29 de junho de 2020

Scáthach

۞ ADM Sleipnir


Arte de P J Lynch

Scáthach
("A Sombria" em gaélico, também 
Sgathaich ou simplesmente Scatha
) é uma mítica guerreira e mestra nas artes da batalha presente no Ciclo de Ulster, uma coleção de lendas e sagas heróicas medievais irlandesas que formam um dos quatro grandes ciclos da mitologia irlandesa. Segundo alguns relatos, ela era filha do rei da Cítia, região que abrangia partes da Europa Oriental e da Ásia. 

Scáthach vivia em uma fortaleza chamada Dún Scáith ("Castelo das Sombras"), localizada na Ilha de Skye, na Escócia. Nesta fortaleza, ela treinava jovens guerreiros, mas somente aqueles que fossem habilidosos e corajosos o suficiente para penetrar nas muitas defesas de sua fortaleza e conseguir o acesso a ela.

De todos os seus alunos, o mais proeminente foi o lendário herói Cú Chulainn. O herói teve que passar por esse treinamento por imposição de Forgall Monach, cuja filha, Emer, Cú Chulainn queria tomar como esposa. Cú Chulainn e seu melhor amigo Ferdiad foram até Dún Scáith e conseguiram passar pelos desafios e adentrar a fortaleza. Ambos passaram pelo treinamento de combate de Scáthach, e Cú Chulainn ainda recebeu dela como presente sua lança mortal Gae Bolg, cuja técnica ele foi o único a dominar.

Como parte de seu treinamento, Cú Chulainn ajudou Scáthach a superar uma chefe vizinha, Aífe ou Aoife (que, segundo alguns relatos, também era irmã de Scáthach), e a forçou a fazer as pazes. Dizem que no processo ele teve um filho com Aífe, chamado Connla. Cú Chulainn também acabou se relacionando com a filha de Scáthach, Uathach, cujo marido Cochar Croibhe ele matou em um duelo. Ao concluir seu treinamento, Scáthach também teve relações com Cú Chulainn. 

Segundo alguns contos, Scáthach também era uma formidável magista com o dom de profecia. Ela também teria se tornado uma deusa dos mortos, garantindo a passagem daqueles que morreram em batalha para Tír na nÓg, a Terra da Juventude Eterna.

fontes:

26 de junho de 2020

Theispas

۞ ADM Sleipnir


Theispas (também conhecido como Teisheba ou Teišeba) era o deus do clima, trovões e tempestades da mitologia dos urartianos, povo pertencente ao antigo reino de Urartu. Urartu ficava localizado na região hoje conhecida como Planalto Armênio (entre a Ásia Menor, a Mesopotâmia e o Cáucaso), existindo durante a idade do Ferro (860 a.C. – 590 a.C.). As antigas cidades urartianas de Teyseba e Teishebaini receberam seu nome.

Theispas integrava uma importante tríade de divindades, ao lado de Khaldi/Haldi (deus da guerra e divindade suprema dos urartianos) e Shivini (uma divindade solar)Ele era geralmente retratado como um homem em pé sobre um touro, segurando um punhado de raios. 

Os deuses urartianos eram muitos deles adotados e/ou mesclados com divindades hurritas e de outras culturas. Theispas, em particular, é associado ao deus assírio Adad, ao hindu/védico Indra e ao hurrita TeshubSua consorte era a deusa Huba, que era uma contraparte da deusa hurrita Hebat

Theispas, reconstrução em baixo-relevo no
Museu da Fortaleza de Erebuni, Yerevan , na Armênia

fontes:

24 de junho de 2020

Kigatilik

۞ ADM Sleipnir

Arte de RU-MOR

Kigatilik (também conhecidos como "Povo das Garras") são uma raça de demônios/monstros cruéis e violentos, pertencentes à mitologia inuíte. Eles são descritos como sendo bestas poderosas cobertas por uma pele branca, e dotados de longas presas e garras. 

De acordo com as histórias, os Kigatilik habitam as águas geladas do Ártico, de onde vem para a terra firme para caçar e semear a discórdia entre as pessoas. Eles são capazes de se metamorfosear, e usam essa habilidade para assumir a forma de um membro da vila. Assim, eles seduzem homens ou mulheres casados, provocam as pessoas falando mal de suas crenças, dentre outras táticas para causar confusão entre eles. 

Terminando de corromper as pessoas, os Kigatilik retomam sua forma original, e vão em busca do sacerdote/xamã da vila, o qual dilaceram com suas garras e devoram seu coração e os demais órgãos.

fontes:
  • Encyclopedia of Beasts and Monsters in Myth, Legend and Folklore, de Theresa Bane;
  • Universo dos Vampiros, de Jonathan Maberry.

22 de junho de 2020

Jehoel

۞ ADM Sleipnir

Arte de Cryotube
Jehoel (hebraico יהואל, também chamado Jahoel, JehuelShemuel, Kemuel, Yaoel) é o nome de um anjo que aparece no apócrifo Apocalipse de Abraão, provavelmente escrito entre 80 e 100 d.C. Ele é mencionado na obra como o maestro do coro celestial que acompanhou Abraão em sua visita ao Paraíso, revelando o curso da história para ele. Ele é responsável por conter o Leviatã, o monstro que engolirá as almas dos pecadores no Dia do Julgamento.

Jehoel é um dos Anjos da Presença, que mediam o nome inefável de Deus, e segundo alguns dicionários sobre anjos, ele seria o chefe da ordem dos serafinsTambém é sugerido que Jehoel seria um nome anterior de Metatron, enquanto a obra cabalística Berit Menuchah se refere a ele como o anjo do fogo. O livro The Gnostics and Their Remains (1864), de Charles William King, lista sete subordinados de Jehoel, à saber: Seraphiel, Gabriel, Nuriel, Temmael, Shimshael, Hadarniel e Sarmiel.


fontes:
  • A Dictionary of Angels Including the Fallen Angels, de Gustav Davidson;
  • Encyclopedia of Angels, de Richard Webster;
  • Wikipédia;

19 de junho de 2020

Futuro do Blog e Alguns Anúncios



Olá pessoal! 

Não sei o que aconteceu mas as  visualizações do blog caíram bruscamente de um  dia pro outro, para quase menos de 1000 por dia no geral. Se fosse uma queda gradual, eu chegaria a conclusão que o conteúdo não está sendo relevante ou que poderia ter algum outro fator, mas a queda foi repentina, de um dia pro outro passou a ser bem menor que o habitual. Não seria um problema se não afetasse o ganhos (que já eram poucos) com o Adsense, as propagandas que a Google exibe no blog.

Independente do que seja, eu estou fazendo o possível pra manter a frequência dos posts e manter um conteúdo relevante e de qualidade. Estou revisando posts antigos, fazendo postagens seguindo indicações e sugestões de seguidores, mas o fato é que ultimamente não está valendo a pena seguir com o trabalho. Tentarei  manter o trabalho e ver se as mudanças que eu estou fazendo aos poucos vão mudar o quadro.

Sobre posts antigos

O Portal dos Mitos está prestes a completar 8 anos de existência, e de 2012 pra cá muito mudou. Várias pessoas passaram pela administração do blog até ficar somente eu (Rodrigo) cuidando de tudo sozinho. Muitas postagens antigas possuem erros e incoerências, desde pequenas coisas até  a totalidade do texto. Eu reviso constantemente o material que já tenho publicado no blog e tento reorganizar o que não está correto. Alguns posts antigos que eu identificar muitos erros serão apagados e republicados novamente numa nova data, completamente refeitos e trazendo as minhas fontes de pesquisa no fim, para que aqueles que o usem para algum fim possam checar as informações neles. Os posts que tiverem pouco a ser alterado não serão apagados, somente corrigidos.

Meu desejo é que o material apresentado aqui no blog seja o mais fiel e coerente possível,  e que seja útil para todos aqueles que amam o assunto.

Para vocês que leram até aqui, muito obrigado pela atenção e por seguirem o meu trabalho.

Wihwin

۞ ADM Sleipnir

Arte de Tony Sart

Wihwin é o nome dado a um malévolo espírito/demônio aquático, particularmente associado aos Misquitos, povo ameríndio da América Central que habitam historicamente a região da Mosquítia (a Costa dos Mosquitos), cujo território vai de Honduras até o Rio Grande, na Nicarágua.

O Wihwin é descrito como uma criatura parecida semelhante a um cavalo, possuindo mandíbulas cercadas por um conjunto de dentes horríveis. Embora seja normalmente uma criatura aquática, dizem que durante os meses de verão ela perambula pelas colinas e montanhas da região, onde caça humanos e outras presas para comer. Ao fim do verão, o Wihwin retorna para o seu habitat natural.

Criaturas mitológicas/folclóricas semelhantes em todo o mundo incluem o Kelpie na Escócia, o Bunyip australiano e o Bäckahästen escandinavo.


fonte:
  • Encyclopedia of Beasts and Monsters in Myth, Legend and Folklore, de Theresa Bane;

17 de junho de 2020

Cotaluna

۞ ADM Sleipnir


A Cotaluna é uma personagem do folclore paraibano, dita habitar o rio Gramame, em João Pessoa. Ela é descrita como sendo uma espécie de sereia ou fantasma, de pele branca e cabelos negros, e dona de um olhar sedutor. 

Segundo a lenda, durante o inverno ela tenta atrair homens para o rio, cantando ou simplesmente agarrando-os para no fim devorá-los. Já durante o verão, ela assume uma forma completamente humana, e assim vaga por aí seduzindo homens e os levando para o seu covil. A Cotaluna oferece àqueles que seduz prazer eterno porém estes perdem sua sanidade. Dizem que quem consegue fugir dela depois disso não retém nenhuma memória do tempo em que passou com ela e também não demonstra nenhuma vontade própria, como se sua alma tivesse ficado com a sereia.

De acordo com o historiador e jornalista Câmara Cascudo, a lenda da Cotaluna teria origens africanas, apesar da sereia sempre ser descrita como branca. Cascudo ainda aponta que a Cotaluna seria uma espécie de amalgama entre a Mãe-d'água (Iara) e o monstro marinho indígena Ipupiara.




fontes:
  • Dicionário do Folclore Brasileiro, de Câmara Cascudo
  • https://pt-br.facebook.com/milmameluco
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15 de junho de 2020

Llamhigyn Y Dwr

۞ ADM Sleipnir

Llamhigyn Y Dwr (em galês "Saltador d'água") é uma criatura maliciosa pertencente ao folclore galês, dita viver em pântanos e lagos. É descrita com sendo uma espécie de sapo gigante, possuindo cerca de um metro e oitenta de altura, asas de morcego no lugar das patas dianteiras e sem patas traseiras, tendo no lugar uma cauda longa e  semelhante a de um lagarto, porém com um ferrão no final. Ele usa suas asas para bater na superfície da água e saltar de um lugar para outro, daí o seu nome.


Carnívoro por natureza, o Llamhigyn Y Dwr tem como presas favoritas peixes, ovelhas, cães e gado que cheguem muito perto da beira da água. Até mesmo pescadores que tentem pescar no seu território podem virar seu alimento. O Llamhigyn Y Dwr pode comer a isca de seus anzóis ou puxá-los para dentro do lago e devorá-los.

Dizem que apenas sua aparência é capaz de paralisar suas vítimas, mas no caso disso falhar, o Llamhigyn Y Dwr ainda conta com um poderoso veneno em seu ferrão e com um grito capaz de atordoar suas presas, deixando-as completamente indefesas ao seu ataque. Felizmente, a criatura possui o hábito de atacar ao anoitecer, então basta evitar pescar em lagos ou passear próximo a eles durante a noite e você estará seguro.

Arte de Traci Shepard

12 de junho de 2020

O "Demônio de Fogo" de Felixstowe

۞ ADM Sleipnir


O chamado "Demônio de Fogo" de Felixstowe é uma misteriosa entidade supostamente extraterrestre, cujo encontro foi relatado por um grupo de jovens na cidade inglesa de Felixstowe, em 20 de setembro de 1965. Ela foi descrita como sendo um ser humanóide com olhos grandes e brilhantes, mas sua característica mais marcante é o fato de estar coberta de chamas alaranjadas.

O Encontro

O grupo de jovens era formado pelo motorista Geoffrey Maskey, 25 anos, e seus passageiros, Mavis Fordyce e Michael Johnson. Já era tarde da noite e, no que deve ter sido um esforço para preservar o gás, Maskey encostou no meio-fio ao lado de uma cerca-viva na isolada e arborizada Avenida Walton. Os jovens conversavam animadamente quando Johnson abriu abruptamente a porta do carro e saiu andando em meio a escuridão da avenida. Fordyce e Maskey trocaram olhares perplexos enquanto Johnson desaparecia na escuridão, mas achavam que ele tinha saído para fazer suas necessidades atrás de algum arbusto.

Momentos depois de Johnson desaparecer, Maskey e Fordyce ouviram o que descreveram como um "zumbido agudo" ... e foi aí que as coisas começaram a ficar estranhas. Fordyce ficou aflito quando o som desconcertante começou a dominá-los e Maskey se inclinou pela janela para tentar determinar a origem do barulho irritante. Foi então que ele avistou um objeto laranja de formato oval suspenso no céu a mais de 30 metros acima de seu carro. Ele estimou que o OVNI tinha cerca de um metro e oitenta de largura e ele e Fordyce alegaram que estava brilhando tão intensamente que banhava a paisagem circundante com seu brilho laranja assustador.


Sem aviso, o OVNI disparou para longe do veículo e desapareceu além das árvores. Fordyce e Maskey se olharam fixamente em um espanto silencioso, quando de repente se deu conta de que Johnson ainda estava no bosque ... e que ele poderia não estar mais sozinho. Apreensivos, e ainda dentro do carro, os dois começaram a gritar o nome de Johnson, que de repente, saiu da área arborizada e cambaleou pela estrada com uma expressão atordoada em seu rosto. Maskey achou que ele estivesse apenas tentando pregar uma peça neles, mas assim que Johnson desmoronou no meio da rua, ele percebeu de que aquilo não era uma brincadeira.

Embora estivessem muito assustados, Fordyce e Maskey deixaram o veículo e correram para ajudar seu amigo. Eles encontraram Johnson caído no asfalto e totalmente inconsciente. Ao perceber que não conseguiriam acordar seu amigo, Fordyce e Maskey o levantaram e o arrastaram de volta para o carro. Enquanto Fordyce cuidava de Johnson tentando fazê-lo acordar, Maskey acelerava o carro, rumo ao Felixstowe Hospital, deixando para trás o terror daqueles estranhos eventos.

No dia seguinte, Johnson recuperou os sentidos e, quando seus amigos foram visitá-lo, ele lhes contou sobre seu encontro angustiante com uma estranha entidade na floresta ao lado da Avenida Walton. Johnson afirmou que, quando saiu do carro abruptamente na noite anterior, tinha sido obrigado a fazê-lo por uma "força" desconhecida, que insistia em que ele fosse para a floresta. Johnson disse a seus amigos e médicos que ele foi forçado a entrar na floresta escura - embora não conseguisse se lembrar exatamente até que ponto - onde encontrou o que descreveu como um ser humanóide com grandes olhos oblíquos que brilhavam na escuridão. Ele também afirmou que a estranha criatura estava envolvida por chamas alaranjadas. Foi nesse ponto que ele desmaiou.

Johnson jurou que não tinha lembranças do que acontecera em seguida, até que acordou na manhã seguinte numa cama de hospital. Nem os médicos que ouviram a história e nem mesmo os repórteres do jornal Ipswich Evening Star (hoje Ipswich Star) que publicaram o estranho relato em 21 de setembro de 1965, acreditavam nas palavras de Johnson. No entanto seus amigos, que haviam testemunhado o OVNI em forma de ovo com seus próprios olhos - acreditavam no seu companheiro e tinham convicção de que algo estranho e aterrorizante havia ocorrido na floresta perto da Avenida Walton naquela noite escura.


fontes:

10 de junho de 2020

Idunna

۞ ADM Sleipnir


Arte de Yevgeniia Mazurenko
Idunna (também Iduna ou Idun, do nórdico antigo Iðunn, "A Rejuvenecedora") era a deusa da primavera e do renascimento na mitologia nórdica. Ela e seu consorte Bragi, o deus da música e da poesia, viviam em Brunnaker (literalmente "bosque das maças"), localizado ao sul de Asgard, a morada dos deuses. Idunna possuía o importante papel de protetora dos "frutos da juventude", que possuem poder de retardar a chegada da velhice, fazendo com que os deuses, que não eram imortais, mantivessem-se jovens, belos e vigorosos ao longo dos anos. De acordo com o Gylfaginning, Idunna guarda esses frutos em um cesto (ou urna), e independente de quantos frutos era tirasse do cesto, o número de frutos permanecia o mesmo. Embora seja comum dizer que as frutos que Idunna guardava eram maçãs, foi apontado que a palavra nórdica antiga para maçã era epli e que era usada para descrever qualquer tipo de fruta ou noz.

A presença de Idunna em Asgard era de extrema importância, pois os deuses enfrentavam terríveis conseqüências se não tivessem acesso aos seus frutos, como podemos ver no famoso conto "O Sequestro de Idunna", presente no Skáldskaparmal, a segunda parte da Edda em Prosa de Snorri Sturluson.


O Sequestro de Idunna

A história começa com Odin, Loki e Hoenir  em uma de suas habituais excursões pelo mundo. Depois de vagarem por um longo tempo, encontraram-se em uma região deserta, onde eles não puderam encontrar nenhuma moradia hospitaleira. Cansados e com muita fome, os deuses acabaram encontrando uma manada de bois. Eles mataram um dos bois, acenderam uma fogueira e sentaram-se ao lado dela para descansar enquanto esperavam a carne cozinhar. Quando pensaram que o boi já estava cozido, foram verificar. Para sua grande surpresa, sua carne ainda estava crua.

Eles tentaram cozinhar o boi pela segunda vez, mas falharam novamente. Foi então que os deuses ouviram uma voz vinda do alto de um carvalho próximo a eles, informando que era responsável por fazer com que o boi permanecesse cru. Quando os deuses ergueram os olhos, viram uma enorme águia empoleirada sob o carvalho, e ela se dirigiu até eles declarando que removeria o seu feitiço e a carne do boi ficaria pronta em um instante, desde que eles permitissem que ela comesse uma parte dele.


Os deuses concordaram com isso e águia mergulhando para baixo, acendeu as chamas com sua enormes asas e a carne logo ficou cozida. Mas a águia pegou com suas garras toda a carne do boi para si, o que deixou Loki muito irritado. Loki pega uma estaca e atinge o corpo da águia, que imediatamente alça voo, com a estaca fincada em seu corpo e levando Loki, que ainda a segurava. O deus da trapaça clamou por misericórdia implorando que ela o deixasse ir mas a águia, que na verdade era um jötunn chamado Thiazi (antigo nórdico Þjazi), se recusou a fazé-lo de graça. Em troca de sua liberdade, Loki teve que prometer a Thiazi que traria a ele a deusa Idunna, juntamente com seus frutos da juventude. Uma vez liberto, Loki retornou à presença de Odin e Hoenir, no entanto, tomou muito cuidado para não revelar aos dois sobre como ele obteve sua liberdade. 

Assim que retornou à Asgard, Loki começou a arquitetar um plano para atrair Idunna para fora da morada dos deuses, pois estava aterrorizado com o feroz Thiazi e sabia que devia, de alguma forma, manter sua promessa. Poucos dias depois, aproveitando-se da ausência de Bragi, Loki procura Idunna em Brunnaker, dizendo a ela que havia encontrado alguns frutos em Midgard que se pareciam com os dela. Ele a convence a trazer sua cesta de frutos e acompanhá-lo até Midgard para que eles pudessem compará-los. Loki e Iduuna atravessaram a Bifrost, a ponte arco-íris, e assim que chegaram em Midgard, Thiazi, transformado em águia, desceu dos céus e agarrou Idunna, levando-a para longe. Uma vez em Jotunheim, Thiazi levou Idunna para sua fortaleza chamada Thrymheim, onde trancafiou Idunna na torre mais alta.
Arte de Craig Yeung

Resgatando a Deusa da Juventude

Enquanto isso, em Asgard, os deuses e deusas começaram a envelhecer e perder suas forças e capacidades. Eles se reuniram para decidir o que fazer, e notaram que Loki estava ausente. Logo concluíram que o deus da trapaça tinha algo a ver com o desaparecimento de Idunna, e trataram de procurá-lo. Assim que foi encontrado, Loki recebeu um ultimato dos deuses, devendo trazer Idunna de volta urgente, sob pena de ser torturado e morto por eles.

Temendo as ameaças dos deuses mais do que Thiazi, Loki promete a eles trazer Idunna de volta. Ele toma emprestado a plumagem de falcão de Freya, e a usa para voar até Thrymheim, e felizmente para ele, Thiazi tinha ido pescar e deixou Idunna desprotegida. Loki encontra Idunna sozinha e deprimida, lamentando seu exílio de Asgard e de seu amado Bragi, e ele a transforma em uma noz e segurando-a firmemente com suas garras, ele parte de Thrymheim voando rapidamente em direção a Asgard, esperando alcançar suas muralhas antes que Thiazi retornasse ao seu castelo e desse falta dela. 


Os deuses se reuniram sobre as muralhas de Asgard, aguardando ansiosos pelo retorno de Idunna. De repente, eles avistaram Loki chegando, mas em seu rastro estava o gigante Thiazi, que em forma de águia, se esforçava para alcançar Loki e reivindicar sua presa. Thor, que ainda enxergava um pouco melhor que os demais, avistou Loki se aproximando, e bradou aos demais deuses para prepararem uma fogueira. Apesar de tropeçarem e esbarrarem uns nos outros devido as condições em que se encontravam, os deuses conseguiram fazer o que Thor sugeriu. Enquanto isso Loki, sabendo que sua vida dependia do sucesso de sua missão, fez um enorme esforço para alcançar as muralhas de Asgard, caindo exausto em meio aos demais deuses. Já Thiazi, já próximo de alcançar a muralha, guinchava pavorosamente.

Erguendo seu martelo com muita dificuldade, Thor lançou-o contra uma rocha provocando uma chuva de faíscas que acenderam a fogueira. Ao ver as enormes chamas, Thiazi tentou deter o seu voo, porém já era tarde demais. As chamas logo o envolveram, e só o que sobrou foram os seus olhos, os quais Odin tomou em suas mãos e os lançou aos céus em forma de estrelas.


Os deuses ficaram muito felizes com o retorno de Idunna, que logo se apressou em distribuir seus frutos para todos eles, e assim todos recuperaram sua vitalidade.

Acusação de Adultério

No Lokasenna ("A discórdia de Loki"), um dos poemas da Edda Poética, os deuses, durante um banquete, são insultados e acusados de várias coisas por Loki. Idunna é acusada por ele de adultério. Loki diz:

"Silêncio, Idunna,
eu digo que de todas as esposas,
tu é a mais libidinosa,
desde que em teus braços
brilhantes tu colocaste
o matador de teu irmão."

Não se sabe, porém, a quem Loki se referia como irmão.


fontes:

8 de junho de 2020

He Bo

۞ ADM Sleipnir



He Bo (chinês: 河伯, "Conde do Rio Amarelo"; também chamado de Feng Yi (chinês: 馮 夷), Bing Yi (chinês: 冰 夷) ou Wu Yi (chinês: 無 夷)) é na mitologia chinesa o deus do Rio Amarelo, o segundo maior rio da China. Refletindo a personificação do rio Amarelo, Hebo era considerado uma divindade benevolente, mas também gananciosa, imprevisível e perigosamente destrutiva.

De acordo com a lenda, He Bo foi uma pessoa real que teria se afogado enquanto atravessava o Rio Amarelo. O Imperador Celestial teve piedade dele e o transformou na divindade do rio, assumindo a forma de um dragão branco com um rosto humano. Apesar dessa ser uma representação comum dele, existem representações de He Bo como um homem idoso sentado sobre uma tartaruga ou como um peixe com o rosto de um homem.


He Bo na Literatura Chinesa

He Bo é frequentemente mencionado em fontes antigas, como o Zhuangzi e os Versos de Chu Ci, bem como alguns livros apócrifos como o Shangshu zhonghou kao heming. Neste último, é dito que Yu, o Grande (primeiro governante e fundador da Dinastia Xia), no tempo em que este estava domando as inundações de vários rios da China, recebeu de He Bo o Hetu (chinês: 河圖), uma espécie de mapa do Rio Amarelo, que o ajudou a entender a geografia exata do rio. Uma história semelhante é contada no livro Shizi e mencionada na breve enciclopédia Bowuzhi. Nas duas histórias, He Bo é chamado de "espírito do rio" (chinês河 精, hejing). 

De acordo com uma história do livro clássico chinês Huainanzi, o lendário arqueiro Hou Yi certa vez atirou uma flecha em seu olho esquerdo, como punição pelas muitas inundações devastadoras que ele havia provocado.

De acordo com o poema Tianwen (parte dos Versos de Chu Ci), He Bo possui uma consorte chamada Luo Shen (chinês: 洛神, "Deusa do Rio Luo") ou Luo Pin (chinês: 嬪 雒, "Senhora do Rio Luo"), que curiosamente possui uma origem idêntica a de He Bo. Pelo menos desde o período Shang (séculos XVII a XI a.C.), sacrifícios de animais e seres humanos a He Bo e Luo Shen eram regularmente realizados para apaziguar as inundações ou as almas das pessoas que se afogaram em inundações. 

Cultura Popular

He Bo é um dos muitos personagens mitológicos que integram o MOBA Smite, como parte das divindades do panteão chinês.


fontes:

5 de junho de 2020

Urcuchillay

۞ ADM Sleipnir

Urcuchillay é um deus da mitologia inca, protetor dos rebanhos, em especial os de lhamas. Era adorado pelos pastores andinos, que acreditavam que ele protegia seus rebanhos de caçadores e predadores enquanto estes descansavam. Urcuchillay mantinha o bem-estar dos animais e multiplicava seus filhotes. Acreditava-se que Urcuchillay tinha a forma de uma lhama multicolorida. Ele é geralmente representado como uma lhama com traços humanóides ou como um homem com a cabeça de uma lhama. 

Referências à sua existência em nível mitológico aparecem em textos históricos da civilização Moche (que dominou a costa norte do Peru mil anos antes da cultura inca) e em especial na cultura Inca, onde Urcuchillay integra o grupo dos principais deuses que habitam o Hanan Pacha ("o mundo de cima"). Urchuchillay também é nomeado em incontáveis ​​relatos orais de colonos camponeses e historiadores.


Na cosmologia inca, Urcuchillay está associado à Constelação de Lira, a qual seus adoradores criam que ela se transformava em uma lhama e descia as terras altas dos Andes para cuidar e proteger seus animais. Todos os anos, durante o mês de abril, são observados muitos devotos se aproximando das montanhas, a fim de testemunhar as Líridas, chuva de meteoros que ocorre anualmente no local. Essas pessoas são convictas de que as luzes descendo do céu representam a união de Urcuchillay e o homem.


fontes:

3 de junho de 2020

Ose

۞ ADM Sleipnir

Arte de sketchbookuniverse

Ose (OzeOso, Vosa) é, de acordo com a demonologia, o grande presidente do inferno e possui trinta legiões de demônios sob o seu comando. De acordo com a Goetia, ele é o 57º entre os 72 espíritos de Salomão.

Ao ser conjurado, Ose aparecerá inicialmente na forma de um leopardo, assumindo a forma humana após algum tempo. Ele pode ensinar aos humanos ciências liberais e também dar respostas verdadeiras a respeito das coisas divinas. Também é capaz de trazer a loucura a qualquer pessoa que o seu conjurador deseje. Ose pode ainda alterar a forma física do seu conjurador caso este deseje, podendo fazê-lo perder peso, ganhar massa muscular, dentre outros.

Selo de Ose

Cultura Popular

Assim como outros espíritos goetianos, Ose aparece na franquia de jogos Shin Megami Tensei. Também aparece nos games Wild Arms, Tales of Destiny 2em Final Fantasy XI, XII e XIV.

Em animes/mangás, aparece em TogariShakugan no ShanaYondemasuyo Azazel-san.
Arte de Kevin Sidartha


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1 de junho de 2020

Bolotnik

۞ ADM Sleipnir

Arte de Oleg Rotar

Bolotnik 
(russo: болотник, literalmente "homem do pântano"; em bielorrusso Balotnik, em ucraniano Bolotyanik e em polonês Błotnik) é um espírito dos pântanos pertencente a mitologia eslava. 
Geralmente é retratado como um homem velho e barrigudo, com olhos grandes e semelhantes aos de sapos, uma barba verde e cabelos longos. Seu corpo é coberto de terra, algas e escamas de peixe. Em algumas histórias ele é descrito como tendo braços longos e uma cauda.

Como outros espíritos eslavos (como as Rusalki e os Vodianoi), o Bolotnik é tido como responsável por afogamentos de pessoas e também animais, atraindo-as para a beira do pântano e os arrastando para o fundo d'água. Uma das táticas que ele usa para atrair pessoas é ficar dentro d'água com apenas as suas costas na superfície, dando a impressão de que é uma pedra. Quando alguém pisa em suas costas, o Bolotnik submerge, deixando a pessoa afundar até que se afogue. 


O Bolotnik também pode imitar o som de animais como gansos, patos, vacas ou até mesmo gritos humanos, despertando a curiosidade de seus alvos e os atraindo para perto da água. Ele ainda pode se esconder em meio as ervas do pântano, produzindo fogo-fátuo para fazer com que suas vítimas cheguem perto dele para ver. Uma vez que sua vítima se aproxime dele, ele a agarra pelos pés e a arrasta para o fundo do pântano.

Normalmente, o Bolotnik é tido como um espírito solitário, sem esposa nem filhos. Porém, em algumas lendas, principalmente no norte da Rússia, ele é associado a um espírito aquático feminino chamado Bolotnitsa, cujo modus operandi é o mesmo dele.

Arte de Stepan Gilev

fontes:

Ruby