente, assim desobedecendo à ordem: 

“Ora, a serpente era o mais astuto de todos os animais que Elohim tinha feito. E esta disse à mulher: Não comereis de toda a árvore do jardim... É assim que Elohim disse? 
E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Elohim para não comermos dele, nem mesmo nele tocaremos para não morrermos. 

Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. Porque Elohim sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deuses, sabendo o bem e o mal. 

E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela. 

Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais. 

E ouviram a voz de Elohim, que passeava no jardim pela viração do dia; e esconderam-se Adão e sua mulher da presença de Elohim, entre as árvores do jardim. 
E chamou Elohim a Adão, e disse-lhe: Onde estás? 

E ele disse: Ouvi a tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me. 
E Elohim disse: Quem te mostrou que estavas nu? Comeste tu da árvore de que te ordenei que não comesses? 

Então disse Adão: A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi. 
E disse Elohim à mulher: Por que fizeste isto? E disse a mulher: A serpente me enganou, e eu comi. 

Então Elohim disse à serpente: Porquanto fizeste isto, maldita serás mais que toda a fera, e mais que todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida. 

E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a semente dela; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar. 

E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua dor, e a tua conceição; com dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará. 

E a Adão disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei não comer, maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida. 

Espinhos, e cardos também, te produzirá; e comerás a erva do campo. 
No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás. 

E chamou Adão o nome de sua mulher Eva; porquanto era a mãe de todos os viventes. 
E fez Elohim a Adão e Eva túnicas de peles, e os vestiu. 

Então disse Elohim: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente. 
Elohim, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra de que fora tomado. 

E havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden, e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida.”



Ningishzida 

Tudo indica que a árvore do conhecimento, assim como a árvore da vida, são símbolos, provavelmente resultantes de uma reinterpretação hebraica de um antigo mito sumeriano (anterior a 2100 a.C.) que representava o eixo em torno do qual parece girar o universo como uma árvore com uma serpente (a constelação da Hidra) enroscada no tronco, identificada com o deus da cura e da vida Ningishzida. O nome significa "guardião da boa árvore", que tanto pode ser a árvore da vida quanto o eixo da ordem do universo. 


Segundo um mito sumério, o pescador Adapa, devoto do deus Enki, quebrou as asas do vento sul e foi convocado pelos deuses a se explicar. Seu deus lhe preveniu, porém, para não comer o que lhe oferecessem. O deus supremo An, impressionado pela sabedoria de Adapa, diz a Ningishzida para lhe oferecer "o pão e a água da vida", mas o mortal se recusa, perde a oportunidade de se tornar um deus e é expulso do paraíso. É uma história análoga à do Gênesis, embora sua moral seja oposta.

Ruby