Belial (Beliar, Belhor, Baalial, Beliall ou Beliel) é, de acordo com a mitologia judaico-cristã e a demonologia, um dos mais veneráveis demônios de Satanás. Ele é também o 68º espírito listado na Ars Goetia. Seu nome aparece no Antigo Testamento aproximadamente 13 vezes, algumas como substantivo próprio indicando status de divindade, outras como adjetivo simples, sinônimo de vil, indigno, mal, blasfemo, impuro ou contrário às leis de Deus.
De fato, antes do Novo Testamento estabelecer firmemente a figura de Satanás como o líder das forças do mal, Belial era o encarregado. No Antigo Testamento, a palavra belial tinha o significado de inutilidade ou maldade, porém veio a ser usada mais tarde como um nome próprio para o Diabo ou Satanás.
De acordo com um dos Manuscritos do Mar Morto ("A Guerra dos Filhos da Luz contra os Filhos das Trevas"), Belial é o governante incontestável das trevas:
"Mas, por corrupção fizeste Belial, um anjo de hostilidade. Todo o seu domínio jaz em trevas, e seu propósito é trazer maldade e culpa."
Belial é reconhecido na Bíblia como uma fonte de grande mal, e até mesmo como o senhor de todos os demônios. Alguns livros apócrifos declaram que Belial foi criado juntamente com Lúcifer, e que ele é um rei do inferno que rege 80 legiões infernais. Outros creditam Belial como sendo o pai de Lúcifer e o anjo que o convenceu a travar uma rebelião no Céu contra Deus, e que, como tal, ele foi o primeiro dos anjos caídos a ser expulso dos céus.
Enganoso e mal de coração, Belial já foi considerado igual a Belzebu, mas nos tempos medievais ele foi relegado a um dos demônios menores do Inferno. Nos textos apócrifos Ascensão de Isaías e Evangelho de Bartolomeu, ele é rotulado como o demônio da ilegalidade:
"E Manassés desviou seu coração para servir Belial, pois o anjo da ilegalidade, que é o príncipe deste mundo, é Belial, cujo nome é Matanbuchus." (Ascenção de Isaías 2:4)
Em Paraíso Perdido de John Milton, Belial é referido como o "filho falso-intitulado de Deus." Quando Belial aparece pela primeira vez, Milton declara:
“Espírito nenhum mais torpe que ele
Dos altos Céus caiu no fundo do Orco,
Nem mais grosseiro para amar o vício
Só por ser vício. Em honra desse monstro
Não se erguem templos, nem altares fumam;
Porém, com refinada hipocrisia,
É quem templos e altares mais freqüenta
Chegando a ser ateus os sacerdotes
Bem como de Eli sucedeu os filhos
Que de Deus os alcáceres encheram
De atroz fereza, de brutal lascívia!
Reina ele pelas cortes, nos palácios
E nas cidades onde os vícios moram,
Onde a devassidão, a infâmia, o ultraje,
Sobem por cima das mais altas torres.
Ali, assim que tolda a noite nas ruas,
Os filhos de Belial nela divagam…”
Em uma passagem do livro Das Buch Belial, publicado em 1473 por Jacobus de Téramo, Belial apresentou-se e dançou diante do rei Salomão. Na Bíblia, Belial é identificado como Satanás, quando Paulo de Tarso pergunta como Cristo e Belial poderiam concordar um com o outro (II Coríntios 6:15).
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Jacobus de Teramo - "O demônio Belial diante do Portão do Inferno", gravura do livro Das Buch Belial |
Goetia
Belial é o 68° Espírito, um poderoso Rei que pode aparecer na forma de um belo anjo numa carruagem de fogo, como um demônio de pequena estatura em trajes vermelhos e atraindo para si toda a luz num vácuo de escuridão, como uma imensa pomba de olhos de fogo ou como dois lindos anjos. Acredita-se que ele proporciona bons familiares e causa o favor de amigos e inimigos, mas oferendas e sacrifícios devem ser feitos em sua honra. De acordo com a Goetia, este é o selo que deve ser utilizado em sua invocação:
fontes:
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