26 de novembro de 2014

Aker

۞ ADM Sleipnir

Arte de chichibio

Aker (também conhecido como Akar) era um antigo deus egípcio da terra e a personificação do horizonte. Ele era também o guardião das fronteiras leste e oeste do submundo, e um dos deuses que protegia o deus-sol Ra durante sua viagem diária através do mesmo. Ao anoitecer, Ra era atacado pela serpente Apep, mas com a ajuda de Aker e dos demais deuses ele sempre prevalecia. Após ser derrotada, Apep era dividida em pedaços pela deusa Ísis e esses pedaços eram guardados por Aker até o próximo anoitecer, quando Apep retomava sua forma original e dava inicio a um novo combate.

Embora fosse uma divindade terrena e, portanto, dos seres vivos, por ser guardião da entrada e da saída do além-túmulo, Aker recebia os apelos dos mortos para que lhes pemitisse a entrada no além e, em função de sua face dupla, lá os protegia dos perigos surgidos pela frente ou pelas costas do falecido.


Representações

Como a personificação do horizonte, Aker foi originalmente descrito como uma estreita faixa de terra, com duas cabeças posicionadas em direções opostas. Estas cabeças eram geralmente de leões (ocasionalmente eram representadas como cabeças humanas), e com o tempo, se tornaram figuras completas de leões, um de costas pro outro. Esses leões representam os conceitos de ontem (Sef em egípcio) e de amanhã (Duau em egípcio). Os leões são muitas vezes cobertos com manchas similares as dos leopardos, uma possível alusão ao já extinto leão da barbária, que, ao contrário das espécies africanas, tinha uma pelagem malhada.

Entre os dois leões, muitas vezes aparece o hieróglifo para o horizonte (akhet), que é o disco solar colocado entre duas montanhas chamadas Manu e BakhuConsequentemente, Aker muitas vezes era chamado de Ruti, que significa "dois leões"


Simbolismo

Estátuas de Aker eram colocadas nas portas de palácios e tumbas para repelir os maus espíritos e entidades maléficas. Foi a essas estátuas com cabeças de seres humanos que os gregos deram o nome de esfinges. Nos telhados dos templos, cabeças de leões se tornaram extremidades de gárgulas, provavelmente porque se acreditava que ali o leão absorveria as maléficas tempestades de Seth, o deus do mal, e as cuspiria pelas laterais do edifício. Mobílias funerárias e às vezes as camas e cadeiras dos vivos também eram adornadas com patas ou cabeças de leões. Embora o motivo para isso possa ter sido apenas decorativo, é possível que houvesse um significado mágico, no sentido de garantir que o indivíduo levantaria renovado depois do sono ou repouso. 

Apesar de todo o simbolismo em torno de sua figura, Aker não possuía templos dedicados a ele. Sua figura acabou sendo ofuscada por Geb, marido de Nut e membro da Enéade de Heliópolis.

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