1 de dezembro de 2025

Beaivi

۞ ADM Sleipnir

Beaivi (também Beiwe, Bievve, Beivve ou Biejjeé a deusa do sol, da fertilidade, da primavera e da sanidade na mitologia do povo sami. Ela é tradicionalmente representada viajando pelo céu em companhia de sua filha, Beaivi-nieida (também Beiwe-Neia), dentro de um recinto formado por ossos de rena. Sua passagem trazia de volta a vegetação após o rigoroso inverno ártico, permitindo que as renas prosperassem e se reproduzissem.

Os cultos a Beaivi eram realizados principalmente nos solstícios. Seus adoradores sacrificavam renas brancas fêmeas e utilizavam a carne em rituais nos quais era enfiada em varas, moldada em anéis e enfeitada com fitas coloridas. As portas das casas eram untadas com manteiga para fortalecer a deusa em sua jornada. No solstício de verão, preparavam-se “anéis solares” feitos de galhos trançados e consumia-se a chamada “papa do sol”, feita com manteiga, enquanto se entoavam preces para que Beaivi derramasse seus raios misericordiosos sobre as renas e a natureza. Esse conjunto de práticas fazia parte do chamado Festival de Beiwe.

Arte de Jenn Manley Lee

Além de garantir a fertilidade da terra e dos rebanhos, Beaivi era invocada para restaurar a saúde mental daqueles afetados pela ausência de luz durante o longo inverno polar, condição que os sami associavam à sua ausência.

Em sua tradição mitológica, Beaivi está ligada à filha do Sol, Njavvis-ene, que deu origem aos “Filhos do Dia”, uma linhagem heroica de seres que, segundo algumas lendas, sobreviveram como fadas ou se transformaram em estrelas. Njavvis-ene enfrentou rivalidades com Attjis-ene, filha da Lua, em episódios que explicam costumes e práticas culturais sami. Por exemplo, quando as duas mulheres, ambas grávidas, disputavam a criação de um filho, Njavvis-ene teve seu filho levado por Attjis-ene por meio de artifício, o que levou a conflitos míticos e à transformação de renas em animais como sapos, rãs e besouros. Em algumas versões, Attjis-ene se torna esposa do vento norte e mãe de um filho que passou a viver com a Lua. Njavvis-ene, por sua vez, viveu longamente e, após sua morte, foi sepultada sobre um leito de longos pelos de rena, permanecendo seu espírito como um guardião invisível e benevolente dos rebanhos.

Arte de Fredrik Garinder

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