Mãe-da-Seringueira

۞ ADM Sleipnir

Arte de Rodrigo Viany (Sleipnir)

A Mãe-da-Seringueira (ou Mãe da Seringueira, sem hífens) é um espírito pertencente ao folclore amazônico e análogo à Caipora, dito ser o protetor das seringueiras (árvores das quais se extrai o látex, matéria-prima da borracha natural). Manifesta-se como uma mulher alta e com vários arranhões espalhados pelo corpo, arranhões esses que se assemelham aos talhos feitos por seringueiros no tronco das árvores para recolher sua seiva. 

Dizem que ela aparece diante de seringueiros apenas para pedir-lhes que façam cortes no tronco de forma mais devagar e com jeitinho, pois cada um desses cortes também são feitos em sua pele, e assim ela não sofre tanto. Aqueles que atendem ao seu pedido conseguem extrair látex em abundância, enquanto os que não a escutam, quase nada obtém.

A seguir, um trecho de "O Lubzhomem do Mar", de Luiz da Costa Pinheiro, citado por Câmara Cascudo em sua Geografia dos Mitos Brasileiros, onde a Mãe-da-Seringueira é citada:

 “Dizem que o Amazonas

 É um lugar arriscado,

 Além das feras que tem

 É muito mal-assombrado;

 Tem a mãe-da-seringueira,

 Uma visão feiticeira

 Que faz o homem azalado.

 Quando se vai tirar o leite

 Augura o aviso mau

 Sai na frente o freguês

 A cortar também o pau;

 Todo leite que tirar

 Não dá para um mingau!”

Arte de Rodrigo Viany (Sleipnir)

fontes:

• http://www.sbpcnet.org.br/livro/61ra/resumos/resumos/6484.htm
• Dicionário do Folclore Brasileiro, de Câmara Cascudo;
• Geografia dos Mitos Brasileiros, de Câmara Cascudo.

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