31 de outubro de 2014

Os Sabbaths

۞ ADM Dama Gótica


Os Sabbaths (lê-se Sabás) são os dias de festividades do ano em que as bruxas comemoram fazendo rituais aos seus deuses e deusas, agradecendo a boa colheita e a prosperidade em suas vidas. Nessas reuniões as bruxas renovam seus poderes, adoram seus deuses e a própria natureza em si.

Ao contrário da imagem que muitas pessoas têm do Sabbath dos Bruxos, eles não constituem uma ocasião em que as Bruxas se reúnem para realizar orgias, lançar encantamentos ou preparar poções misteriosas. A magia raramente é realizada, se é que isso acontece num Sabbath de Bruxos. O Sabbath, infelizmente tem sido confundido também com a "Missa Negra" Satânica ou "Sabbath Negro", sendo esse outro conceito errado que muitas pessoas têm e que é decorrente de séculos de propaganda antipagã da Igreja, do medo, da ignorância e da imaginação excessiva dos escritores desde a Idade Média.

Uma Missa Negra não é um Sabbath de Bruxos, mas uma prática satânica que parodia o principal ritual do Catolicismo e que inclui supostamente o sacrifício de bebês não batizados, orgias sexuais pervertidas e a recitação de trás para frente do "Pai Nosso". Nada disso acontece nos Sabbaths dos Bruxos. Não há sacrifícios (humano ou animal), não há o que chamam de magia negra, não há rituais anticatólicos. Os Sabbaths são apenas datas em que os pagãos celebram a vida e tudo que nela existe, celebram a Natureza, dançam, cantam, deleitam-se com alimentos pagãos e honram as deidades da Religião Antiga (principalmente a Deusa da Fertilidade e Seu Consorte, o Deus). Em certas tradições wiccanas, a Deusa é adorada nos Sabbaths de Primavera e do Verão, enquanto o Deus é homenageado nos Sabbaths do Outono e do Inverno.

A celebração de cada Sabbath é uma experiência espiritual intensa e sublime que permite aos wiccanos permanecerem em equilíbrio harmonioso com as forças da Mãe Natureza.

A Roda do Ano


A cada ano são celebrados pelos Bruxos 8 Sabbaths que se originam nos antigos rituais que celebravam a passagem do ano de acordo com as estações do ano, épocas de colheita e lactação de animais. Os Sabbaths, também conhecidos como a "A Roda do Ano", têm sido celebrados sob formas diferentes por quase todas as culturas no mundo. São conhecidos sob vários nomes e aparecem com freqüência na mitologia.

Os quatro Sabbaths principais correspondem ao antigo ano gaélico e são eles: Imbolc (Candlemas), Beltane, Lammas (Lughnassad) e SamhainOs quatro menores são: Ostara (Equinócio de Primavera), Litha (Solstício de Verão), Mabon (Equinócio do Outono) e Yule (Solstício de Inverno).

Data dos Sabbaths em cada Hemisfério



Samhain
(1 de Maio no hemisfério sul - 31 de outubro no hemisfério norte)
O Samhain (significa Final do Verão), também chamado de Halloween, Véspera de Todos os Santos, Festival dos Mortos e Terceiro Festival da Colheita, é o mais importante dos oito Sabbaths dos Bruxos. Como Halloween, é um dos mais conhecidos de todos os Sabbaths fora da comunidade wiccana e o mais mal-interpretado e temido.

Samhain celebra o final do Verão, e é também o antigo Ano Novo celta / druida, o início da estação da cidra, um rito solene e o festival dos mortos. É o momento em que os espíritos dos seres amados e dos amigos já falecidos devem ser honrados. Houve uma época na história em que muitos acreditavam que era a noite em que os mortos retornavam para passear entre os vivos. A noite de Samhain é o momento ideal para fazer contato e receber mensagens do mundo dos espíritos.

A versão cristã do Samhain é o Dia de Todos os Santos (1º de novembro), que foi introduzido pelo Papa Bonifácio IV, no século VII, para substituir o festival pagão. O Dia dos Mortos (que cai a 2 de novembro) é outra adaptação cristã ao antigo Festival dos Mortos. É observado pela Igreja Católica Romana como um dia sagrado de preces pelas almas do purgatório.

Em várias regiões da Inglaterra acredita-se que os fantasmas de todas as pessoas que morreram naquele ano podem ser vistos andando entre as sepulturas à meia-noite de Samhain. Acreditava-se que alguns fantasmas tinham natureza má e, para proteção, faziam lanternas de abóboras com faces horrendas e iluminadas, que eram carregadas como lanternas para afastar os espíritos malévolos. Na Escócia, as tradicionais lanternas Halloween eram esculpidas em nabos.

Um antigo costume de Samhain na Bélgica era o preparo de "Bolos para os Mortos" especiais (bolos ou bolinhos brancos e pequenos). Comia-se um bolo para cada espírito de acordo com a crença de que quanto mais bolos alguém comesse, mais os mortos o abençoariam.

Outro antigo costume de Samhain era acender um fogo no forno de casa, que deveria queimar continuamente até o primeiro dia da Primavera seguinte. Eram também acesas, ao pôr-do-sol, grandes fogueiras no cume dos morros em honra aos antigos deuses e deusas, e para guiar as almas dos mortos aos seus parentes.

Era no Samhain que os celtas marcavam o seu gado e acasalavam as ovelhas para a Primavera seguinte. O excesso da criação era sacrificado às deidades da fertilidade, e queimavam-se efígies de vime de pessoas e cavalos, como oferendas sacrificiais. Diz-se que acender uma vela de cor laranja à meia-noite no Samhain e deixá-la queimar até o nascer do sol traz boa sorte; entretanto, de acordo com uma lenda antiga, a má sorte cairá sobre todo aquele que fizer pão nesse dia ou viajar após o pôr-do-sol.

As artes divinatórias, como a observação de bola de cristal e o jogo de runas, na noite mágica de Samhain, são tradições wiccanas, assim como ficar diante de um espelho e fazer um pedido secreto.

Os alimentos pagãos tradicionais do Sabbath Samhain são maçãs, tortas de abóbora, avelãs, Bolos para os Mortos, milho, sonhos e bolos de amoras silvestres, cerveja, sidra e chás de ervas.


Yule
(21 a 23 de Junho (Solstício) no hemisfério sul - 21 a 23 de Dezembro (Solstício) hemisfério norte)

Yule também conhecido como Natal, Ritual de Inverno, e Alban Arthan, o Sabbath do Solstício do Inverno é a noite mais longa do ano, marcando a época em que os dias começam a crescer, e as horas de escuridão a diminuir. É o festival do renascimento do sol e o tempo de glorificar o Deus. (O aspecto do Deus invocado nesse Sabbath por certas tradições wiccanas é Frey, o deus escandinavo da fertilidade, deidade associada à paz e à prosperidade.) São também celebrados o amor, a união da família e as realizações do ano que passou.

Nesse Sabbath os Bruxos dão adeus à Grande Mãe e bendizem o Deus renascido que governa a "metade escura do ano". Nos tempos antigos, o Solstício do Inverno correspondia à Saturnália romana (17 a 24 de dezembro), a ritos de fertilidade pagãos e a vários ritos de adoração ao sol.

Os costumes modernos que estão associados ao dia cristão do Natal, como a decoração da árvore, o ato de pendurar o visco e o azevinho, queimar a acha de Natal, são belos costumes pagãos que datam da era pré-cristã. (O Natal, que acontece alguns dias após o Solstício de Inverno e que celebra o nascimento espiritual de Jesus Cristo, é realmente a versão cristianizada da antiga festa pagã da época do Natal.)

A queima da acha de Natal (fogueiras) originou-se do antigo costume da fogueira de Natal que era acesa para dar vida e poder ao sol, que, pensava-se, renascia no Solstício do Inverno. Tempos mais tarde, o costume da fogueira ao ar livre foi substituído pela queima dentro de casa de uma acha e por longas velas vermelhas gravadas com esculturas de motivos solares e outros símbolos mágicos. Como o carvalho era considerado a árvore Cósmica da Vida pelos antigos druidas, a acha de Natal é tradicionalmente de carvalho. Algumas tradições wiccanas usam a acha de pinheiro para simbolizar os deuses agonizantes Attis, Dionísio ou Woden. Antigamente as cinzas da acha de Natal eram misturadas à ração das vacas, para auxiliar numa reprodução simbólica, e eram espargidas sobre os campos para assegurar uma nova vida e uma Primavera fértil.

Pendurar visco sobre a porta é uma das tradições favoritas do Natal, repleta de simbolismo pagão, e outro exemplo de como o Cristianismo moderno adaptou vários dos costumes antigos da Religião Antiga dos pagãos. O visco era considerado extremamente mágico pelos druidas, que o chamavam de "árvore Dourada". Eles acreditavam que ela possuía grandes poderes curadores e concedia aos mortais o acesso ao Submundo. Houve um tempo em que se pensava que a planta que é um arbusto parasita com folhas coriáceas sempre verdes e frutos brancos revestidos de cera, era a genitália do grande deus Zeus, cuja árvore sagrada é o carvalho. O significado fálico do visco originou-se da ideia de que seus frutos brancos eram gotas do sêmen divino do Deus em contraste com os frutos vermelhos do azevinho, iguais ao sangue menstrual sagrado da Deusa. A essência doadora de vida que o visco sugere fornece uma substância divina simbólica e um sentido de imortalidade para aqueles que o seguram na época do Natal. Nos tempos antigos, as orgias de êxtase sexual acompanhavam frequentemente os ritos do deus-carvalho; hoje, contudo, o costume de beijar sob o visco é tudo o que restou desse rito.

A tradição relativamente moderna de decorar árvores de Natal é costume que se desenvolveu dos bosques de pinheiro associados à Grande Deusa Mãe. As luzes e os enfeites pendurados na árvore como decoração são, na verdade, símbolos do sol, da lua e das estrelas, como aparecem na árvore Cósmica da Vida. Representam também as almas que já partiram e que são lembradas no final do ano. Os presentes sagrados (que evoluíram para os atuais presentes de Natal) eram também pendurados na árvore como oferendas a várias deidades, como Attis e Dionísio.

Outro exemplo das raízes pagãs das festas de Natal está na moderna personificação do espírito do Natal, conhecido como Santa Claus (o Papai Noel) que foi, em determinada época, o deus pagão do Natal. Para os escandinavos, ele já foi conhecido como o "Cristo na Roda", um antigo título nórdico para o Deus Sol, que renascia na época do Solstício de Inverno.

Colocar bolos nos galhos das macieiras mais velhas do pomar e derramar sidra como uma libação consistiam num antigo costume pagão da época do Natal praticado na Inglaterra e conhecido como "beber à saúde das árvores do pomar". Diz-se que a cidra era um substituto do sangue humano ou animal oferecido nos tempos primitivos como parte de um rito de fertilidade do Solstício do Inverno. Após oferecer um brinde à mais saudável das macieiras e agradecer a ela por produzir frutos, os fazendeiros ordenavam às árvores que continuassem a produzir abundantemente.

Os alimentos pagãos tradicionais do Sabbath do Solstício do Inverno são: o peru assado, nozes, bolos de fruta, bolos redondos de alcaravia, gemada e vinho quente com especiarias.

Imbolc
(30 de Julho no hemisfério sul - 1 de Fevereiro no hemisfério norte)
Também conhecido como Imbolc, Oimelc e Dia da Senhora, Candlemas é o Festival do Fogo que celebra a chegada da Primavera. O aspecto invocado da Deusa nesse Sabbath é o de Brígida, a deusa celta do fogo, da sabedoria, da poesia e das fontes sagradas. Ela também é deidade associada à profecia, à divinação e à cura.

Esse Sabbath representa também os novos começos e o crescimento individual, sendo o "afastamento do antigo" simbolizado pela varredura do círculo com uma vassoura, ou vassoura da bruxa, tradicionalmente realizado pela Alta Sacerdotisa do Coven, que usa uma brilhante coroa de 13 velas no topo de sua cabeça.

Na Europa, o Sabbath Candlemas era celebrado nos tempos antigos com uma procissão à luz de archotes para purificar e fertilizar os campos antes da estação do plantio das sementes e para glorificar as várias deidades e os espíritos associados a esse aspecto, agradecendo-lhes.

A versão cristianizada da procissão de Candlemas honra a Virgem Maria e, no México, ela corresponde ao Ano Novo Asteca.

Ostara
(21 a 23 de Setembro (Equinócio) no hemisfério sul - 21 a 23 de Março (Equinócio) no hemisfério norte)

O Sabbath do Equinócio da Primavera, também conhecido como Sabbath do Equinócio Vernal, Festival das árvores, Alban Eilir, Ostara e Rito de Eostre, é o rito de fertilidade que celebra o nascimento da Primavera e o redespertar da vida na Terra. Nesse dia sagrado, os Bruxos acendem fogueiras novas ao nascer do sol, se rejubilam, tocam sinos e decoram ovos cozidos - um antigo costume pagão associado à Deusa da Fertilidade.

Os ovos, que obviamente são símbolos da fertilidade e da reprodução, eram usados nos antigos ritos da fertilidade. Pintados com vários símbolos mágicos, eram lançados ao fogo ou enterrados como oferendas à Deusa. Em certas partes do mundo pintavam-se os ovos do Equinócio da Primavera de amarelo ou dourado (cores solares sagradas), utilizando-os em rituais para honrar o Deus Sol.

Os aspectos da Deusa invocados nesse Sabbath são Eostre (a deusa saxônica da fertilidade) e Ostara (a deusa alemã da fertilidade). Em algumas tradições wiccanas, as deidades da fertilidade adoradas nesse dia são a Deusa das Plantas e o Senhor das Matas.

Como a maioria dos antigos festivais pagãos, o Equinócio da Primavera foi cristianizado pela Igreja na Páscoa, que celebra a ressurreição de Jesus Cristo. A Páscoa (em inglês "Easter", nome derivado da deidade saxônica da fertilidade, Eostre) só recebeu oficialmente esse nome da Deusa após o fim da Idade Média.

Até hoje, o Domingo de Páscoa é determinado pelo antigo sistema do calendário lunar, que estabelece o dia santo no primeiro domingo após a primeira lua cheia, no ou após o Equinócio da Primavera. (Formalmente isso marca a fase da "gravidez" da Deusa Tríplice, atravessando a estação fértil.) A Páscoa, como quase todas as festividades religiosas cristãs, é enriquecida com inúmeras características, costumes e tradições pagãos, como os ovos de Páscoa e o coelho. Os ovos, como mencionado, eram símbolos antigos de fertilidade oferecidos à deusa dos Pagãos. A lebre era um símbolo de renascimento e ressurreição, sendo animal sagrado para várias deusas lunares, tanto na cultura oriental como na ocidental, incluindo a deusa Ostara, cujo animal era o coelho.

Os alimentos pagãos tradicionais do Sabbath do Equinócio da Primavera são: os ovos cozidos, os bolos de mel, as primeiras frutas da estação em ponche de leite. Na Suécia, os "waffles" eram o prato tradicional da época.


Beltane
(31 de Outubro no hemisfério sul - 1 de Maio no hemisfério norte)

Também conhecido como Dia 1o de Maio, Dia da Cruz, Rudemas e Walpurgisnacht, o Sabbath Beltane é derivado do antigo Festival Celta do Fogo, que celebrava a união da Deusa ao seu consorte, o Deus, sendo também um festival de fertilidade. Na Religião Antiga, a palavra "fertilidade" significa o desejo de produzir mais nas fazendas e nos campos e não a atividade erótica por si só.

Beltane celebra também o retorno do sol (ou Deus Sol), e é um dos poucos festivais pagãos que sobreviveu da época pré-cristã até hoje e, em sua maior parte, na forma original. É baseado na Floralia, um antigo festival romano dedicado a Flora, a deusa sagrada das flores. Em tempos mais antigos, esse festival era dedicado a Plutão, o senhor romano do Submundo, correspondente do deus Hades da mitologia grega. O primeiro dia de maio era também aquele em que os antigos romanos queimavam olíbano e selo-de-salomão e penduravam guirlandas de flores diante de seus altares em honra aos espíritos guardiães que olhavam e protegiam suas famílias e suas casas.

No dia de Beltane o sol está astrologicamente no signo de Touro, que marca a "morte" do Inverno, o "nascimento" da Primavera e o começo da estação do plantio. Beltane inicia-se, acendendo-se, segundo a tradição, as fogueiras de Beltane ao nascer da lua na véspera de 1º de Maio para iluminar o caminho para o Verão. Realiza-se o ritual do Sabbath em honra à Deusa e ao Deus, seguido da celebração da Natureza, que consiste de banquetes, antigos jogos pagãos, leitura de poesias e canto de canções sagradas. São realizadas várias oferendas aos espíritos elementais, e os membros do Coven dançam de maneira muito alegre, no sentido destrógiro, em torno do Mastro (símbolo fálico da fertilidade). Eles também entrelaçam várias fitas coloridas e brilhantes para simbolizar a união do masculino com o feminino e para celebrar o grande poder fertilizador do Deus. A alegria e o divertimento costumam estender-se até as primeiras horas da manhã, e, ao amanhecer do dia 1o, o orvalho da manhã é coletado das flores e da grama para ser usado em poções místicas de boa sorte.

Os alimentos pagãos tradicionais do Sabbath Beltane são: frutas vermelhas (como cerejas e morangos), saladas de ervas, ponche de vinho rosado ou tinto e bolos redondos de aveia ou cevada, conhecidos como bolos de Beltane. Na época dos antigos Celtas, os bolos de Beltane eram divididos em porções iguais, retirados em lotes e consumidos como parte do rito do Sabbath. Antes da cerimômia, uma porção do bolo era escurecida com carvão, e o infeliz que a retirava era chamado de "bruxo de Beltane", e tornava-se a vítima sacrificial a ser atirada na fogueira ardente.

Nas Terras Altas da Escócia, os bolos de Beltane são usados para adivinhação, sendo atirados pedaços deles na fogueira como oferenda aos espíritos e deidades protetores.


Litha
(21 a 23 de Dezembro (Solstício) no hemisfério sul - 21 a 23 de Junho (Solstício) no hemisfério norte)

O Solstício do Verão (ou Meio do Verão, Alban Hefin ou Litha), também conhecido como Dia de São João, na Europa, marca do dia mais longo do ano, quando o Sol está no seu zênite. Para os Bruxos e os Pagãos, esse dia sagrado simboliza o poder do sol, que marca um importante ponto decisivo da Grande Roda Solar do Ano, pois, após o Solstício do Verão, os dias se tornam visivelmente mais curtos.

Em certas tradições wiccanas, o Solstício do Verão simboliza o término do reinado do ano crescente do Deus Carvalho, que é, então, substituído pelo seu sucessor, o Deus Azevinho do ano decrescente. (O Deus Azevinho reinará até o Sabbath do Inverno do Natal, o dia mais curto do ano.)

O Solstício do Verão é uma época tradicional, em que os Bruxos colhem as ervas mágicas para encantamentos e poções, pois acredita-se que o poder inato das ervas é mais forte nesse dia. é o momento ideal para as divinações, os rituais de cura e o corte de varinhas divinas e dos bastões. Todas as formas de magia (especialmente as do amor) são também extremamente potentes na véspera do Solstício do Verão, e acredita-se que aquilo que for sonhado nessa noite se tornará verdade para quem sonhar.

Os alimentos pagãos tradicionais do Sabbath do Solstício do Verão são: vegetais frescos, frutas do verão, pão de centeio integral, cerveja e hidromel.


Lammas
(2 de Fevereiro no hemisfério sul - 1 de Agosto no hemisfério norte)
Conhecido como Lughnasadh, Véspera de Agosto e Primeiro Festival da Colheita, o Sabbath Lammas é o Festival da Colheita. Nesse Sabbath (que marca o início da estação da colheita e é dedicado ao pão), os Bruxos agradecem aos deuses pela colheita com várias oferendas às deidades para assegurar a continuação da fertilidade da terra, e honram o aspecto da fertilidade da união sagrada da Deusa e do Deus.

Lammas era originalmente celebrado pelos antigos sacerdotes Celtas como o festival de Lughnasadh. Nesse dia sagrado, eles realizavam rituais de proteção e homenageavam Lugh, o deus celta do sol. Em outras culturas pré-cristãs, Lammas era celebrado como o festival dos grãos e o dia para cultuar a morte do Rei Sagrado.

A confecção de bonecas de milho (pequenas figuras feitas com palha trançada) é um antigo costume pagão realizado por muitos Bruxos modernos como parte do rito do Sabbath Lammas. As bonecas (ou bebês da colheita, como são chamadas algumas vezes) são colocadas no altar do Sabbath para simbolizar a Deusa Mãe da colheita. é costume, em cada Lammas, fazer (ou comprar) uma nova boneca de milho e queimar a anterior (do ano passado) para dar boa sorte.

Os alimentos pagãos tradicionais do Sabbath Lammas são: pães caseiros (trigo, aveia e, especialmente, milho), bolos de cevada, nozes, cerejas silvestres, maçãs, arroz, cordeiro assado, tortas de cereja, vinho de sabugueiro, cerveja e chá de olmo.


Mabon
(21 a 23 de Março (Equinócio) no hemisfério sul - 1 a 23 de Setembro (Equinócio) no hemisfério norte)

O Sabbath do Equinócio do Outono (também conhecido como Sabbath de Outono, Mabon e Alban Elfed), é o Segundo Festival da Colheita e a época de celebrar o término da colheita dos grãos que começou em Lammas. Também é a época de agradecer, meditar e fazer uma introspecção.

Nesse dia sagrado, os Bruxos dedicam-se novamente à Arte, sendo realizadas cerimônias de iniciação pela Alta Sacerdotisa e pelos Sacerdotes dos Covens. Muitas tradições wiccanas realizam um rito especial para a descida da deusa Perséfone ao Submundo, como parte da celebração do Equinócio do Outono, de acordo com o mito antigo de Hades e Perséfone.

Os alimentos pagãos tradicionais do Sabbath do Equinócio do Outono são: os produtos do milho e do trigo, pães, nozes, vegetais, maçãs, raízes (cenouras, cebolas, batatas, etc.), cidra e romãs (para abençoar a jornada de Perséfone ao tenebroso reino do Submundo).

Sabbath Negro (Missa Negra) 

Arte de David Haire

Sabbath Negro é uma celebração herege, na qual há um encontro pagão e carnal de bruxos negros, onde dizem as lendas haver até mesmo a participação de demônios em atos de perversão extrema. Seria esse um velho rito pagão dos bruxos anticristão, no qual Satanás é reverenciado e adorado com ritos e cerimônias cristãs pervertidas.

Alguns acreditam que a existência desse ritual macabro é indiscutível durante toda a idade média. Supostamente era celebrado nesse ritual a presença da personificação física de um grande Bode Negro, que trazia o nome de Belzebu ou Leonardo.

O Sabbath Negro teve seu destaque como ritual de paganismo a partir de 1510, quando foi denunciado explicitamente como um crime contra a Igreja. No princípio, era somente uma reunião de pagãos da época, cujas teses e ideologias conflitavam com as da Igreja. Representava uma revolta dos servos, camponeses contra o Deus dos Padres.

O ritual era celebrado, raramente durante o dia e geralmente, em campos perto de algum bosque ou de um lago. E assim como o Sabbath de Bruxos era celebrado nas mudanças de estações.

O mestre dos Bruxos Negros regia a cerimônia macabra. Antes do festim orgíaco, realizava-se uma complexa série de ritos de magia negra, que se completavam com a renúncia pública ao batismo cristão e com o juramento de obediência a Satanás, pisando a cruz de Cristo, como ato simbólico de repulsa. Quando se espalhou a crença no culto demoníaco, toda e qualquer tragédia que assolasse alguma  aldeia, era imediatamente atribuída a essas pessoas, no geral antipáticas e anti-sociais.

Para participarem dos Sabbaths, esses indivíduos lambuzavam-se ou ingeriam uma mistura composta de beladona, meimendro, estramônio, mandrágora, nepenta, acóbito, cicuta, ópio e cantáridas. O que lhes favorecia as proezas eróticas. A planta mais usada nos Sabbaths era a mandrágora. Esta planta possui uma substância venenosa, a escopolamina, que ministrada em doses muito pequenas produz um efeito paralisante do sistema nervoso central e gera alucinações. Tudo isso criava o clima mágico e erótico para o Sabbath Negro.

O "Sabbath Negro" é constituindo e comemorado por 5 grandes passos que são:
  • A Procissão de Caim
  • A ceia dos 21
  • A Missa Negra
  • O Festim da possessão
  • O convênio dos 200 anjos

Hoje, já não se pratica esse ritual, mas uma parte de seu cerimonial permanece presente em certos círculos satanistas. A Missa Negra é um exemplo disso. A Missa Negra é uma versão deturpada da Missa Católica, com o propósito de desprezar a imagem de Deus. Na Missa Negra, o missal católico é lido de trás para frente em latim, ou com maior frequência, com certas partes excluídas, e com substituição de palavras, tais como “Satanás” em lugar de “Deus” e “mal” em lugar de “bem”. 

O altar tanto pode ser uma mulher nua ou até mesmo um caixão, e todos os acessórios religiosos incluindo a câmara do ritual, são de cor negra. Os sacerdotes usam mantos negros com capuz. E também é feita uma substituição do vinho consagrado por esperma, sangue menstrual ou urina humana. A hóstia é geralmente um sacramento sagrado que foi roubado de alguma igreja, mas muitas vezes é feita com alguma substância estranha, tal como fezes secas, sangue, cinzas de animais, e pode ser tanto ingerida como esfregada no rosto dos presentes.


O valor desses materiais sacramentais está em serem produtos corporais, que são opostos aos espíritos e como tal, são agradáveis a Satanás, que é uma divindade carnal. A mulher reina na Missa Negra porque ela é quem possui o poder de receber a vontade demoníaca. O centro do rito é efetivamente constituído por uma mulher nua estendida sobre o altar, desempenhando o seu corpo essa função. A posição por vezes mencionada seria, com as pernas afastadas de forma a deixar bem visível suas partes intimas.

Os satanistas realmente creem que através da Missa Negra pode-se agir sobre o cotidiano dos homens, enviando as forças do mal e da destruição para causarem ruína e desgraça sobre qualquer pessoa. Mas muito dessa crendice macabra vem perdendo credito nos tempos atuais.


fontes:

30 de outubro de 2014

Abaia

۞ ADM Sleipnir


Abaia é uma enguia mágica gigante, originária da mitologia da Melanésia. Segundo a mitologia, ela habita o fundo dos lagos de água doce das ilhas Fiji, Salomão e Vanuatu. Segundo a lenda, a Abaia considera todas as criaturas no lago como seus filhos, e as protege furiosamente contra qualquer um que tente prejudicá-las ou perturbá-las. A lenda também conta que aqueles que forem tolos o suficiente para tentar capturar qualquer criatura que viva no lago onde o Abaia habita são imediatamente varridos por uma grande onda causada pelo balanço de sua poderosa cauda. A Abaia também pode usar seus poderes mágicos para provocar uma grande tempestade de chuva, inundando a terra e afogando aqueles que ousam perturbar a ela e aos seus "filhos". 
Uma história famosa na região da Melanésia relata o seguinte:

Certo dia, um homem encontrou um lago onde haviam muitos peixes. Após uma farta pescaria, o homem retornou a sua aldeia e lá contou para os seu povo sobre o lago e sobre como era abundante a oferta de peixes. No dia seguinte, o homem retornou ao lago, desta vez acompanhado do povo de sua aldeia. Todos eles estavam indo muito bem em sua pescaria, até que uma mulher capturou uma enguia enorme, que com sua força conseguiu escapar do anzol. Essa enguia era a mágica Abaia, e furiosa com as ações daquelas pessoas, fez uma forte chuva cair durante a noite, fazendo com que as águas do lago subissem e assim afogasse a todos que participaram daquela pesca. Somente uma mulher idosa que não tinha pescado nenhum peixe conseguiu se salvar, agarrando-se a uma árvore. 

Acredita-se que a figura da Abaia tenha se originado a partir de avistamentos reais de espécies ainda não descobertas de enguias gigantes, e que supostamente habitam a parte inferior destes lagos remotos.



29 de outubro de 2014

Besta de Gevaudan

۞ ADM Sleipnir



Entre os anos de 1764 a 1767, uma estranha criatura aterrorizou a província de Gevaudan, localizada na zona moderna de Lozère, centro-sul da França. A criatura era semelhante a um lobo, e devorava ​​os cidadãos locais. Durante esse período, houveram 210 ataques, resultando em 113 mortes. Quase todas as vítimas foram parcialmente devoradas. A misteriosa criatura recebeu o nome de Besta de Gevaudan (em francês Bête du Gévaudan).

Relatos e Descrições Sobre a Criatura
A Besta de Gevaudan foi descrita por testemunhas como sendo um animal semelhante à um lobo, de cor avermelhada e tão grande como uma vaca. Ela possuía uma cauda grande, orelhas pequenas e retas, peito e ombros muito largos e um odor insuportável. Também possuía enormes garras em forma de mão humana, e grandes dentes caninos salientes de suas mandíbulas. Ela movia-se rapidamente saltando sobre quatro patas, atingindo 30 metros de distância por salto. Relatos de testemunhas oculares afirmam que a besta às vezes andava sobre duas patas, uma característica que levou muitas pessoas a acreditarem que a criatura era realmente um lobisomem. Em um exemplo, o animal foi visto atravessando um rio com suas patas traseiras. Em outro exemplo, um pastor observou que a besta ficou de pé sobre duas patas e pegou uma ovelha com seus braços.

Os Primeiros Ataques

O primeiro ataque ocorreu em 01 de junho de 1764, quando Jeanne Boulet cuidava de seu gado próximo a uma floresta. A besta saiu do meio dos arbustos e pulou sobre Jeanne, mas os touros dela espantaram a criatura para longe com os seus chifres. A criatura se recuperou e voltou para outro ataque, mas novamente, os touros da mulher repeliram o ataque. Se não o tivessem feito, certamente ela teria sido a primeira vítima da besta infame. Vinte e nove dias depois, um novo ataque ocorreu, mas desta vez ela estava sozinha, sem outras pessoas ou animais por perto para protegê-la, e Jeanne Boulet foi ferida mortalmente .


Mais ataques continuaram a ocorrer ao longo do ano. Dezenas de pessoas da cidade foram atacadas. Crianças desapareciam, e corpos parcialmente comidos e partes dos corpos podiam ser encontrados espalhados pelos campos. Os homens da cidade tentaram em vão caçar a criatura. A crueldade dos ataques atraiu grande interesse do rei, que enviou vários caçadores profissionais para a área. Apesar de centenas de lobos terem sido eliminados dos campos pelos caçadores, os assassinatos continuaram .

O Rei Resolve Agir

Furioso, Luís XV encarregou seu arcabuzeiro pessoal, Antoine de Beauterne, com a missão de capturar o problemático animal. Uma recompensa de seis mil libras foi estabelecida, e vários caçadores de lobos profissionais foram enviados para a província para caçar a besta.

Beauterne inicialmente examinou a região, traçou alguns mapas das rotas do animal e inspecionou a área circundante. Finalmente, em 21 de setembro , ele organizou um grupo de caça composto por quarenta caçadores locais e uma dúzia de cães.

Guiado por sua intuição, Beauterne ordenou que seus homens cercassem um barranco na floresta perto da aldeia de Pommier. Assim que os cães foram soltos, eles começaram a latir furiosamente. Cercado e assustado, o animal tentou encontrar uma rota de fuga. Beauterne disparou, atingindo o animal no ombro direito. Os demais caçadores também abriram fogo contra o animal, conseguindo acertar um tiro que atravessou o seu olho direito e o seu crânio. O animal caiu e os homens soaram suas trombetas em triunfo.

Repentinamente, para a surpresa e o espanto de todos, o animal levantou-se e partiu para cima de Beauterne. Os homens dispararam contra o animal novamente e mesmo ferido, ele virou-se e tentou fugir na direção oposta, mas finalmente caiu morto.

A Besta Realmente Morreu?

Após um exame cuidadoso, o animal revelou-se um enorme lobo medindo um pouco mais de 6 metros , pesando 64kg, com uma enorme cabeça e presas de cerca de 1 ½ polegadas de comprimento. Um relatório foi enviado ao rei dizendo: "Nós declaramos pelo presente relatório, assinado por nossas próprias mãos, que nós nunca vimos um lobo tão grande que pudesse ser comparado a este. É por isso que acreditamos ser esta a besta temível que causou tanto dano " .


Houve grande alegria nas aldeias da região. "A Besta está morta! A Besta está morta! ", gritava a população. As recompensas foram pagas e os moradores da cidade suspiravam de alívio. Mas para a consternação de todos, em 2 de dezembro do mesmo ano, os ataques em série recomeçaram, com dezenas de outros cidadãos mortos ou feridos. A caça à criatura foi retomada.

Não demorou muito para que o animal deixasse de atacar somente mulheres e crianças para atacar também os homens e, em alguns casos, até mesmo grupos de homens. A população da cidade estava confusa, por não saber com que tipo de criatura eles estavam lidando. Na edição de 06 de junho de 1765 do periódico Inglês St. James Chronicles, assinalou: "parece que ela não é nem um lobo, tigre ou hiena, mas, provavelmente, um vira-lata , gerado entre os dois últimos e formando , por assim dizer , uma nova espécie". Durante o verão de 1765, o massacre de crianças foi particularmente horrível. A esta altura, as histórias da besta invencível tinham alcançado todos os cantos da Europa.

A Besta é Finalmente Morta

Em 19 de junho de 1767, após três anos do início dos ataques, um caçador local chamado Jean Chastel estava caçando junto a um grupo quando eles sentaram-se um pouco para ler a Bíblia e orar. Enquanto faziam sua oração, a criatura entrou no campo de vista dos mesmos e permaneceu parada olhando fixamente para Chastel. Chastel terminou sua oração e se levantou para abater a besta. Acreditando que o animal era um lobisomem, Chastel carregou sua arma com uma bala de prata feita sob encomenda, e atirou contra ele, matando-o com um único tiro. Por causa do estranho comportamento do animal, surgiram boatos de que ele conhecia Chastel, e o mesmo o teria treinado para atacar.

O fato é que o animal se encaixava na descrição fornecida pelas testemunhas, e então seu cadáver foi examinado. Ao ter seu estômago aberto, foram encontrados os restos mortais de uma pessoa. O corpo da Besta foi enviado para o Rei, que orgulhosamente exibiu o animal em praça pública. Era o fim da Besta de Gevaudan.

"Bestia z Gevaudan", de gabahadatta

28 de outubro de 2014

Lei Gong

۞ ADM Sleipnir


Lei Gong (ou Lei Kung, chinês: 雷公, “Senhor do Trovão"), ou ainda Lei Shen (chinês: 雷神, literalmente "Deus do Trovão") é o deus do trovão e também uma espécie de punidor divino da mitologia chinesa. Ele é descrito como uma divindade temível de pele azulada e detentor de um par de asas, garras afiadas e um bico de pássaro. Ele veste somente uma tanga e em suas mãos ele empunha um tambor e um martelo, os quais utiliza para produzir os trovões, e também uma estaca, que utiliza para enviar raios para punir aqueles cujos crimes escaparam da justiça terrena. O som do trovão anuncia aos mortais que ele percorre os céus à procura de criminosos, e seus raios encontram qualquer um que tentar escapar de seu julgamento. 

Origem

Lei Gong era no início um mortal chamado Lei Zhen Zi ("filho do trovão"). Ele recebeu este nome porque nasceu de um ovo após o mesmo ser atingido por um trovão. Ele foi adotado mais tarde por Wen Wang. Um dia, Wen Wang foi capturado por seus inimigos. Enquanto procurava um meio de poder salvar seu pai adotivo, Lei Zhen Zi chegou ao topo de uma colina e lá encontrou um pessegueiro mágico, que diziam ter se originado do céu. Assim que mordeu um dos seus frutos, ele se transformou em um monstro temível, com enormes asas saindo de seus ombros e sua pele mudou de cor. Juntamente com essa transformação, Lei Zhen Zi também obteve um enorme poder mágico, e com esse poder, ele foi capaz de salvar seu pai adotivo. 

Ministério do Trovão e Tempestade 


Lei Gong é o líder do "Ministério do Trovão e Tempestades", constituído por muitos membros, cada um responsável por um tipo de fenômeno celeste. Os membros mais importantes são os companheiros de Lei Gong. Dian Mu (母,"Mãe do Relâmpago", também conhecida como Tian Mu ou Lei Zi), é a consorte de Lei Gong e a deusa dos relâmpagos. Ela carrega um par de espelhos para iluminar as flechas dos relâmpagos. Outros companheiros são Yun Tong ("Jovem Nuvem"), que chicoteia as nuvens, fazendo com que se movam, e Yu Zi ("Mestre da Chuva"), que provoca chuvas ao mergulhar sua espada em uma panela. Feng Bo ("Contagem de vento") é o deus responsável por invocar os ventos, que guarda em uma bolsa mágica. 

Culto

Templos dedicados a ele são raros, mas ainda existem. Os principais adoradores de Lei Gong são magos taoístas. Algumas pessoas adoram Lei Gong  na esperança de que isso as ajude a se livrar de seus inimigos. Lei Gong é conhecido por ser uma divindade extremamente pudica, e ele nunca adentra um local onde estejam ocorrendo relações sexuais. Supõe-se que possuir imagens ou qualquer outro tipo de representação de atos sexuais em uma casa produza o mesmo efeito.


27 de outubro de 2014

Baobhan Sith

۞ ADM Sleipnir


Baobhan Sith (Baobhan Sidhe, Bavanshee, Baavan Shee ou "Mulher Branca das Terras Altas da Escócia") é uma espécie de vampira da mitologia escocesa, semelhante à Banshee ou a Leanan SidheEncontradas principalmente nas regiões das montanhas, elas são descritas como belas e sedutoras mulheres trajando vestidos verdes. Muitas vezes, elas são descritas como tendo as patas de um cervo, as quais elas mantém bem escondidas sob suas roupas. Como a maioria dos vampiros, Baobhan Siths são metamorfas e podem se transformar no que quiserem, porém não toleram a luz do dia.

Elas possuem unhas muito longas e as usam para cortar suas vítimas e beber o seu sangue. As Baobhan Siths surgem de seus túmulos somente uma vez por ano para se alimentar e tem sido comparadas à súcubos por causa da natureza de sua abordagem. Elas seduzem jovens viajantes à noite em florestas ou outros locais naturais longe da sociedade. Elas convidam os jovens para dançarem com elas e no fim, acabam dilacerando seus corpos bebendo todo o seu sangue. Homens atacados por Baobhan Siths não se transformam após a morte, porém mulheres atacadas e mortas por uma delas certamente o fazem.

Arte de Bhetany Rose Woodyatt

Lenda

Existe uma lenda famosa na Escócia envolvendo as Baobhan Sith. Certa noite, um grupo de jovens viajantes pararam para passar a noite em uma pequena clareira. Eles acenderam uma fogueira, e sentados ao redor dela, lamentavam não estarem acompanhados de mulheres. De repente, quatro mulheres deslumbrantes surgiram, e começaram a dançar com os jovens. Após um tempo dançando, o que parecia ser diversão, tornou-se um pesadelo. As mulheres começaram a  dilacerar os jovens com suas garras e então beberam seu sangue. Do grupo de jovens, somente um foi capaz de deixar o abrigo e sair correndo para longe. As quatro mulheres seguiram o jovem, que em meio a fuga encontrou dois cavalos e então se escondeu em meio a eles. As mulheres viram o jovem se escondendo, e começaram a rodear os cavalos porém não conseguiam chegar até ele. Com a chegada do amanhecer, as mulheres desapareceram. O jovem então voltou ao abrigo, onde encontrou seus companheiros mortos e sem nenhuma gota de sangue no corpo. 

Fraquezas

Analisando a história acima, pode-se concluir que as Baobhan Sith não puderam chegar perto do jovem sobrevivente por causa das ferraduras nas patas dos cavalos. O ferro é um metal conhecido como um amuleto contra criaturas sobrenaturais, então é possível que usar um amuleto feito de ferro impeça uma Baobhan Sith e outras criaturas de se aproximarem.

A construção de uma pilha de pedras sobre o túmulo de uma possível Baobhan Sith é uma forma eficaz de impedir que ela se levante do mesmo. 




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24 de outubro de 2014

Asclépio

۞ ADM Sleipnir


Asclépio (ou Esculápio, para os romanos) era um semi-deus grego, cultuado como o deus da medicina e da cura, e ancestral de renome dos Asclepíades, uma guilda de antigos médicos gregos, dentre os quais o mais famoso foi Hipócrates de CosApesar de não fazer parte do grupo dos deuses olímpicos, Asclépio era uma divindade muito popular no mundo antigo. 

Asclépio é representado como um homem barbudo, com o ombro direito descoberto, de olhar sereno ao horizonte, acompanhado de sua filha Higéia ou sozinho. Seu braço esquerdo sempre aparece apoiado num cajado, confundido muitas vezes com o caduceu de Hermes / Mercúrio, que possui duas serpentes, enquanto em volta de seu bastão há apenas uma serpente. O bastão de Asclépio se transformou no símbolo da medicina.



Família

Asclépio era filho do deus do sol Apolo e da princesa tessaliana Corônis. Sua consorte era Epione, deusa da anestesia, com que teve os seguintes filhos:
  • Machaon (cirurgião) e Podaleirus ou Podalirio (o dom do diagnóstico e da psiquiatria) que foram os médicos dos gregos na Guerra de Tróia;
  • Telésforo - o pequeno gênio da convalescença,
  • Panaceia - a deusa dos medicamentos e ervas medicinais,
  • Iaso - deusa da cura,
  • Áceso - deusa dos cuidados e enfermagem,
  • Aglaea - deusa dos bons fluidos, boa forma e beleza natural, e
  • Hígia ou Higeia - deusa da prevenção das doenças, que deu origem ao termo Higiene (limpeza, higiene e saneamento).
Mito

Sua mãe Corônis se apaixona por Ísquis, filho de Élato, e os dois começam a se envolver. Um corvo informa a Apolo sobre o caso, mas Apolo não acredita nele, e o torna negro (antes os corvos seriam brancos), para puni-lo por sua mentira. Depois, ao descobrir que o alerta do corvo era verdadeiro, Apolo o torna sagrado e o encarrega de anunciar mortes importantes. Apolo sentencia Corônis a morte, colocando-a em uma pira para ser queimada (em outra versão, ele envia sua irmã Ártemis para fazê-lo), porém ela esperava um filho do deus, e para não deixar que ele morresse também, Apolo faz o parto da criança e a deixa sob os cuidados do centauro Quíron


Asclépio se torna o discípulo favorito de Quíron por se interessar mais pelos conhecimentos médicos. Com os ensinamentos de Quíron, Asclépio é capaz de aperfeiçoar os métodos de cura, tornando-se capaz de criar remédios para toda e qualquer doença existente. Entre as curas que teria operado, estão as de vários heróis feridos em Tebas, de Filocteto em Troia, do tirano de Epidauro, Ascles, de uma doença nos olhos, as filhas de Proetus que haviam sido enlouquecidas por Hera, restaurou a visão aos filhos de Fineu e curou com ervas as feridas de Héracles em sua luta contra a Hidra de Lerna.

Em um determinado momento, a habilidade de Asclépio havia se tornado tão excepcional que ele tornou-se capaz de "ressuscitar" os mortos. Ele era capaz de fazê-lo graças ao sangue mágico da cabeça da Górgona, dado a ele por Atena. O sangue que escorria do lado esquerdo da cabeça da Górgona era capaz de tirar a vida de alguém, e o sangue que escorria do lado direito tinha o poder de ressuscitar os mortos. 

De acordo com o historiador Diodoro, Asclépio não ressuscitava os mortos de maneira literal. O poder curativo de Asclépio era tão grande que ele restaurava a saúde para muitos desenganados, e por isso se dizia que ele ressuscitava os mortos. Dentre os ressuscitados por Asclépio estão Órion, Hipólito, Himeneu, Tindareu, Glauco, Capaneu, Panassis e Licurgo

Irritado com Asclépio, que com seus poderes perturbava a ordem natural estabelecida pelos deuses e despovoava seu reino, Hades exigiu de Zeus uma solução para esse problema. Zeus decidi eliminar Asclépio fulminando-o com um de seus raios., e isso causa a fúria imediata de Apolo, que em retaliação a morte de seu filho, atira sua seta contra o monte Etna, matando os Ciclopes que haviam forjado o raio de Zeus. Como castigo por ter matado os Ciclopes, Zeus condena Apolo privando-o de seus poderes e enviando-o para servir o rei Admeto durante um ano como um de seus escravos.

Afim de consolar Apolo, Asclépio foi colocado por Zeus entre as estrelas como a constelação de Ophiochus (Serpentário). 


Algumas versões do mito dizem que depois de morto, Asclépio foi ressuscitado por Zeus, que permitiu-lhe continuar sua prática, desde que não mais interferisse mais no destino final dos mortais, tornando-se conhecido por sua bondade e compaixão no trato dos doentes, e dedicando sua atenção aos pobres. 

Culto

O culto à Asclépio disseminou-se por uma vasta região da Europa, pelo norte da África e pelo Oriente Próximo, sendo homenageado com inúmeros templos e santuários, que atuavam como hospitais. O ritual que lhe era dedicado consistia em purificações, penitências, banhos e abstinências, sendo-lhe ofertados ouro e ex-votos pelos enfermos reconhecidos. Depois do surgimento do Cristianismo vários santuários de Asclépio foram transformados em igrejas cristãs, dedicadas a santos ligados à cura, mas ele foi um dos deuses pagãos de maior sobrevida dentro do Cristianismo, em virtude de sua fama de bondade e compaixão.


Fontes:
Ruby