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28 de setembro de 2020

Biasd Na Srogaig

۞ ADM Sleipnir

Arte de Nitrox-Marques

Biasd Na Srogaig (gaélico, literalmente "besta do chifre inferior") é uma criatura mítica dita habitar os lagos da Ilha de Skye, na Escócia. Geralmente descrita como sendo semelhante a um unicórnio, possuindo um único chifre em sua testa, porém possui pernas imensamente longas e que o fazem andar de maneira desajeitada, e seu corpo  possui uma forma volumosa e pesada, tornando-o mais parecido com um rinoceronte.

Dizem que todos os Biasd Na Srogaig são do sexo masculino, e para perpetuar sua raça, se transformam em homens e se relacionam com mulheres humanas, que acabam tendo uma criança também do sexo masculino. Além disso, um Biasd Na Srogaig não hesitaria em despachar com seu grande chifre qualquer homem que considere fraco e tomar seu lugar, a fim de gerar um filho mais forte e mais digno. Há histórias que afirmam que na verdade os Biasd Na Srogaig são criaturas puras, que mantém distância dos humanos, principalmente daqueles considerados impuros.

Originalmente, a figura do Biasd Na Srogaig era utilizada como uma espécie de bicho-papão para assustar crianças, onde era dito que a criatura espetava com seu chifre e devorava aquelas que não se comportam. Com o tempo passou a ser tratado como uma criatura real, provavelmente por aqueles que cresceram ouvindo histórias sobre ele.


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25 de setembro de 2020

Os Três Galos do Ragnarok

۞ ADM Sleipnir

Arte de Chase Stone

De acordo com a mitologia nórdica, durante o Ragnarok (série de eventos que irão culminar no fim do mundo; clique no nome para saber mais), três galos serão responsáveis por cantar ao mesmo tempo e despertar os três principais grupos (os Aesir e seu exército de guerreiros, os gigantes e Hel com sua horda de mortos) para a batalha final. 

Um galo dourado chamado Gullinkambi ("Crista dourada") cantará em Valhala, sinalizando para Odin e os demais deuses o início da batalha. Em Gálgviðr, uma floresta localizada em Jotunheim, terra dos gigantes, um galo vermelho chamado Fjalar ("enganador") cantará alertando os gigantes sobre o iminente conflito. Por último em Helheim, terra dos mortos, outro galo vermelho (não nomeado nos Eddas) cantará para Hel, que então convocará seu exército de mortos para partir rumo à planície Vigrid, palco do conflito final.

Arte de trestaure

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23 de setembro de 2020

Gancanagh

۞ ADM Sleipnir

Arte de erinclaireb

Gancanagh (do irlandês gean cánach, literalmente “locutor do amor”, também conhecido como Ganconer, Geancanach) é uma espécie de fada masculina pertencente a mitologia irlandesa/escocesa, sendo conhecido por seduzir mulheres humanas (geralmente pastoras de rebanho ou amas de leite). Costuma ser descrito como sendo semelhante a um Leprechaun (outro tipo de fada irlandesa), vestido de maneira elegante, fumando um cachimbo de barro (chamado de dudeen) e usando um chapéu de fazendeiro.

Através de um potente feromônio secretado pela sua pele, o Gancanagh atrai a mulher que ele desejar até sua localização, geralmente no meio das florestas, e com uma voz encantadora sussurra palavras sedutoras em seus ouvidos. Após ter relações com uma mulher o Gancanagh desaparece, deixando-a num estado de depressão e abstinência tão profundos que a mesma acaba morrendo. Além disso, qualquer um, seja homem ou mulher, que encontra um Gancanagh pode ser acometido por uma terrível má sorte.

Uma forma de saber se há um Gancanagh por perto é notar que os pássaros param de cantar na sua presença. Dizem também que não possuem uma sombra, portanto pode ser identificado dessa forma. Como todas as fadas, um Gancanagh pode ser repelido com ferro. 


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21 de setembro de 2020

Irshi

۞ ADM Sleipnir


Irshi (turco: İrşi) é uma espécie de espírito ou fada pertencente ao folclore turco. São geralmente descritos como tendo uma bela aparência humana, alados e dotados de poderes mágicos ou sobrenaturais. As histórias e lendas costumam retratá-las como tendo um temperamento maligno ou benigno.

Em algumas lendas, Irshi são vistos como seres descendentes de anjos caídos/demônios ou como "espíritos dos mortos, sendo propensos a aparecer durante a noite e sequestrar tanto bebês humanos (deixando changelings em seus lugares) quanto rapazes e moças. 

Em outras, Irshi são descritas como elegantes dançarinas, dotadas de um temperamento doce e gentil, e geralmente atuam como mentoras de alguém. Normalmente protegem um Tigin (príncipe) ou Begüm (princesa) e o herói da história, usando sua magia para ajudá-los ou apoiá-los.

Arte de tjota

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18 de setembro de 2020

Guariba-bóia

۞ ADM Sleipnir

Arte de Ícaro Maciel

Guariba-bóia é uma espécie de criatura com cabeça de macaco bugio (guariba) e o corpo de uma jibóia, que segundo histórias, habita em vários trechos do rio Amazonas e também em lagos próximos ao Rio Negro. Dizem que escavam túneis no fundo de rios turvos e se escondem na lama ou em matagais de plantas aquáticas. Anunciam sua presença com uivos altos e ressonantes que soam como uma bando inteiro de macacos bugios. Eles rugem debaixo d'água e seus chamados são particularmente altos nas noites de chuva.

Guariba-bóias podem atingir cerca de seis metros de comprimento, e embora não sejam tão grandes quanto as Boiunas, possuem presas pontiagudas e um veneno letal. A morte pela picada de uma guariba-bóia é rápida e dolorosa, após a qual ela engole sua vítima inteira. Não é comum procurarem por presas humanas, mas caso estejam com muita fome, Guariba-bóias são capazes de virar canoas e se alimentar de seus ocupantes.

Arte de Felipe Carneiro

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16 de setembro de 2020

Shivini

۞ ADM Sleipnir
Shivini (também conhecido como Siuini, Artinis, Ardinis) era um deus solar na mitologia dos urartianos, povo pertencente ao antigo reino de Urartu. Urartu ficava localizado na região hoje conhecida como Planalto Armênio (entre a Ásia Menor, a Mesopotâmia e o Cáucaso), existindo durante a idade do Ferro (860 a.C. – 590 a.C.).

Shivini integrava uma importante tríade de divindades, ao lado de Khaldi/Haldi (deus da guerra e divindade suprema dos urartianos) e Theispas (divindade associada aos trovões e tempestades). Ele era geralmente retratado como um homem de joelhos, segurando um disco solar. Sua consorte era a deusa Tushpuea

Os deuses urartianos eram muitos deles adotados e/ou mesclados com divindades hurritas e de outras culturas. Shivini, em particular, é associado ao deus mesopotâmico Shamash

Arte de Andranik88
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14 de setembro de 2020

Hathor

۞ ADM Sleipnir

Arte de Yin Yuming

Hathor (egípcio: ḥwt-ḥr, também Hator, Het Herué uma das deusas mais importantes e famosas do antigo Egito. Ela era conhecida como "A Grande de Muitos Nomes", e seus títulos e atributos são tão numerosos que ela era importante em todas as áreas da vida e da morte dos antigos egípcios. Acredita-se que sua adoração foi difundida mesmo no período pré-dinástico, porque ela aparece na Paleta de Narmer. No entanto, alguns estudiosos sugerem que a deusa com cabeça de vaca retratada na paleta é na verdade Bat (uma antiga deusa vaca que foi amplamente absorvida por Hathor) ou mesmo o próprio faraó Narmer. No entanto, ela foi certamente popular no Reino Antigo, pois aparece ao lado de Bastet no templo do vale de Khafre, em Gizé. Hathor representa o Alto Egito e Bastet representa o Baixo Egito.

Hathor era originalmente uma personificação da Via Láctea, a qual era considerada o leite que brotava das úberes de uma vaca celestial (associando-a  a Nut, Bat e Mehet-Weret). Com o passar do tempo, ela absorveu os atributos de muitas outras deusas, mas também se tornou mais intimamente associada a Ísis, que até certo ponto usurpou sua posição como a deusa mais popular e poderosa do Egito. No entanto, ela permaneceu popular ao longo da história egípcia. Mais festivais foram dedicados a ela e mais crianças receberam o nome dela do que qualquer outro deus ou deusa do Egito Antigo. Sua adoração não se limitou ao Egito e à Nubia, tendo sido adorada em toda a Ásia Ocidental Semítica, Etíope, Somália e Líbia, mas era particularmente venerada na cidade de Biblos.

Deusa do Céu

Ela era uma deusa do céu, conhecida como "Senhora das Estrelas" e "Soberana das Estrelas" e ligada à estrela Sirius (e, portanto, as deusas Sopdet e Ísis). Seu aniversário era celebrado no dia em que Sirius se levantou pela primeira vez no céu (anunciando a próxima inundação). No período ptolomaico, ela era conhecida como a deusa de Hethara, o terceiro mês do calendário egípcio. Como "a Senhora do Céu", ela foi associada com Nut, Mut e a rainha. Já como a" Enfermeira Celestial", ela amamentava o faraó sob a aparência de uma vaca ou como um figo de sicômoro (porque este exala uma substância leitosa branca). 


Deusa da Fertilidade

Como "a Mãe das Mães", ela era a deusa das mulheres, da fertilidade, das crianças e do parto. Ela tinha poder sobre qualquer coisa relacionada às mulheres, desde problemas de concepção ou parto, até saúde, beleza e assuntos do coração. No entanto, ela não era adorada exclusivamente por mulheres e, ao contrário dos outros deuses e deusas, possuía sacerdotes masculinos e femininos.

Deusa da Beleza

Hathor também era a deusa da beleza e patrona das artes cosméticas. Sua oferta votiva tradicional eram dois espelhos e ela era frequentemente retratada em espelhos e paletas cosméticas. No entanto, ela não era considerada vaidosa ou superficial, mas tinha certeza de sua própria beleza e bondade, e amava coisas boas e belas. Ela era conhecida como "a amante da vida" e era vista como a personificação da alegria, amor, romance, perfume, dança, música e álcool. 


Hathor era especialmente ligada à fragrância do incenso de mirra, que era considerado muito precioso e incorporava todas as qualidades mais refinadas do sexo feminino. Hathor foi associada a turquesa, malaquita, ouro e cobre. Como "Senhora da Turquesa" e "Senhora da Malaquita", era a padroeira dos mineiros e a deusa da península do Sinai (local das famosas minas egípcias de Serabit el-Khadim)Os egípcios usavam maquiagem para os olhos feita de malaquita moída, que tinha uma função protetora (no combate a infecções oculares) atribuída a Hathor.

Associação á música, dança e a sexualidade

Ela era a padroeira dos dançarinos e estava associada à música percussiva, particularmente ao sistro (que também era um fetiche de fertilidade). Ela também foi associada ao colar Menit (que também pode ter sido um instrumento de percussão) e era frequentemente conhecida como "A Grande Menit". Muitos de seus sacerdotes eram artesãos, músicos e dançarinos que aumentavam a qualidade de vida dos egípcios e a adoravam expressando sua natureza artística. 


Hathor era a encarnação da dança e da sexualidade, possuindo o epíteto de "Mão de Deus" (uma referencia ao ato da masturbação) e "Senhora da Vulva". Um mito diz que certa vez ficou tão desanimado que se recusava a falar com alguém. Hathor então dançou diante dele expondo suas partes íntimas, o que o fez rir alto e retomar o bom humor.

Seu papel como psicopompo

Como a "Senhora do Oeste" e a "Senhora do Sicômoro do Sul", Hathor protegia e auxiliava os mortos em sua jornada final. Árvores não eram comuns no Egito Antigo, e sua sombra era bem acolhida pelos vivos e também pelos mortos. Ela às vezes era retratada servindo água para o morto usando um sicômoro (um papel anteriormente associado com Amentet que foi muitas vezes descrito como a filha de Hathor) e, segundo o mito, ela (ou Ísis) usou o leite do sicômoro para restaurar a visão de Hórus, que havia sido cegado por Seth. Por causa de seu papel em ajudar os mortos, ela costuma aparecer em sarcófagos com Nut (a primeira no topo da tampa e a outra sob a tampa).


As Sete Hatores

Hathor ocasionalmente assumia uma forma sétupla conhecida como as Sete Hatores, que eram associadas com o destino e adivinhação. Pensava-se que as Sete Hatores conheciam a duração da vida de cada criança desde o dia em que nasciam e examinavam as almas dos mortos conforme elas viajavam para a terra dos mortos. Seus sacerdotes podiam ler a fortuna de uma criança recém-nascida, e agir como oráculos para explicar os sonhos das pessoas. Pessoas viajavam por milhas para suplicar a deusa por proteção, assistência e inspiração. As Sete Hatores eram adoradas em sete cidades: Waset (Tebas), Iunu (On, Heliópolis), Afrodópolis, Sinai, Momemphis, Herakleopolis, e Keset. Elas podem ter sido ligadas às constelações Plêiades

Olho de Rá

Contudo, Hathor também era uma deusa da destruição, quando em seu papel como o Olho de Rá - defensora do deus do sol. Segundo o texto funerário chamado Livro da Vaca Celestial, Rá enviou Hathor a fim de punir os humanos, que estavam criticando e tramando contra o seu governo. Hathor se transforma na deusa leoa Sekhmet e massacra os revoltosos, porém Rá impede que ela extermine toda a humanidade. Ele ordena que cerveja seja tingida de vermelho e derramada pela terra. Sekhmet bebe toda a cerveja achando que era sangue, e acaba entrando em um estado enebriado que lhe permite retornar para a forma de Hathor. 


Associações com outros deuses

Seu marido, Hórus, o Velho, era associado ao faraó, portanto Hathor era associada à rainha. O nome dela é traduzido como "A Casa de Hórus", que se refere tanto ao céu (onde Hórus vivia como um falcão) quanto à família real. Ela teve um filho chamado Ihy (que era um deus da música e da dança) com Hórus-Behdety e os três foram adorados na cidade de Dendera (Iunet). No entanto, seus relacionamentos familiares tornaram-se cada vez mais confusos com o passar do tempo. Ela foi provavelmente e primeiramente considerada a esposa de Hórus, o Velho, e a filha de Rá, mas quando Rá e Hórus foram unidos como a divindade composta Rá-Horakty, Hathor tornou-se esposa e filha de Rá.

Isso fortaleceu sua associação com Ísis, que era mãe de Hórus, a Criança, com Osíris. Em Hermópolis (Khmunu), Thoth era o principal deus, e Hathor era considerada sua esposa e a mãe de Rá-Horakhty (uma deidade composta que fundia com Hor-akhty). Thoth já tinha uma esposa, Seshat (a deusa da leitura, escrita, arquitetura e aritmética), então Hathor absorveu seu papel, inclusive atuando como testemunha no julgamento dos mortos. Seu papel em acolher os mortos lhe rendeu um novo marido - Nehebkau (o guardião da entrada do submundo). Então, quando Rá e Amon se fundiram, Hathor passou a ser vista como a esposa de Sobek, considerado um aspecto de Amon-Ra. No entanto, Sobek também era associado a Seth, o inimigo de Hórus.

Iconografia

Hathor assumia a forma de uma mulher, um ganso, um gato, um leão, uma malaquita, uma figueira, para citar apenas alguns. No entanto, a manifestação mais famosa de Hathor é como uma vaca e, mesmo quando ela aparece como mulher, ela tem as orelhas de uma vaca ou um par de chifres elegantes. Quando ela é retratada inteiramente como vaca, ela sempre tem belos olhos pintados. Ela era frequentemente retratada em vermelho (a cor da paixão), embora sua cor sagrada seja turquesa. Também é interessante notar que apenas ela e o deus anão Bes (que também possuía um papel no parto) foram retratados de frente (e não de perfil). 

Ísis emprestou muitas de suas funções e adaptou sua iconografia, na medida em que muitas vezes é difícil ter certeza de qual das duas deusas é retratada. No entanto, as duas divindades não eram as mesmas. Ísis era, sob muitos aspectos, uma divindade mais complexa que sofreu a morte de seu marido e teve que lutar para proteger seu filho recém-nascido, de modo que compreendeu as provações e tribulações do povo e pôde se relacionar com eles. Hathor, por outro lado, era a personificação do poder e do sucesso e não experimentava dúvidas. Enquanto Ísis era misericordiosa, Hathor era decidida a perseguir seus objetivos. Quando ela assumiu a forma de Sekhmet, não teve piedade das pessoas e até se recusou a parar de matar quando recebeu ordens.


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12 de setembro de 2020

8 Anos de Blog!

Mais um aniversário do Portal dos Mitos, 8 anos resistindo firme em meio ao declínio da blogosfera. Em um ano de tantas mudanças e problemas pessoais, além de todo o transtorno que o COVID tem causado em nossas vidas, eu sigo firme com o propósito de trazer a vocês o melhor conteúdo possível. Tenho revisado postagens antigas, corrigindo possíveis erros e incoerências, e também reorganizando o mapa do blog, dividindo melhor os temas e categorias de posts para trazer as informações de forma mais objetiva para quem as procuram.

Agradeço a todos que vem acompanhando o blog a tanto tempo, e também a vocês novos leitores que descobriram o blog a pouco tempo e nos prestigiam com sua visita e seus comentários.

Me ajudem a permanecer motivado! Comentem as postagens, façam suas críticas e elogios, dêem sugestões. Pois esse é o meu principal combustível.


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11 de setembro de 2020

Yan Wang

۞ ADM Sleipnir

Yan Wang (centro) e seus subordinados, os Heibai Wuchang

Yan Wang (chinês 閻王, "Rei Yan") é, de acordo com a mitologia chinesa/budista, o deus que governa o Diyu (chinês 地獄), o inferno/submundo, presidindo suas dez cortes e julgando o destino dos mortos. Possui sua origem no deus hindu Yamaraja (ou somente Yama), chegando na China com o advento do budismo pelo Leste Asiático durante a dinastia Han. Um dos nomes pelo qual é conhecido, Yan Luo Wang (閻羅 王), é uma transcrição de seu nome em sânscrito, Yamaraja.

Gradualmente, o mito de Yan Wang evoluiu conforme o mito original se misturava com as crenças locais, num processo conhecido como sincretismo religioso. Yan Wang pode ser encontrado em quase todas as culturas onde o budismo é praticado e é uma figura importante em países como o Tibete, Vietnã, Coréia e Japão. Embora ele tenha mantido seu papel como Senhor dos mortos na China, a aparência de Yan Wang mudou drasticamente para se adaptar à cultura dominante chinesa.

O deus hindu Yama/Yamaraja


Aparência

Yan Wang possui uma aparência assustadora, sendo geralmente representado com olhos grandes e salientes, uma pele de coloração vermelho-escura, uma expressão severa e uma longa barba negra. Ele também costuma ser retratado vestindo túnicas chinesas tradicionais e um chapéu com a palavra "rei" (王) inscrita nele.

Família

Yan Wang não tem nenhum familiar conhecido. Em vez disso, ele está sempre acompanhado por seu escriba que carrega um pincel de caligrafia e um grande livro que contém o nome e a data da morte de cada pessoa que já viveu ou viverá. Os dois temíveis guardiões do submundo, Niu-Tou (chinês 牛头ou 牛頭, "cabeça de touro") e Ma-Mian (chinês 马 面ou 馬 面, "cabeça de cavalo"), também fazem companhia a Yan Wang e têm a tarefa de trazer almas dos recém falecidos diante dele para que ele possa determinar seu destino. Outro par de divindades, os Guardiões Negros e Brancos ( chinês 黑 无常 白 无常, Heibai Wuchang), por vezes são ditos executando a função de escoltar as almas ao submundo.


Mitologia

No sistema de crenças chinesa-budista, o submundo é composto por dez camadas ou cortes, onde cada uma é progressivamente mais aterrorizante que a anterior e é presidida por uma divindade. Dentre essas divindades, Yan Wang é a mais poderosa, governando todo o submundo. 

Hanshan, um poeta budista do século VII ou VIII, advertiu os vivos a levarem uma vida virtuosa para evitar serem punidos por Yan Wang. O conselho foi traduzido da seguinte forma:

Exorto-vos a pôr fim às vossas idas e vindas;
Nunca o irrite - velho Yan Wang.
Perca o equilíbrio e você cairá nos três caminhos malignos [de sofrer no inferno, se tornar um fantasma faminto ou renascer como um animal];
Seus ossos serão transformados em pó, tendo sido martelados mil vezes!
Por muito tempo você será uma pessoa no Inferno;
Para sempre cortado dos caminhos desta vida.
Eu exorto você - acredite em minhas palavras;
Reconheça e segure o tesouro dentro de sua túnica.

Diferentemente do sistema de crença cristão, não existe forma de evitar ir para o Diyu após a morte. Porém, apesar de ser inevitável, as punições e a permanência por lá não são eternas. O tipo e a duração das punições no Diyu são determinados pela gravidade de seus crimes durante a vida.

Almas virtuosas são enviadas para viver no Céu por um certo período de tempo antes de retornarem à Terra como um ser humano ou deixarem o ciclo de reencarnação. Já as almas pecaminosas são meticulosamente interrogadas por Yan Wang sobre suas ações e se consideraram as consequências espirituais das mesmas. Após admitirem que não o fizeram, os pecadores são condenados a vagar sem rumo pelos labirintos do submundo antes de chegarem ao seu castigo, o qual varia conforme o tipo de crime e pecado cometido durante a vida.

Hipócritas são condenados a morrer no vapor, sendo colocados dentro de grandes panelas de metal. Incendiários são amarrados a pilares de cobre incandescentes. Assassinos que tenham esfaqueado alguém até a morte são condenados a escalar montanhas de facas afiadas. O nível mais cruel e inferior do submundo é reservado para aqueles que cometeram os crimes mais hediondos, conhecidos como as Cinco Ofensas Graves, que incluíam matricídio, patricídio, matar um ser iluminado, derramar o sangue de um Buda ou criar um cisão dentro da comunidade budista. Aqueles que cometem um desses cinco pecados são tratados pessoalmente por Yan Wang e condenados a se tornarem animais menores ou insetos em sua próxima vida.

No entanto, o próprio Yan Wang não é imune às punições do submundo. Quando ele não estava julgando, Yan Wang é amarrado a uma superfície de metal escaldante três vezes por dia enquanto um jato de metal derretido é despejado em sua garganta, o que explica por que sua pele é tão vermelha.

Apesar do fato de que ele é decididamente assustador, Yan Wang não era uma divindade maligna. Na verdade, algumas versões do seu mito afirmam que ele foi rebaixado pelo Imperador de Jade ao posto de rei da 5ª Corte de Diyu, pois era muito misericordioso e suas punições não eram severas o suficiente. Sua posição foi ocupada por Qin Guang Wang (chinês 秦 广 王), porém seu rebaixamento não é muito conhecido na China, e comumente Yan Wang ainda é popularmente referido como o governante do submundo.

Em algumas interpretações, Yan Wang é realmente visto como um título, e não uma pessoa em particular. Nelas, após um Rei do Inferno cumprir sua pena no Inferno, ele seria capaz de reencarnar na Terra novamente ou deixar o ciclo por completo. Em alguns textos, mortais são recompensados ​​com a posição de Rei do Inferno após cometerem atos de honra.

Cultura popular

Após a morte de uma pessoa, é tradicional que as pessoas queimem o "dinheiro do inferno" (também conhecido como papel joss) para que seus amigos e familiares tenham um bom sustento na vida após a morte. 

Dizem que as almas que estão vagando pelos labirintos do submundo ainda precisam de dinheiro para comprar comida e outros bens para ajudá-las em sua jornada. A queima de papel joss é considerada uma parte muito normal do funeral e do processo de luto. Uma imagem de Yan Wang é frequentemente vista impressa nele.

Devido a sua popularidade e status como um deus da morte universal em toda a Ásia, Yan Wang aparece em inúmeras obras, sendo a mais popular em Dragon Ball Z, onde é chamado de Rei Enma



fontes:
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9 de setembro de 2020

Huayramama

۞ ADM Sleipnir

Arte de Sara Contreras (YunaXD)

Huayramama (do quéchua huayra,"vento" e mama, "mãe"; "Mãe do vento") é uma das três antigas mães-cobra pertencentes ao folclore da região amazônica peruana. Como o significado do seu nome sugere, Huayramama é dita ser a mãe e guardiã de todos os ventos, sendo capaz de controlá-los livremente, produzindo desde uma leve brisa à terríveis ventanias.

Sua aparência se assemelha a uma enorme jibóia, porém diferente de Yacumama e Sachamama, Huayramama possui um rosto semelhante a de uma mulher idosa e com cabelos brancos, tão longos que parecem se emaranhar nas nuvens. 

Huayramama concede poderes sobre o clima aos xamãs e curandeiros que se mostrem merecedores de obtê-los. Uma história fala de Don Emilion Shunã, um curandeiro que vivia na região próxima ao rio peruano Ucayali, e que passou por um ritual para obter a domar o vento e as chuvas. Durante nove dias, Emilio jejuou e bebeu chá da árvore huayrascapi, que acredita-se ser "mãe" de Huayramama. Ao fim dos nove dias, a própria Huayramama apareceu diante de Emilio, e lhe diz para jejuar por mais quarenta e cinco dias. Huayramama também lhe ensina canções para acalmar seus filhos, os ventos. 

Com o poder recebido de Huayramama, Don Emilio ajudava a todos que o procuravam. Ele podia controlar o clima, curar os afligidos por ventos malignos, fazer chover sobre plantações e trazê-las de volta à vida e revitalizar pesqueiros em extinção. Don Emilio Shunã teve uma vida longa, e após a morte, foi enterrado sob uma árvore huayrascapi, a qual dizem, ele dizia ser sua mãe.

Arte de Rodrigo Viany (Sleipnir)

fontes:
  • The Latin American Story Finder: A Guide to 470 Tales from Mexico, Central America, and South America, Listing Subjects and Sources, por Sharon Elswit.
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7 de setembro de 2020

Sachamama

۞ ADM Sleipnir

Arte de Juan Diego Leon

Sachamama (do quéchua sach'a, "árvore"; e mama, "mãe"; "Mãe das árvores" ou "Mãe da floresta"; também Sach’amama, Sacha-mama, Sach’a-mama, Sacha Mama, Sach’a Mama é uma das três antigas mães-cobra pertencentes ao folclore da região amazônica peruana. Ela é dita habitar as partes mais inacessíveis e pantanosas da floresta amazônica. Algumas histórias dizem que ela é a personificação do espírito dos rios da floresta. Sua aparência se assemelha a uma jibóia gigante, com cerca de quarenta metros de comprimento e dois metros de largura, com uma cabeça semelhante a de uma iguana e escamas que se assemelham a placas de pedra. Ela possui uma espécie de lâmina semelhante a uma escavadeira embaixo do pescoço. 

Sachamama não costuma se mover, e dizem que ela permanece a séculos parada no mesmo local fixo, nas profundezas da floresta. Seus movimentos são quase imperceptíveis pelos olhos humanos e animais, tornando-os incapazes de repararem nela. Com o passar do tempo, seu enorme corpo foi se assemelhando a uma velha rocha onde cresceram árvores, musgos, arbustos e outros tipos de vegetação. As plantas que crescem nas costas de Sachamama são únicas - uma verdadeira farmacopéia de ervas medicinais que poderia salvaria inúmeras vidas, caso a Sachamama permitisse que fossem colhidas. 


Assim como a Yacumama, Sachamama possui poderes hipnóticos, sendo capaz de atrair até ela qualquer ser vivo que se aproxime dela e de seu território e se alimentar dele. Nos humanos que forem tolos o suficiente para se aproximarem dela, porém tiverem sorte de não virar seu alimento, ela provoca doenças, as quais só podem ser curadas com intervenção xamanística. Sachamama também tem domínio sobre fenômenos atmosféricos, podendo provocar tempestades, chuvas e raios.

A maioria dos supostos encontros com a Sachamama teriam ocorrido durante o boom do ciclo da borracha no Peru, período no qual muitos coletores de borracha adentraram em seu domínio. Uma história desse tempo conta sobre um homem e sua esposa, que coletavam borracha sentados ao lado do tronco do que parecia ser uma enorme árvore caída. Quando eles resolveram cortar essa árvore com seus facões, começou a sangue dela. De repente, as árvores ao redor começaram a tremer e uma chuva torrencial caiu. 


No dia seguinte, a "árvore caída" havia desaparecido, e em seu lugar havia um enorme rastro. Após o ocorrido o homem consultou um xamã, que então lhe disse com o que estava lidando. “A Sachamama vive em um só lugar, mas ela se mudou. Ela não gosta de invasores". Apesar do conselho do xamã, o homem decidiu seguir o rastro deixado por Sachamama e ir ao seu encontro. Ao final do rastro, encontrou novamente o tronco da árvore em um prado, no meio de ossos humanos e animais, e no final do prado havia uma caverna onde animais hipnotizados estavam se reunindo. O "tronco" era a cauda de Sachamama, e a "caverna" era a sua boca. O homem, que naquele momento já estava hipnotizado, conseguiu sair do transe  e fugir para bem longe.


fonte:
  • https://abookofcreatures.com
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4 de setembro de 2020

Yacumama

Yacumama (do quéchua yacu, "água" e mama, "mãe"; "Mãe das Águas", também chamada Yacumaman, Yakumama, Yakumaman, Puragua e Anaconda) é uma das três antigas mães-cobra pertencentes ao folclore da região amazônica peruana, a qual acredita-se ser o espírito protetor do rio Amazonas e a mãe de todas as criaturas aquáticas do mesmo. No Brasil, ela é equivalente a criatura conhecida como Boíuna ou Cobra Grande.

Sua aparência se assemelha a uma sucuri gigante de escamas azuis, possuindo entre 30 e 60 metros de comprimento e com sua cabeça podendo ter mais de um metro e meio de largura. Seus olhos são brilhantes como os faróis de um barco. 

Yacumama é capaz de imobilizar suas presas apenas com o olhar, e também atraí-las para perto ela como um ímã. Quando está de bom humor, ela favorece as pessoas com chuva e peixes abundantes. Quando está com raiva - o que pode acontecer sem motivo perceptível - ela provoca tempestades, nevoeiros e redemoinhos, além de movimentar seu enorme corpo para causar destruição. 

Ela detesta aqueles que tentam explorar os recursos do rio de forma predatória. Ela pode combater pescadores que tentem pescar no rio virando seus barcos ou engolindo todos os peixes, fazendo com que os pescadores tenham que ir embora de mãos vazias. De acordo com a crendice popular, ofertas de comida e aguardente podem acalmá-la, fazendo com que os peixes voltem a aparecer e também melhore o tempo na região. Para se protegerem, os índios locais sopram uma concha chifre antes de entrar na água, acreditando que a Yacumama pode revelar sua presença na região.

Arte de Alex Shiga


fontes:
  • https://abookofcreatures.com
  • http://untoldstoriesforyou.blogspot.com/2014/06/the-legendary-yacumama-largest-snake.html
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2 de setembro de 2020

Ninki Nanka

۞ ADM Sleipnir

Arte de highdarktemplar


Ninki Nanka é uma criatura pertencente ao folclore da África Ocidental, dita viver ao longo do rio Gâmbia e em manguezais desabitados. Trata-se de uma criatura extremamente grande e perigosa, capaz de se alimentar de qualquer coisa que encontra pelo caminho. Dizem também que aqueles que a vêem morrem em poucas semanas.


Ela é geralmente descrita como tendo um corpo de um crocodilo, o pescoço de uma girafa e a cabeça de um cavalo com três chifres, mas existem muitos outros relatos diferentes e conflitantes a respeito dela e de sua aparência. Alguns afirmam se tratar de uma cobra ou lagarto gigante, outros dizem que ela possui asas e cospe fogo. O motivo de tantas diferenças quanto a sua aparência se deve principalmente ao fato das histórias sobre ela terem sido passadas de pessoa para pessoa por gerações através de tradição oral.

A criatura às vezes é usada pelos adultos como uma espécie de bogeyman (bicho-papão) para intimidar as crianças. Costuma-se dizer a elas que se chegarem muito próximas da água, o Ninki Nanka irá aparecer para devorá-las.

No verão de 2006, um grupo de "caçadores de dragões" do CFZ  (Centre for Fortean Zoology,  uma organização sem fins lucrativos dedicada à criptozoologia) foi à Gâmbia para investigar o Ninki Nanka e ouvir depoimentos de pessoas que alegam terem visto a criatura. A expedição, conhecida como "J. T. Downes Memorial Gambia Expedition 2006", recebeu bastante atenção da mídia na época, incluindo a cobertura de um artigo da BBC Online

Arte de Santiago Pérez

fontes:
  • http://africa.gm/africa/gambia/article/2007/11/25/in-search-of-gambias-mysterious-creature-the-ninkinanka
  • https://allaboutdragons.com/dragons/Ninki_Nanka
  • https://www.thetravel.com/destination-visit-myths-real
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Ruby