Héstia

۞ ADM Sleipnir

Arte de Markus Stadlober

Héstia (do grego Ἑστια, "lareira") é a deusa grega dos lares e dos laços domésticos. Como a deusa da lareira da família ela também presidia o cozimento do pão e a preparação das refeições domésticas. Héstia também era a deusa da chama de sacrifício e recebia sempre uma parte de todos os sacrifícios feitos aos deuses. Era costuma ser representada como uma mulher jovem, com uma larga túnica e um véu sobre a cabeça e sobre os ombros. Haviam imagens suas nas principais cidades gregas, mas sua figura severa e simples não servia como fonte de inspiração para os artistas.

Filha de Cronos e Réia, Héstia foi a primogênita do casal, e assim foi a primeira criança a ser devorada pelo pai.  Mais tarde, Zeus forçou o Titã a vomitar Héstia e seus irmãos. À medida que ela foi a primeira a ser engolida, ela também foi a última a ser vomitada, e assim foi nomeada como sendo "a mais velha e a mais jovem" dos seis crônidas. Ela também participou da Titanomaquia, onde auxiliou no combate contra os Titãs. Uma vez que os crônidas venceram, ela também se tornou uma deusa olímpica.

Arte de Genzoman

Héstia era considerada uma das divindades mais bondosas, modestas e gentis dentre os demais olimpianos. Prova disso é que não se envolvia em guerras ou qualquer outro tipo de conflito. Ela inclusive cedeu o seu lugar entre os deuses olímpicos para Dionísio, afim de evitar intrigas, e em gratidão a este gesto, Zeus lhe entregou as as chaves do palácio do Olimpo, tornando-a a protetora do lar dos Deuses. Ela era constantemente cortejada por Poseidon e Apolo, mas não estava disposta a se casar e pediu a Zeus para intervir pois queria manter-se virgem eternamente. Zeus então lhe concedeu a honra de ser venerada em todos os lares, ser incluída em todos os sacrifícios e permanecer em paz, em seu palácio cercada do respeito de deuses e mortais.

Não existem muitos mitos envolvendo sua figura. Sabe-se que ela foi a responsável pela criação do conceito de Santuário para proteger a todos que precisam, e isso se tornou algo sagrado para todos seus seguidores. Em uma anedota contada por Ovídio, o deus Priapo tentou estuprá-la, mas foi impedido por um jumento, cujo zurrar o levou a perder a ereção no momento crítico e a acordou. Ela gritou quando viu Priapo, fazendo-o fugir de vergonha. 

Ao contrário dos outros deuses olímpicos, Héstia não tinha uma cidade sagrada específica, porém todas as cidades tinham um altar consagrado a ela. Héstia era adorada como protetora das cidades e das colônias e quando os gregos fundavam cidades fora da Grécia, levavam parte do fogo da lareira como símbolo da ligação com a terra materna e com ele, acendiam a lareira onde seria instalado o poder político da nova cidade. Em Roma, Héstia era cultuada como Vesta e o fogo sagrado era o símbolo da perenidade do Império. Suas sacerdotisas eram chamadas vestais, faziam voto de castidade e deveriam servir à deusa durante trinta anos. Lá a deusa era cultuada por um sacerdote principal, além das vestais.

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