29 de junho de 2013

Crisaor

۞ ADM Sleipnir

Nascimento de Crisaor e Pégaso

Na mitologia grega, Crisaor (em grego: Χρυσάωρ, Khrusaōr, "Aquele que tem um armamento de ouro" ou "lâmina de ouro"), era filho de Poseidon e Medusa e irmão do cavalo alado Pégaso. Ele era geralmente descrito como um gigante, mas, às vezes, pode ter sido considerado como um javali aladoO nome de Crisaor significa "lâmina de ouro", que poderia ser uma espada, presas ou, como no caso de um dos epitêtos da deusa Demeter, Khrysaoros, uma referência a lâminas douradas de trigo.

A mãe de Crisaor, Medusa, era uma das irmãs Górgonas. Outrora uma mulher bela e mortal, ela foi violada por Poseidon em um templo da deusa Atena, e a deusa enfurecida, transformou-a em um monstro com escamas e cabelos de serpentes. Posteriormente, ela foi confrontada e morta pelo herói Perseu, que a decapitou. Crisaor e seu irmão Pégaso nasceram imediatamente do sangue que jorrou de seu corpo.

Dizem que Crisaor foi o rei da Península Ibérica (Andorra, Gibraltar, Espanha e Portugal). Ele foi casado com Callirhoe, uma náiade filha do titã Oceano, e foi o pai do gigante de três cabeças Gerião, morto por Héracles durante a execução de seu décimo trabalho.

Cultura Popular

Na mídia moderna, Crisaor aparece no mangá/anime Saint Seiya, como a armadura do General Marina Krishna. Também aparece na série de livros Percy Jackson & os Olimpianos.

O General Marina Krishna de Crisaor, em Saint Seiya


fontes:

  • theoi.com
  • wikipédia (inglês)

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27 de junho de 2013

Boto Cor-de-Rosa

 ۞ ADM Sleipnir

Arte de Francisco Andrade, para o cardgame "Lendas e Batalhas"

Boto Cor-de-Rosa (também conhecido somente por Boto, ou por outros nomes como Uauiará, Boto Rosado, Boto Branco, Boto Vermelho, Sedutor das Águas, Príncipe das Águas, Chapeleiro de Arraias, entre outros) é uma das criaturas mais famosas do folclore brasileiro e, assim como a Iara, possuindo origens em tradições européias. Tradicionalmente, trata-se de de um boto-cor-de-rosa encantado que, em noites de lua cheia, deixa as águas para visitar a terra firme. Algumas versões da lenda afirmam que ele se transforma durante noites em que haja alguma festa ocorrendo em comunidades ribeirinhas, enquanto outras que a transformação só acontece na lua cheia do mês de junho, durante as festividades de Santo Antônio, São João e São Pedro.

Ao deixar as águas do rio, o Boto assume a forma de um homem belo e irresistivelmente atraente e vaga noite adentro atrás de uma mulher para seduzir. Existem versões da lenda que falam que ele procura a mulher mais bonita da festa, e outras, que ele não procura necessariamente a mais bonita, mas sim uma mulher virgem.

Arte retirada do livro Lendas Chiaoscuro Studios Yearbook 2018, à venda na Amazon.

O Boto é um ser comunicativo, galante e conquistador. Está sempre trajado de branco, e em sua cabeça ele usa um elegante chapéu, o qual serve para ocultar o orifício pelo qual ele respira. No Amazonas, acredita-se que o Boto carrega consigo uma espada, e que tanto ela quanto as roupas e outros itens que ele traja são na verdade outros animais aquáticos metamorfoseados. A espada é um peixe-elétrico (poraquê), o chapéu é uma arraia e o cinto e os sapatos são outros tipos de peixe. 

Uma vez que o Boto estabelece o seu alvo, ele certamente irá convencê-la a acompanhá-lo para dentro de um rio, onde terão sua noite de amor. Quando sua vítima dar-se conta, já amanheceu, e o amante arrebatador desapareceu. Algum tempo depois, ela acaba descobrindo que engravidou dele.  Por esse motivo, a lenda do Boto é utilizada muitas vezes para justificar uma gravidez fora do casamento. Quando não se sabe quem é o pai de uma criança, é um costume dizer que ela é "filho do boto”.


O "Boto Fêmea''

No Amazonas, existe a crença de que o Boto pode se transformar em uma bela mulher, e nessa forma ele seduz homens para dentro do rio, não para se relacionar com eles mas sim para afogá-los. Ele o faz agarrando-os pela cintura e os arrastando para dentro do rio. 

Também no Amazonas, além do Pará, existem histórias sobre uma criatura distinta chamada de "Bota". Esta sim se relaciona sexualmente com os homens que seduz, e ao contrário do Boto, volta a procurar seus alvos regularmente como uma verdadeira mulher apaixonada. Dizem que aqueles que se relacionam com ela contraem uma doença conhecida como "uiara" ou "doença de boto", que provoca crises nervosas, sensação de sufocamento, convulsões e angústia.

Origens

Embora muitos acreditem que a lenda do Boto tenha se originado da cultura indígena, de acordo com estudiosos não haviam registros de nenhuma lenda semelhante nela até o século XVII. Além disso, os primeiros registros de lendas e crendices relacionadas ao Boto Cor-de-Rosa como um símbolo amoroso datam do século XIX. Acredita-se que de alguma forma as lendas tenham sido resultado de influências externas e que podem ter sido trazidas para a região pela influência da cultura europeia e, até mesmo, da cultura africana.

Arte de Everaldocas

O que sabemos hoje sobre lendas relacionadas ao boto é que existe uma forte conexão com a forma como os gregos enxergavam os golfinhos. Tanto o boto quanto o golfinho são cetáceos, portanto pode haver uma continuidade na forma como esses animais são enxergados na tradição popular. Para os gregos, o golfinho era um símbolo de luxúria que estava diretamente relacionado com o culto de Afrodite/Vênus, a deusa do amor e beleza no mundo da Antiguidade clássica. Existem também relatos que apontam a existência de uma visão fetichizada do golfinho na cultura grega que o relacionava com falos e com os movimentos do ato sexual. De alguma maneira que desconhecemos, essa visão de um cetáceo como símbolo de luxúria permaneceu e se manifestou na cultura popular. Os viajantes que passavam pelas regiões amazônicas chegaram a associar erroneamente lendas indígenas com o boto, conforme relatou o antropólogo Luís da Câmara Cascudo em sua obra Geografia dos Mitos Brasileiros.

A popularização de lendas que relacionavam o golfinho com a luxúria fez com que muitas crendices se espalhassem, como uma relatada pelo próprio Câmara Cascudo que menciona que o olho seco do boto-cor-de-rosa servia como um amuleto amoroso.

Arte de Elcias Neto

fontes:


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26 de junho de 2013

Acheri

۞ ADM Sleipnir

Arte de St-Alpha

Um Acheri é um espírito demoníaco com lendas existentes em ambos os hemisférios oriental e ocidental. Tanto a Índia e tribos nativas americanas (talvez até mesmo aquelas no Novo México e no sudoeste) têm lendas desta criatura, que tem prazer em trazer a doença para as crianças. O Acheri faz isso lançando uma sombra sobre uma criança.

Diferentemente da maioria dos monstros que assumem uma forma hedionda, o Acheri toma a forma de uma menina frágil, um com uma pele cinza pálida. Apesar de sua aparência, o espírito demoníaco prospera em cima da miséria e sofrimento dos humanos, que quanto mais sofrem de sua chaga, mais forte e mais "felizes" tornam o Acheri.

Acheri na série "Sobrenatural"

O Acheri supostamente vive nas montanhas. Quando atraídos pela movimentação humana (como a caça ou pesca), o Acheri desce da montanha e segue os seres humanos que encontrou. Ela então aguarda o momento  em que a maioria da comunidade esteja reunida, como durante a colheita ou um festival. Nesses momentos, o Acheri entra no povoado cantando e dançando, e às vezes rufando. Ela procura as crianças, a quem ela lança uma sombra. As crianças então são atingidas com uma terrível doença, tal como um vírus respiratório. A infecção ocorre de forma rápida, espalhando-se rapidamente por toda a comunidade.

A única forma de proteger as crianças (e adultos) de um Acheri é usar algo vermelho, como um conjunto de contas, fitas, cordas, ou até mesmo um tecido bordado em roupas. O vermelho é uma cor tradicional para a proteção contra o mal. Em grande parte do folclore europeu, amuletos vermelhos afastam os maus espíritos e as bruxas.

Acredita-se que o Acheri tenha sido uma criança doente que morreu terrivelmente de uma doença dolorosa. Embora poderoso, o Acheri pode ser interrompido. Na mitologia hindu, um Acheri não pode não ser destruído, mas ele pode ser distraído. Para fazer isso, um altar cheio de luzes e bolos deve ser construído em um local remoto. A esperança é que o Acheri seja atraídos para o altar, interrompendo assim sua raiva e facilitando seu retorno a sua casa montanhosa. A tribo Chippewa na América do Norte acredita que envolver um pano vermelho abençoado por uma curandeira ao redor do pescoço do Acheri vai colocá-lo para descansar.


25 de junho de 2013

O Holandês Voador

۞ ADM Sleipnir

Arte de MegSer

O Holandês Voador (em inglês The Flying Dutchman) é um lendário navio fantasma, que estaria condenado a navegar até o final dos tempos. Sua aparição seria um sinal  de uma tragédia iminente para aqueles que o veem. Existem muitos contos e histórias diferentes sobre o Holandês Voador. A primeira lenda surgiu em 1795, quando o carteirista irlandês George Barrington escreveu seu "Voyage to Botany Bay". De acordo com o livro, os marinheiros contavam uma história sobre um navio holandês que se perdeu no mar durante uma tempestade horrível. Depois o mesmo navio naufragou outros navios durante um sinistro nevoeiro. Esse evento era atribuído ao comportamento do capitão Bernard Fokke: ele era conhecido pela velocidade "diabólica" em suas viagens da Holanda para Java. Alguns diziam que Fokke era "ajudado pelo diabo".

Outra versão da lenda começa em 1641, quando um navio holandês naufragou em torno da costa do Cabo da Boa Esperança. A viagem ao Extremo Oriente tinha sido bem sucedida, e o navio estava em seu caminho de volta para a Holanda. O capitão Cornelius Vanderdecken estava satisfeito, e absorto em pensamentos, acabou não percebeu que nuvens negras se aproximavam. Só quando ouviu o grito amedrontado do vigia, ele foi perceber que havia navegado em linha reta em uma forte tempestade. Van der Decken e sua tripulação lutaram durante horas para sair da tempestade, mas, em seguida, eles ouviram uma forte batida: o navio atingiu uma rocha e começou a afundar. Enquanto o navio afundava, o capitão ciente de que a morte estava se aproximando, proferiu uma maldição: "Eu ​​vou contornar este cabo, mesmo que eu tenha que continuar velejando até o Juízo Final"

Avistamentos do Holandês Voador



Sempre que uma tempestade surge no largo do Cabo da Boa Esperança, é dito que não se deve olhar para o centro dela, porque você verá o Holandês Voador. E quem vê o navio tem uma morte terrível. Apesar de muitos concordarem que o Holandês Voador é apenas uma lenda, o navio teria sido avistado em várias ocasiões, no Cabo da Boa Esperança por testemunhas confiáveis. Aqui está uma lista selecionada de avistamentos famosos:
  • Em 1823, o capitão Owen, do HMS Leven, registrou dois avistamentos no log. Em 1835, os marinheiros de um navio britânico viram um navio abordá-los no meio de uma tempestade. Pensaram que haveria uma colisão, mas o navio de repente desapareceu.
  • Em 11 de julho 1881, o navio HMS Inconstant estava contornando a ponta da África, quando a sua equipe foi confrontada com a visão do Holandês Voador. O Almirante, que mais tarde tornou-se o rei George V, registrou que ele e sua tripulação, composta por 12 homens, tinham avistado o Holandês Voador e usou essas palavras para descrevê-lo: "Uma estranha luminosidade vermelha como a de um navio fantasma todo iluminado", "Seus mastros, vergas e velas sobressaíam nitidamente". Logo após o avistamento, um dos vigias do navio acidentalmente caiu de um dos mastros e morreu "completamente despedaçado". Assim que chegaram no seu destino, o Almirante contraiu uma doença que por pouco não o matou.
  • Em 1879, a tripulação do SS Pretória viu o Holandês Voador e em 1911 um navio baleeiro quase colidiu com ele antes dele desaparecer. Em 1923, alguns membros da Marinha britânica avistaram o navio assombrado e forneceram a documentação para a Sociedade de Pesquisas Psíquicas. Em 1939, em plena segunda guerra mundial, o Holandês Voador foi visto pelo almirante alemão Karl Doenitz e sua tripulação, e o mesmo comunicou a Adolf Hitler o cancelamento do ataque à cidade egípcia de Suez pois a visão do navio fantasma era um sinal de que a missão fracassaria. Em 1941, pessoas em praia de Glencairn viram o navio fantasma desaparecer antes que ele se chocasse contra as rochas. Em 1942, quatro testemunhas viram o navio entrar na Baía de Mesa e em 1959 o Magelhaen quase colidiu com o navio fantasma.
Fata Morgana

Apesar das descrições de abomináveis luzes, os cientistas apresentam uma explicação mais razoável para o mito: o Holandês Voador poderia ser uma Fata Morgana, uma miragem que ocorre devido a uma inversão térmica, onde em tempo calmo, o ar quente repousa logo acima o denso e frio ar próximo à superfície do oceano. O ar entre as duas massas funciona como uma lente de refração, que irá produzir uma imagem de cabeça para baixo, distorcida do objeto na posição vertical. Mesmo que um navio possa estar além do horizonte, o espectador pode ver uma imagem invertida e desfocada do "navio miragem" que pode aparecer várias vezes maior do que seu tamanho real, e muito perto.

Arte de BramLeegwater

24 de junho de 2013

Ördög

۞ ADM Sleipnir

Arte de An Do

Ördög ("diabo" no idioma húngaro; conhecido também como Urdung) é um antigo demônio metamórfico presente na mitologia húngara, e dito personificar os aspectos mais sombrios do mundo. Após o advento  do cristianismo, ele passou a ser identificado com o próprio Diabo. De acordo com uma lenda, no início da criação, Isten (nome húngaro para Deus) foi auxiliado por Ördög em seu trabalho, criando seres responsáveis por criar desconforto na humanidade, como moscas, piolhos, pulgas, etc. Como ele se deliciava em atormentar os mortais na Terra, foi eventualmente banido por Isten para o Pokol (o inferno). É nesse lugar vil que ele constantemente mexe um enorme caldeirão cheio de almas humanas. O Ördög é astuto, e ele está sempre em busca de coletar mais almas.


O Ördög tem aparência semelhante a um fauno ou um sátiro, tendo a parte superior do corpo de um homem, e parte inferior do corpo de uma cabra. Ele tem cabelo escuro como breu, orelhas pontudas, características bestiais, cascos fendidos no lugar de pés, chifres de cabra na cabeça e uma cauda pontiaguda. Ele também pode ser distinguido por seu falo excessivamente grande. De acordo com algumas lendas, quando o Ördög perambula pelo mundo humano, ele assume a forma de uma raposa, uma chama negra ou um pastor com olhos escuros e brilhantes. Ele costuma fazer apostas com os seres humanos para ver se eles sucumbem à corrupção. É provável que aqueles que sucumbem acabam perdendo suas almas para o Ördög.

Arte de sketcheth


fontes:

23 de junho de 2013

Leshy

۞ ADM Sleipnir

Arte de Wezyk

Na mitologia eslava, o Leshy (Lechie ou Lesovik) é um espírito selvagem dos bosques, semelhante a um sátiro. É geralmente parecido com  um homem peludo, semelhante a um macaco, com o rosto azul (devido ao seu sangue azulado), muitas vezes com garras e presas e/ou uma clava. Seus olhos são ditos serem verdes e brilhantes como chamas e salientados para fora das órbitas. Às vezes, ele pode usar um item aleatório de vestuário, como um lenço, mas ele é geralmente nu, exceto por seus pêlos. No Dictionnaire Infernal, o Leshy é catalogado como sendo um demônio/espirito florestal, protetor das aves, árvores e animais da floresta, e costuma aparecer na forma de um ser humano de pele azulada, 2 chifres grandes e cabelos esverdeados, com uma longa barba verde cobrindo seu rosto e armado de uma clava ou chicote, indicando seu domínio sob a floresta. O Leshy é uma criatura metamórfica, e pode se transformar em qualquer forma de animal ou planta, além de poder aumentar ou diminuir de tamanho. Também é capaz de imitar vozes humanas, afim de enganar as pessoas.

Embora não seja uma criatura maligna, o Leshy é selvagem, feroz e imprevisível, podendo reagir a incursões em sua floresta, com atitudes de violência. Como muitos espíritos da natureza, Leshys são muitas vezes tolerantes com aqueles que fazem um  uso consciente da floresta, mas podem reagir mal contra aqueles que causam danos, devastação ou pegam mais do que eles considerarem justo. 

Arte de Amit Awaghade

Devastar as florestas é algo que o irrita profundamente, embora abrir uma clareira para se viver pode ser aceito se não causar uma catástrofe natural nas proximidades. Sua abordagem normal de seres humanos envolve a reprodução de truques irritantes - dentre os quais está esconder os caminhos para que as pessoas se percam na mata - o que pode lhes ser mortal, porém normalmente ele conduz para fora o gado e esconde as ferramentas de lenhadores. 

Tal como acontece com as fadas, mudar a ordem das suas roupas de dentro para fora e usar seus sapatos nos pés errados pode ser uma proteção útil contra os poderes do Leshy, especialmente de sua habilidades de ocultar caminhos. Aproximando-se corretamente - e muitas vezes, quando subornado com assados ​​- ele se torna muito mais maleável para fazer negócios, geralmente para deixar as pessoas e culturas em paz, mas, ocasionalmente, para ensinar mágicas de algum tipo. 

Como muitas entidades selvagens, o Leshy nem sempre é confiável e apto a cumprir promessas, optando por trapaças e outros métodos não-convencionais. Ocasionalmente, os pactos com um Leshy envolvem a entrega de uma cruz ou amuleto que o indivíduo esteja usando ao redor de seu pescoço e partilhar da comunhão com o Leshy logo após as reuniões em igrejas cristãs. Dizem que esses pactos são para dar poderes especiais as pessoas, geralmente pastores.

Arte de Tanya_M

22 de junho de 2013

Sif

۞ ADM Sleipnir

Arte de Diane ÖZDAMAR

Sif (Sifjar ou ainda Síbiaé a deusa nórdica da colheita e da fertilidade, e a bela mulher de cabelos dourados do deus do trovão, Thor. Uma deusa pertencente à tribo dos Aesir, Sif também é a deusa da habilidade em combate, tendo muito apreço por guerreiros habilidosos. Ela possui ainda a habilidade de se transformar em cisne. 

De seu primeiro casamento (com um personagem não registrado em fontes sobreviventes), Sif teve um filho chamado Ullr, que é um deus do inverno. Já com seu segundo marido, Thor, ela teve uma filha, Thrudr, uma deusa da tempestade e das nuvens, cujo o nome também denomina uma das Valquírias (elas podem ou não serem a mesma pessoa).

Mitologia

Sif é mais conhecida na mitologia por seus cabelos longos e dourados, os quais um dia Loki, que simplesmente não conseguia resistir a um pouco de caos e confusão, sorrateiramente entrou em seu quarto e o cortou. 

Loki cortando os cabelos de Sif

Ao acordar, Sif se deu conta de que havia perdido seu cabelo, e horrorizada, além de soluçando e chorando muito, se isolou de seu marido e dos demais deuses. Furioso, logo Thor se deu conta de que isso havia sido obra de Loki, e pondo as mãos no deus trapaceiro, ameaçou matá-lo caso não restituísse os cabelos de sua esposa. Jurando resolver a situação, Loki foi até os anões filhos de Ivaldi e os persuadiu a fazerem não só um novo cabelo para Sif, feito de ouro puro, mas também um navio mágico (Skidbladnir) e uma lança (Gungnir). Mas Loki não conseguiu resistir empurrando sua sorte, e fez uma aposta com outros dois anões, Brokk e Eitri, desafiando-os a fazer melhores tesouros. 

Loki estava tão certo do resultado que ele havia deixado sua cabeça a prêmio. Subestimando as habilidades dos anões (ou a profundidade do seu ódio por ele), de repente, percebeu com um choque que Brokk e Eitri estavam ganhando! Em desespero, ele se transforma em uma mutuca, mordendo e importunando os anões enquanto eles trabalhavam. Apesar disto, Brokk e Eitri conseguiram produzir três tesouros, entre os quais o mais famoso é o Mjolnir, que seria dado ao deus Thor.

Sif e Thor

Os deuses foram então chamados a julgar a disputa e declararam Brokk e Eitri os vencedores. Loki rapidamente desapareceu. Quando ele foi localizado ele foi entregue aos irmãos anões, e desta vez Loki concordou que eles tinham o direito de ter sua cabeça, mas a aposta não havia dito nada sobre seu pescoço. Frustrados com esta "lógica", os anões se contentaram em costurar os lábios de Loki.

O novo cabelo dourado foi dado a Sif, e magicamente cresceu de sua cabeça como se fosse natural. Seu cabelo dourado é dito representar o trigo do verão que está desfalcado no tempo de colheita. Dizem que em noites quentes de verão, quando Thor e Sif fazem amor, raios caem sobre os campos e aceleram o amadurecimentos dos grãos. 

21 de junho de 2013

Dagon

۞ ADM Sleipnir


Dagon (também DagomDragom, ou Dagã) foi a principal divindade dos filisteus, cujos ancestrais migraram para as terras palestinas de Creta. Ele era o deus da fertilidade e da colheita, e também figurava com destaque nos conceitos filisteus da morte e da vida após a morte. Além de seu papel na religião dos filisteus, Dagon era adorado na maioria geral da sociedade dos povos cananeus. Alguns anos após a chegada dos antepassados ​​minóicos dos filisteus, os imigrantes adotaram elementos da religião cananéia. Eventualmente, o foco religioso primário mudou. O culto da Grande Mãe, a religião original dos filisteus, foi trocado pela prestação de homenagens à divindade cananéia, Dagon.

Dentro do panteão cananeu, Dagon parece ter sido o segundo em poder, logo após de El. Ele era um dos quatro filhos nascidos de Anu. Dagon era também o pai de Baal. Entre os cananeus, Baal, eventualmente, assumiu o cargo de deus da fertilidade, que Dagon havia ocupado anteriormente. Dagon, por vezes, foi associado com a  divindade fêmea metade peixe chamada Derceto (o que pode explicar a teoria de Dagon ser retratado como metade peixe). Pouco se sabe sobre o lugar de Dagon no panteão cananeu, mas seu papel na religião filistéia como divindade principal é bastante evidente.


Sabe-se, no entanto, que os cananeus importaram Dagon da Babilônia.  A imagem de Dagon é uma questão de debate. A noção de que Dagon era um deus, cuja parte superior do corpo era  de um homem e a parte inferior  de um peixe tem sido predominante há décadas. Esta ideia pode ter resultado de um erro de tradução linguística derivado do termo semita dag, que significa peixe . A palavra dagan  significa "milho" ou "cereal". O nome Dagon em si remonta pelo menos a 2500 a.C., e é provavelmente um derivado de uma palavra de um dialeto da língua semita. Essa noção de que Dagon era representado na iconografia e estatuária como peixe na parte Filístia não é suportada inteiramente pelas moedas encontradas nas cidades fenícias e filisteias. Na verdade, não há nenhuma evidência no registro arqueológico para apoiar a teoria de que Dagon era representado desta forma. Seja qual for a imagem, várias percepções de Dagon desenvolveram-se em torno do Mediterrâneo.

A adoração de Dagon é bastante evidente na antiga Palestina. Ele era a divindade mais importante nas cidades de Azoto, Gaza e Ascalão. Os filisteus dependiam de Dagon para o sucesso na guerra e eles ofereceram vários sacrifícios ao seu favor. Como mencionado anteriormente, Dagon era também adorado fora da confederação das cidades-estado dos filisteus, como no caso da cidade fenícia de Arvad. A religião de Dagon perdurou pelo menos até o segundo século a.C. , quando o templo em Azoto foi destruído por Jonathan Macabeas.

Duas fontes textuais mencionam Dagon, governantes e cidades com o seu nome: a Bíblia e as cartas de Tel-el-Amarna. Durante o curso o estabelecimento da monarquia israelita (cerca de 1000 a.C.), a nação dos filisteus se tornou a principal inimiga de Israel. Devido a esta situação, Dagon é mencionado em passagens como Jz. 16:23-24, I Sam. 5, e I Cr. 10:10. Beth Dagon era uma cidade na terra capturada pelos israelitas mencionada em Josué 15:41 e 19:27, preservando, assim, o homônimo da divindade. As cartas de Tel-el-Amarna (1480-1450 a.C.) também mencionam o xará de Dagon. Nessas cartas, dois governantes de Ascalão, Yamir Dagan e Dagan Takala, foram inseridos. A despeito de qualquer debate sobre o assunto, é evidente que Dagon estava no ápice do panteão filisteu . Ele ordenou a reverência religiosa de ambos os filisteus e da ampla sociedade cananéia. Dagon foi de fato fundamental para a cosmologia dos filisteus e uma força vital em suas vidas individuais.



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20 de junho de 2013

A Dama Negra de Bradley Woods

۞ ADM Sleipnir


A Dama Negra de Bradley Woods é um fantasma que supostamente assombra a floresta perto da aldeia de Bradley, Lincolnshire, na Inglaterra. Supostas testemunhas oculares descreveram-na como uma mulher jovem e bonita, em torno de 1,70 m de altura, vestida com um manto negro vazado e um capuz preto, que esconde os cabelos, mas revela sua triste e pálida face encharcada de lágrimas. Segundo a lenda, ela nunca fez mal a ninguém e demonstra um aspecto miserável e inquietante.

A história é conhecida por ser contada por muitas gerações. Ele já foi usada pelos pais para assustar as crianças, o que parece ter sido uma prática comum entre os pais na área, e as crianças eram avisadas ​​de que, se eles não estivessem na cama em um certo tempo, a dama negra vai aparecer e pegá-las.

Uma história que é geralmente contada é que a Dama Negra era o fantasma de uma freira. Ela apareceria vestida de preto e assombraria a vizinhança de Nunsthorpe (subúrbio de Grimsby, nordeste de Lincolnshire), onde existia um convento antes da Reforma. Esta teoria não explica o porque a  Dama Negra teria mudado de Nunsthorpe para Bradley, 2 milhas (3,2 km) de distância. Além disso, embora ela possa estar vestida de preto, poucas ou nenhuma das "testemunhas" descreveram sua aparência como equivalente a uma freira.

Outra história acerca da Dama Negra é que ela seria uma mulher solteira que uma vez viveu no isolamento em sua cabana na floresta, bem longe da vila. Se as crianças da aldeia se deparassem com essa mulher, ela ficava irritada porque sua privacidade e solidão foram violadas, então contos imaginários de feitiçaria podem ter exagerado a lenda. Nenhuma dessas teorias se relaciona com o folclore.

O Folclore

A centenas de anos atrás, um pobre lenhador morava na casa com sua esposa e bebê. Eles viveram felizes até o lenhador ser pressionado para se apresentar ao serviço militar pelo fazendeiro local durante a Guerra das Rosas. A esposa do lenhador esperou e esperou durante meses por qualquer notícia de seu marido, mas ele nunca voltou.

No primeiro dia do ano novo, um grupo de soldados à cavalo veio andando pela floresta, e que faziam parte de uma força que andavam pilhando a vizinhança. Vindo do outro lado da casa, eles invadiram-na e exigiram da esposa do lenhador todo o seu dinheiro e qualquer bebida forte que ela pudesse ter. Quando ela se recusou, os soldados a espancaram e estupraram selvagemente, antes de roubar o seu bebê e deixar a casa, rindo maliciosamente.

Daquele dia em diante, a mulher, toda vestida de preto,  percorria as matas em busca de seu filho desaparecido, abordando qualquer pessoa que ela visse e pedindo-lhes para que lhe desse qualquer notícia sobre o bebê. Ela logo ganhou uma reputação de ser louca, e por isso as pessoas começaram a manter uma certa distância dos bosques.

O lenhador nunca voltou para casa, e a mulher continuou a percorrer o bosque, procurando desesperadamente por seu filho perdido, até o dia em que ela morreu. Diz a lenda que o fantasma dela ainda vaga pelos bosques nos dias de hoje, e se alguém é corajoso o suficiente para andar na floresta no primeiro dia de ano novo e gritar "Dama Negra, Dama Negra, eu roubei o seu bebê!" três vezes, a mulher deve aparecer para buscar de volta seu filho.

19 de junho de 2013

Lug (Lugh)

۞ ADM Sleipnir



Uma divindade importante e popular na mitologia celta, Lug (ou Lugh) era o deus do sol e da luz, conhecido por sua bela aparência e habilidades em artes e ofícios. O patrono dos heróis, Lug aparece em muitas lendas irlandesas e galesas. seu nome significa "cintilante".

Lug era o filho de Cian e neto de Balor, o rei dos malignos Formorianos, uma raça de seres sobrenaturais violentos que viviam na escuridão. Avisado por uma profecia de que seria morto por seu neto, Balor trancou sua filha Ethlinn em uma torre de cristal. Apesar de seus esforços, ela deu à luz um filho. Balor ordenou que a criança fosse afogada, mas uma sacerdotisa celta resgatou a criança e a educou. De acordo com algumas lendas, Lug foi educado pelo deus ferreiro Goibhniu, irmão de seu pai.

Quando Lug atingiu a puberdade, ele foi até Tara, o reino governado por Nuada, o rei dos Tuatha Dé Danaan ("Tribo de Dana"), com o intuito de oferecer seus serviços como um guerreiro e mestre em serviços de artesanato. Os Tuatha Dé Danaan eram uma outra raça de seres sobrenaturais, e inimigos jurados dos Formorianos. Gamal, o guardião dos portões de Tara, diz para Lug que apenas uma pessoa com uma habilidade especial será admitida no reino. Lug então enumera todas as grandes coisas que ele pode fazer, e a para cada uma delas o guarda diz: " Desculpe, nós já temos alguém aqui que pode fazer isso. " Finalmente Lug pergunta: " Ah, mas você tem alguém aqui que pode fazer tudo isso? ". No fim  Lug  tem sua entrada em  Tara permitida.

Lug logo se envolveu na guerra em curso entre os dois grupos. Além de obter armas mágicas dos deuses artesãos Goibhniu, Luchta e Creidhne, Lug também ajudou a organizar as campanhas militares dos Tuatha Dé Danaan.



Durante uma batalha, o rei Nuada caiu sob o feitiço do mal olhado de Balor, que tinha o poder de destruir aqueles que olhavam para ele. Lug perfurou o olho de Balor com uma pedra mágica e o matou, cumprindo assim a profecia e derrotando os Formorianos também.

Lug tornou-se rei dos Tuatha De Danaan, e se casou com a mortal Dechtire, com quem teve um filho chamado Cú Chulain, que se tornou um grande herói. Em uma saga chamada Táin Bó Cúailnge (Ataque ao Gado de Cooley), Lug auxilia Cú Chulain durante uma batalha, vigiando sua propriedade enquanto ele descansa e se cura.

Posteriormente, os Tuatha De Danaan foram derrotados pelos Milesianos e recuaram para o subterrâneo e foram gradualmente transformados nas fadas do folclore celta. Enquanto isso, Lug se tornou um artesão das  fadas conhecido como Lugh Chromain, nome que mais tarde se transformou em leprechaun, o pequeno duende do folclore irlandês.



18 de junho de 2013

Lotan

۞ ADM Sleipnir


Lotan (ou Lawtan) é considerado por muitos pesquisadores como o precursor de uma das maiores serpentes do mar de todos os tempos, o Leviatã bíblico, e sua lenda remonta a mais de 3000 anos A maioria dos estudiosos modernos concorda que depois que os israelitas conquistaram a região conhecida como Palestina, em cerca de 1000 a.C., eles incorporaram a lenda de Lotan em sua própria cultura, só que com um novo nome, Leviatã. 

Conhecido pelos cananeus semitas, os sumérios e no resto do mundo antigo sírio-palestina, Lotan foi chamado de muitos nomes, incluindo "A Serpente Enrolada", "A Serpente Fugindo" e "O Poderoso de Sete Cabeças ", para citar alguns. De acordo com antigos mitos ugaríticos, Lotan era o animal de estimação do deus Yam (às vezes também chamado Nahar (rio)). Yam representa o caos e a destruição em massa com inundações, oceanos, e o inverno. Segundo a lenda, o deus cananeu Baal matou esta serpente de sete cabeças colossal em uma batalha de proporções épicas.

Há alguns que acreditam que a referência feita as sete cabeças de Lotan também pode estar associada com o mito grego da Hidra. E um pequeno grupo de pesquisadores também acreditam que a lenda de Lotan pode ter se derivado de relatos de marinheiros antigos, que tiveram a infelicidade de encontrar uma lula gigante, enquanto navegavam pelas rotas comerciais do Mediterrâneo.



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17 de junho de 2013

Ekimmu

۞ ADM Sleipnir


O Ekimmu (ou Edimmu) é um dos primeiros e mais antigos mitos sobre vampiros conhecido pelo homem, datado de 2000 - 3000 a.C. Os assírios da Mesopotâmia acreditavam que os Ekimmu vieram a existir quando as pessoas morriam de forma prematura. Estas almas infelizes tiveram a sua entrada recusada no submundo, e isso os levou a se tornarem  violentos e mal humorados, daí o nome "ekimmu", que significa "aquele que foi arrebatado". Uma vez que não podem descançar, esses espíritos vingativos retornam para sugar a energia dos seres vivos. 

Crenças antigas

A classe dos que se transformam em um Ekimmu inclui aqueles que morreram de afogamento, desidratação, fome e prisão. Aqueles que tiveram um funeral impróprio também se tornariam um ekimmu. Campbell(1) afirmou que o espírito ekimmu "não pode encontrar nenhum descanso, enquanto seu corpo permanecer insepulto". Curran(2) afirmou que "aqueles que morreram sem nenhum parente ou alguém para cuidar de seus túmulos podem também tornar-se um ekimmu". 

Habitat 

Os Ekimmu habitam lugares áridos e desertos, e atacaram os viajantes que passam, ou juntam-se a eles, para depois torturá-los em suas casas. Campbell contradiz essa crença em que ele afirma: "O ekimmu que não conseguir encontrar descanso tentará se fixar em um ente querido ou um amigo e demanda ritos que lhe daria a paz". Ele também afirma que o ekimmu reside ao invés de uma casa, em lugares inabitáveis ​​ou desertos por não haver nenhum deus, encantos ou amuletos para mantê-los fora. 

Fisiologia e Psicologia

O ekimmu foram descritos pelos assírios como seres musculares e sólidos que poderiam se tornar invisíveis e transformar-se em figuras de fumaça, ventos malignos ou sombras. Conforme a lenda tornou-se mais conhecida, o folclore sobre as características do Ekimmu começou a assemelhar-se ao dos vampiros modernos. De acordo com Curran(2), o Ekimmu "iria juntar-se às suas vítimas e sugar a sua "energia" até que ela seja apenas uma casca do que já foi um dia".

Alu

Aqueles que tiveram uma morte violenta seriam uma outra forma de Ekimmu chamada Alu. Eles são descritos como seres emagrecidos com a pele branca, crostas nos lábios e que bebem sangue. Os alu apareceriam apenas a noite, rondando as vítimas encalhadas ou viajantes para se alimentar. Para os assírios, havia pouca proteção contra os alu. Práticas comuns utilizadas para afastá-los eram incêndios ou ofertas de carne sangrenta.

Babilônios, sumérios e assírios, todos temiam os ekimmu, e tomavam muito cuidado para evitá-los. Eles não viajavam sozinhos em determinados momentos e evitavam lugares inabitados. Eles ainda recitavam  orações antes de entrar em suas casas, para impedir o ekimmu de entrar. Só os sacerdotes, homens ou mágicos santos poderiam eliminá-los. 


  • (1) Thompson, Campbell R. The Devils and Evil Spirits of Babylonia. London: Kessinger, 2003.
  • (2) Curran, Bob. Vampires A Field Guide To The Creatures That Stalk The Night. US: Career Press, 2005.

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Ruby