15 de outubro de 2025

A Lenda do Caixão Branco

۞ ADM Sleipnir


A Lenda do Caixão Branco é uma lenda registrada na tradição oral de Campina do Simão, município do estado do Paraná, Brasil, associada à avareza e à punição espiritual após a morte. De acordo com os relatos locais, ela remonta a um tempo em que vivia na região um homem extremamente sovina e desconfiado. Era conhecido por sua avareza exagerada — economizava até mesmo na comida e evitava qualquer gesto de hospitalidade que pudesse representar gasto. Quando recebia visitas, limitava-se a atendê-las na varanda de sua casa, recusando-se a convidá-las para o interior, a fim de não ter de oferecer alimento ou chimarrão, gesto tradicional de acolhimento no sul do país. Durante as refeições, chamava a esposa para entreter os visitantes enquanto ele se retirava à cozinha, comia rapidamente e retornava para a conversa como se nada tivesse acontecido.

Diz-se que o homem acumulou considerável riqueza com a comercialização de pinheiros, mas, desconfiado de todos, enterrava o dinheiro em algum ponto de suas terras. Com o tempo, faleceu sem revelar a ninguém o local exato do esconderijo. Após sua morte, começaram a ser relatados fenômenos estranhos nas redondezas. Moradores afirmam que, depois da meia-noite, quem passa em frente à antiga casa do sovina pode ver um caixão branco flutuando. O objeto misterioso, segundo as testemunhas, voa em direção ao local onde o dinheiro foi enterrado, repetindo o trajeto como se o espírito do falecido ainda guardasse sua fortuna.

Com o passar dos anos, as terras do tal homem foram vendidas. O novo proprietário, ao ouvir as histórias sobre o tesouro oculto, teria se dedicado inteiramente à busca do dinheiro enterrado, escavando o solo em diversos pontos da propriedade — mas, conforme diz o imaginário popular, jamais o encontrou. A lenda é frequentemente vista como uma advertência moral sobre os males da avareza e o apego excessivo aos bens materiais. O caixão branco, símbolo da morte e da penitência, representa o castigo eterno do homem que, em vida, recusou-se a partilhar o que possuía — e que, mesmo após a morte, não consegue se desprender de suas riquezas.


fonte:
  • Lendas e Contos Populares do Paraná, de Renato Augusto Carneiro Jr.


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