23 de novembro de 2025

Ajaju

۞ ADM Sleipnir

Ajaju é uma criatura lendária do folclore do povo Garo, que habita a região de Achik Asong e Dura Hill, nas Colinas Garo, estado de Meghalaia, na Índia Oriental. Essa criatura carnívora é temida nas antigas histórias garo e, por muito tempo, foi considerada o terror das florestas da região. Hoje em dia, dizem que é quase impossível encontrar um exemplar dessa espécie misteriosa.

Um Ajaju é descrito como uma criatura de aparência híbrida e assustadora. Seu corpo lembra o de um camaleão, embora alguns relatos afirmem que possa ter uma cabeça humana em vez de reptiliana. Suas pernas longas e sem joelhos são uma de suas características mais marcantes — rígidas e lisas como varas de bambu sem nós, o que lhe confere uma aparência bizarra e inumana. A criatura possui ainda doze línguas longas, afiadas e bifurcadas, extremamente flexíveis. São essas línguas que o Ajaju usa para atacar suas presas, lambendo-lhes a carne e o sangue até não restar nada além dos ossos, que o monstro cospe com repulsa.

Apesar de sua aparência desajeitada, o Ajaju é um excelente escalador. Nas árvores, ele se move com agilidade, balançando-se de galho em galho com facilidade. No solo, porém, seu movimento é muito mais lento e difícil. Por causa disso, ele é incapaz de perseguir alguém que fuja ladeira abaixo, mas qualquer um que tente escapar subindo um morro é rapidamente alcançado por suas línguas em forma de foice, sendo capturado e devorado.

Arte de @chimeride

Para atrair suas presas, o Ajaju emite um grito agudo e penetrante, que soa como “wa-o, wa-o, wa-o”. Quando alguém responde, acreditando tratar-se de uma voz humana, a criatura repete o chamado, aproximando-se cada vez mais a cada eco. Por isso, entre os Garo, há um aviso tradicional: quem se aventurar em território de Ajaju deve chamar em voz alta e aguda. Se ouvir resposta, deve permanecer em silêncio e fugir o mais rápido possível, pois o monstro estará por perto.

As partes do corpo de um Ajaju possuem grande valor medicinal e ritualístico, sendo até usadas em práticas de ressurreição. Segundo antigas narrativas garo, quando o patriarca Urengsi Urengmal perdeu sua esposa, Gajing Gare, afogada após um trágico mal-entendido, ele decidiu trazê-la de volta à vida. Com a ajuda de um sábio, Urengsi recolheu os ossos da esposa, mas como alguns estavam faltando, usou ossos de um cervo-ladrador e fragmentos de um ajaju para completar o corpo antes de levá-lo ao xamã Mehgam Dalgipa, que a recriou por meio de antigos rituais.

Arte de @dllecky


fontes:

Um comentário:

  1. Bom dia Adm. Eu estou com um projetinho aí de traduzir o Romance dos Três Reinos para o Português, e vejo que seu blog é o local certo pra postar os capítulos. Eu posso lhe enviar a tradução dos capítulos, só mandar um email pra mim.

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Ruby