31 de agosto de 2016

Ninkilim

۞ ADM Sleipnir

Arte de Genzoman

Ninkilim ("Senhor dos Roedores") é uma divindade suméria associada aos ratos silvestres e aos parasitas dos campos. Também conhecida como Azalulu, “senhor das criaturas abundantes”, e em acadiano como Bēl-nammašti, “senhor dos animais selvagens”), ela aparece em muitos textos de encantamentos contra pragas dos campos, como por exemplo o Zu-buru-dabbeda.

Embora referida como uma divindade feminina na grande lista de deuses e no Almanaque do Fazendeiro Sumério (que pede ao fazendeiro que reze para Ninkilim, deusa dos ratos do campo, para que ela mantenha "seus pequenos súditos de dentes afiados longe do grão crescente"), os encantamentos das pragas de campo, assim como outros textos dos períodos posteriores, referem-se a ela como sendo uma divindade masculina.

Ninkilim era frequentemente considerada a criadora de várias pragas dos campos, embora esse papel também pudesse ser atribuído ao deus agrícola Ennugi ou à Alulu, um lendário rei primordial de Eridu que aparentemente detestava cevada.



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1000 Publicações!!!

 

Hoje, 31 de agosto, atingimos uma marca especial aqui no Portal dos Mitos: chegamos à nossa milésima publicação. Sinceramente não achei que conseguiria atingir essa marca; foram muitas as vezes em que pensamos em abandonar o projeto. O nosso dia-a-dia tem sido cansativo e sobra pouco tempo para pesquisar, mas por gostarmos muito do blog e do trabalho desenvolvido nele, nos esforçamos para mantê-lo ativo. 

Neste mês de setembro também atingiremos outra marca especial no dia 14, que é o aniversário de 4 anos do blog. E para comemorarmos esse aniversário, este mês teremos 5 postagens por semana, até o fim do mês. Em outubro o blog retorna a sua rotina normal de 3 postagens semanais.

Agradecemos a todos vocês que visitam e acompanham o nosso trabalho! Participem conosco compartilhando e comentando nossos posts.

Rodrigo Viany (ADM Sleipnir) e Priscila Josy (ADM Dama Gótica)


Administradores do blog

29 de agosto de 2016

A "Abominação Arbórea"

۞ ADM Sleipnir


A "Abominação Arbórea" (Arboreal Abomination em inglês) foi uma suposta criatura extraterrestre cujo avistamento ocorreu em 29 de agosto de 1965, no Peru. As testemunhas foram dois homens chamados Antonio Chavez Bedoya e Julio L. de Romana.

Os dois desciam um trecho rochoso e desolado da rodovia panamericana no sul do Peru, a aproximadamente 12 milhas de distância da cidade de Arequipa, quando testemunharam o que eles descreveram como "um ser estranho, um marciano", que "parecia um arbusto", coberto de olhos dourados e algo como fitas prateadas e douradasAlguns segundos depois de verem a criatura, os dois homens avistaram um disco voador pairando sobre o seu veículo, e com medo, os dois evadiram do local o mais rápido que puderam.

Arte de Traci Shepard

26 de agosto de 2016

Voltumna

۞ ADM Sleipnir

Voltumna (ou Veltha) era uma divindade etrusca originalmente de natureza ctônica, mas posteriormente elevada ao status de divindade suprema do panteão etrusco ( deus Etruriae princeps). Para os etruscos, Voltumna era primeiramente o deus protetor da federação etrusca; alguns estudiosos acreditam que ele também tenha sido uma espécie de deus do céu, similar a Zeus. Em Roma, Voltumna era equivalente ao deus Vertumo.

O culto a Voltumna estava centrado em Volsínios (atual Orvieto) uma polis da civilização etrusca no norte da Itália. A união dos vinte povos (populi) etruscos era renovada anualmente no bosque sagrado do Fanum Voltumnae ("Santuário de Voltumna"), situado próximo em Volsínios. Sabe-se que no Santuário de Voltumna eram realizados jogos, porém, a natureza dos mesmos é desconhecida.

No fórum Romano, próximo ao Templo de Castor e Pólux se situava um santuário dedicado a Voltumna no Vico Toscano.

Estatueta representando Voltumna

fontes:
  • Wikipédia (em inglês); 
  • Livro "A Dictionary of Gods and Goddesses, Devils and Demons", de Manfred Lurker.

24 de agosto de 2016

A "Maldição do Superman"

۞ ADM Sleipnir


A "Maldição do Superman" é uma macabra superstição baseada em uma série de infortúnios que ao longo dos anos tem recaído sobre pessoas envolvidas nas adaptações do Superman para a televisão e o cinema, especialmente sobre os atores que desempenham o papel de Superman. 

Kirk Alyn, o primeiro ator a interpretar o papel de Superman na televisão entre 1948 e 1950, teria ficado marcado pelo papel e não conseguiu arrumar nenhum outro papel de destaque. 

O primeiro ator a interpretar o super-herói no cinema foi George Reeves, que protagonizou o filme “Superman e os Homem-Toupeira”, em 1951, um grande êxito, exceto pelo destino de Reeves. Sua próxima atuação no cinema recebeu críticas ferozes e, na mesma época, começaram os rumores sobre a maldição do Superman. Os rumores também envolveram a morte do ator: dizia-se que ele morreu saltando de sua janela, acreditando que podia voar como o super-herói, mas os registros indicam que Reeves levou um tiro.

Christopher Reeve, o mais famoso intérprete do Superman nos cinemas, atuando no papel em quatro filmes em 1978 e 1987,  sofreu em 1995 um grave acidente enquanto andava a cavalo, que acabou deixando-o tetraplégico. Depois de anos lutando contra as condições associadas ao acidente, o ator morreu em 2004.

Lee Quigley, ator-mirim que interpretou Kar-El bebê no filme de 1978, morreu em 1991 aos 14 anos, por uma intoxicação por vicío de cheirar cola.

Cena do filme Superman, o filme,  em que Jor-El (Marlon Brando) prepara seu filho Kar-El (Quigley), para embarcar para o planeta Terra

A maldição do Superman teria atingido também outras pessoas que atuaram ou trabalharam em produções sobre o herói. Christopher Sayour, um experiente dublê, aos 35 anos, era responsável por desempenhar as cenas de Tom Welling (Clark Kent no seriado Smallville). O profissional sofreu fraturas múltiplas e lesões internas em um acidente ao filmar um episódio que iria ao ar em julho de 2005. O acidente foi descrito por testemunhas como um "acidente bizarro". Bill Stewart, dois anos antes de Sayour, também sofreu um acidente durante as filmagens de Smallville. O dublê sofreu cortes profundos e sérios enquanto desempenhava uma cena em que deveria pular por uma janela e o vidro não se despedaçou por completo ao contato.

Apesar de tudo, a existência de uma maldição é um tanto quanto questionável, já que muitos atores que já interpretáram o herói, como Dean Cain, Brandon Routh, Tom Welling e o atual Superman dos cinemas, Henry Cavill, ainda não foram prejudicados por ela.


fontes:

22 de agosto de 2016

Asrai

۞ ADM Sleipnir

Arte de HokutoFighter

Asrai é um tipo de fada aquática oriunda do folclore inglês, dita habitar o fundo de rios e lagos. São descritas como tendo no máximo 1,2m de altura, e possuindo membranas entre os dedos das mãos e dos pés. Por serem muito belas e delicadas, Asrais aparentam ser bem jovens, mas na verdade são seres centenários. Segundo o folclore, elas vivem o tempo todo dentro d'água, e só vêem a superfície uma vez a cada cem anos para olhar a lua e se alimentar de sua luz.

A beleza das Asrais é tão grande que qualquer homem que as vê é tomado imediatamente pelo desejo de capturá-las. Porém, se forem capturadas ou se um único raio de sol tocá-las, elas morrem e se transformam em uma poça d'água. 

Arte de trappedilluisions

Mantis Man

۞ ADM Sleipnir

Arte de Poliana H

Mantis Man é um criptideo inicialmente avistado por dois pescadores em Hackettstown, Nova Jersey, próximo ao rio Musconetcong, no início dos anos 2000. Ele foi descrito como semelhante a um louva-a-deus (daí o seu nome) com cerca de dois metros de altura, possuindo mandíbulas e grandes olhos negros.

Um dos pescadores relatou que a criatura desaparecia enquanto se movia até a margem do rio onde foi flagrado, levando à especulação de que talvez ela usasse algum tipo de camuflagem para se misturar á paisagem. O outro pescador relatou ter ouvido um zumbido e sentir seu corpo formigar. Ele relatou também ter visto a criatura abrir suas asas em um gesto ameaçador enquanto era observada. Logo depois, ela desapareceu em meio a uma espécie de nevoeiro.

Eventualmente tem sido reportados outros avistamentos da criatura na região, e a principal hipótese levantada, considerando a forma como ela desaparece em pleno movimento, é de que seja uma criatura extra-terrestre ou extra-dimensional, possuindo habilidades ou tecnologias para ajudar a evitar a sua detecção.

Arte de Jonathan Valiente

19 de agosto de 2016

Akuanduba

۞ ADM Sleipnir

Arte de Bianca Duarte

Akuanduba é uma divindade oriunda da mitologia dos índios araras, que habitam a margem esquerda do rio Iriri, no estado do Pará. De acordo com a mitologia, Akuanduba tocava sua flauta para trazer ordem ao mundo. Um dia, por causa da desobediência dos seres humanos, eles foram lançados na água. Os poucos sobreviventes tiveram que aprender do zero como dar continuidade à vida.

Lenda

No começo havia somente o céu e a água que o circundava. Uma casca separava o céu da água e servia de chão para seus habitantes. Os seres humanos, então estrelas, presididos por Akuanduba, aí viviam apenas a fazer coisas simples e boas: comer, beber, namorar e dormir. Quando havia excessos, a divindade, tocando uma flauta, chamava a atenção de todos e os trazia à boa ordem.

Do lado de fora da casca, na água, havia somente seres atrozes e maléficos. Um dia, porém, houve uma grande briga motivada por roubo e/ou egoísmo e, por mais que Akuanduba tocasse a sua flauta, não conseguia apaziguar aqueles que teimosamente insistiam em pelejar. Tanto fizeram que a casca do céu se rompeu e todos foram lançados na água.


Velhos e crianças morreram afogados ou com o choque da queda. Uns poucos homens e menos ainda mulheres sobraram. As aves psitacídeos levaram alguns de volta para o céu, onde voltaram a ser estrelas. A própria Lua, que havia despencado, foi levada de volta a muito custo por uma curica que, depois de tão grande trabalho, bicou um canto do astro, cuja marca ainda hoje se vê de certo ângulo, proporcionado pelo movimento dos pedaços de casca do céu que flutuam nas águas, habitados pelos homens. Ainda hoje os índios araras, o “povo das araras”, ainda assobiam para essas aves quando passam aos bandos. Elas, porém, achando-os grandes demais, nem tentam levá-los.

Os seres maléficos que já existiam nas águas antes da catástrofe se transfiguraram nos índios hostis aos araras (caiapós, jurunas, xipaias, assurinis e quiçá os mundurucus) Outros seres apareceram, que penetram o corpo humano para comer-lhe ou queimar-lhe as entranhas. A própria divindade se transformou na terrível onça preta e também se manifesta sob a forma de outros felinos. 

O bicho-preguiça aliviou a desgraça dos humanos. Ensinou-lhes a primeira festa, destinada a trazer-lhes novos filhos, a fazer flautas, a cantar, a tecer fibras de algodão e palhas, e povoou a mata com animais comestíveis. Da lontra os araras roubaram o fogo. O bicho-preguiça, tendo encomendado uma festa aos araras, acabou por zangar-se, porque a bebida, que ele mesmo consumira em grande quantidade, havia terminado. Voltou sozinho para a floresta e perdeu tudo o que tinha. Envelheceu e morreu, indo para o que restou dos céus, lugar que aguarda também os humanos após a morte.

Arte de Gabriel Scavariello


fontes:

17 de agosto de 2016

Hadúr

۞ ADM Sleipnir


Hadúr ou Hodur (abreviação para Hadak Ura, que significa "senhor da guerra" ou "senhor dos exércitos" em húngaro), era o deus do fogo na religião dos primeiros húngaros (magiares), tornando-se mais tarde um deus da guerra na mitologia húngara. Ele era o terceiro filho de Arany Atyácska ("Pai do Ouro") e Hajnal Anyácska ("Mãe do Alvorecer").

Hádur vivia em Felső világ ("Mundo Superior"), a morada dos deuses, e seu domínio era a "Floresta de Cobre", onde atuava como o ferreiro dos deuses. O cobre por sinal era seu metal sagrado, e conta-se que Hadúr trajava uma armadura e armas todas feitas de puro cobre. Era um costume sacrificar garanhões brancos para ele antes de uma batalha. 

Foi atribuía a ele a criação da lendária "Espada de Deus" (Isten Kardja), que foi encontrada por Átila, o Huno, e que possibilitou a ascensão do império Huno.


15 de agosto de 2016

Nuribotoke

۞ ADM Sleipnir

Arte de Joe Holdsworth

O Nuribotoke (塗佛, literalmente "morto revestido"é um grotesco yokai presente no folclore japonês, e ilustrado no 3º volume da obra Gazu Hyakki Yagyō ("A Ilustrada Parada Noturna de Cem Demônios") de Toriyama Seiken.

Ele é descrito como um espírito cadavérico, possuindo uma pele escura e oleosa e um cheiro pungente. Ele possui também uma espécie de cauda de peixe e seus globos oculares ficam pendurados para fora em seu rosto.  

Segundo o folclore japonês, o Nuribotoke aparece em um local quando alguém esquece de fechar as portas de seu Butsudan após o por do sol. O Butsudan (佛坛 ou 仏坛, significa literalmente “Altar do Buda”) é um grande santuário de madeira ornado, dentro do qual são guardados ícones religiosos, pergaminhos, mantras, estátuas e outros objetos sagrados. Ele serve como o centro da espiritualidade das famílias japonesas, e os ancestrais da família são todos consagrados no mesmo. 

Arte de Matthew Meyer

Durante o dia, o Butsudan permanece aberto, e durante feriados e ocasiões especiais ele é tratado como um membro da família, recebendo ofertas de comida e sake. Após o pôr do sol, ele deve ser fechado, pois acredita-se que ele funciona como um portal entre nosso mundo e o mundo dos mortos, e se deixado aberto durante a noite, permite que alguns espíritos deixem o mundo dos mortos e adentrem o nosso.O Nuribotoke é um desses espíritos, e uma vez que tenham atravessado o portal, irá aterrorizar os moradores da casa, voando e dançando medonhamente durante toda a noite. Ele também podem tentar enganar as pessoas dando-lhes falsas profecias. O Nuribotoke pode ser mantido à distância por meio da aspersão de sal no chão. Antes do amanhecer, ele irá retornar ao Butsudan, não aparecendo novamente durante o dia. Desde que não se esqueça de deixá-lo fechado durante a noite, o Nuribotoke não voltará a incomodar. 


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12 de agosto de 2016

Melinoe

۞ ADM Sleipnir

Arte de Simichaos

Melinoe (em grego: Μελινοε) é uma obscura deusa grega do submundo citada no Hino Órfico de nº71. Este hino é a única fonte literária que atesta sua existência. O hino diz:
"A Melínoe eu chamo, ninfa ctônia em cróceo véu, que junto à foz do Cocito deu à luz insigne Perséfone, no sacro leito de Zeus Crônio; uniu-se a ela ludibriado Plutão com ardis astutos, ardoroso arrancou a dúplice pele de Perséfone. Ela enlouquece os mortais com nevoentos fantasmas, em estranhas imagens desvelando suas formas, ora às claras ora em sombras, noturno cintilarem encontros hostis nas trevas da noite. Vamos, Deusa, suplico-te, subtérrea rainha, envia o furor da alma para os confins da terra, benévola sacratíssima face revela aos iniciados."
-Tradução de Rafael Brunhara

Arte de Yuna XD

De acordo com o hino, Melinoe é filha da deusa Perséfone, porém seu pai não era Hades, e sim Zeus, que se disfarçou como Hades para se deitar com ela. Melinoe presidia as propiciações oferecidas aos fantasmas dos mortos. Durante a noite, ela vagava pela terra acompanhada por um séquito de fantasmas, espalhando medo e insanidade por onde quer que passasse. Seus membros eram pretos de um lado e brancos do outro, uma manifestação de sua dupla natureza ctônica e celestial.

Melinoe era provavelmente um título órfico para a deusa Hécate, que também era uma líder de fantasmas e às vezes descrita como filha de Perséfone.

Cultura Popular

Melinoe será a protagonista do game Hades II, sequência do aclamado roguelike publicado pela Supergiant Games em 2020. No jogo, ela será filha de Hades, irmã do protagonista do game anterior, Zagreus e uma discípula de Hécate.

Melinoe (Hades II)

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10 de agosto de 2016

Enki

۞ ADM Sleipnir

Arte de Immanuela Crovius

Enki (ou Ea para os acadianos e babilônicos) é o deus das águas doces, da sabedoria e da criação na mitologia suméria. É um dos três deuses mais poderosos do panteão, juntamente com An/Anu e Enlil. A tradução comum de seu nome é "Senhor da Terra". O seu culto estava centrado na cidade de Eridu. Enki reside no oceano debaixo da terra chamado Abzu, que era um lugar importante na geografia cósmica mesopotâmica. Por exemplo, a cidade de Babilônia foi dita ter sido construída sobre Abzu.

Textos sumérios sobre Enki muitas vezes incluem retratos abertamente sexuais sobre sua virilidade. Em particular, há uma ligação metafórica entre as propriedades vivificantes do sêmen do deus e a natureza animadora da água fresca do Abzu, porém  muitos dos detalhes mais explícitos foram suprimidos em traduções modernas.


Iconografia

Enki é retratado na artes como um deus barbudo usando vestes longas e um chapéu cheio de chifres. De seus ombros jorram duas correntes de água, que representam os rios Tigre e Eufrates.Os símbolos de Enki incluem uma cabra e um peixe. Estes foram combinados posteriormente em um único animal, o Capricórnio, que se tornou um dos signos do zodíaco. Na astronomia suméria, Enki representava o planeta Mercúrio, conhecido por sua capacidade de mudar rapidamente, e sua proximidade com o sol.

Outro símbolo de Enki era a serpente, devido a sua participação na criação de Adamu entrelaçando as duas essências, dos deuses e dos homens, por este motivo há quem defenda que Enki seria também a serpente do Éden por um ato deliberado cometido contra uma de suas próprias criações onde nasce Adapa. Segundo os sumérios, é a partir de Adapa e não de Adamu que nasceram K-in e Aba-el (os bíblicos Caim e Abel) que eram irmãos gêmeos.




Genealogia

Enki era filho de An/Anu e Nammu. Ele nasceu juntamente com sua irmã Ereshkigal, quando as lágrimas de An caíram sobre as águas salgadas da deusa primordial Nammu. Sua consorte era a deusa Ninhursag (por vezes chamada de Damkina), com que teve inúmeros filhos, entre os quais se destaca o deus Mardukque posteriormente se tornaria o rei dos deuses.

Enki também teve relações e filhos com outras deusas, sendo pai da deusa Ninkurra (com sua filha Ninsar), e a deusa Uttu (com sua neta Ninkurra).

Enki e Ninhursag

Enki e Ninhursag tiveram uma filha chamada Ninsar. Após Ninhursag abandoná-lo, Enki teve relações sexuais com Ninsar, que veio dar à luz a Ninkurra. Mais tarde, Enki também teve relações sexuais com Ninkurra, e esta deu à luz a Uttu. Enki então tentou de todas as formas seduzir Uttu. A jovem deusa consultou Ninhursag, que, furiosa com a natureza promíscua de seu ex-esposo, aconselhou-a a evitar as margens do rio e, assim, escapar de suas investidas.


Em outra versão da história, Enki consegue seduzir Uttu e ter relações sexuais com ela. Ninhursag retira o sêmen de Enki do ventre de Uttu e o derrama sobre a terra, onde sete plantas germinam rapidamente. Enki encontra as plantas e imediatamente começa a consumir os seus frutos. Assim, consumindo sua própria essência fértil, ele engravida e adoece com inchaços em sua mandíbula, dentes, boca, garganta, em seus braços, pernas e também em suas costelas. Os deuses não sabem o que fazer a respeito, já que Enki não tinha um ventre com o qual poderia dar à luz, então resolvem recorrer a Ninhursag.

Apesar de ainda aborrecida com seu ex-marido, Ninhursag volta atrás e concorda em desfazer a maldição, criando oito divindades para curar cada uma das oito enfermidades que ela o causara.

A confusão das línguas

No épico sumério "Enmerkar e o Senhor de Arata", um encantamento é pronunciado com uma introdução mítica indicando que Enki era o responsável por espalhar as línguas pelo mundo: 
"Era uma vez, não havia cobras, não havia escorpiões
Não havia hienas, não havia leões,
Não havia cães selvagens, não havia lobos,
Não havia medo nem terror,
O homem não tinha rival.
Era uma vez as terras Shubur e Hamazi,
A Suméria de língua harmoniosa, a grande terra das divinas leis dos principados,
Uri, a grande terra que tem tudo o que é próprio,
A terra Martu, que descansa em segurança,
O universo inteiro, o povo em uníssono,
A Enlil numa língua fizeram preces.
Mas então o senhor-pai, o príncipe-pai, o rei-pai,
Enki, o senhor da abundância, cujas ordens eram confiantes
Senhor da Sabedoria que vigia a terra,
Senhor dos deuses,
Senhor de Eridu, dotado de sabedoria
Nas suas bocas trocou as palavras, instalou a discórdia,
Na fala do homem que havia sido única.
"

Arte de Ekaterina Chesalova
 

Salvador da Humanidade

De acordo com a Tábua IX da Epopéia de Gilgamesh, Enki foi o deus que informou à Utnapishtim sobre a inundação que extinguiria a raça humana. Ao fazer isso, Enki provocou a ira de Enlil e os outros deuses, a fim de salvar a humanidade do dilúvio projetado pelos deuses para matá-los. Na lenda de Atrahasis - mais tarde adaptada em um trecho da Epopéia de Gilgamesh - Enlil se propõe a eliminar a humanidade, cuja superpopulação e o ruído resultante do seu acasalamento o incomodavam bastante. Enlil envia seca, fome e pestes sucessivamente para acabar com a humanidade, no entanto, Enki frustra os planos de seu irmão ensinando à Atrahasis os segredos da irrigação, celeiros e medicina. Enfurecido, Enlil convoca um concílio dos deuses e os faz prometerem não contar a humanidade que ele planejava sua aniquilação total. Enki não conta a Atrahasis diretamente, mas fala sobre plano de Enlil para as paredes da cabana de Atrahasis, através da qual naturalmente Atrahasis foi capaz de ouvir. Assim, ele secretamente salvou Atrahasis (Utnapishtim na Epopéia de Gilgamesh)  instruindo-o sobre como construir um barco para abrigar sua família e os animais.

Enlil fica furioso por seu plano ser frustrado mais uma vez, e aponta Enki como o culpado. Enki argumenta que Enlil foi injusto ao punir Atrahasis, inocente pelos pecados de seus companheiros, e faz Enlil prometer que os deuses não vão eliminar a humanidade se praticarem o controle da natalidade e viverem em harmonia com o mundo natural.



Enki e Inanna

Em um conto, Inanna visita Enki, o deus da sabedoria, e ganha dele o me, os poderes sagrados das leis que ele usou para estabelecer a ordem no mundo. Inanna havia ido a Eridu visitar Enki. Quando Inanna entrou no templo sagrado, Enki a recebeu com bolos, água fria para “refrescar o seu coração" e cerveja, e eles beberam juntos, à mesa do Céu.

Enki e Inanna brindaram e Enki, tendo exagerado na bebida, ofereceu a Inanna seu me. Quatorze vezes ele ergueu a taça e ritualmente ofereceu a Inanna quase cem de seus poderes, incluindo o alto-sacerdócio, o trono, a arte do amor, o domínio do poder e da verdade, a cessão dos julgamentos e a capacidade de descer ao Mundo Subterrâneo e ressurgir na Terra. A todos Inanna respondeu: “Aceito!" Em seguida, a bordo da Barca do Céu, navegou com o me rumo á sua cidade, Uruk.

Ouando os efeitos da cerveja se dissiparam, Enki pediu ao servo Isimud para trazer o me, mas Isimud disse: “O senhor o deu a Inanna.” Então, Enki enviou Isimud atrás de Inanna para trazer os poderes de volta, e quando Inanna se recusou a devolvê-los, ele enviou seis demônios terríveis para persegui-la. Inanna chamou sua serva Ninshubur para ajudá-la. Ninshubur cortou o ar com a mão e mandou os demônios de volta para Eridu. Com a ajuda da serva, Inanna conduziu a Barca do Céu até Uruk, onde houve festejos nas ruas quando Inanna colocou o me em seu templo sagrado. Enki percebe que foi enganado em sua arrogância e aceita um tratado de paz com Uruk.

Posteriormente, Inanna sai em uma viagem ao submundo para consolar sua irmã Ereshkigal, que está de luto pela morte de seu marido Gugalana, que havia sido morto pelos heróis Gilgamesh e Enkidu. No caso dela não voltar em três dias, ela pede a sua serva Ninshubur para obter ajuda ou de seu pai Anu, de Enlil ou de Enki. Como os três dias se passaram e Inanna não retornou, Ninshubur procura Anu, que apenas lhe diz que sua filha é forte e pode cuidar de si mesma. Já Enlil lhe disse estar ocupado demais para fazer algo pela deusa. Entretanto, Enki expressou preocupação com Inanna, e imediatamente envia seus demônios, Galaturra Kurgarra para resgatarem a jovem deusa.

Na história Inanna e Shukaletuda, Shukaletuda, o jardineiro enviado por Enki para cuidar da tamareira que havia criado, encontra Inanna dormindo debaixo da tamareira e acaba violentando-a enquanto dormia. Ao acordar, Inanna descobre que foi violada e busca punir o meliante. Shukaletuda busca a proteção de Enki. Ele aconselha Shukaletuda se esconder na cidade, onde Inana não será capaz de encontrá-lo. Eventualmente, depois de arrefecer sua raiva, Inanna também procura a ajuda de Enki, como porta-voz da assembléia dos deuses. Depois que ela apresenta seu caso, Enki vê que a justiça precisava ser feita e promete ajudar, entregando-lhe o conhecimento de onde Shukaletuda está se escondendo para que ela possa se ​​vingar .

O Roubo das Tábuas do Destino

O incompleto poema sumério "Ninurta e a tartaruga" conta como Enki criou uma tartaruga a partir da argila do Abzu para ajudá-lo a recuperar a Tábua do Destino, que controla o futuro da humanidade. A tabuleta havia sido roubada por um demônio-pássaro chamado Anzu, que acabou sendo derrotado pelo herói Ninurta. No entanto, Ninurta decidiu ficar com a tabuleta para si, em vez de devolvê-lo a Enki. Enki, sempre astuto, frustrou as ambições de Ninurta, criando uma tartaruga que agarrou Ninurta pelo calcanhar, cavou um buraco com suas garras e arrastou o herói ambicioso para dentro ele. Embora a história seja incompleta, provavelmente a tabuleta foi devolvida a Enki, e Ninurta aprendeu uma lição valiosa sobre a natureza corruptora do poder.

Arte de Douglas Deri


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8 de agosto de 2016

Bean nighe

۞ ADM Sleipnir


Bean nighe ("mulher lavadeira" em gaélico, plural: Mnathan nighe) é uma espécie de fada dos folclores celta, irlandês e escocês, considerada um presságio de morte. De acordo com as lendas, pode ser encontrada á beira de rios e córregos, se lamentando, chorando e lavando peças de roupas sujas de sangue, pertencente ás pessoas que estão prestes a morrer. 

Acredita-se que as Mnathan nighe sejam espíritos de mulheres que morreram ao dar a luz, e que foram condenadas á dar presságios de morte até o tempo no qual morreriam naturalmente, caso não tivessem morrido ao dar a luz.


Mnathan nighe são normalmente descritas como sendo velhas senhoras bem baixinhas, possuindo apenas uma narina, um dente da frente bem grande, dedos dos pés com barbatanas, enormes seios caídos, e vestindo roupas verdes ou brancas. Elas costumam colocar seus enormes seios murchos atrás das costas e voltar á colocá-los de novo em sua frente após terminar de lavar as roupas. Segundo o folclore, se alguém se aproximar dela bem devagar enquanto lava as roupas e conseguir pegar um de seus seios e sugá-lo, essa pessoa pode pedir á ela para ser seu filho adotivo, o que significa que poderá ter um desejo realizado por ela. Uma maneira de descobrir de quem é a roupa que ela está lavando, é se aproximar dela com cuidado e perguntar educadamente.

Embora geralmente apareça como uma velha horrenda, uma Bean nighe também pode se manifestar como uma bela jovem quando lhe convém, tanto quanto faz o seu homólogo irlandês Banshee.


fontes:

5 de agosto de 2016

Polevik & Poludnitsa

۞ ADM Sleipnir



Polevik (ou Polevoi; de pole, "campo") é um espírito eslavo dos campos e planícies, cuja natureza pode ser tanto benigna quanto maligna. Ele normalmente auxilia as culturas nos campos, garantindo que as colheitas sejam bem sucedidas, porém se volta contra qualquer um que atrapalhe o seu trabalho e a colheita.

A aparência de um Polevik varia consideravelmente conforme a sua localização geográfica. Em Belozersk e nas regiões de florestas ao norte da Rússia, ele é descrito como um homem vestido de branco. Já na província de Yaroslavl, ele descrito como um anão velho e bastante feio. Na província de Orel, ele é descrito como um anão negro como a terra, com a cabeça coberta com grama verde, e não usa nenhuma roupa. Na província de Tula ele bastante parecido com outro espírito eslavo, o Leshy. Às vezes, seus olhos possuem cores diferentes um do outro. Sua pele e cabelo espelham o solo e a vegetação dos campos, e sua altura aumenta e diminui com as culturas.



Poleviks podem ser vistos nos campos principalmente ao meio-dia, e enquanto trabalham, não gostam de encontrar com ninguém em seu caminho. Ao encontrar alguém andando pela colheita, eles fazem com que a pessoa se perca em meio as plantações, e podem até mesmo causar-lhe doenças. Se encontram alguém dormindo em meio ao campo, a lenda diz que eles o estrangulam.

Poleviks também são excelentes cavaleiros, e andam a cavalo através dos campos a uma velocidade vertiginosa, atropelando qualquer um que estiver em seu caminho. 

Apaziguar a fúria de um Polevik requer uma oferenda composta por dois ovos, um galo, um sapo e um corvo, colocados em uma vala quando ninguém está olhando. Observâncias tradicionais também devem ser seguidas, e recomenda-se que ninguém trabalhe ao meio-dia.

Poludnitsa 


O equivalente feminino do Polevik, que às vezes o substitui por completo nas lendas, chama-se Poludnitsa ou Poludnica ("senhora do meio-dia"). Era geralmente é descrita como uma mulher alta e bela, toda vestida de branco. Na Sibéria, ela é descrita como uma velha senhora de cabelos encaracolados vestida em trapos, enquanto que na região da Morávia, ela é descrita possuindo cascos de cavalo no lugar dos pés. No verão, durante a época da colheita, ela caminha através dos campos, protegendo os grãos. Se ela vê alguém trabalhando ao meio-dia, ela o puxa pelos cabelos violentamente, torce sua cabeça, e quebra os seus ossos. Outras vezes, ela faz perguntas aos trabalhadores sobre a colheita, decapitando aqueles que não conseguem responde-las corretamente. Ela também faz com que pessoas, principalmente crianças, se percam em meio as colheitas.

Com o advento do cristianismo, Poleviks e Poludnitsas foram transformados em meros monstros, cujas histórias são usadas ​​para assustar as crianças e mantê-las longe dos campos de milho.


Ruby