Bestla

۞ ADM Sleipnir

Arte de Thor Odenson

Bestla (Besla, Bettla), era uma jotun (gigante de gelo) da mitologia nórdica, filha do jotun Bolthorn, e de acordo com algumas fontes, teoriza-se que seja irmã do deus/jotun Mimir. Seu consorte era o deus Borr, e com ele, foi a mãe dos deuses Odin, Vili e Ve. 

O significado do nome Bestla em nórdico antigo é incerto. Propostas etimológicas incluem significados como “esposa” ou “casca/basto” (basto sendo a fibra da casca de árvores como o amieiro ou o teixo). Algumas hipóteses linguísticas sugerem uma origem em formas proto-germânicas como Bastilōn, talvez indicando uma deusa associada ao teixo ou à doação de basto, ou Banstillōn, possivelmente relacionada ao termo frisão antigo bös, que significava “casamento” ou “união”, e por extensão, “esposa”. Segundo o filólogo Rudolf Simek, a obscuridade do nome indica que ele pode ser muito antigo.

Atestações

Na Edda em Prosa, especificamente no Gylfaginning, Bestla é descrita como filha do jötunn Bolthorn e esposa de Borr. Com ele, ela gerou três filhos: Odin, Vili e Vé. A genealogia é apresentada pela figura de Hárr (o Alto), que narra os acontecimentos ao personagem Gangleri (disfarce do rei Gylfi):

“Ele tomou como esposa a mulher chamada Bestla, filha do gigante Bölthorn. Eles tiveram três filhos: o primeiro foi Odin, o segundo Vili, o terceiro Vé.”

— Gylfaginning, 5–7

Em Skáldskaparmál, o deus Odin é referido como “filho de Bestla” em versos do escaldo Einarr Helgarson, evidenciando a importância mítica de sua maternidade.

Na Edda Poética, especificamente no Hávamál (estrofe 140), Odin narra ter aprendido nove cânticos mágicos com o irmão de Bestla, cujo nome não é revelado. Essa passagem sugere uma relação familiar entre Odin e esse ser sábio, talvez um tio materno:

“Nove poderosos cantos eu aprendi do filho famoso

de Bölthorn, pai de Bestla;

e uma bebida obtive do hidromel precioso,

vertido de Óðrerir.”

— Hávamál, 140

A identidade do irmão de Bestla mencionado em Hávamál tem sido objeto de debate acadêmico. Alguns estudiosos, como John Lindow, sugerem que ele poderia ser Mímir, o ser sábio cuja cabeça decapitada continua a oferecer conselhos a Odin. Isso implicaria que Odin teria obtido conhecimento mágico de seu tio materno, antes de eventualmente obter sabedoria também da cabeça de Mímir.

fontes:

• Encyclopedia of Ancient Deities, de Charles Russell Coulter e Patricia Turner;
• Norse Mythology A to Z, de Kathleen N. Daly.

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Postagem atualizada em 11/07/2025