7 de dezembro de 2025

Haakapainiži

۞ ADM Sleipnir

Haakapainiži (ou Aatakapitsi entre os Chemehuevi; também chamado Hakapainije; Nikama, "Gigante; ou Taünara, “Gafanhoto”) é uma figura monstruosa do folclore indígena do sudoeste dos Estados Unidos, particularmente entre os povos Kawaiisu e Chemehuevi. Conhecido também como “o Gafanhoto”, é caracterizado como um ogro associado à violência, ao canibalismo e ao rapto de crianças. Embora seja tradicionalmente vinculado ao sul da Califórnia, sua morada é descrita como uma rocha situada em um lago no atual estado de Nevada.

Aspectos e formas

Segundo as narrativas, Haakapainiži é um ser metamórfico, capaz de assumir diferentes aparências. Sua forma mais recorrente é a de um enorme gafanhoto antropomórfico, que caminha apoiado em duas bengalas e carrega um cesto nas costas. As pernas, dotadas de espinhos cortantes, seriam tão longas que permitiriam ao monstro percorrer grandes distâncias — como as 20 milhas entre Inyokern e Onyx — em um único passo. Em outras versões, manifesta-se como um gigante humanoide, um velho aparentemente inofensivo ou um enxame de gafanhotos. Apesar de sua natureza predatória, Haakapainiži é descrito como um ser que canta enquanto caminha, ocultando suas intenções malévolas sob uma aparência enganosa.

Função mítica

Na tradição oral, Haakapainiži é classificado como um bogeyman (ou bicho-papão), utilizado pelos adultos como figura de advertência para controlar o comportamento das crianças. Costuma-se dizer que ele captura os pequenos e os coloca em seu cesto para devorá-los posteriormente.

Lendas

Os relatos tradicionais sobre Haakapainiži descrevem uma série de episódios que evidenciam sua natureza enganosa e predatória. Em uma das histórias mais conhecidas, o ogro encontra uma jovem menina e utiliza um ardil para capturá-la. Ele cospe muco na própria mão e, fingindo gentileza, oferece-lhe o que chama de “gordura”:

— Venha pegar esta gordura, netinha — teria dito.

Quando a criança se aproxima, ele a agarra e a lança dentro do cesto que carrega nas costas, levando-a até Nevada, onde a devora. Tentando repetir o mesmo truque com um menino, Haakapainiži é enganado: o garoto segura-se em um galho e consegue escapar, frustrando o monstro.

Em outro episódio, Haakapainiži passa a noite ao lado das Irmãs Codornas, que acreditam em suas palavras amáveis. O ogro assegura que dormirá acima delas e promete não se esticar durante o sono. As irmãs acordam ilesas ao amanhecer e, confiantes, comentam sobre a bondade do estranho visitante. No entanto, Haakapainiži subitamente estica suas longas pernas espinhosas e arranca-lhes os olhos, revelando sua verdadeira natureza.

Versões paralelas dessa narrativa aparecem entre os Chemehuevi, nas quais o personagem equivalente, Aatakapitsi, engana as Moças Verme-de-Tâmara-de-Iúca. Seu marido, Kwanantsitsi, o "Falcão-de-Cauda-Vermelha", devolve a visão das esposas e parte em busca de vingança. A perseguição, porém, revela a natureza ilusória do monstro: cada vez que Kwanantsitsi se aproxima, Aatakapitsi encolhe até transformar-se em um enxame de gafanhotos. Tomado de fúria, o herói os golpeia com um bastão até que todos estejam mortos; então, ao recuar, percebe o corpo gigantesco do inimigo, agora sem vida.

A morte definitiva de Haakapainiži é atribuída ao Rato, que o engana com astúcia. O pequeno animal aquece uma pedra de afiar flechas no fogo e, fingindo oferecer alimento, diz:

— Feche os olhos e abra a boca; vou te dar um dos meus filhos.

Quando o ogro obedece, o Rato lança a pedra incandescente em sua boca, queimando-lhe o interior e provocando sua destruição. De acordo com a tradição, a antiga morada do Rato e os restos petrificados de Haakapainiži ainda seriam visíveis nas proximidades de Inyokern, na Califórnia.

Arte de Baptiste Perez

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6 de dezembro de 2025

Erumía

۞ ADM Sleipnir

Erumía é uma água-viva gigantesca da mitologia do povo de Mawata, uma aldeia situada na região costeira da Papua-Nova Guiné. Considerada uma entidade espiritual protetora e patrona dos peixes, Erumía está associada ao recife Tére-múba-mádja, localizado próximo ao ponto conhecido como Gésovamúba.

Erumía é descrita como uma água-viva de proporções colossais, com tentáculos longos, pegajosos e fibrosos, capazes de matar um ser humano com suas ferroadas. Esses tentáculos são frequentemente avistados flutuando nas águas próximas à foz do rio Bina, sendo considerados um sinal de alerta mortal para qualquer nadador ou pescador. A presença dessas "cordas vivas" é suficiente para fazer qualquer um fugir por instinto de sobrevivência. As águas-vivas comuns, chamadas édééde, são consideradas seus filhos e proliferam nos arredores do recife onde Erumía habita.

Na cosmologia tradicional de Mawata, Erumía é reverenciada como um ororárora, ou espírito protetor da aldeia. Os habitantes locais, conhecidos como "povo de Erumía", a veem como uma entidade benigna que aparece em sonhos trazendo presságios positivos. Acredita-se que ela conceda “coisas de sorte” relacionadas à pesca, como fartura nos mares e proteção durante a atividade pesqueira.

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4 de dezembro de 2025

Nahusha

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Nahusha (sânscrito: नहुष, IAST: Nahuṣa) é uma figura lendária da mitologia hindu mencionada nos Puranas (Padma Purana, Bhagavata Purana e Devi Bhagavata Purana) e no épico Mahabharata (especialmente nos livros Vanaparva e Anushasana Parva) como um rei da Dinastia Lunar (IAST: Chandravamsha; linhagem ou dinastia que afirma ser descendente de Chandra ou Soma). Sua história representa um dos exemplos mais notáveis de como a soberba e o descontrole das paixões podem derrubar até os seres mais elevados, servindo como uma parábola sobre as consequências da arrogância.

Genealogia e primeiros anos

Nahusha era filho de Āyus e neto de Pururavas, fundador da linhagem lunar. O Padma Purana relata sua infância e seu futuro casamento com Ashokasundari, filha de Shiva e Parvati. Segundo essa tradição, Parvati havia profetizado que Ashokasundari se casaria com o filho de Āyus. O asura Hunda, que desejava a jovem, tentou sequestrá-la e, ao falhar, recebeu de Ashokasundari uma maldição: ele seria morto pelo filho de Āyus.

Temendo o cumprimento da maldição, Hunda sequestrou o bebê recém-nascido de Āyus, concebido graças à bênção de Dattatreya (divindade asceta considerada encarnação da trimurti hindu), e ordenou sua morte. Seus seguidores, porém, abandonaram a criança no eremitério do sábio Vasishta, que o acolheu, deu-lhe o nome de Nahusha (“o destemido”) e o criou sob seus ensinamentos. 

Em sua juventude, Nahusha recebeu armas divinas, enfrentou Hunda e o matou, cumprindo a profecia e garantindo a segurança de Ashokasundari. Depois disso, reencontrou seus pais e se casou com ela. Como rei, governou Pratishthana com sabedoria, realizando austeridades, rituais e cem sacrifícios Ashwamedha (sacrifício ritualístico de cavalo na Índia antiga), feitos raros que contribuíram para sua reputação nos três mundos.



Ascensão ao trono celeste e queda 

Quando Indra, rei dos devas, se exilar após ter matado o asura Vritra (pois havia cometido bramahatya, o pecado de matar um brâmane), os deuses enfrentaram grande perturbação. Sob orientação de Brihaspati, o conselho divino escolheu Nahusha como sucessor temporário de Indra no trono celestial. Inicialmente relutante, Nahusha acabou aceitando o cargo pelo senso de dever cósmico.​

No início de seu reinado, Nahusha manteve uma conduta apropriada e virtuosa. Com o tempo, porém, o poder o corrompeu. Ele tornou-se arrogante e passou a exigir que rishis (sábios) o carregassem em seu palanquim, um desrespeito extremo aos guardiões da ordem espiritual. Para puni-lo, Indrani, esposa de Indra, elaborou um plano. Disse que aceitaria casar-se com ele se ele fosse buscá-la em um palanquim conduzido pelos sete rishis. Cego pela luxúria, Nahusha aceitou sem perceber a armadilha. 

Durante o trajeto, Nahusha, impaciente, começou a provocar os rishis para que acelerassem a marcha, gritando "Sarpa! Sarpa!" (que significa tanto "rápido" quanto "serpente" em sânscrito) enquanto chutava desrespeitosamente o sábio Agastya, um dos mais reverenciados ascetas da tradição hindu.​ Profundamente ofendido, Agastya canalizou sua ira espiritual em uma maldição: "Cai e torna-te uma serpente!" Imediatamente, Nahusha despencou dos céus e assumiu a forma de uma serpente gigante, vivendo em exílio nas florestas.


Redenção

A libertação de Nahusha da forma de serpente viria durante o Dwapara Yuga, através da intervenção de Yudhishthira, rei dos Pandavas e descendente direto de Nahusha. Segundo a narrativa do Mahabharata, durante o exílio dos Pandavas, Bhima (o segundo irmão Pandava) passou pela floresta e foi capturado pela serpente gigante. Yudhishthira, preocupado com o desaparecimento de seu irmão, foi em seu auxílio e encontrou Bhima nas garras da serpente. O rei ofereceu-se para responder perguntas do réptil, demonstrando grande sabedoria sobre dharma (justiça cósmica), casta, virtude e a natureza suprema. 

As respostas de Yudhishthira demonstraram tanta clareza moral e sabedoria que Nahusha reconheceu nele um ser de excepcional retidão. Por isso, recusou-se a matar Bhima. A satisfação espiritual de Nahusha com o diálogo quebrou a maldição, permitindo-lhe recuperar sua forma divina. Em seguida, ascendeu novamente aos céus, retomando sua posição entre os seres celestiais.



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3 de dezembro de 2025

Paralelos entre Hora de Aventura: Ilhas e a Odisséia de Homero

۞ ADM Sleipnir

A Odisséia, de autoria do poeta grego Homero (928-898 a.E.C.) é um dos dois principais poemas épicos da Grécia Antiga. Ela conta a história de Odisseu (também conhecido como Ulisses), um herói grego que luta para retornar para casa após a Guerra de Troia. A jornada de Odisseu é cheia de aventuras, desafios e encontros com seres míticos enquanto ele tenta encontrar o caminho de volta para sua esposa, Penélope, e seu filho, Telêmaco, na ilha de Ítaca.

Juntamente com outra obra de Homero, a Ilíada, a Odisséia é uma obra atemporal, que influenciou e continua influenciando a cultura pop, ainda que muitas vezes nós não percebamos isso. Uma das obras mais recentes a se inspirarem na Odisséia foi o desenho Hora de Aventura, que em 2017 lançou uma minissérie chamada “Ilhas”, com muitos elementos bebendo diretamente da fonte homérica. Neste post, trago os paralelos que consegui encontrar entre as duas obras.

1) A busca pelo desaparecido

Em A Odisséia, Telêmaco parte em uma viagem pelo mar em busca de seu pai, Odisseu. Em Hora de Aventura, Finn, Jake, Susana Forte e BMO navegam pelo oceano à procura de outros humanos.

2) Tempestades no caminho

O navio de Odisseu é destruído pelas fúrias de Poseidon. O de Finn também sofre com uma tempestade, desta vez causada pelo dragão Whipple. Obstáculos poderosos testam a coragem dos heróis em ambas as histórias.

3) Ilhas que prendem a atenção

Odisseu chega à ilha dos Lotófagos, onde alguns de seus homens comem o fruto de lótus e esquecem de voltar para casa. Finn e sua equipe chegam à Ilha da Realidade Virtual, onde BMO perde o desejo de retornar, sendo convencido por Jake a continuar a jornada.

4) Monstros de um olho só

Odisseu enfrenta um cíclope chamado Polifemo. Finn encontra um Colosso de um olho só, que foi derrotado pelo pai dele, Martin. Monstros gigantescos e desafiadores aparecem em ambas as aventuras.

5) Ajuda divina e sobrenatural

Odisseu recebe de Éolo um saco de ventos para guiar sua viagem. Whipple usa seus poderes para mover o navio de Finn sobre obstáculos. 

Além disso, a deusa Atena auxilia Odisseu e Telêmaco, enquanto Minerva (mãe de Finn) age como sua guia espiritual.

6) Visões do passado e lembranças de família

Durante a jornada, Odisseu acaba encontrando o espírito de sua mãe. Finn, por sua vez, se depara com o “fantasma digital” de Minerva, lembrando que mesmo em mundos distantes, laços familiares moldam a jornada.

7) Proteção contra tentações

Os homens de Odisseu tampam os ouvidos com cera para não sucumbir ao canto das sereias. Finn e sua equipe usam o corpo mágico de Jake para não se perderem na monotonia criada por Whipple.

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2 de dezembro de 2025

Referências Mitológicas em Hora de Aventura

۞ ADM Sleipnir

Hora de Aventura (Adventure Time em inglês) é uma série animada de fantasia americana criada por Pendleton Ward e co-produzida pelo Frederator Studios para o Cartoon Network. A história acompanha Finn, um garoto corajoso, e seu melhor amigo e irmão adotivo Jake, um cachorro com a habilidade de mudar de tamanho e forma à vontade. Eles vivem na terra pós-apocalíptica de Ooo, interagindo com personagens como a Princesa Jujuba, o Rei Gelado , Marceline, BMO, entre outros.

A série surgiu de um curta de 2007 criado por Ward, exibido como piloto no Nicktoons, que se tornou um sucesso viral na internet. Apesar de a Nickelodeon ter recusado a opção, o Cartoon Network comissionou a produção da série completa, que estreou em 5 de abril de 2010 e concluiu sua trajetória em 3 de setembro de 2018. Posteriormente, a franquia se expandiu com os especiais Hora de Aventura: Terras Distantes, o spin-off Hora de Aventura: Fionna and Cake.

Por trás das histórias surreais e personagens excêntricos, Hora de Aventura está cheia de referências à mitologia e à cultura clássica. Neste post, vamos explorar as principais referências encontradas ao longo da série.

As Musas (Mitologia Grega)

No episódio “Abstrato”,o 10° episódio da 9ª temporada Jake enfrenta mudanças físicas e psicológicas após os eventos de Elements, o que o leva a uma crise de identidade. Em seus sonhos, ele entra em um templo onde nove mulheres vestidas de branco aparecem reunidas em torno de uma estátua, que se transforma no Metamorfo, toca Jake e o faz entrar em outro sonho. Essas nove mulheres são uma clara alusão às Nove Musas da mitologia grega, divindades inspiradoras das artes, da poesia, da música e da criatividade.


Beijo da Vida / O Cajado de Asclépio (Mitologia Grega)

No especial “Juntos Novamente”, Finn e Jake, já mortos, se reencontram e enfrentam a Nova Morte para restaurar o equilíbrio entre vida, morte e renascimento. Para derrotá-lo, eles recebem da Vida (a própria personificação da vida e mãe da Nova Morte) o "Beijo da Vida", um cajado capaz de vencer a própria morte. Esse cajado remete claramente ao Cajado de Asclépio, símbolo grego da medicina e da cura. Asclépio, deus da medicina, carregava um bastão com uma serpente enrolada, representando o poder de restaurar a saúde e até mesmo ressuscitar os mortos — algo que os deuses olímpicos consideravam perigoso por desafiar a ordem natural.

O Rio do Esquecimento (Mitologia Grega)

No episódio “Morte em Botão”, o 17° episódio da 2ª temporada, Finn e Jake acidentalmente matam a Princesa Planta da Princesa Jujuba e precisam ir até a Terra dos Mortos para recuperar sua alma. Lá, eles enfrentam diversos obstáculos, e um deles é o rio do esquecimento, cujas águas fazem com que aqueles que a bebem percam todas as suas memórias. Jake é avisado para não beber da água depois do mesmo dizer que estava sedento. Ele acaba pulando dentro do rio e bebendo de sua água, e perdendo a memória no processo. Esta é uma referência direta ao rio Lete na mitologia grega, que apaga as memórias de uma alma morta, permitindo que ela possa reencarnar.

A Espada Nothung (Mitologia Nórdica)

Billy foi um herói em que Finn sempre se espelhou. Ele era um gigante que combatia o mal, e seu arqui-inimigo era o Lich. Sua espada é chamada Nothung, o mesmo nome da espada do herói nórdico Siegfried, usada para matar o dragão Fafnir.

Clarence e Princesa Fantasma / A história de Aquiles e Pentesileia (Mitologia Grega)

A história de Clarence e da Princesa Fantasma, apresentada no episódio “Princesa Fantasma”, o 24º episódio da 3ª temporada, é basicamente a a mesma de Aquiles e Pentesileia. Pentesileia é enviada pelos deuses para ajudar Tróia, mas acaba sendo morta por Aquiles em combate. No entanto, quando Aquiles vê o rosto da bela Amazona, ele se apaixona por ela.


Princesa Esposa Monstro / Perseu e Medusa (Mitologia Grega)

"Princesa Esposa Monstro", 9º episódio da 4ª temporada, faz alusão ao mito de Perseu e Medusa quando Finn e Jake usam espelhos para não contemplar diretamente a feiura do monstro que dá nome ao episódio, embora eles corram apenas o risco de desmaiar em vez de serem transformados em pedra.


Pequena Mantícora / Mantícora (Mitologia Persa)

No episódio “Filhos de Marte “, o 15º episódio da 4ª temporada, tivemos a primeira aparição da Pequena Mantícora,  que o Mágico mantinha prisioneiro em uma garrafa em sua  casa. Mais tarde ele foi libertado por Finn e Jake. Ele os insulta e afirma que não precisava da ajuda deles, mas ao fugir, revela que tinha medo de expressar gratidão e que sua nova prisão é a vergonha. A Mantícora é uma criatura lendária com origens na mitologia persa, embora variações dela apareçam em outras culturas . Ela é geralmente representada como uma criatura com o corpo de um leão, a cabeça de um humano e às vezes com as asas de um dragão e uma cauda com espinhos venenosos.  


Xergiok / Édipo (Mitologia Grega)

Em "O Grande Homem Pássaro" , o 13º episódio da 5ª temporada, o personagem Xergiok exibe muitas referências ao herói Édipo - ele é um ex-rei que fica cego, coxo e recluso depois de cometer grandes erros e sua barba é " adornada com globos oculares ", só que desta vez eles estão inteiros.


Legião de Cadmus / Espartos (Mitologia Grega)

Em "Algo Grande", o 10° episódio da 6ª temporada , Darren, o Antigo Adormecido, convoca a “Legião de Cadmus, os Dentes do Dragão”, para combater a Princesa Jujuba e suas forças. Ovos caem de um portal no céu, e as criaturas que saem deles são humanóides cor-de-rosa que quebram em pedaços quando são atingidos. Na mitologia grega, os Espartos são uma raça de guerreiros nascidos dos dentes do dragão de Tebas, e fazem parte do mito do herói Cadmo. 


M.A.R.G.L.E.S / Baphomet (Ocultismo/Satanismo)

No episódio "Você Esqueceu as Boias", o 38° episódio da 6° temporada, uma figura claramente baseada em Baphomet aparece sobre o Monte Olimpo (o extinto vulcão marciano, não o lar dos deuses gregos). Segundo o personagem Mágico, trata-se de M.A.R.G.L.E.S., o novo sistema de defesa marciano contra a entidade chamada Golb, e que possui a imagem e semelhança a sua finada esposa. Baphomet é uma figura do ocultismo, geralmente representada como uma divindade com cabeça de bode, associada a equilíbrio entre opostos e, em interpretações modernas, ligada a simbologias esotéricas e satânicas.


Ogdoad / Ogdoade (Mitologia Egípcia)

Ogdoad é um demônio invocado por Mordomo Menta, que chega a possuir o corpo do personagem Canelinha. Ele é chamado de “mestre do oitavo mundo das sombras”, o que já remete à sua origem no termo grego ogdoás (“oito”). Na tradição gnóstica, Ogdoade designava a oitava esfera celeste, além dos sete planetas, associada a um plano superior. Já na mitologia egípcia, a Ogdóade era um grupo de oito divindades primordiais de Hermópolis, que representavam forças caóticas e os elementos do cosmo antes da criação.


Maga Caçadora / Ártemis (Mitologia Grega)

No episódio “Feitiço de Flauta”, o 25° episódio da 7ª temporada, Finn ajuda a Maga Caçadora a criar uma flauta mágica capaz de invocar o Espírito da Floresta. Durante a jornada, ele enfrenta um sonho revelador e admite que começou a tocar para impressioná-la, mas depois quis apenas ajudá-la. Embora os dois confessem sentimentos e compartilhem um beijo, a Maga Caçadora decide que não podem viver um romance, e Finn aceita a separação de forma melancólica.


A Maga Caçadora em Hora de Aventura faz referência à deusa Ártemis, ligada à caça e à vida selvagem. Assim como ela, a personagem evita envolvimentos amorosos para não perder força em sua missão. Também há paralelos na relação com os animais: Ártemis era associada a cervos, e a Maga aparece montada em um durante a caçada. Seu visual lembra as Dríades, ninfas ligadas às árvores, reforçando a conexão com a natureza. Por fim, o episódio recria de forma invertida o mito de Acteão: em vez do caçador surpreender a deusa, é a Maga Caçadora que encontra Finn nu no rio. Diferente da tragédia original, a cena gera afinidade e aprendizado entre eles.


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1 de dezembro de 2025

Beaivi

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Beaivi (também Beiwe, Bievve, Beivve ou Biejjeé a deusa do sol, da fertilidade, da primavera e da sanidade na mitologia do povo sami. Ela é tradicionalmente representada viajando pelo céu em companhia de sua filha, Beaivi-nieida (também Beiwe-Neia), dentro de um recinto formado por ossos de rena. Sua passagem trazia de volta a vegetação após o rigoroso inverno ártico, permitindo que as renas prosperassem e se reproduzissem.

Os cultos a Beaivi eram realizados principalmente nos solstícios. Seus adoradores sacrificavam renas brancas fêmeas e utilizavam a carne em rituais nos quais era enfiada em varas, moldada em anéis e enfeitada com fitas coloridas. As portas das casas eram untadas com manteiga para fortalecer a deusa em sua jornada. No solstício de verão, preparavam-se “anéis solares” feitos de galhos trançados e consumia-se a chamada “papa do sol”, feita com manteiga, enquanto se entoavam preces para que Beaivi derramasse seus raios misericordiosos sobre as renas e a natureza. Esse conjunto de práticas fazia parte do chamado Festival de Beiwe.

Arte de Jenn Manley Lee

Além de garantir a fertilidade da terra e dos rebanhos, Beaivi era invocada para restaurar a saúde mental daqueles afetados pela ausência de luz durante o longo inverno polar, condição que os sami associavam à sua ausência.

Em sua tradição mitológica, Beaivi está ligada à filha do Sol, Njavvis-ene, que deu origem aos “Filhos do Dia”, uma linhagem heroica de seres que, segundo algumas lendas, sobreviveram como fadas ou se transformaram em estrelas. Njavvis-ene enfrentou rivalidades com Attjis-ene, filha da Lua, em episódios que explicam costumes e práticas culturais sami. Por exemplo, quando as duas mulheres, ambas grávidas, disputavam a criação de um filho, Njavvis-ene teve seu filho levado por Attjis-ene por meio de artifício, o que levou a conflitos míticos e à transformação de renas em animais como sapos, rãs e besouros. Em algumas versões, Attjis-ene se torna esposa do vento norte e mãe de um filho que passou a viver com a Lua. Njavvis-ene, por sua vez, viveu longamente e, após sua morte, foi sepultada sobre um leito de longos pelos de rena, permanecendo seu espírito como um guardião invisível e benevolente dos rebanhos.

Arte de Fredrik Garinder

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30 de novembro de 2025

Boreyne

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O Boreyne é uma criatura heráldica composta, registrada principalmente na heráldica europeia do final da Idade Média. Diferente das criaturas mitológicas tradicionais encontradas em bestiários ou no folclore, o Boreyne não possui origem lendária: trata-se de uma criação puramente heráldica — um monstro artificial concebido especificamente para figurar em brasões e emblemas.

Origem

A documentação mais antiga e confiável sobre o Boreyne remonta a cerca de 1466, quando foi utilizado como emblema alusivo (canting badge) pela família Borough (ou Burgh). Os canting badges eram emblemas heráldicos que representavam visual ou foneticamente o nome do portador — neste caso, “Boreyne” faz alusão direta ao nome Borough ou Burgh. O uso dessa criatura está particularmente associado à família de Sir Thomas Burgh de Gainsborough, figura de destaque no final do século XV que serviu aos reis Eduardo IV, Ricardo III e Henrique VII.

Iconografia

O Boreyne é descrito como um monstro híbrido, vagamente semelhante a um touro, mas que reúne características de diversos animais. Possui cabeça de touro, crina de cavalo, patas dianteiras e cauda de leão, patas traseiras de águia, chifres curvados, língua em forma de lança (semelhante à de uma serpente) e uma barbatana dorsal que se projeta a partir da garupa.

Ao contrário de outras figuras heráldicas mais padronizadas, o Boreyne não apresenta uma postura tradicional fixa dentro da heráldica. Registros iconográficos o mostram em diferentes atitudes, incluindo a passant (caminhando), entre outras variações.


fontes:
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29 de novembro de 2025

Eliza Battle

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O Eliza Battle foi um barco a vapor com rodas de pás que operou no rio Tombigbee, navegando entre Columbus, Mississippi, e Mobile, Alabama, nos Estados Unidos durante a década de 1850. Considerado um dos barcos fluviais mais luxuosos de seu tempo, o navio tornou-se tristemente célebre pelo desastre marítimo que resultou em sua destruição e transformou-o em uma das mais duradouras lendas folclóricas do Alabama.​

História

O Eliza Battle foi lançado em New Albany, Indiana, em 1852. Tratava-se de um vapor com rodas laterais de casco de madeira, com capacidade de 316 toneladas. A embarcação era operada a partir de Mobile, Alabama, pela empresa Cox, Brainard & Company, que dominou o transporte fluvial no Alabama até 1861.​ O navio rapidamente estabeleceu reputação como uma das embarcações mais luxuosas a navegar as águas do Alabama. Em 7 de abril de 1854, o ex-presidente dos Estados Unidos Millard Fillmore foi homenageado durante uma recepção a bordo do navio em Mobile, atestando o prestígio da embarcação.​

O Eliza Battle operava uma rota regular entre Columbus, Mississippi, e Mobile, Alabama, transportando passageiros e cargas, predominantemente algodão. O barco navegava até Columbus apenas durante os períodos de cheia regular do rio Tombigbee no inverno, quando as águas permitiam a navegação mais ao norte.​

Anúncio no jornal Sumter County Whig (18/04/1855) dos serviços do Eliza Battle. 

O desastre de 1858

No final de fevereiro de 1858, o Eliza Battle partiu de Columbus sob o comando do Capitão S. Graham Stone, com Daniel Epps como piloto. Durante sua viagem rio abaixo, o navio fez paradas em Pickensville, Gainesville, Demopolis e numerosos pequenos atracadouros ao longo do rio.​ Quando deixou Demopolis em 28 de fevereiro de 1858, a embarcação estava totalmente carregada com passageiros e mais de 1.200 fardos de algodão. 

Durante aquela noite excepcionalmente fria, um forte vento norte começou a soprar, com a temperatura caindo 40°F (aproximadamente 22°C) nas duas horas após o anoitecer.​ Por volta das 2h da manhã de 1º de março de 1858, cerca de 32 milhas (51 km) rio abaixo de Demopolis, próximo ao local onde hoje fica Pennington, Alabama, descobriu-se que fardos de algodão no convés principal estavam em chamas. O fogo se espalhou rapidamente impulsionado pelos fortes ventos, e logo toda a embarcação estava envolta em chamas.​

A tripulação tentou conduzir o barco até a margem para dar aos passageiros uma chance de escapar, mas a corda do leme havia sido queimada pelo fogo, deixando a embarcação à deriva descontroladamente com a correnteza. Os passageiros enfrentaram uma escolha impossível: morrer queimados ou saltar nas águas geladas do rio em estado de enchente.​

Vítimas e resgate

A estimativa de mortos varia entre 26 e 33 pessoas, de um total de aproximadamente 60 passageiros e uma tripulação de 45 membros. Diversos sobreviventes tentaram flutuar agarrados a fardos de algodão ou se refugiaram em copas de árvores cercadas pelas águas da enchente.​ Das aproximadamente 25 pessoas que conseguiram nadar até árvores e subir em seus galhos, apenas cerca de cinco sobreviveram à noite devido ao frio intenso. 

Um dos sobreviventes notáveis foi Frank Mauldin, que residia em Macon, Condado de Noxubee, Mississippi. Mauldin atribuiu sua sobrevivência a uma pequena garrafa de conhaque e um pedaço de tabaco que tinha nos bolsos, que usou como estimulantes durante as horas geladas na árvore.​ Rebecca Coleman Pettigrew, que vivia perto do rio, cuidou de muitos dos sobreviventes feridos da tragédia. O acidente ocorreu aproximadamente um quarto de milha ao norte de Naheola, no rio Tombigbee.​


A lenda do navio fantasma

Após a tragédia, o navio entrou no folclore do sudoeste do Alabama como um navio fantasma, com numerosos relatos de avistamentos da embarcação em chamas.​ De acordo com a tradição local, o Eliza Battle pode ser visto em noites frias e enevoadas, ainda em chamas, navegando as águas do rio Tombigbee. Os avistamentos são relatados desde logo ao norte de Pennington até Nanafalia rio abaixo. Testemunhas descrevem a aparição como uma embarcação queimando com chamas bruxuleantes, acompanhada de música distante e sons de pânico.​

Pescadores locais afirmam que a aparição é um sinal de desgraça iminente. Relatos de avistamentos tornaram-se tão frequentes e integrados à cultura local que famílias ribeirinhas utilizavam as aparições fantasmagóricas como um sistema de alerta precoce para preparar-se contra potenciais ameaças naturais.​

Em 1997, o Corpo de Engenheiros do Exército dos Estados Unidos recebeu relatos de um barco a vapor de estilo antigo em chamas perto da eclusa e barragem no rio Tombigbee. Os engenheiros que estavam no local há bastante tempo não ficaram surpresos com as chamadas, pois recebiam relatórios de um vapor em chamas quase todo mês de fevereiro, especialmente quando o clima estava severo.​

Na Cultura Pop

A história do desastre e o folclore associado foram ficcionalizados em diversos contos publicados, mais notavelmente em The Phantom Steamboat of the Tombigbee (O Vapor Fantasma do Tombigbee) no livro 13 Alabama Ghosts and Jeffrey (13 Fantasmas do Alabama e Jeffrey). Este livro, publicado pela primeira vez em 1969 pela folclorista Kathryn Tucker Windham e Margaret Gillis Figh, tornou-se uma das obras mais queridas do Sul dos Estados Unidos.​

fontes:

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27 de novembro de 2025

Yaoji

۞ ADM Sleipnir


Yaoji (chinês: 瑶姬; lit. "Princesa do Belo Jade"), também conhecida como Wu Shan Shen Nü (chinês 巫山神女, "Deusa da Montanha Wu"), é uma divindade da mitologia chinesa associada às Montanhas Wushan, nas Três Gargantas do rio Yangtzé. Ao longo dos séculos, sua figura foi reinterpretada, sendo venerada como deusa do clima, protetora dos povos ribeirinhos e patrona das artes literárias. Yaoji é descrita como xamã, curandeira e mestra das ervas medicinais, responsável por trazer inúmeras plantas de cura à Terra. Em tradições posteriores, foi absorvida pelo taoismo e identificada como uma das filhas da Rainha Mãe do Oeste.

Em algumas tradições populares mais recentes, Yaoji foi equivocadamente associada como mãe do deus Erlang Shen (Yang Jian), mas essa versão não aparece nos mitos originais.

Origens e mitologia

As origens de Yaoji apresentam diferentes versões. No  Shan Hai Jing (chinês 山海經, "Clássico das Montanhas e Mares") , ela aparece como a terceira filha do Imperador Yan, e irmã de Jingwei. Morreu jovem, antes de se casar, e seu espírito teria se transformado em uma planta sagrada chamada erva Yao, símbolo de cura e encanto. Em tradições locais, Yaoji habitava o Palácio Celestial, mas desceu à Terra acompanhada de sua comitiva de fadas. Juntas, moldaram as montanhas e desfiladeiros de Wushan. Encantada pelo lugar, decidiu permanecer ali e acabou transformando-se no Pico da Deusa (Shennu Feng), um dos marcos naturais das Três Gargantas. 

A partir da dinastia Tang, o taoista Du Guangting reinterpretou sua lenda, apresentando-a como Yunhua, a 23ª filha da Rainha Mãe do Oeste (Xiwangmu). Nesta versão, Yaoji combate dragões que assolavam a região de Wushan e auxilia Yu, o Grande, a controlar as enchentes, abrindo passagem para o rio Yangtzé com a ajuda de seus seguidores divinos.


Relação com a literatura clássica

A imagem de Yaoji foi consolidada principalmente pela literatura chinesa. O poeta Song Yu (宋玉), do Estado de Chu, no período dos Estados Combatentes, descreveu-a em duas obras célebres: Gaotang fu (高唐赋, “Oda de Gaotang”) e Shennü fu (神女赋, “Oda da Donzela Divina”).Na primeira, a deusa aparece em sonhos ao rei Xiang de Chu, declarando: “旦为朝云,暮为行雨” (“De manhã sou a nuvem ao amanhecer, ao entardecer sou a chuva que cai”). Na segunda, mantém sua dignidade e recusa os avanços do rei, sendo descrita como possuidora de “osso e forma extraordinários” (骨法多奇, gǔfǎ duō qí), expressão que simboliza nobreza e virtude.

Com o tempo, Yaoji passou a simbolizar tanto a beleza feminina idealizada quanto a retidão moral e a resistência em se submeter a governantes corruptos, refletindo a posição de Song Yu como conselheiro que não queria servir a um mau rei. A expressão “nuvens e chuvas de Wushan” (巫山云雨, Wūshān yúnyǔ) adquiriu conotação erótica e tornou-se sinônimo da união entre homem e mulher, enquanto o ditado “除却巫山不是云” (“Fora das nuvens de Wushan, nenhuma outra nuvem é de fato nuvem”) passou a expressar fidelidade amorosa.

Poetas posteriores, como Du Fu e Li Bai, evocaram Yaoji em seus poemas, reforçando sua imagem como símbolo de beleza, amor e transcendência. A paisagem de Wushan e o Pico da Deusa também foram celebrados em pinturas e caligrafias, perpetuando a ligação entre a deusa e a arte literária e visual chinesa.


Atribuições e Culto

Além de ser lembrada como deusa da beleza e do amor, Yaoji também foi venerada como protetora contra enchentes. Nas lendas, ela auxilia Yu, o Grande, fornecendo-lhe conhecimentos secretos sobre hidráulica e enviando divindades auxiliares para ajudá-lo. Também é descrita como deusa do clima e da agricultura, invocada para espalhar nuvens e chuvas benéficas, proteger as lavouras, curar doenças e semear cogumelos da imortalidade. Em algumas tradições, Yaoji é ainda reputada como guardiã das Três Gargantas, sendo associada à navegação segura por meio de corvos divinos que guiavam as embarcações.

No sopé do Pico Fênix Voador, nas Montanhas Wushan, ergue-se o Templo da Fada (神女庙, Shénnǚ Miào), um dos principais centros de culto dedicados à deusa. No taoismo, Yaoji recebeu o título de Miaoyong Zhenren (妙用真人, “Pessoa Perfeita da Prática Miraculosa”). A paisagem em torno do templo é considerada uma das mais belas da região, com montanhas envoltas por nuvens que lhe conferem um aspecto misterioso.

Cultura Popular

Yaoji aparece em diversos jogos mobile, geralmente reinterpretada com poderes mágicos ou de apoio:
  • Dislyte (mobile): personagem esper com habilidades de cura e manipulação espiritual;
  • Heavenly Domain: Rebirth (mobile): guardiã celestial das montanhas, representando deusa imortal;
  • Nevermore M: Idle Immortal RPG (mobile): divindade que auxilia jogadores em batalhas, mantendo atributos de curandeira;
  • Tale of Foods (mobile): versão lúdica, antropomorfizada e associada à culinária mágica;
  • Tower of Saviors (mobile): carta rara ligada à água e proteção dos rios;
  • Went Refactor (mobile e PC): deusa da chuva com habilidades de suporte;
  • X-Wukong: Chaos of Realms (mobile): entidade aliada do protagonista, evocando seu papel clássico na luta contra dragões e espíritos malignos.
Chag Pu (Yao ji) (Dislyte), arte de HimoDraws

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Ruby