6 de maio de 2025

Bragi

۞ ADM Sleipnir

Arte de Yigit Koroglu

Bragi (provavelmente do nórdico antigo bragr, “poeta”) é na mitologia nórdica o bardo sábio e erudito do Valhala, o magnífico salão do deus Odin. Um dos Aesir, é conhecido como o deus da poesia, eloquência e música, sendo chamado de "o melhor dos escaldos" no poema Grímnismál (estrofe 44). A poesia nórdica antiga da Era Viking frequentemente o retrata entretendo os einherjar — os mortos que habitam o Valhala — e recebendo heróis recém-falecidos em seu meio. Um poema édico (Sigrdrífumál) menciona que runas foram gravadas em sua língua, assim como nas orelhas do cavalo Árvakr, nos cascos de Alsviðr, nos dentes de Sleipnir e na ponta da lança Gungnir. Essas runas, associadas à magia e à sabedoria, foram posteriormente misturadas ao hidromel sagrado da poesia e disseminadas entre deuses, elfos, Vanir e humanos.

Alguns estudiosos acreditam que a figura de Bragi originou-se do bardo histórico Bragi Boddason, do século IX. Seus poemas eram tão extraordinariamente artísticos e comoventes que gerações posteriores imaginaram que, após sua morte, Odin o nomeara poeta oficial do Valhala. Afinal, um grupo de guerreiros de elite, reis e outros favorecidos por Odin precisava de um bardo excepcional para cantar suas incontáveis façanhas.

Bragi e Idunna, arte de Nils Blommér

Os escritores nórdicos medievais, já cristianizados, deram um passo além. Snorri Sturluson, em sua Edda em Prosa (Gylfaginning), descreve Bragi como detentor de sabedoria incomum, fluência de discurso e domínio da palavra, afirmando que dele deriva o termo bragr (poesia) e que aqueles com eloquência excepcional eram chamados de bragr-menn (homens de Bragi). Snorri também o retrata como filho de Odin (em uma kenning no Skáldskaparmál), embora sua mãe não seja nomeada, e lista seus principais perifrases: "Marido de Idunna", "Primeiro Criador da Poesia", "Deus da Barba Longa" e "Filho de Odin".

Arte de Maria Becvar

No Skáldskaparmál, Bragi aparece em um banquete em Asgard, sentado ao lado do gigante do mar Aegir, a quem narra a origem do hidromel da poesia. Já no poema édico Lokasenna, durante uma visita de retorno à morada de Aegir, Bragi confronta Loki após este assassinar um servo do anfitrião. Quando Loki insulta os deuses, Bragi inicialmente tenta acalmá-lo, oferecendo-lhe presentes, mas é acusado de covardia por Loki, que o ridiculariza por evitar conflitos. Bragi responde com ameaças, porém a narrativa deixa claro que tais alegações são parte do caráter provocador de Loki, não encontrando eco em outras fontes.

Dizia-se que Bragi era esposo da deusa Idunna, guardiã dos pomos da imortalidade. No entanto, estudiosos apontam que sua divinização provavelmente surgiu de interpretações tardias, já que não há evidências de culto a Bragi como deus durante a era pagã. Sua associação com a poesia parece derivar da fama póstuma do escaldo Bragi Boddason, cuja obra foi tão reverenciada que lendas o integraram ao panteão divino.


fontes:

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