30 de maio de 2016

Devana

۞ ADM Sleipnir

Arte de Helena Perova

Devana (Dziewanna) é uma antiga deusa russo/eslava da caça e da natureza, filha dos deuses Perun e Dodola. Ela é conhecida na Polônia como Dziewona, na Sérvia como Dilwica e na Eslovênia como Debena. Ela foi mencionada pelo historiador polonês do século XV Jan Długosz em sua obra Annales Seu cronici incliti regni Poloniae ("História da Polônia").

Devana foi descrita como uma deusa virgem, eternamente bela, radiante, e totalmente inacessível aos homens. De acordo com as lendas, ela cavalga através das florestas acompanhada de seus seguidores e seus cães de caça. Cruzar o caminho da deusa e de seus seguidores significava morte quase certa, pois aqueles que o fizessem possivelmente seriam rasgados e devorados pelos seus cães de caça.


Alguns estudiosos sugeriram que Devana é uma versão da deusa romana Diana, a quem certamente ela se assemelha. Outros, que ela era originalmente um aspecto da Grande Deusa, comum a muitas culturas, e que o nome Devana foi-lhe dado apenas para proteger seu verdadeiro nome, secreto. A maioria dos estudiosos contemporâneos, no entanto, não consideram o Annales Seu cronici incliti regni Poloniae como uma fonte confiável de mitologia eslava, e têm dúvidas sobre a existência de tal divindade no panteão eslavo. 

Arte de Igor Ozhiganov

fontes: 
  • Encyclopedia of Russian and Slavic myth and legend, de Mike Dixon-Kennedy;
  • Wikipedia (em inglês).

27 de maio de 2016

Hyrrokkin

۞ ADM Sleipnir


Hyrrokkin ("defumada pelo fogo") é uma gigante presente na mitologia nórdica. Ela figura em uma passagem do Gylfaginning, mais precisamente durante o funeral do deus Balder, que havia sido morto pelo irmão Hod graças a trama do astuto deus Loki.

Balder e sua esposa Nanna, que havia morrido de tristeza pela morte do marido, foram colocados no barco de Balder, chamado Hringhorni, para serem cremados. Hringhorni era descrito como "o maior dos barcos", sendo tão grande e pesado que ninguém parecia capaz de lançá-lo ao mar. Os deuses então recorreram à ajuda de Hyrrokkin, que veio de Jötunheimr montada em um lobo gigante e usando serpentes como rédeas.



Após ela descer do seu lobo, Odin convocou quatro guerreiros para cuidarem do animal, porém eles não foram capazes de controlá-lo sem antes deixá-lo inconsciente. Hyrrokkin caminhou até o barco, e somente com a força de seus braços, empurrou sozinha o barco em direção a água, fazendo toda a terra tremer no processo.

Thor, o deus do trovão, ficou profundamente irritado com o fato de Hyrrokkin ter triunfado onde ele não foi capaz, e esteve a ponto de atirar seu martelo Mjöllnir para dar um fim em Hyrrokkin, mas graças a intervenção dos demais deuses, isso não ocorreu (pelo menos não naquele momento, pois seu nome aparece em uma lista dos gigantes mortos por Thor na segunda parte da Edda em prosa, Skáldskaparmál).

Hyrrokkin aparece representada na pedra "DR 284", uma das pedras do Monumento Hunnestad (em sueco: Hunnestadsmonumentet), na Suécia. Um dos satélites naturais de Saturno foi batizado com o seu nome.



25 de maio de 2016

Lahmu & Lahamu

۞ ADM Sleipnir

http://gurgute.tumblr.com/

Arte de Germán Gallego

Lahmu (Lakhmu, Lache, Lumasi) e Lahamu (Lakhamu, Lachos, Lumasisão um casal de divindades primordiais da mitologia mesopotâmica. Eles são filhos primogênitos dos deuses Apsu e Tiamat, e pais dos deuses Anshar e Kishar, que foram por sua vez os pais dos primeiros deuses do panteão mesopotâmico (sendo os principais Anu, Enlil e Enki).

Lahmu é retratado como um homem barbudo com uma faixa vermelha, geralmente com três fios e 4 a 6 ondulações na cabeça. Frequentemente é associado à Kusarikku (homem-touro), um dos monstruosos filhos de Tiamat confrontados e derrotados pelo deus Marduk. Nos tempos sumérios, o nome Lahmu pode ter significado "o enlameado". Lahmu era também o guardião dos portões do templo de Enki em Abzu Eridu.  Lahamu às vezes é vista como uma serpente, e às vezes como uma mulher com uma faixa vermelha e seis ondulações na cabeça. Sugere-se que o casal era representado pelo lodo do leito marinho. Há também um paralelo entre a história suméria e a história cristã sobre a Criação, onde Adão e Eva foram os primogênitos dos deuses.

Lahmu guardando uma porta, em Ninive


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23 de maio de 2016

Gaueko

۞ ADM Sleipnir


Arte de Traci Shepard

Na mitologia basca, o Gaueko (literalmente "O da noite") é a personificação da noite e de todos os seus perigos, sendo considerado um espírito malígno em alguns contos, e gentil e divino em outros. Ele é dito para assumir muitas formas, como uma criatura bestial, um gigante peludo, uma vaca ou até mesmo uma rajada de vento. 

Um antigo ditado basco diz que "o dia é para os humanos e os vivos, a noite é para os espíritos e para os mortos". Assim, o Gaueko é dito ser o punidor daqueles que não temem a noite. Ao encontrar alguém acordado durante a noite realizando algum tipo de trabalho, ou mesmo vagando pelas ruas, o Gaueko irá alertá-lo sobre os perigos da noite, e orientá-lo a voltar para casa e descansar até o nascer do sol. Se a pessoa obedecer, nada de mal irá lhe acontecer, mas se a mesma desprezar seus conselhos e desafiar a noite, Gaueko ficará furioso, e certamente a punirá. Não se sabe que tipo de punição o Gaueko aplica naqueles que o desobedecem, mas algumas histórias dizem que aqueles que são punidos por ele simplesmente acabam nunca mais sendo vistos.


20 de maio de 2016

Tamoanchan

۞ ADM Sleipnir

Arte de Zaefyra

Tamoanchan é um lugar mitológico oriundo das culturas mesoamericanas do México central do período pós-clássico. Nas tradições mitológicas e mitos da criação de povos do período pós-clássico tardio, como os astecas, Tamoanchan era concebido como um paraíso onde os deuses criaram o o primeiro membro da atual raça humana, a partir de sangue e ossos humanos moídos que haviam sido roubados de Mictlan, o inframundo. Era um lugar de “névoa florida”, onde se erguia ao centro uma enorme árvore cósmica chamada Xochitlican (“De onde brotam as flores”).

Arte de Israel Perez

Quando representado nos códices astecas, Tamoanchan é frequentemente associado com a trezena 1-Calli do calendário asteca. A deidade Itzpapalotl, um dos principais tzitzimime ("demónios das estrelas"), geralmente preside esta trezena, e por extensão Tamoanchan é muitas vezes considerado como parte do seu domínio.

A palavra tamoanchan não é de origem nauátle, contrariamente ao que poderia pensar-se, tendo sido demonstrada a sua etimologia maia, com um significado que pode ser aproximado por "lugar do céu brumoso". As descrições de Tamoanchan existentes no Códice Florentino indicam que os nauas do período pós-clássico pensavam que se situava nas terras baixas úmidas da região da costa do golfo do México, habitada pelos huastecas.



fonte:

18 de maio de 2016

Wakan Tanka

۞ ADM Sleipnir

Na mitologia nativo-americana, Wakan Tanka ("grande mistério") é o ser supremo e criador dos povos Lakota-Sioux. Às vezes chamado de "Grande Espírito", Wakan Tanka é um ente bastante similar aos seres supremos encontrados nos mitos de muitos outros povos da América do Norte.

De acordo com o mito Lakota, Wakan Tanka existia antes da criação e vivia em um grande vazio chamado Han ("escuridão"). Sentindo-se solitário, ele decidiu criar companheiros para si mesmo. Primeiro, ele concentrou suas energias em uma força poderosa para formar Inyan ("pedra"), o primeiro deus. Em seguida, ele usou Inyan para criar Maka ("terra") e, em seguida, Inyan e Maka se acasalaram e geraram Skan ("céu"). Skan por sua vez criou Wi ("sol") a partir de Inyan, Maka, e dele próprio. Estes quatro deuses eram figuras individuais e poderosos, mas todos eram aspectos de Wakan Tanka.

Os quatro primeiros deuses eram responsáveis cada por um elemento diferente, e se encarregaram de terminar a construção do mundo.


16 de maio de 2016

Pesanta

۞ ADM Sleipnir

Arte de Traci Shepard

O Pesanta é um monstro do folclore catalão, descrito como um cão negro (algumas poucas versões descrevem-o como um gato) enorme, pesado e peludo, com patas de aço que ele usa para bater em qualquer um que encontra em seu caminho. Suas patas possuem furos que fazem com que seja impossível para ele pegar qualquer coisa. Em alguns lugares da Catalunha, ele é identificado como uma bruxa ou como uma criatura animal com uma forma indefinida. Também é desconhecido se a criatura é macho ou fêmea.

O Pesanta vive durante o dia em igrejas abandonadas ou em outras ruínas, e a noite, visita as casas das pessoas, entrando através de buracos de fechadura, por debaixo das portas e até mesmo por rachaduras nas paredes. Em seguida, senta-se sobre o peito dos moradores da casa, causando-lhes paralisia do sono, problemas respiratórios e pesadelos. É muito difícil vê-lo, porque se alguém acorda durante o seu ataque, ele irá escapar tão rápido que a única coisa que a pessoa vai ser capaz de ver é uma sombra fugindo.

Dentre as maneiras de prevenir a visita dessa criatura estão: espalhar um pouco de milho no limiar do quarto, colocar uma vassoura ao lado de sua cama ou pronunciar algumas palavras que irão forçá-lo a contar todas as estrelas no céu.

Arte de Kim Bobeldijk

13 de maio de 2016

Maire-monan e os Três Dilúvios

۞ ADM Sleipnir



Os tupinambás creem que houve, nos primórdios do tempo, um ser chamado Monan. Segundo alguns etnógrafos, ele podia não ser exatamente um deus, mas aquilo que se convencionou chamar de um "herói civilizador".

Deus ou não, o fato é que Monan criou os céus e a Terra, e também os animais. Ele viveu entre os homens, num clima de cordialidade e harmonia, até o dia em que eles deixaram de ser justos e bons. Então, Monan investiu-se de um furor divino e mandou um dilúvio de fogo sobre a Terra.

Até ali a Terra tinha sido um lugar plano. Depois do fogo, a superfície do planeta tornou-se enrugada como um papel queimado, cheia de saliências e sulcos que os homens, mais adiante, chamariam de montanhas e abismos. 



Desse apocalipse indígena sobreviveu um único homem, Irin-magé, que foi morar no céu. Ali, em vez de conformar-se com o papel de favorito dos céus, ele preferiu converter-se em defensor obstinado da humanidade, conseguindo, após muitas súplicas, amolecer o coração de Monan.

Segundo Irin-magé, a terra não poderia ficar do jeito que estava, arrasada e sem habitantes.

-Está bem, repovoarei aquele lugar amaldiçoado! - disse Monan, afinal.

A história, como vemos, é tão velha quanto o mundo: um ser superior cria uma raça e logo depois a extermina, tomando, porém, o cuidado de poupar um ou mais exemplares dela, a fim de recomeçar tudo outra vez.

E foi exatamente o que aconteceu: Monan mandou um dilúvio à Terra para apagar o fogo (aqui o dilúvio é reparador) e a tornou novamente habitável, autorizando o seu repovoamento.

Irin-magé foi encarregado de repovoar a Terra com o auxílio de uma mulher criada especialmente para isto, e desta união surgiu outro personagem mítico fundamental da mitologia tupinambá: Maire-monan.

Esse Maire-monan tinha poderes semelhantes aos do primeiro Monan, e foi graças a isto que pôde criar uma série de outros seres - os animais -, espalhando-os depois sobre a Terra.

Apesar de ser uma espécie de monge e gostar de viver longe das pessoas, ele estava sempre cercado por uma corte de admiradores e de pedintes. Ele também tinha o dom de se metamorfosear em criança. Quando o tempo estava muito seco e as colheitas tornavam-se escassas, bastava dar umas palmadas na criança-mágica e a chuva voltava a descer copiosamente dos céus. Além disso, Maire-monan fez muitas outras coisas úteis para a humanidade, ensinando-lhe o plantio da mandioca e de outros alimentos, além de autorizar o uso do fogo, que até então estava oculto nas espáduas da preguiça.

Um dia, porém, a humanidade começou a murmurar.

- Este Maire-monan é um feiticeiro! - dizia o cochicho intenso das ocas. - Assim como criou vegetais e animais, esse bruxo há de criar monstros e Tupã sabe o que mais!

Então, certo dia, os homens decidiram aprontar uma armadilha para esse novo semideus. Maire-monan foi convidado para uma festa, na qual lhe foram feitos três desafios.

- Bela maneira de um anfitrião receber um convidado! - disse Maire-monan, desconfiado.

- É simples, na verdade - disse o chefe dos conspiradores. - Você só terá de transpor, sem queimar-se, estas três fogueiras. Para um ser como você, isso deve ser muito fácil!

Instigado pelos desafiantes, e talvez um pouco por sua própria vaidade, Maire-monan acabou aceitando o desafio.

- Muito bem, vamos a isso! - disse ele, querendo pôr logo um fim à comédia.

Maire-monan passou incólume pela primeira fogueira, mas na segunda a coisa foi diferente: tão logo pisou nela, grandes labaredas o envolveram. Diante dos olhos de todos os índios, Maire-monan foi consumido pelas chamas, e sua cabeça explodiu. Os estilhaços do seu cérebro subiram aos céus, dando origem aos raios e aos trovões que são o principal atributo de Tupã, o deus tonante dos tupinambás que os jesuítas, ao chegarem ao Brasil, converteram por conta própria no Deus das sagradas escrituras.

Desses raios e trovões originou-se um segundo dilúvio, desta vez arrasador.


No fim de tudo, porém, as nuvens se desfizeram e por detrás delas surgiu, brilhando, uma estrela resplandecente, que era tudo quanto restara do corpo de Maire-monan, ascendido aos céus.

Depois que o mundo se recompôs de mais um cataclismo, o tempo passou e vieram à Terra dois descendentes de Maire-monan: eles eram filhos de um certo Sommay, e se chamavam Tamendonare e Ariconte.

Como normalmente acontece nas lendas e na vida real, a rivalidade cedo se estabeleceu entre os dois irmãos, e não tardou para que a fogueira da discórdia acirrasse os ânimos na tribo onde viviam.

Tamendonare era bonzinho e pacífico, pai de família exemplar, enquanto Ariconte era amante da guerra e tinha o coração cheio de inveja. Seu sonho era reduzir todos os índios, inclusive seu irmão, à condição de escravos.

Depois de diversos incidentes, aconteceu um dia de Ariconte invadir a choça de seu irmão e lançar sobre o chão um troféu de guerra.

Tamendonare podia ser bom, mas sua bondade não ia ao extremo de suportar uma desfeita dessas. Erguendo-se, o irmão afrontado golpeou o chão com o pé e logo começou a brotar da rachadura um fino veio de água.

Ao ver aquela risquinha inofensiva de água brotar do solo, Ariconte pôs-se a rir debochadamente.

Acontece que a risquinha rapidamente converteu-se num jorro d'água, e num instante o chão sob os pés dos dois, bem como os de toda a tribo, rachou-se como a casca de um ovo, deixando subir à tona um verdadeiro mar impetuoso.

Aterrorizado, o irmão perverso correu com sua esposa até um jenipapeiro, e ambos começaram a escalá-lo como dois macacos. Tamendonare fez o mesmo e, depois de tomar a esposa pela mão, subiu com ela numa pindoba (uma espécie de coqueiro).

E assim permaneceram os dois casais, cada qual trepado no topo da sua árvore, enquanto as águas cobriam pela terceira vez o mundo - ou, pelo menos, a aldeia deles.

Quando as águas baixaram, os dois casais desceram à Terra e repovoaram outra vez o mundo. De Tamendonare se originou a tribo dos Tupinambás, e de Ariconte brotaram os Temininó.

fonte: 
  • Livro "As 100 Melhores Lendas do Folclore Brasileiro", de A.S. Franchini


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11 de maio de 2016

Isonade

۞ ADM Sleipnir


Isonade (jap: 磯撫で, lit. "golpeador de praias") é um misterioso yokai marinho do folclore japonês, que segundo as lendas percorre as costas rochosas em busca de embarcações, as quais ele irá virar com sua cauda e depois devorará seus tripulantes. Ele também pode atacar as pessoas diretamente nas praias.

Isonades são parecidos com tubarões, porém possuem corpos enormes, e suas barbatanas são cobertas por inúmeras e pequenas farpas metálicas, como se fossem "raladores". Eles usam essas farpas para espetar suas presas, arrastando-as para o fundo do mar para devorá-las


Apesar de seu tamanho, Isonades são incrivelmente silenciosos, movendo-se pelas águas sem nunca mostrar o seu corpo, e por isso dificilmente são percebidos. É dito que eles aparecem quando "os ventos do norte sopram e as correntes marítimas mudam". Geralmente, quando os marinheiros notam uma mudança nos ventos e nas correntes marítimas, já é tarde demais: a cauda da criatura já paira sobre a embarcação, prestes à virá-la.



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9 de maio de 2016

Snallygaster

۞ ADM Sleipnir



Snallygaster (do alemão Schneller Geist, "espectro veloz") é um besta similar a um dragão que segundo relatos habitou as colinas do condado de Frederick, no estado de Maryland, EUA. Colonizada por imigrantes alemães no início de 1700, Maryland era cheia de histórias de criaturas ameaçadoras e fantasmas sortidos. Mas nenhuma criatura aterrorizou tanto a comunidade como o Snallygaster. 

A criatura foi descrita como um ser meio réptil, meio ave, com um único olho na testa, um bico metálico e dentes bem afiados. Ocasionalmente, haviam relatos de que a criatura também tinha tentáculos, como os de um polvo, que ela usava para prender as pessoas e levá-las embora. 


As primeiras histórias sobre o Snallygaster afirmavam que ele sugava o sangue de suas vítimas. Estrelas  de sete pontas, que supostamente mantinham o Snallygaster longe das propriedades, ainda podem ser vistas nos dias de hoje pintadas em celeiros locais. 

No século XIX, novos casos de aparições da criatura começaram a surgir, e acredita-se que na verdade a história tenha sido usada para assustar escravos libertos. Os jornais da época descreveram vários avistamentos de uma "besta com enormes asas, uma espécie de bico longo e pontudo, garras como ganchos de aço, e um olho no centro de sua testa." Ela foi dita também reproduzir sons "como o o apito de uma locomotiva." 

Uma grande dose de publicidade rodeou esta sequência de avistamentos, com o Instituto Smithsoniano oferecendo uma recompensa para quem capturasse a criatura. O presidente dos EUA Theodore Roosevelt teria supostamente adiado um safari africano para poder caçar pessoalmente a besta. Em 2008, o autor Patrick Boyton publicou um livro sobre a história do Snallygaster, intitulado "Snallygaster: A Lenda Perdida do Condado Frederick". 

O Snallygaster possuía um inimigo natural também conhecido por aterrorizar a região, chamado Dewayo. Este se assemelha a um lobisomem, ou melhor, a uma criatura bípede com características humanas e lupinas. Os avistamentos dessa criatura foram primeiramente relatados em West Middletown, Maryland, e posteiormente na região de Wolfsville, também em Maryland. O Dewayo e o Snallygaster supostamente possuíam uma rivalidade longa e intensa, que remonta a tempos antes da chegada dos imigrantes alemães à região.


6 de maio de 2016

Tempo do Sonho

۞ ADM Sleipnir


Na mitologia dos povos aborígines australianos, o Tempo do Sonho ou somente O Sonho (TjukurrtjanaAltjeringa ou Alcheringa, em inglês: Dreamtime), é o período da criação, durante o qual o mundo tomou forma e toda a vida teve início. Durante o Tempo do Sonho, seres ancestrais criaram a paisagem, fizeram os primeiros humanos e os ensinaram como viver.

Espíritos do passado, presente e futuro

Os aborígines acreditam que os espíritos dos seres ancestrais que dormem sob o solo emergiram da terra durante o Tempo do Sonho. Enquanto andavam pela terra, estes seres ancestrais assumiram as formas de seres humanos, animais, plantas, estrelas, vento ou chuva. Durante sua jornada, eles criaram as colinas, planícies, e outras formações naturais. Alguns dos seres trouxeram chuva. Alguns criaram as primeiras pessoas, e alguns estabeleceram as leis sob as quais as pessoas vivem.


Quando os seres ancestrais deitavam-se sobre as rochas macias e ainda úmidas, eles muitas vezes deixavam marcadas nelas impressões de si mesmos. Os aborígines acreditam que esses seres ancestrais continuam a viver nos lugares que levam a sua marca. Lá, nas profundezas da terra, eles deixaram várias forças, incluindo "espíritos-criança", que tomam a forma humana por intermédio de um pai e uma mãe humanos na Terra. 

O Tempo do Sonho não terminou no momento da criação, porque os seres ancestrais e os espíritos-crianças são eternos. Quando uma vida termina, o espírito-criança retorna à terra e permanece lá até que ele volte novamente em outra forma humana. Além disso, através da participação em certos rituais, os indivíduos podem encenar novamente a jornada de seus antepassados. Seres ancestrais e seres humanos são, assim, intimamente ligados para sempre.

Histórias do Tempo do Sonho

Diferentes grupos aborígenes contam várias histórias do Tempo do Sonho sobre seus seres ancestrais. Um dos grupos aborígenes do norte da Austrália descreve como um ser ancestral na forma de uma cobra enviou morcegos para os seres humanos comerem durante o Tempo do Sonho. No entanto, os morcegos voavam tão alto que as pessoas não eram capazes de capturá-los. A cobra então arrancou uma de suas próprias costelas para criar o bumerangue. Usando esta arma, as pessoas puderam caçar e comer os morcegos.

Já o povo Aranda, da Austrália Central, conta sobre um grande espírito ancestral lagarto. Eles descrevem como o lagarto criou as primeiras pessoas durante o Tempo do Sonho, e como este lhes deu inúmeras ferramentas para a sobrevivência, como facas de pedra e lanças. Os Aranda, que consideram o lagarto sagrado, acreditam que certos poços e formações rochosas marcam os locais onde o grande lagarto fez o seu trabalho.



fonte:


4 de maio de 2016

Papinijuwari

۞ ADM Sleipnir

Papinijuwari, arte do game Guardian Cross

De acordo com a mitologia dos povos aborígines do norte da Austrália (especificamente, o povo Tiwi), os Papinijuwaris são uma raça de ciclopes gigantes que vivem em uma grande cabana localizada "no lugar onde o céu termina". Estrelas cadentes são ditas serem Papinijuwaris à espreita nos céus, carregando uma tocha em uma das mãos e uma clava na outra.

Arte de Traci Shepard

Papinijuwaris são temidos devido a sua dieta peculiar: eles se alimentam dos corpos dos mortos e do sangue de pessoas enfermas. Eles são capazes de localizar pessoas doentes pelo cheiro, e quando encontram uma, se tornam invisíveis e sugam seu sangue sem deixar nenhuma marca ou ferida. À medida que a pessoa doente enfraquece, o Papinijuwari se torna pequeno o suficiente para entrar no corpo da mesma através da boca, e então passa a sugar o resto do sangue dela a partir do interior. 


2 de maio de 2016

Néftis

۞ ADM Sleipnir



Néftis (Nephthys, Nebthwt, Nebhhwt ou Nebthet, "Senhora da Casa") é uma deusa egípcia associada aos ritos funerários e a morte, e um dos membros da Enéade de Heliópolis. Ela é filha dos deuses Geb e Nut, e irmã de Osíris, Ísis e Seth, que também é seu consorte. 

Néftis era geralmente representada como uma mulher, vestindo um longo vestido e em sua cabeça usa um hieróglifo de seu nome como coroa. Ela também poderia ser descrita como uma mulher de luto, e seu cabelo podia ser comparado com as tiras de pano usados na mumificação. Ela também aparece ocasionalmente como um falcão, um papagaio ou uma deusa alada em seu papel como um protetor dos mortos. Seus principais centros de culto eram Heliópolis (Iunu, no 13º nomo do Baixo Egito), Senu, Hebet, (Behbit), Per-mert, Re-nefert, Het-sekhem, Het-Khas, Ta-kehset, e Diospolites.


Néftis parece ter sido originalmente concebida como a contraparte feminina de Seth. Enquanto ele representava o deserto, ela representava o ar. Seth era infértil e era frequentemente descrito como sendo bissexual ou gay, e por isso, Néftis foi muitas vezes considerada estéril. Como uma deusa do ar, ela poderia assumir a forma de um pássaro, e porque ela era estéril, ela foi associada com o abutre - um pássaro que os egípcios acreditavam não ter filhos. Os egípcios acreditavam que todos os abutres eram do sexo feminino, e que nasciam espontaneamente a partir do ar. Enquanto o cuidado demonstrado por um abutre mãe por seu filho era muito respeitado, os egípcios também reconheciam que urubus se alimentavam de carniça, e os relacionavam com a morte e decadência. Como resultado, Néftis tornou-se uma deusa da morte e do luto.

Carpideiras eram conhecidas como os "falcões de Néftis", em reconhecimento do seu papel como uma deusa de luto. Acreditava-se também que ela protegia Hapi em seu papel como um dos Filhos de Hórus (que guardavam os órgãos armazenados nos quatro vasos de vísceras). Hapi protegia os pulmões, e como uma deusa do ar, Néftis era a sua guardiã. 

Ela também era uma das quatro deusas que guardavam o santuário enterrado com o Faraó. Ela aparece com Ísis, Serket e Neith no santuário dourado de Tutankhamon, mas foi muitas vezes representada ao lado de Ísis, Bastet e Hathor neste papel. Ela ainda foi dita ser a fonte da chuva e do rio Nilo (associando-a com Anuket) e tida também como protetoradas mulheres em trabalho de parto (com a ajuda de sua irmã, Isis). Desta forma, ela era intimamente associada com a morte e a vida.






Embora fosse tecnicamente infértil, mitos posteriores alegam que Néftis era a mãe de Anúbis com Osíris ou Set (dependendo do mito). Isso aconteceu porque a posição de Anúbis como o deus dos mortos foi usurpada por Osíris quando as teologias da Enéade e da Ogdóade foram mescladas. De acordo com um mito, Néftis se disfarçou como Ísis para chamar a atenção de seu negligente marido Seth, mas em vez disso seduziu Osíris (que, aparentemente, não percebeu que ela era na verdade Néftis). Um mito alternativo deixa claro que Néftis teve a intenção de seduzir Osíris desde o início, e drogou seu vinho para tornar sua tarefa mais fácil. 

Néftis e Ísis eram muito próximas, apesar de sua suposta infidelidade com Osíris (consorte de Ísis) e seu casamento com Seth (o assassino de Osíris). Néftis protegeu o corpo de Osíris e ajudou Ísis enquanto ela tentava ressuscitá-lo. As deusas são tão semelhantes na aparência que apenas seus cocares podem distingui-las e elas sempre aparecem juntas em cenas funerárias. Juntas, podia dizer-se que  Ísis e Néftis representam dia e noite, vida e morte, crescimento e decadência. Em Heliópolis, as duas foram representados por duas sacerdotisas virginais que depilavam todos os pelos do corpo e eram ritualmente puras.


Néftis e Ísis - Tumba de Nefertari

Ruby