۞ ADM Sleipnir
Arte de Daniel Arturo |
Gerda (nórdico antigo Gerðr, "cercada"; também grafado Gerdr, Gerth ou Gerd) é uma jotun (gigante de gelo) da mitologia nórdica, filha dos jotuns Gymir e Aurboda e esposa do deus vanir Frey. Ela é atestada na Edda Poética, compilada no século XIII a partir de fontes tradicionais anteriores; na Edda em Prosa e no Heimskringla , escritos no século XIII por Snorri Sturluson, e também na poesia escáldica.
Frey conhece Gerda
Frey conheceu Gerda ao sentar-se em Hlidskjalf, o trono de Odin, numa ocasião em que o Pai de Todos estava ausente. Esse trono permitia ao ocupante observar todos os nove reinos. Ao contemplar o norte, Frey avistou Gerda, que estava em uma montanha próxima ao palácio de seu pai, Gymir. Na visão, Gerda abria os portões de sua morada, e Frey percebeu que sua presença emitia uma luz tão intensa que parecia iluminar todos os reinos. Encantado, ele logo descobriu que ela era filha de Gymir, um inimigo dos deuses.
Perdidamente apaixonado, Frey foi tomado pelo desespero, convencido de que não poderia viver sem ela, mas também incapaz de alcançá-la. Sua paixão o consumiu, e ele deixou o trono de Odin entristecido e doente de coração. Incapaz de comer, dormir ou falar, Frey preocupou profundamente seu pai, Njord.
Frey adoece de amor, arte de W.G. Collingwood (1854 - 1932) |
A Intervenção de Skirnir
Após confessar sua paixão e desespero ao servo Skirnir, Frey recebeu uma proposta de ajuda. Skirnir, confiante em sua habilidade, pediu emprestado o cavalo de Frey, Blodughofi, que não temia fogo ou escuridão, e a sua espada mágica, que lutava sozinha independentemente da habilidade do portador. Com esses itens, Skirnir partiu em busca de Gerda, prometendo conquistá-la para Frey ou morrer tentando.
O cavalo carregou Skirnir com segurança através do fogo que circundava o salão de Gymir. Ao chegar, Skirnir encontrou Gerda sozinha, pois Gymir estava ausente. Seguindo as regras da hospitalidade, Gerda o recebeu e lhe ofereceu uma bebida, apesar de saber que ele era um inimigo.
Skirnir tenta persuadir Gerdr a se casar com Frey, arte de H. Theaker, 1920 |
Persuasão, Ameaça e Maldição
Skirnir iniciou sua abordagem com ofertas generosas. Primeiro, prometeu-lhe onze maçãs douradas, que Gerda recusou, afirmando ter riqueza suficiente. Em seguida, ofereceu o anel Draupnir, que fora de Odin e tinha o poder de gerar oito anéis iguais a cada nove noites. Gerda também rejeitou essa oferta.
Quando a persuasão falhou, Skirnir recorreu a ameaças. Ele sacou a espada de Frey e ameaçou decapitá-la caso ela não aceitasse se unir a Frey. Gerda, porém, permaneceu firme, dizendo que seu pai a vingaria se Skirnir cumprisse a ameaça. Reconhecendo que matar Gerda não traria recompensa, Skirnir tentou outro método.
Retirando-se momentaneamente, ele voltou com uma espécie de varinha mágica (Gambanteinn) e ameaçou lançar uma poderosa maldição sobre Gerda. Ele declarou que, caso ela recusasse Frey, seria consumida por desejo, loucura e solidão, vagando longe da proteção de sua casa e sofrendo em uma colina gelada acima de Hel, sem ser admitida no mundo dos mortos. A ameaça abalou Gerda, que, temendo o poder da maldição, concordou em se encontrar com Frey na floresta de Bari após nove noites.
A União de Frey e Gerda
Quando Skirnir retornou com a notícia, Frey não o agradeceu, mas reclamou da longa espera até o encontro. As fontes não relatam detalhes sobre a relação entre Frey e Gerda após o casamento, nem se a união trouxe felicidade ou tristeza ao casal. Contudo, é mencionado que juntos tiveram um filho chamado Fjölnir, que, segundo a lenda, fundou a dinastia Yngling na Suécia, associada à região de Uppsala.
Freyr troca sua espada por Gerd (1885), arte de Lorenz Frølich |
Menção em outros textos
Lokasenna
Neste poema, Loki acusa Frey de ter "comprado" Gerda, a filha de Gymir, com ouro, e de ter cedido sua espada mágica no processo. Loki ainda zomba de Frey, chamando-o de "miserável" e questionando como ele lutará contra os Filhos de Muspell durante o Ragnarök, quando eles cavalgarem pela floresta Myrkviðr. O servo de Frey, Byggvir, tenta defender seu mestre, mas o poema prossegue com as provocações de Loki.
Hyndluljóð
No poema, informações sobre a linhagem dos deuses são relatadas. Em uma estrofe pertencente à Völuspá hin skamma, é mencionado que Frey e Gerda eram casados, que Gerda era filha do jotunn Gymir e de Aurboða, e que eles estavam ligados ao jotunn Thiazi – pai da deusa Skaði. A natureza exata desse parentesco, no entanto, não é especificada.
Arte de Nataša Ilinčić |
Nenhum comentário:
Seu comentário é muito importante e muito bem vindo, porém é necessário que evitem:
1) Xingamentos ou ofensas gratuitas ao autor e a outros comentaristas;
2)Comentários racistas, homofóbicos, xenófobos e similares;
3)Spam de conteúdo e divulgações não autorizadas;
4)Publicar referências e links para conteúdo pornográfico;
5)Comentários que nada tenham a ver com a postagem.
Comentários que inflijam um desses pontos estão sujeitos a exclusão.
De preferência, evite fazer comentários anônimos. Faça login com uma conta do Google, assim poderei responder seus comentários de forma mais apropriada, e de brinde você poderá entrar no ranking dos top comentaristas do blog.