26 de junho de 2025

Barbarika

۞ ADM Sleipnir

Barbarika  (em sânscrito: बर्बरीक, também grafado como BarbarīkaBarbareek ou Belarsené um herói lendário da mitologia hindu, atestado no capítulo 66 do Skanda Purana como um guerreiro que seria capaz de por fim sozinho na guerra de Kurukshetra, narrada no épico MahabharataBarbarika foi sacrificado antes do início da guerra pois, do contrário, a história pós-guerra teria tomado um rumo completamente diferente. 

Origem e Nascimento

Barbarika nasceu da união de Ghatotkacha e Kamkatankata. Sua mãe era filha do asura Mura, morto por Krishna. Após a morte do pai, Kamkatankata tentou vingar-se de Krishna, mas foi impedida pela deusa Kamakhya, que revelou que ela estava destinada a se tornar nora de Bhima. Krishna então a abençoou, e mais tarde ela se casou com Ghatotkacha, após ele vencê-la em combate e confundi-la com um enigma. O filho do casal, ao nascer, cresceu instantaneamente e recebeu o nome Barbarika por conta de seus cabelos encaracolados. Ele apresentava tez escura, olhos grandes e força extraordinária.

Poderes e Armas Divinas

Barbarika foi treinado em artes marciais por sua mãe e, por meio de intensas práticas devocionais, obteve diversas bênçãos e armas divinas. Entre os dons recebidos, destacam-se três flechas infalíveis concedidas por Shiva, que garantiam a vitória contra qualquer inimigo, motivo pelo qual passou a ser conhecido como Teen Baan Dhaari, ou "Portador de Três Flechas". Recebeu também um arco divino de Agni, cinzas sagradas do sábio Vijaya Saha, e uma espada divina abençoada pelas deusas. 


Posteriormente, Barbarika dirigiu-se ao Gupta Kshetra, um local sagrado onde prestou reverência às quatro deusas guardiãs das direções e às "nove Durgas" (Navadurga, nove manifestações da deusa Durga). Durante esse período, protegeu o sábio Vijaya Saha de demônios que tentavam interromper seus rituais, o que lhe conferiu ainda mais poderes espirituais.

Antes da guerra de Kurukshetra

Antes do início da guerra de Kurukshetra, os Pandavas discutiam suas chances de vitória. Arjuna afirmou que poderia derrotar o exército Kaurava em um único dia, o que levou Barbarika a intervir e declarar que ele próprio poderia vencer todos os inimigos em um instante com suas três flechas.

Para demonstrar seu poder, Barbarika lançou uma de suas flechas, coberta com as cinzas sagradas que recebeu de Vijaya Saha, que marcou os pontos fatais de todos os guerreiros dignos de morte — exceto Aswathama, Kripa e os cinco Pandavas. A segunda flecha, segundo ele, mataria todos os marcados. A demonstração impressionou a todos.

A morte de Barbarika

Diante da demonstração de poder de Barbarika , Krishna decidiu intervir. Temendo que o equilíbrio da guerra fosse comprometido, Krishna decapitou Barbarika com seu disco (Sudarshana Chakra). Houve um silêncio absoluto e todos ficaram chocados. Todos choraram com imensa tristeza e lágrimas rolaram de seus olhos. Seu pai, Ghatotkacha, caiu inconsciente. Então, quatorze deusas apareceram e consolaram Ghatotkacha e os outros, explicando o motivo pelo qual Krishna havia matado Barbarika.


Seu passado como Suryavarchaa

Em uma vida anterior, Barbarika havia sido um yaksha chamado Suryavarchaa. Naquele tempo, a Terra se aproximou dos deuses no Monte Meru e reclamou de seu fardo insuportável. Então, a pedido de Brahma, Vishnu concordou em ir à terra junto com os deuses para aliviar seu fardo. Naquele momento, Suryavarchaa, disse para os deuses ficarem, pois ele sozinho iria até a terra e a aliviaria de seu fardo. Brahma ficou furioso com a postura de Suryavarchaa, e o amaldiçoou a ser decapitado por Krishna antes da Guerra de Kurukshetra.

Testemunha da Guerra

Com a bênção de Krishna, a cabeça de Barbarika tornou-se imortal após receber o néctar da imortalidade da deusa Chandika. Barbarika pediu para assistir à guerra e sua cabeça foi colocada no topo de uma montanha, de onde observou todo o conflito.

Após a guerra, os Pandavas discutiram quem deveria receber os créditos pela vitória. Bhima reivindicou os méritos, enquanto Arjuna afirmou ter visto um ser desconhecido derrotar os inimigos antes que ele pudesse agir. Para resolver a questão, consultaram a cabeça de Barbarika , que relatou ter visto uma figura divina com múltiplos rostos e braços, como verdadeiro executor da guerra. Com isso, todos reconheceram a divindade de Krishna e se curvaram a seus pés.

Versão Alternativa do Sacrifício

Uma versão alternativa da história, comum no norte da Índia, relata que Barbarika partiu para Kurukshetra com a promessa de lutar ao lado do lado mais fraco. No caminho, foi testado por Krishna disfarçado de brâmane, que lhe pediu para demonstrar o poder de suas flechas. Barbarika amarrou todas as folhas de uma figueira com uma única flecha, incluindo uma que Krishna havia escondido sob seu pé. Isso provou que suas flechas eram inevitáveis e infalíveis.

Com receio de que Barbarika pudesse desequilibrar a guerra apoiando o lado mais fraco (que mudaria conforme o curso do conflito), Krishna revelou sua identidade e pediu sua cabeça como oferenda. Barbarika, como verdadeiro guerreiro, aceitou o pedido. Seu sacrifício foi considerado necessário para sua libertação espiritual (moksha).


Adoração como Khatu Shyam Ji

Barbarika é amplamente venerado no norte da Índia, especialmente em Khatu, no Rajastão, onde seu templo é um importante centro de peregrinação. É cultuado sob o nome Khatu Shyam Ji, considerado uma forma de Krishna, e os devotos creem que ele concede bênçãos, cura doenças e remove pecados.

Segundo a tradição, Krishna prometeu que enquanto o Sol, a Lua e as estrelas existirem, o nome de Barbarika seria lembrado e adorado. Ele é especialmente invocado para proteção de crianças e em momentos de aflição espiritual.


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