31 de dezembro de 2019

As Antigas Origens Das Celebrações Do Ano Novo

۞ ADM Sleipnir

Celebração de Ano Novo na antiga Babilônia
No dia 1º de janeiro de cada ano, muitos países ao redor do mundo comemoram o início de um novo ano. Mas não há nada novo no Ano Novo. De fato, festivais e celebrações marcando o início do calendário já existem há milhares de anos. Enquanto algumas festividades eram simplesmente uma chance de beber e se divertir, muitas outras celebrações do Ano Novo estavam ligadas a eventos agrícolas ou astronômicos. No Antigo Egito, por exemplo, o ano começava com as inundações anuais do Nilo, que coincidiam com o surgimento da estrela Sirius. Os fenícios e persas começavam seu novo ano com o equinócio da primavera, e os gregos o celebravam no solstício de inverno. Enquanto isso, o primeiro dia do ano novo chinês ocorria com a segunda lua nova, depois do solstício de inverno.

A Celebração de Akitu na Babilônia

A festividade de Ano Novo mais antiga registrada remonta cerca de 4.000 anos à antiga Babilônia e estava profundamente entrelaçada com a religião e mitologia. Para os babilônios da antiga Mesopotâmia, a primeira lua nova após o equinócio de primavera anunciava o início de um novo ano e representava o renascimento do mundo natural. Eles marcaram a ocasião com um grande festival religioso chamado Akitu (derivado da palavra suméria para cevada, que era colhida na primavera) que envolvia um ritual diferente em cada um de seus 11 dias. Durante o Akitu, as estátuas dos deuses desfilavam pelas ruas da cidade e ritos eram realizados para simbolizar sua vitória sobre as forças do caos. Através desses rituais, os babilônios acreditavam que o mundo era simbolicamente limpo e recriado pelos deuses, em preparação para o novo ano e o retorno da primavera.


Além de celebrar a chegada do Ano Novo, Atiku celebrava a mítica vitória do deus do céu babilônico Marduk sobre a maligna deusa do mar Tiamat e servia a um importante objetivo político: era durante esse período que um novo rei era coroado ou o mandato divino do atual governante era renovado. Um aspecto fascinante do Akitu envolvia uma espécie de humilhação ritual sofrida pelo rei babilônico. Essa tradição peculiar consistia em levar o rei diante de uma estátua do deus Marduk, despi-lo de suas roupas reais, bater nele e arrasta-lo pelos ouvidos na esperança de fazê-lo chorar. Se o rei derramasse lágrimas durante o ritual, era um sinal de que Marduk estava satisfeito com ele e assim o seu governo era simbolicamente extendido.

A Antiga Celebração Romana ao deus Jano

O Ano Novo romano também correspondia originalmente com o equinócio de primavera. O primeiro calendário romano consistia em 10 meses e 304 dias, com cada novo ano começando no equinócio de primavera. Segundo a tradição, o calendário foi criado por Rômulo, o fundador de Roma, no século VIII a.C. . No entanto, ao longo dos séculos, o calendário ficou fora de sincronia com o sol e, em 46 a.C. o imperador Júlio César decidiu resolver o problema consultando os astrônomos e matemáticos mais importantes de seu tempo. Ele introduziu o calendário juliano, um calendário solar semelhante ao mais morderno calendário gregoriano, que a maioria dos países do mundo usam hoje.

Como parte de sua reforma, César instituiu o dia 1º de janeiro como o primeiro dia do ano, em parte para homenagear o homônimo do mês: Jano, o deus romano da mudança e dos começos e fins, cujas duas faces lhe permitiram olhar para trás (o passado) e para frente (o futuro). Essa ideia ficou ligada ao conceito de transição de um ano para o outro.

Jano
Os romanos comemoravam o dia 1º de janeiro oferecendo sacrifícios a Jano na esperança de obterem boa sorte para o Ano Novo, decorando suas casas com galhos de louro e participando de festas estridentes. Este dia era visto como um cenário para os próximos doze meses, e era comum os amigos e vizinhos começarem positivamente o ano trocando votos de boas festas e presentes de figos e mel.

Idade Média: a abolição do 1º de Janeiro 

Na Europa medieval, no entanto, as celebrações que acompanhavam o Ano Novo eram consideradas pagãs e não-cristãs, e em 567 d.C. o Conselho de Tours aboliu o dia 1º de janeiro como início do ano, substituindo-o por dias com mais significado religioso, como 25 de dezembro ou 25 de março, a Festa da Anunciação do Senhor.

Posteriormente, a data de 1º de janeiro também ganhou importância cristã e ficou conhecida como a Festa da Circuncisão, considerada o oitavo dia da vida de Cristo, contando a partir de 25 de dezembro e seguindo a tradição judaica de circuncisão oito dias após o nascimento, em que a criança é formalmente nomeada. No entanto, a data de 25 de dezembro para o nascimento de Jesus é discutível.

Calendário Gregoriano: A Restauração do 1º de Janeiro 

Em 1582, após a reforma do calendário gregoriano, o papa Gregório XIII restabeleceu o dia 1º de janeiro como dia de ano novo. Embora a maioria dos países católicos tenha adotado o calendário gregoriano quase imediatamente, ele foi adotado apenas gradualmente entre os países protestantes. Os britânicos, por exemplo, não adotaram o calendário reformado até 1752. Até então, o Império Britânico e suas colônias americanas ainda celebravam o Ano Novo em março.

Papa Gregório XIII


fonte:

20 de dezembro de 2019

Leppaludi

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Leppaludi (Leppa-lúði) é um ogro gigante pertencente ao folclore islandês. Ele é marido de Grýla, uma ogra gigante conhecida por sair durante o período natalino para raptar crianças que se comportam mal, com o intuito de alimentar a si e sua família. Algumas histórias afirmam que Leppaludi acompanha Grýla em sua busca por crianças e a ajuda a captura-las. Outras afirmam que ele é muito preguiçoso, e apenas fica aguardando seu retorno na caverna onde vivem, nos campos de lava Dimmuborgir.

Com Grýla, Leppaludi teve 13 filhos, conhecidos como os Yule Lads, os "papais noéis" do folclore islandês. Eles costumam deixar pequenos presentes dentro dos sapatos que as crianças deixam no parapeito das janelas, mas se a criança for desobediente, eles deixam uma batata no sapato no lugar do presente. Eles também são conhecidos por pregar peças e roubar a população.

Leppaludi teve ainda um filho fora do casamento, chamado Skröggur. Ele era filho de uma jovem chamada Lúpa, que cuidou de Grýla numa ocasião em que a ogra ficou doente e acamada por um ano inteiro. Leppaludi não conseguia cuidar de Grýla, então ele contratou Lúpa para cuidar dela. Quando Grýla melhorou de sua doença, ficou furiosa ao descobrir que Leppaludi havia tido um caso com Lúpa, então ela levou Lúpa e Skröggur para bem longe.




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16 de dezembro de 2019

Shulikuns

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Shulikuns (russo: Шуликуны, também chamados Shilikuns, Shilikhani, Shlikuns, Shulukuns, Kuleshata e Kuleshi) são espíritos travessos pertencentes ao folclore russo. Vivendo sob as águas abaixo das camadas de gelo e neve, eles visitam a superfície durante a época do natal, provocando todo tipo de travessuras e danos às pessoas e desaparecendo no final deste período.

Eles são geralmente descritos como seres  de baixa estatura e bastante feios, com pernas de cavalo e uma cabeça pontiaguda, além de exalar fogo pelas narinas e boca. Eles vestem caftans brancos com faixas e gorros. Em grande número, Shulikuns fazem buracos no gelo para emergirem à superfície, e percorrem aldeias e vilarejos montados em trenós de ferro puxados por cavalos também de ferro. Conforme passam pelos lugares, eles pregam todo o tipo de peças com as pessoas. Atraem pessoas bêbadas para montes de neve para que adormeçam e morram congelados, assustam crianças olhando pela janela de suas casas, dentre outras coisas. 


Algumas histórias dizem que eles carregam consigo panelas de ferro com brasas e ganchos também em brasa, com os quais cravam aqueles que eles encontram ao longo da estrada, arrastando-os para dentro d'água e os afogando. 

A aparição dos Shulikuns é considerada um mau presságio, sendo um sinal de que o próximo ano será azarado. 

Shulikuns são relacionados a outra classe de espíritos eslavos, os Karakonjuly, demônios originários de crianças que nasceram ou morreram durante a época de natal. Os sérvios, que chamam o período de Natal de “dias não batizados”, acreditam que durante esse tempo os karakonjuly emergem das águas e causam todo o tipo de transtornos aos humanos, retornando ao seu habitat ao final do ano.


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13 de dezembro de 2019

Okuri-inu

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Arte de Daniel Bernal

Okuri-inu (japonês 送り犬 ou おくりいぬ, "cão que escolta"; também chamado Okuri-ōkami, "lobo que escolta") é um feroz yokai semelhante a um cão ou lobo, dito assombrar passagens nas montanhas, estradas florestais e outros locais similares durante a noite. Ele persegue viajantes solitários, mantendo uma certa distância deles mas seguindo-os passo a passo, desde que continuem andando. Se o viajante tropeçar e cair durante seu trajeto, o Okuri-inu irá atacá-lo e rasgá-lo em pedaços. 

Ser perseguido por um Okuri-inu é uma bênção e uma maldição ao mesmo tempo. Por um lado, se alguém tropeçar e cair, ele atacará com uma velocidade sobrenatural e o devorará. Por outro lado, são tão ferozes que, enquanto seguem alguém, nenhum outro yokai ou animal selvagem perigoso se aproxima. Enquanto a pessoa seguida por um Okuri-inu se manter de pé, ela está segura ... mas viajar no escuro por trilhas rochosas infestadas de raízes, sem acabar eventualmente tropeçando e caindo, não é fácil.

O Okuri-inu tem um relacionamento especial com um pássaro yokai chamado Yosuzume. O canto noturno deste yokai costuma ser um aviso de que um Okuri-inu está seguindo você. Se alguém ouvir o som emitido por um Yosuzume (algo como "chi, chi, chi"), é um sinal de que um cuidado extra deve ser tomado para que o Okuri-inu não tenha um jantar naquela noite.


No infeliz caso de alguém seguido por um Okuri-inu tropeçar na estrada, há uma chance de sobrevivência: se ela fingir que tropeçou de propósito, rapidamente se acomodando e sentando no chão, o Okuri-inu será levado a pensar que ela está apenas descansando um pouco e não irá atacá-la, aguardando pacientemente ela se levantar e prosseguir sua viagem. 

Se a pessoa conseguir sair das montanhas com segurança, ela deve virar pra trás e gritar: "Obrigado por me seguir!" Depois, o Okuri-inu nunca mais irá segui-la. Além disso, quando chegar em casa, deve-se lavar os pés e deixar um prato com algo como oferenda para o Okuri-inu, demonstrando sua gratidão por ter lhe seguido e o livrado de outros perigos.

A superstição relacionada ao Okuri-inu é extremamente antiga e é encontrada em todas as partes do Japão. Lobos e cães selvagens existem nas ilhas japonesas há tanto tempo quanto os humanos, e a lenda do Okuri-inu deve ter se originado nas brumas da pré-história.

Em japonês moderno, a palavra okuri ōkami também se aplica a homens que abordam mulheres jovens, fingindo serem gentis e prestativos, mas com segundas intenções. Essa palavra vem diretamente desse yokai.

Nas cidades japonêsas de Izu e Saitama, existem histórias de um yokai semelhante ao Okuri-inu, conhecido como Okuri-itachi. Esse yokai se assemelha a uma doninha, e atua praticamente da mesma maneira que o Okuri-inu, porém, se a pessoa perseguida por ele tirar um dos calçados e atirar nele, ele irá comer o calçado e fugir, deixando a mesma em paz.


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9 de dezembro de 2019

Turosik

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Arte de Eugene Kot
Turosik (em russo Туросик) é uma criatura pertencente as mitologias e folclores de Belarus e Lituânia, ora dito ser um demônio, ora tratado como uma divindade menor. Descrito como um auroque ou um veado com chifres e cascos de ouro, o Turosik habita as partes mais profundas de florestas e pântanos, para onde costuma atrair viajantes e caçadores fazendo-os se perderem. Uma vez perdidos, acabam morrendo ou de fome ou pelas garras de algum animal silvestre.

Arte de Witold Vargas


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4 de dezembro de 2019

Valhala

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Valhala (do nórdico antigo Valhöll, "Salão dos Mortos"; também escrito ValíalaValhalla ou Walhalaé o salão onde o deus Odin abriga os Einherjar, guerreiros mortos em batalha os quais ele considera dignos de morar com ele. Segundo o poema nórdico antigo Grímnismál, o teto de Valhala é coberto por escudos e tem lanças como vigas. Assentos feitos de couraças cercam as muitas mesas de festa do vasto salão. Seus portões são guardados por lobos, e águias voam sobre ela.

Em Valhala, os Einherjar levam uma vida que faria inveja a qualquer guerreiro viking. Durante todo o dia, eles lutam entre si, aprimorando suas habilidades de batalha. Ao chegar a noite, todas as suas feridas são curadas, sendo restaurados à saúde total. Eles certamente aumentam o apetite com todas essas batalhas, e os jantares de Valhala não decepcionam. Sua carne vem do javali Saehrimnir, que retorna à vida toda vez que é abatido. Como bebida, eles têm o hidromel proveniente da cabra Heidrun. Assim, eles desfrutam de um suprimento infinito de comidas e bebidas excepcionalmente bons, sendo servidos pelas belas Valquírias.



Mas os Einherjar não viverão essa vida maravilhosa para sempre. Os residentes afiados em batalha de Valhala estão lá pela vontade de Odin, que os coleta com o propósito perfeitamente egoísta de ajudá-lo em sua luta contra o lobo Fenrir durante o Ragnarok - uma batalha na qual Odin e os Einherjar estão destinados a morrer.

A Entrada em Valhala

A única fonte nórdica antiga que fornece uma declaração direta sobre como as pessoas entraram em Valhala é a Edda em Prosa de Snorri Sturluson, um historiador islandês do século XIII. Snorri escreveu muitas gerações depois do paganismo nórdico ter sido subjugado pelo cristianismo e deixado de ser uma tradição viva, e muitas vezes fazia de tudo para sistematizar artificialmente o material discrepante em suas fontes. Segundo Snorri, aqueles que morrem em batalha são levados para Valhala, enquanto aqueles que morrem de doença ou velhice vão para Hel, o submundo, após sua partida da terra dos vivos.

Snorri Sturluson, gravura de Christian Krohg

No entanto, o próprio Snorri contradiz descaradamente essa afirmação em seu relato da morte de Balder, que foi morto violentamente e, no entanto, foi levado a Hel. Nenhuma outra fonte faz essa distinção - e várias oferecem outros exemplos ao contrário.
 Essa distinção pura e organizada entre Hel e Valhala é certamente uma invenção de Snorri - resultado de sua tendência a tentar sistematizar o paganismo nórdico, que nunca foi um sistema ordenado enquanto ainda esteve em prática. 

No entanto, Snorri provavelmente não estava totalmente enganado. Embora a entrada em Valhala pareça ter sido em última análise uma questão de quem Odin e suas Valquírias escolhiam para morar lá, em vez de qualquer padrão impessoal específico, parece razoável supor que Odin selecionaria aqueles que o serviriam melhor em sua batalha final. As fileiras de Valhala, portanto, seriam predominantemente preenchidas com guerreiros de elite, especialmente heróis e governantes. E, de fato, quando fontes nórdicas antigas mencionam pessoas específicas residentes em Valhala, elas quase sempre se encaixam nessa descrição.

A Localização de Valhala

A descrição mais famosa de Valhala na literatura nórdica antiga, a contida no Grímnismál, a retrata como estando localizada em Asgard, a fortaleza celestial dos deuses. No entanto, outras linhas de evidência sugerem que, pelo menos às vezes, Valhala era vista como um lugar subterrâneo, como o submundo.

Como observado acima, a batalha contínua que ocorre em Valhala é uma das características que definem o local. O historiador medieval dinamarquês Saxo Grammaticus descreve em sua obra Gesta Danorum o herói Hadingus descobrindo durante sua visita ao submundo um lugar exatamente igual ao Valhala, com combates diários e constantes. Além disso, o próprio nome Valhöll, “o salão dos mortos”, parece claramente relacionado ao nome Valhallr, “a rocha dos mortos”, um título dado a certas rochas e colinas onde se pensava que os mortos viviam no sul da Suécia, um dos maiores centros históricos do culto a Odin. 


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2 de dezembro de 2019

A Pirâmide de Poole

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Arte de Traci Shepard

A Pirâmide de Poole é uma estranha criatura piramidal avistada duas vezes no ano de 1965 na cidade costeira de Poole, situada na costa sul da Inglaterra. Seus avistadores foram Terence e Roderick Druce, na época dois meninos com 7 e 6 anos de idade, respectivamente, e a história foi publicada pela primeira vez no jornal inglês Flying Saucer Review, em fevereiro de 1972. Já o nome Pirâmide de Poole foi batizado pelo site Cryptopia, que trata de assuntos ufológicos e criptozoologia.

Na calada da noite, em algum momento do ano de 1965, Terrence afirmou ter acordado de repente e avistado a estranha criatura pairando sobre o pé de sua cama. Ela tinha cerca de 1,2m de altura e era coberta de triângulos multicoloridos, além de possuir longos braços negros terminando em garras como as de um caranguejo. Terence gritou em pânico e acabou acordando seu irmão Roderick, que também viu a criatura antes que ela desaparecesse diante de seus olhos.

No dia seguinte, os dois irmãos encontraram presumivelmente a mesma criatura enquanto caminhavam por um estacionamento. Os dois viram a criatura triangular pairando perto de um carro próximo, só que desta vez sua aparência havia mudado. Ela não possuía mais os triângulos multicoloridos. Era apenas uma forma triangular negra, possuindo uma saliência similar a um bico perto do topo. Segundo os meninos, a criatura parecia observá-los, mas em nenhum momento se moveu para segui-los. A criatura então nunca mais foi vista, porém vários anos depois outros membros da família Druce continuaram testemunhando estranhas luzes do céu e atividades ufológicas.

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29 de novembro de 2019

Fideal

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Arte de erinclaireb

Fideal é uma voluptuosa e mortal criatura aquática pertencente ao folclore escocês, e um dos muitos fuath, uma classe de malévolos espíritos e fadas aquáticas ditos habitarem os rios, lagos e mares da Escócia e da Irlanda. 

Ela é a personificação do emaranhado de juncos de um lago, assumindo a forma de uma bela e irresistível mulher. Cantando uma música atraente e encantadora enquanto caminha pelas bordas dos lagos, a Fideal atrai sua presa com um beijo frio e um abraço arrepiante. Dizem que suas vítimas morrem felizes envolvidas em seus braços. Algumas fontes relatam que ela também ataca mulheres e crianças, arrastando-as para o fundo do lago e devorando-as.

Uma história conta que uma Fideal assombrou no passado um lago chamado Loch na Fideil, lago este localizado próximo ao Hotel Loch Maree, na Escócia. Sua última aparição neste local teria ocorrido em um confronto fatal entre ela e um jovem chamado Eoghainn (ou Ewen, conforme a fonte). Em seu conflito, eles mataram um ao outro.


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27 de novembro de 2019

Dajoji

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Arte de Mathieu St-Amour

Dajoji é um deus puma associado ao vento oeste e pertencente à mitologia dos iroqueses, povos indígenas da América do Norte. Ele é associado à Gaoh, o espírito dos ventos, e juntos são ditos combaterem as tempestades.

Sempre que uma tempestade violenta se aproxima, Gaoh convoca Dajoji para enfrentá-la. Dizem que seu grito de guerra faz com que todos que o ouvem entrem em pânico, e até mesmo o próprio sol se esconde atrás de uma nuvem. 

Arte de GaudiBuendia

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25 de novembro de 2019

Shokuin (Zhulong)

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Shokuin (chinês 燭陰, japonês しょくいん, também chamado Shokuryu, "Dragão Tocha") é um poderosa divindade com a face de um humano e o corpo de um dragão vermelho. Seu corpo é dito ter 1000 ri (cerca de 4000 quilômetros) de comprimento - o que o torna incrivelmente grande. Ele habita no sopé do Monte Shō, perto do mar do norte. Seus olhos brilham como os raios de um farol, e sua respiração é tão forte que muda as estações do ano.

Quando Shokuin abre os olhos, o dia cai sobre a terra. Quando ele os fecha, torna-se noite. Quando ele inspira o ar, torna-se verão. Quando ele expira o ar, torna-se inverno. Shokuin não precisa comer, beber ou respirar para sobreviver, mas quando ele decide respirar, provoca enormes rajadas de vento.



Origem

Shokuin é um personagem originalmente chinês, e seu nome é a pronúncia japonesa dos caracteres que compõem seu nome; na China, ele é conhecido como Zhuyin ou Zhulong. Muitos yokai pertencentes ao folclore japonês foram importados diretamente da China por autores japoneses - alguns idênticos, outros passando por transformações e reinterpretações, dependendo da liberdade que os autores decidiram tomar. 

Imagem de Zhulong presente no Shahanjing


A descrição de Toriyama Sekien sobre Shokuin não sofreu muitas mudanças em relação à sua fonte: o Shanhaijing, uma enciclopédia de criaturas mitológicas e fantásticas chinesas. No entanto, Shokuin aparece em vários outros livros chineses, muitos dos quais contêm declarações contraditórias sobre onde exatamente ele mora, dentre outros detalhes. Não está claro onde exatamente está localizada sua morada no Monte Shō, mas Toriyama Sekien a descreve como estando perto do Oceano Ártico.

Devido ao seu tamanho e aos efeitos que provoca no mundo ao piscar e respirar, Shokuin pode ter sido uma antiga divindade solar ou do fogo chinesa, ou mesmo uma personificação do sol. Também foi sugerido que Shokuin pode ter sido a aurora boreal. Um anitgo nome chinês para as luzes do norte era "espírito vermelho", e a localização de Shokuin, ao norte, apoia ainda mais essa teoria.

Arte de Justin Krasusckas

fonte:

22 de novembro de 2019

Nasu

۞ ADM Sleipnir

Arte do mobile card game Legend of Cryptids
Nasu (também chamado Druj Nasu, Nasa, Nas, Nasuš) é um demônio (daeva) feminino pertencente ao zoroastrismo, e a manifestação da decadência e contaminação de cadáveres. Nasu aparece em vários textos dentro do Avesta, em particular o Vendidade.

De acordo com os mitos, assim que uma pessoa morre e sua alma deixa seu corpo, e o mesmo é guardado por apenas uma pessoa, Nasu deixa sua morada, a montanha Aresura, e sob a forma de uma mosca ataca o seu cadáver, se alimentando dele e acelerando sua decomposição. Assim que Nasu toca um cadáver, o corpo instantaneamente se torna contaminado. Se alguém entrar em contato com esse cadáver, Nasu emergirá do corpo e o infectará, tornando-o "impuro ... para todo o sempre" (Vendidade. 3:14)



Nasu pode ser repelido com o uso de feitiços sagrados específicos, ou pelo olhar de um "cão amarelo com quatro olhos (com uma mancha escura sobre cada um dos olhos) ou um cão branco com orelhas amarelas". O consumo do corpo por uma ave de rapina ou por um cão também tem ação repelente, fazendo Nasu retornar para Aresura.

A crença em Nasu tem grande influência nos ritos fúnebres e as cerimônias funerárias zoroastrianas, bem como o desprezo geral pela matéria dos cadáveres que é mantido pelos praticantes de zoroastrismo.

Cultura Popular


Nasu aparece na franquia de jogos Megami Tensei, além dos mobile card games Age of Ishtaria, Guardian Cross, Legend of the Cryptids, e Blood Brothers. No anime e mangá Saint Seiya: The Lost Canvas, Nasu é a sapuris do espectro Verônica, a Estrela Celeste da Contemplação.


fontes:
  • The Encyclopedia of Demons & Demonology, de Rosemary Ellen Guiley;
  • Encyclopedia of Demons In World Religions and Cultures, de Theresa Bane.

20 de novembro de 2019

Cavalo do Pensamento (Cavalum)

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O Cavalo do Pensamento é uma criatura encantada única das lendas portuguesas. Ele é descrito como sendo um cavalo com asas de morcego e capaz de expelir fogo pela boca e pelas narinas. Quando não está por ai voando em alta velocidade pelos céus, ele costuma viver em grutas no alto das montanhas. Ele possui ainda o poder de reunir nuvens e provocar tempestades.

Seu nome, Cavalo do Pensamento, se dá pelo fato de que ele surge diante daqueles que o chamam, o que segundo as histórias pode ser feito pensando-se nele com muita intensidade. Ele não pode ser considerado uma criatura boa ou má, pois existem relatos de que teria destruído alguns povoados com seus poderes, apenas por capricho próprio. 


Cavalum

Na Ilha da Madeira, em Portugal, existe um conjunto de grutas conhecidas como as Furnas do Cavalum. Uma história famosa na região conta que lá está aprisionado um monstro, chamado Cavalum, que possui forma de cavalo, asas de morcego, e expele fogo pelas narinas. .

Segundo a lenda, nos tempos em que o Cavalum andava à solta, ele resolveu bater à porta de uma igreja para falar com Deus. Quando Deus lhe perguntou o motivo, o Cavalum respondeu: "Quero propor um desafio. Destruirei esta igreja e todas as pessoas que vivem na vila, e quero ver se você é capaz de me impedir.

Deus mandou-o embora dizendo-lhe que não tinha paciência para tais brincadeiras. o Cavalum então reuniu o vento e as nuvens e provocou uma grande tempestade sobre o povoado. Do alto do penhasco, o Cavalum relinchava de satisfação perante a aflição das pessoas. Deus não mexeu um único dedo, pensando que o Cavalum logo se cansaria de sua brincadeira, porém a tempestade agravou-se, arrasando casas e campos. O crucifixo da igreja foi pelos ares até ao mar. 

Irritado com a insistência do Cavalum, Deus resolveu agir. Primeiro, fez com que um barco encontrasse o crucifixo. Depois, chamou o sol para afastar a tempestade. Para não ser mais incomodado pelo monstro, Deus decidiu aprisionar o Cavalum nas grutas, onde ainda nos dias de hoje, pode se ouvir os seus protestos em dias de chuva.



fontes:

18 de novembro de 2019

Pai do Mato

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Arte de Anderson Awvas

O Pai do Mato é uma criatura de tamanho descomunal e defensora das matas, pertencente ao folclore dos estados de Alagoas e Pernambuco, no nordeste brasileiro, mas também conhecido em Rondônia e em Goiás. Sua descrição costuma variar de um estado para o outro.

Em Alagoas, ele é descrito como sendo maior que qualquer árvore das matas, possuindo cabelos enormes e desgrenhados e unhas com cerca de dez metros de comprimento. Em seu umbigo existe uma espécie de anel ou roda, e é o único ponto fraco da criatura, uma vez que todo o resto de seu corpo é invulnerável a qualquer lâmina ou bala. Dizem que ele possui um urro e uma risada tão poderosos que fazem toda a mata estremecer.

Arte de Douglas Nogueira

Já em Pernambuco, o Pai do Mato ganha feições que o assemelham a outros monstros folclóricos regionais, como o Bicho-Homem e o Mapinguari, e ao deus da mitologia grega. Ele é descrito como um ser com pés de cabrito e coberto de pelos, conservando uma barbicha no queixo. Suas mãos parecem as de um macaco, porém anda ereto como um ser humano. Ele possui ainda uma cor escura como a de um porco sujo de lama, e sua urina é azul.

As histórias dizem que o Pai do Mato raramente aparecer diante dos humanos, mas quando o faz, não acaba bem para quem o vê. Dizem que ele devora qualquer um que cruze o seu caminho. 

Arte de Lucas Melo

fontes:
  • As 100 Melhores Lendas do Folclore Brasileiro, de A.S. Franchini;
  • Abecedário de Personagens do Folclore Brasileiro, de Januária Cristina Alves.

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15 de novembro de 2019

Estige

۞ ADM Sleipnir

Arte de Emanuella Kozas

Estige (em grego Στυξ , "odiar") é na mitologia grega a deusa do rio Estigeque conduz as almas ao submundo. Ela também é o espírito personificado (daimona) do ódio (stygos). Estige é a mais velha das Oceânides, as ninfas filhas dos titãs Oceano e TétisEra consorte de Palas, um titã associado à guerra, e seus filhos eram Zelos (fúria), Nike (vitória), Cratos (poder) e Bias (força). 

Durante a Titanomaquia Estige foi neutra a maior parte da guerra, assim como seus pais e irmãos, os deuses-rio e as ninfas do oceano. Porém Palas resolveu lutar ao lado de seus irmãos titãs e acabou sendo derrotado. Durante a última batalha da guerra, Estige e seus filhos resolveram apoiar ZeusZeus recompensou seu apoio, dando-lhe uma fonte de água que desaguava no submundo (o rio Estige), e tornando o rio um vínculo sagrado dos juramentos dos deuses.

Arte de LeGrebe

Uma promessa feita ao rio Estige é o voto mais sagrado que pode ser feito, e nem mesmo os deuses ousavam quebrar uma promessa perante esse rio. Há por exemplo 
o caso de Sêmele, uma das amantes de Zeus e mãe de Dioniso. Para se vingar dela, a deusa Hera transformou-se em uma de suas servas e a induziu a pedir a Zeus para fazer uma promessa a ela pelo Rio Estige, como prova de seu amor. Sêmele o fez e, após Zeus jurar ao rio Estige, Sêmele pediu para ver sua forma real. Sem poder quebrar sua promessa, Zeus mostrou a Sêmele sua verdadeira forma, e ela foi instantaneamente fulminada por raios.

O Estige também é conhecido como o Rio da Invulnerabilidade. Segundo a mitologia, aquele que mergulha em suas águas torna-se imortal. Assim como foi no caso de Tétis, que mergulhou seu filho Aquiles no rio, segurando-o pelo calcanhar (a única parte que não foi tocada pelas águas do rio). Daí surgiu o calcanhar de Aquiles, o motivo de sua morte na Guerra de Tróia.




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Ruby