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| Arte de ibdinosaur |
Suzuhiko-hime (em japonês 鈴彦姫 ou すずひこひめ, “princesa do sino”) é um yokai do folclore japonês, descrito pela primeira vez pelo estudioso Toriyama Sekien em sua obra Gazu Hyakki Tsurezure Bukuro (百器徒然袋, "A Bolsa Ilustrada dos Cem Demônios Aleatórios" ou " Uma Horda de Utensílios Assombrados"). Trata-se de uma criatura do tipo tsukumogami (付喪神 – “espírito de objeto”), que teria se originado de antigos sinos cerimoniais, conhecidos como kagurasuzu, utilizados em rituais do xintoísmo.
Aparência
Suzuhiko-hime é representada como uma jovem vestida com trajes de princesa da antiguidade japonesa ou de uma sacerdotisa xintoísta (miko), adornada com pequenos sinos rituais. Sua característica mais marcante é a cabeça em forma de um grande sino, conferindo-lhe uma aparência ao mesmo tempo mística e estranha.
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| Ilustração do Suzuhiko-hime no Gazu Hyakki Tsurezure Bukuro |
Comportamento
Diferente de muitos yokai, Suzuhiko-hime não é considerada perigosa. Ela não ataca nem assusta os humanos. Em vez disso, realiza danças cerimoniais e frenéticas, refletindo os rituais nos quais os sinos que a compõem eram outrora utilizados como instrumentos sagrados. Seus movimentos têm forte carga simbólica, remetendo à dança tradicional kagura, realizada para entreter e invocar os deuses no xintoísmo
Origem e Significado
No contexto xintoísta, os sinos (suzu) são empregados para purificar ambientes, acalmar o espírito humano e atrair a atenção das divindades. Suzuhiko-hime pode ter surgido da ideia de que objetos sagrados, ao perderem sua função, desejariam voltar a ser úteis — tornando-se assim tsukumogami animados pela memória ritualística e pelo vínculo espiritual com os deuses.
Na descrição de Sekien, há uma alusão à deusa Ame-no-Uzume, que, segundo a mitologia japonesa, dançou diante da caverna Ama no Iwato para atrair Amaterasu, a deusa do sol, que havia se escondido e mergulhado o mundo em trevas. A performance de Uzume, cheia de êxtase e irreverência, é considerada a origem da dança sagrada kagura. Embora o mito não mencione sinos, Sekien parece ter associado a figura da dançarina sagrada aos sinos usados em cerimônias xintoístas, dando origem à Suzuhiko-hime como símbolo desse elo entre som, dança e espiritualidade.

Interpretações e Influências
É provável que Sekien tenha se inspirado em figuras presentes nos emaki (rolos ilustrados) do período Muromachi, especialmente nas versões do Hyakki Yagyō Emaki (“Parada Noturna dos Cem Demônios”), onde aparecem criaturas sobrenaturais empunhando sinos sagrados. Por outro lado, Suzuhiko-hime pode ter sido uma criação original de Sekien, baseada em associações simbólicas entre os sinos e a capacidade de "invocar os deuses".
A personagem continuou a inspirar artistas ao longo dos séculos. O renomado mestre do ukiyo-e, Tsukioka Yoshitoshi, representou Suzuhiko-hime em sua série de xilogravuras Hyakki Yagyō (1865), destacando ainda mais sua relação com os rituais sagrados ao incluir o caractere「神楽」(kagura) em seu leque, reforçando a conexão entre a dança cerimonial e os elementos espirituais que cercam essa enigmática figura.
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| Arte de Davie Yakusaa |
fonte:
- MATT. Suzuhiko hime | Yokai.com. Disponível em: <http://yokai.com/suzuhikohime/>.
Suzuhiko-hime






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