30 de agosto de 2021

Jerangkong

۞ ADM Sleipnir

Arte de Riki-to

Jerangkong é um fantasma presente no folclore da Indonésia, descrito como um esqueleto humano, às vezes coberto de sangue, e que durante a noite deixa seu túmulo para roubar ovos. Histórias sobre esse fantasma variam, mas geralmente conta-se que trata-se de uma pessoa que durante sua vida tinha o costume de roubar ovos na vizinhança, e mesmo após sua morte não consegue abandonar o hábito.

O Jerangkong não viola seu túmulo completamente ao deixá-lo. Dizem que ele se transforma em fumaça e escapa do mesmo por alguma brecha ou buraco, materializando-se novamente ao chegar do lado de fora. Em seguida, parte até o galinheiro mais próximo para roubar seus preciosos ovos, os quais por algum motivo ele não consegue quebrar a casca. Para consumi-los, ele chupa o seu conteúdo através dos poros da casca. Uma vez concluída a refeição, ele retorna ao túmulo. Apesar de não fazer mal diretamente aos humanos, se ele for tocado por um pode provocar-lhes queimaduras. Sua presença pode ser percebida através do ranger que seus ossos produzem ao caminhar.





fonte:

  • https://pdfcoffee.com/ghostwiki-a-book-of-indonesian-ghostsdocx-3-pdf-free.html

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27 de agosto de 2021

Encourado

۞ ADM Sleipnir


O Encourado é um vampiro que acredita-se pertencer ao folclore nordestino, porém muito poucos sabem sobre ele ou já ouviram falar. As únicas referências que podemos encontrar a respeito é a obra de Ariano Suassuna, "O Auto da Compadecida", onde ele utilizou o nome como um dos nomes do Diabo, e uma antiga revista chamada "VAMPIROS: Lendas e Fantasias, volume 2", publicada em 1992.


Nessa publicação em particular, a autora Nina Balle relata que "o Encourado é um homem de hábitos noturnos, que se veste completamente de couro preto e cheirando à sangria. Sua presença é dita inspirar medo e respeito. Como outros vampiros, ele só entra nas casas em que for convidado, no entanto, ele consegue arrumar um jeito de ser convidado. Ele preferência em atacar pessoas que não frequentam a igreja, e além disso, ele já sabe de antemão quem são estas pessoas. Assim, ao chegar num povoado, ele já tem em mente quem procurar primeiro. 

Por onde o Encourado passa, as galinhas param de botar ovos e não comem direito. Os cachorros não saem de casa e gemem o dia inteiro. Até mesmo, os urubus e carcarás, que são aves carniceiras, desaparecem para bem alto e longe. Ao pressentir sua presença, os moradores costumam sacrificar algum animal, pois acreditam que feito isso ele irá embora. Conta-se que no passado havia sacrifícios de pessoas indesejáveis, como criminosos e até mesmo de crianças. Entretanto, diz-se que basta oferecer simplesmente uma galinha preta ou galo vermelho para afugenta-lo sem contudo ofendê-lo. A oferenda, no entanto, deve ser pendurada na entrada principal da cidade, pois o Encourado só entra pela porta da frente."

Se você leitor conhece algo mais a respeito dessa lenda, entre em contato.

fontes:
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25 de agosto de 2021

Kua Fu

۞ ADM Sleipnir


Kua Fu (chinês 夸父, também escrito Kuafu) é um lendário gigante e herói divino que, segundo a mitologia chinesa, certa vez tentou domar o sol. Atestada no Shan Hai Jing (chinês 山海经, "Clássico das Montanhas e Mares"), a lenda é muito famosa na China, e reflete o espírito destemido do antigo povo chinês para conquistar a natureza.

Mito

Em tempos antigos, havia uma montanha ao norte da China cujo cume ultrapassava as nuvens. Essa montanha era rodeada por uma densa floresta, e em meio ao emaranhado de árvores, vivia um clã de poderosos gigantes, liderados por Kua Fu (cujo nome também nomeava a tribo). Kua Fu se destacava entre os demais gigantes por sua força e velocidade, sendo capaz de correr mais rápido que um coelho. Ele frequentemente liderava seu povo em combates pela sobrevivência, enfrentando bestas e víboras que naquele tempo assolavam o mundo.

Não obstante os desafios que seu povo tinha que lidar constantemente, em um certo momento o clima da terra tornou-se extraordinariamente quente. O calor produzido pelo sol era tão forte que queimou plantações, secou rios e fez com que muitas pessoas morressem, incluindo muitos membros do clã de Kua Fu. Decidido a por um fim nessa situação, Kua Fu resolveu que iria perseguir o sol e domesticá-lo para que obedecesse aos seus comandos. Apesar da tentativa dos membros de seu clã de alertá-lo sobre a impossibilidade dessa tarefa, Kua Fu deixou a montanha e partiu em sua perseguição.


Enquanto o sol se movia rapidamente no céu, Kua Fu o perseguia em solo como se fosse o próprio vento, tentando apanhá-lo com um cajado que trazia consigo. Dizem que conforme o gigante sacudia poeira com os seus pés, essa poeira dava origem à colinas. Kua Fu também deu origem à três montanhas, formadas por três pedras gigantes que ele utilizou como base para sustentar sua caldeira enquanto cozinhava.

Após nove dias e nove noites, Kua Fu finalmente alcançou o sol, porém ele estava completamente exausto. Para piorar sua situação, a proximidade com o sol fez com que ele ficasse com muita sede e desidratado. Tentando saciar sua sede, Kua Fu bebeu a água dos rios Amarelo e Wei, mas seu volume era insuficiente para o gigante. 


Kua Fu decidiu se dirigir ao norte em busca de um grande lago, que ficava ao norte do Monte Yanmen. Tentando chegar lá antes que o sol se pusesse, pois queria por um fim nisso, ele correu o mais rápido que pode, porém a cada passo que ele dava, ele se sentia mais pesado. Debilitado pelo calor intenso e pela sede, Kua Fu não resistiu e morreu antes de alcançar o lago.Antes de cair no chão e morrer, Kua Fu lançou sua bengala no horizonte usando as últimas forças que tinha. Seu corpo tornou-se uma enorme montanha (que foi chamada de Montanha Kuafu), e ao seu norte surgiu um exuberante pomar de pessegueiros, que nasceram a partir de seu cajado. Esse pomar se expandiu pelo território, fornecendo muita sombra para as pessoas se protegerem do sol e seus pêssegos as mantinham alimentadas e hidratadas.

Alguns estudiosos deduziram que o mito de Kua Fu seja uma alegoria para a ação planejada por toda uma tribo em busca de uma fonte de água. Perseguir o sol significaria que tal tribo teria migrado em direção ao oeste em busca de tal fonte de água.


fontes:
  • http://english.visitbeijing.com.cn/a1/a-XB42XC4B6D4E057C5B7B4E
  • A Chinese Bestiary: Strange Creatures from the Guideways Throught Montains and Seas, de Richard E. Strassberg
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23 de agosto de 2021

Kotobuki

۞ ADM Sleipnir

Arte de Raemon Speights

Kotobuki (寿 ou ことぶき, "parabéns" ou "longa vida") é um yokai do folclore japonês, descrito e representado como uma criatura quimérica cujo corpo contém partes de todos os doze animais do zodíaco chinês. Ele possui uma cabeça de rato, orelhas de lebre, chifres de boi, crista de galo, barba de ovelha, crina de cavalo, pescoço de dragão, traseira de javali, ombros e barriga de tigre, patas dianteiras de um macaco, patas traseiras de um cão e por último uma cauda de serpente.

Este yokai foi documentado pela primeira vez durante o período Edo, e impressões suas em xilogravuras eram presentes populares. Quase nenhuma explicação sobre ele foi incluída nessas impressões, a não ser que se dizia que ele veio da Índia e que era capaz de entender a fala humana. 

Amuletos de boa sorte apresentando os animais do zodíaco chinês eram bastante populares durante o período Edo, e mesmo sem uma descrição, as pessoas reconheciam facilmente os doze signos do zodíaco representados na ilustração do Kotobuki. Além disso, o nome kotobuki é uma palavra comemorativa e congratulatória, o que torna esse yokai instantaneamente identificável como uma criatura poderosa e auspiciosa. Apenas possuir uma imagem do Kotobuki era considerado o suficiente para proteger uma pessoa de doenças e enfermidades.

Arte de Trico-yuuya

fonte:

  • yokai.com

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20 de agosto de 2021

Bukavac

۞ ADM Sleipnir

Arte de Veronika Kozlova

Bukavac (sérvio Букавац, "barulhento​‌‌‌‌​​‌‌‌‌"; também chamado Bukovac ou Bukalo)​‌​‌‌‌‌ ​​‌‌é uma espécie de criatura demoníaca pertencente ao folclore sérvio/eslavo. Crenças nela são registradas em Srem - uma região de planície entre os rios Danúbio e Sava, dividida entre a Croácia (condado de Vukovar-Sremskaya) e a Sérvia (distrito de Sremsky).

Descrita como possuindo chifres retorcidos e três pares de membros, conta-se que essa criatura vive escondida em lagos, pântanos e lagoas. Seu nome vem justamente do som que ela faz ao sair da água. Viajantes incautos ou animais que adentram o território habitado por um Bukavac, especialmente durante a noite, são capturados e estrangulados sem piedade por ele.

Arte de Silver Hammock


fontes:

  • bestiary.us
  • Encyclopedia of Demons in World Religions and Cultures, de Theresa Bane


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18 de agosto de 2021

Shurale

۞ ADM Sleipnir


Shurale (Şüräletártaro/basquire: Шүрәле, russo: Шурале) é uma espécie de espírito ou demônio das florestas, presente na mitologia e folclore dos povos turcomanos tártaros e basquires. Se assemelha a outros personagens semelhantes do folclore como o Archura (também dos tártaros), o Pitsen (Picen) dos tártaros da Sibéria e o Yarımtıq dos tártaros da região dos montes Urais.

Geralmente descrito como tendo um corpo coberto de pelos, com um chifre na testa e dedos longos, ele aguarda silenciosamente atrás das árvores por suas vítimas, e quando um humano tem o azar de se perder no meio da floresta, ele o agarra e faz cócegas nele até a morte. 

Arte de Pevuna

Um Shurale também é capaz de assumir muitas formas diferentes, principalmente a forma humana. Como um humano, ele se assemelha a um camponês comum porém apresenta olhos brilhantes e usa sapatos invertidos. Dizem que se um humano esbarrar com um Shurale e de alguma forma conseguir fazer amizade com ele, ele o ensinará os segredos da magia. Porém esse é um cenário difícil de ocorrer, pois Shurales são seres trapaceiros e enganosos. 

Quando não matam suas vítimas com cócegas, Shurales fazem com que elas se percam na floresta ou até mesmo as fazem adoecerem repentinamente. Dizem ainda que eles são responsáveis por fazer o machado de lenhadores desaparecerem. Uma vez que a pessoa encontra-se perdida em meio a floresta, a única forma de encontrar a saída e virar suas roupas do avesso e calçar os sapatos nos pés opostos.


fontes:
  • https://beastsncauldrons.tumblr.com
  • Wikipédia
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16 de agosto de 2021

Makemake

۞ ADM Sleipnir

Arte de Samuel Molina

Makemake (ou Make-make) é o deus criador da humanidade e também um deus associado à fertilidade, pertencente à mitologia da Ilha Rapa Nui no Pacífico Sul, mais conhecida como Ilha de Páscoa. Alguns estudiosos teorizam que o deus seja uma versão local do deus maori Tane. Alguns petróglifos em Rapa Nui mostram imagens de um homem com cabeça de pássaro, que provavelmente representam o deus.

Makemake era o deus central do culto "Tangata Manu" (cerimônia do homem pássaro), que era praticado pelos habitantes da ilha antes de sua conversão ao cristianismo. Através da cerimônia do homem pássaro, era escolhido um representante terreno de Makemake. A cerimônia ocorria no início da primavera, quando andorinhas-do-mar depositavam seus ovos na ilhota de Motu Nui. Ela se iniciava na vila Orongo, à beira da cratera do vulcão Rano Kau. Lá, cada clã selecionava um representante que deveria nadar até a ilhota, encontrar um ovo e retornar à Rapa Nui depois de escalar o penhasco. O primeiro a trazer um ovo intacto era nomeado homem-pássaro e governava a ilha durante um ano. Alguns competidores eram mandatários do líder do clã, e nesse caso este recebia o título.

A seleção dos candidatos era revelada pelo sonho de um iva-atua (profeta) que enxergava a proteção divina sobre um homem. Mulheres eram proibidas de participarem da cerimônia como candidatas a representante de Makemake, porém podiam ser profetisas. A cerimônia existiu até o final do século XIX, quando a maioria dos habitantes da ilha foi convertida ao catolicismo.

Em julho de 2008, o nome Makemake foi dado a um planeta anão que havia sido descoberto no ano de 2005. Na ocasião de seu descobrimento, o planeta havia sido apelidado de "Easterbunny" (coelho da Páscoa), pois foi descoberto logo após a Páscoa. Em 2008, quando finalmente foi classificado como um planeta-anão, os pesquisadores que o descobriram decidiram nomeá-lo com o nome do deus criador Rapa Nui, para manter alguma conexão com o antigo nome.

Arte de Sara Contreras (YunaXD)

fontes:

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13 de agosto de 2021

Stikini

۞ ADM Sleipnir

Os Stikini (também Stigini ou Ishtikini) são criaturas sinistras pertencentes ao folclore dos povos indígenas seminoles, que viviam em terras do Canadá e dos Estados Unidos, na Flórida, atualmente habitando no estado de Oklahoma. De acordo com o folclore, seriam bruxos/feiticeiros que durante o dia se assemelham aos seminoles comuns, vivendo entre eles sem serem percebidos. Mas, durante a noite, eles vão para algum lugar afastado do povoado, onde vomitam seus órgãos internos e sua alma e se tornam criaturas horrendas, meio corujas, meio morto-vivas. 

Stikini possuem uma força descomunal e garras capazes de dilacerar um homem adulto com extrema facilidade. Uma vez transformados, eles sobrevoam aldeias ou ficam a espreita, prontos para atacar e devorar o coração de seu alvo. Além disso, eles também assumem um papel semelhante às banshees. Conta-se que o grito de um Stikini é muito gutural e horrível, e ouvi-lo é um presságio de morte próxima.

Dizem que os Stikini penduram seus órgãos internos no alto das árvores para evitar que animais selvagens se alimentem deles, pois antes do amanhecer eles devem engolir suas vísceras de volta para retomar a forma humana. Caso suas vísceras sejam destruídas, eles não conseguem retornar a sua forma humana, e acabam sendo mortos pela ação direta do sol.

Em algumas comunidades seminoles, acredita-se que pronunciar o nome Stikini pode fazer com que a pessoa se transforme em um deles, por isso as histórias sobre essas criaturas são contadas apenas por certos curandeiros, os quais teriam como evitar a transformação. Já em outras comunidades, Stikini são geralmente referidos como bichos-papões, e como tal, histórias sobre eles são usadas para assustar as crianças e fazê-las obedecerem aos pais.


fontes:

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11 de agosto de 2021

Verethragna

۞ ADM Sleipnir

Verethragna (vərəθraγna, literalmente "destruidor de resistência"; também conhecido como Bahram, Warahan e Vehram) era um antigo deus guerreiro pertencente à mitologia indo-iraniana e ao zoroastrismo, associado à vitória e à guerra e dito estar constantemente em combate contra as forças do mal lideradas pelo deus Ahriman/Angra Mainyu. No Zoroastrismo, ele é considerado um ajudante de Asha Vahishta, um dos Amesha Spentas (emanações do deus Ahura Mazda), e em alguns textos persas, ele é especialmente venerado como um dos Amesha Spentas de fato.

Além de ser uma divindade ligada à guerra, e por consequência aos soldados e guerreiros, Verethragna era ligado à virilidade e potência sexual, bem como à saúde e integridade física. Ele era referido como aquele que dá ao homem a “mola dos testículos” e “o mais dotado de poderes de cura". Sob o nome de Bahram, Verethragna era ainda considerado o patrono dos viajantes.

As dez manifestações de Verethragna

Arte de Elda54

Verethragna possuía dez formas, as quais mudavam dependendo das circunstâncias da batalha. Ele podia se manifestar como:

  • um touro com orelhas amarelas e chifres dourados que brilhavam como raios;
  • um cavalo branco adornado com ouro;
  • um forte camelo de carga com dentes afiados;
  • um poderoso javali também de dentes afiados, e capaz de matar seu adversário com um só golpe;
  • um jovem de 15 anos de idade (idade essa que era considerada a ideal, na qual um menino passava a ser considerado um homem); 
  • um grande carneiro;
  • um veado;
  • um guerreiro portando uma espada dourada;
  • um vento forte,  que traz saúde e força e carrega a glória de Ahura Mazda;
  • um  pássaro grande e veloz (possivelmente um corvo) chamado Vareghna
Associações com outras divindades

Em sua forma de pássaro, Verethragna era associado ao Simurgh, o lendário pássaro das montanhas, cujas penas podiam ser esfregadas ou queimadas para invocar sua ajuda em momentos de necessidade. Já em sua forma de javali, ele acompanhava o deus Mithra.

Durante os impérios Selêucida (330-150 a.C.) e Arsácido (250 a.C. - 226 d.C.), ambos influenciados pela cultura helênica, Verethragna foi identificado como Ares e associado a Héracles, e recebeu o nome grego de Artagnes.

Em uma das versões da lenda do dragão Azi Dahaka, Verethragna é tido como o responsável por derrotá-lo e selá-lo no monte Demavand. Talvez por isso, Verethragna foi ainda associado ao lendário rei armeniano Vahagn e ao deus hindu/védico Indra, ambos notórios matadores de dragões em seus mitos.

Arte de Davidgaillet

fontes:

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9 de agosto de 2021

Rolling Calf

۞ ADM Sleipnir

Arte de Hasaniclaxon

Rolling Calf ("bezerro errante", plural: Rolling Calves) é um duppy, espécie de fantasma ou espírito nativo pertencente ao folclore Jamaica, o qual acredita-se se tratar da alma perversa e cruel de um assassino/carniceiro ou simplesmente de uma pessoa desonesta, que após a morte retorna à vida sob a forma dessa criatura horripilante. Um Rolling Calf costuma aparecer sob a forma de um enorme touro de pele branca, preta ou manchada, com olhos vermelhos ou em chamas, e com o corpo enrolado em correntes. Ele pode ainda aparecer em outras formas animais como um gato, um cão, uma cabra, ou porco ou um cavalo. Algumas descrições relatam pernas humanas na parte dianteira de seu corpo, e patas de algum animal na parte traseira.


Rolling Calves podem ser encontrados em bambuzais e florestas de choupos, além de cavernas e casas abandonas, dos quais costumam sair somente durante noites onde a lua não está visível para espalhar medo e terror por onde passam. Algumas histórias contam que eles costumam deitar no meio de estradas, bloqueando o caminho das pessoas e atacando aqueles que tentarem passar. Outras histórias dizem que eles invadem currais em busca de alimentos açucarados (em particular melaço). Seja como for, Rolling Calves são seres perigosíssimos e capazes de incinerar seus alvos com chamas saídas direto de suas narinas. 

Geralmente Rolling Calves atuam por conta própria, porém há relatos de pessoas praticantes de Obeah (uma mistura de rituais e práticas tradicionais da África ocidental com outras crenças, principalmente cristãs) podem convocá-los e utilizá-los como ferramenta para punir aqueles que acreditam terem feito algo de errado.

Ao se deparar com um Rolling Calf, o indicado é dar meia volta e fugir o mais depressa possível, porém existem algumas formas de se livrar deles. Açoitá-los com um chicote de alcatrão usando a mão esquerda, enfiar uma faca de lâmina dupla no chão ou usar um espelho para refletir a imagem da lua e fazê-los enxergá-la são alguns dos métodos conhecidos que repelem os Rolling Calves. Conta-se também que jogar um punhado de qualquer tipo de semente, como arroz por exemplo, faz com que um Rolling Calf pare sua perseguição para contá-las, permitindo que sua vítima fuja. Qualquer que seja o método usado para escapar de um Rolling Calf, é aconselhável que a pessoa deixe o local imediatamente, pois ele sempre acaba voltando.

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6 de agosto de 2021

Tonatiuh

۞ ADM Sleipnir
Tonatiuh ("movimento do sol" na língua nauátle, também chamado de "Senhor da Turquesa") é um deus-sol da mitologia asteca, também presente na cultura dos povos mixtecas e toltecas. Ele era conhecido como o "quinto sol", pois os astecas acreditavam que ele assumiu o posto quando o quarto sol foi destituído, e de acordo com sua cosmogonia, cada sol representava um deus com a sua própria era cósmica. Os astecas acreditavam viver na 5ª era cósmica, que é a nossa era (o presente).Tonatiuh também era conhecido como o líder de Tollan, o céu asteca.

Iconografia

Tonatiuh costuma ser mais frequentemente representado como um disco solar simbólico, o qual foi esculpido pelos astecas no passado em monumentos e esculturas em grande escala. Durante as cerimônias de sacrifício realizadas em sua homenagem, um imitador do deus costumava carregava esse disco nas costas. O deus também podia ser representado pintado de vermelho e usando um cocar de penas de águia e segurando um escudo que se assemelha ao disco solar.

Muitos estudiosos consideram que o rosto central da famosa Pedra do Sol (também conhecida como Pedra do Calendário), encontrada na base do Templo Mayor da capital asteca de Tenochtitlan, e hoje abrigada no Museu Nacional de Antropologia do México, é o rosto de Tonatiuh.



Mitologia

O mito de Tonatiuh começa quando ele ainda era chamado Nanauatzin (ou Nanahuatl). Segundo a lenda, Nanauatzin era um deus feio, pobre e leproso, e por isso era desprezado pelos demais deuses. Um dia, os deuses se reuniram em Teotihuacan para decidir quem ficaria responsável pela criação do novo sol, e essa tarefa exigia que o voluntário se atirasse em uma fogueira e sacrificasse sua vida. Nanauatzin foi um dos que se voluntariaram a se sacrificar, ao lado de outro deus chamado Tecciztecatl. Tecciztecatl era um deus belo e orgulhoso, e insistiu que ele seria quem iria se sacrificar, porém no momento de consumar o ato, ele hesitou em se atirar nas chamas. Foi então que Nanauatzin, demonstrando ser mais corajoso, prontamente pulou no fogo. 


Ao ver o ato de Nanauatzin, Tecciztecatl ganhou coragem e também pulou, formando assim dois sóis no céu. Os deuses não gostaram da atitude de Tecciztecatl, e atiraram um coelho em sua direção, o que deixou uma marca nele e fez seu brilho diminuir ao ponto em que ele só podia ser visto à noite (transformando-se assim na lua). Já Nanauatzin havia se tornado o verdadeiro sol, recebendo um novo nome, Tonatiuh, só que havia um problema: em sua primeira aparição nos céus, ele se recusou a se mover. Guardando mágoas pelo desprezo que sofreu no passado, Tonatiuh exigiu que todos os deuses lhe oferecessem seus corações como sacrifício. 

A vaidade e arrogância de Tonatiuh irritaram os deuses, em particular Tlahuixcalpantecuhtli (que representava a estrela da manhã, Vênus), que atirou um dardo/flecha contra Tonatiuh tentando fazer com que ele se movesse. Tonatiuh no entanto retaliou o ataque jogando o dardo de volta, atingindo Tlahuizcalpantecuhtli em sua testa, transformando-o instantaneamente em pedra e no deus Itztlacoliuhqui-Ixquimilli, uma divindade associada ao gelo e ao frio. Nesse momento, os deuses perceberam que só o sacrifício exigido por Tonatiuh faria com que ele se movesse, então Quetzalcoatl ofereceu-lhe o coração de centenas de deuses que se sacrificaram para esse fim. A oferta surtiu efeito, e finalmente Tonatiuh começou sua jornada.



Um deus de muitos sacrifícios

O deus Itztlacoliuhqui-Ixquimilli continuaria a se opor a Tonatiuh, levantando-se de tempos em tempos para confrontá-lo. Tonatiuh tinha ainda que lidar com Tlaltecuhtli, divindade da terra a qual acreditava-se que engolia o sol todas as noites e o regurgitava pela manhã. Por conta disso, Tonatiuh tinha que ser fortalecido por meio de sacrifícios humanos para que pudesse não só cumprir sua tarefa diária mas também lidar com essas adversidades. 

Os guerreiros eram intimamente associados à Tonatiuh porque era seu dever assegurar um suprimento constante de vítimas sacrificiais para ele. Acreditava-se que os espíritos dos guerreiros mortos eram conduzidos à vida após a morte pelo próprio Tonatiuh. Além disso, dado o papel vital do sol em garantir o bem-estar do cosmos e a posição do governante asteca como guerreiro chefe, Tonatiuh tinha seu próprio altar de sacrifício durante as cerimônias de coroação. Em tempos de grandes combates, como fome, seca e guerra, Tonatiuh poderia receber o grande número de sacrifícios sangrentos. Não se sabe exatamente quantas vidas foram tomadas para atender as necessidades de Tonatiuh, mas o fato é que para os astecas, uma das mortes mais honradas era o sacrifício para o deus Sol.

Arte de dem0n-be

Nomes e Associações com outros deuses

A ideia mesoamericana de um deus solar com qualidades marciais remonta à clássica figura maia K'inich Ajaw. Para a civilização zapoteca (500 aC - 900 dC) nas terras altas do sul do México central, no vale de Oaxaca, Tonatiuh era Copijcha (também conhecido como Cocicho). A civilização tolteca, que floresceu no México central entre os séculos X e XII, o associou intimamente à Quetzalcóatl, o deus serpente emplumada.

Para os astecas do antigo México (entre 1345-1521 d.C.) Tonatiuh também era conhecido como Cuauhtlehuanitl ('Águia Ascendente') e Cuauhtemoc ('Águia Descendente'). O sol era associado ao ouro e, para os mixtecas, era feito de turquesa. Por isso Tonatiuh às vezes é conhecido como "Senhor da Turquesa" (como também o é, confusamente, Xiuhtecuhtli, o deus asteca do fogo). 

A associação de Tonatiuh com Pedro de Alvarado

Durante a conquista espanhola no século XVI, os astecas se referiram ao explorador e conquistador espanhol Pedro de Alvarado como Tonatiuh. Alvarado era considerado violento e agressivo e tinha uma barba ruiva, lembrando-os de seu deus-sol (que muitas vezes era pintado de vermelho). 

Pedro de Alvarado

fontes:
  • https://www.worldhistory.org/Tonatiuh;
  • https://en.wikipedia.org/wiki/T%C5%8Dnatiuh;
  • South and Meso-American Mythology A to Z, 2ª Edição, de Ann Bingham;
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4 de agosto de 2021

Jiufeng

۞ ADM Sleipnir

Jiufeng (九鳳) é um pássaro mitológico chinês, citado no clássico texto chinês Shan Hai Jing (chinês 山海經,"Clássico das Montanhas e Mares") e adorado como uma divindade por antigos nativos na província de Hubei, parte do reino de Chu durante o Período do Estado Combatente (475 - 221 aC). Descrito no Shan Hai Jing como um pássaro dotado de nove cabeças humanas, o Jiufeng era tido como uma criatura muito inteligente (principalmente por ter nove cérebros), e também capaz de prever o futuro. 

Jiufeng retratado no Shan Hai Jing

Jiufeng é considerada uma forma primitiva da fênix chinesa (Fenghuang), inclusive sendo chamada de "Fênix de Nove Cabeças", e ainda mais comumente retratada com nove cabeças de pássaro ao invés de nove cabeças humanas.

Uma lenda diz que Jiufeng originalmente tinha dez cabeças, porém teve uma de suas cabeças arrancada pelo cão celestial Tiangou. Segundo a lenda, a princesa de Chu cuidou de seu ferimento e desde então a ave passou a ser adorada por eles. 

Durante a Dinastia Han (206 a.C. até 220 d.C), a figura de Jiufeng foi demonizada, com o pássaro sendo frequentemente descrito como sendo uma criatura de mau agouro, e considerado um monstro maligno nos mitos e lendas. Uma dessas lendas diz que o pássaro de nove cabeças costumava causar grande sofrimento ao sequestrar jovens meninas e deixá-las morrerem de fome em seu covil. Um dia, um herói conseguiu matar o pássaro maligno com a ajuda de uma das princesas sequestradas.


fontes:

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2 de agosto de 2021

Gugurang

۞ ADM Sleipnir

Gugurang é a divindade suprema na antiga mitologia do povo bicolano filipino. Governante dos ventos, do fogo e do céu, Gugurang é considerado o mais poderoso entre todos os deuses de seu panteão. De acordo com as lendas, ele habita dentro de um vulcão no Monte Mayon, situado na província de Albay.

Conta-se que Gugurang tinha controle total sobre as pessoas, e sempre que elas desobedeciam aos seus desejos, ele as alertava fazendo o poço do vulcão roncar. Se as pessoas corrigissem seus caminhos, seriam perdoadas; caso contrário, Gugurang fazia com que o vulcão entrasse em erupção para punir os "pecadores".Quando as pessoas viam chamas (calayo) saindo da cratera do vulcão Mayon, ficavam com medo. Eles então faziam uma oferta de comida (atang) a ele para apaziguar sua ira, e uma sacerdotisa (baliana) realizava a cerimônia. 

Iconografia

Gugurang é geralmente descrito como um homem musculoso e de meia-idade, com cabelos prateados e usando roupas brancas. Ele também costuma ser representado ao lado de chamas ou segurando-as em sua mão. 

As chamas de Gugurang são tanto literais como simbólicas. Acredita-se que elas mantém o Monte Mayon e todo o Ibalong (antigo nome da península de Bicol) quente e ensolarado. Acredita-se também que a chama de Gugurang representa o conhecimento do deus e o seu poder. 

Arte de Diwatero

Subordinados

Gugurang possui dois vassalos sob seu comando direto: Linti ("relâmpago") e Dalogdog ("trovão"). Os dois são deuses menores jovens, e representam o símbolo da punição de Gugurang. Gugurang costumava enviá-los para punir outros seres e deuses, quando estes o afrontavam. Os dois quase foram seduzidos por Asuang a se juntar a ele em seu levante contra Gugurang. Uma lenda conta que Linti e Dalogdog são os responsáveis pelo Monte Malinao hoje ter metade de seu tamanho original (o povo de Bicol acreditava que o monte era mais alto e maior, até que os dois deuses menores o atingiram com seus poderes).

Gugurang ainda comanda dois grupos de criaturas mitológicas, chamados Katambay e Katambang. Os Katambay são espíritos guardiães semidivinos, que protegem os homens em momentos de necessidade. Eles agem como uma espécie de "anjo da guarda", ajudando os homens quando eles oram aos deuses e a eles por ajuda.Eles são descritos como homens altos e musculosos com longos cabelos negros, usando um pudong (coroa ou faixa na cabeça ou diadema dependendo das histórias) e vestidos de ouro.

Já os Katambang são uma raça de criaturas meio-homem e meio-pássaro (similares ao Garuda hindu) que além de voarem são dotados de grande força. Ao tocarem em águas frescas, eles se transformam em homens belos e musculosos. Em sua forma aviana, os Katambang atacam furiosamente aqueles que se levantam contra o seu mestre ou que o desagradam com seus atos malignos.

Mitologia

Gugurang e seus irmãos, Cagurangan e Asuang, surgiram da energia liberada de Paros (antiga divindade que personificava os ventos) após sua morte. Cagurangan assumiu o posto de divindade suprema, mas logo foi superado e derrotado por Gugurang, que era o mais poderoso entre os três.  Gugurang e Asuang permaneceram em paz um com o outro, cada um morando separadamente em uma montanha (Gugurang no Mayon e Asuang no Monte Malinao), e como deuses, eles controlavam o bem-estar do povo. Mas Gugurang era o único que detinha o poder para fazer seu monte rugir e entrar em erupção, mantendo os homens sobre controle, enquanto Asuang não era capaz de fazer o mesmo. 

Arte de Alecson Guido

Com o tempo, isso despertou o ciúme e a inveja de Asuang. Ele, que não tinha chamas em seu vulcão, implorou a Gugurang que lhe desse uma parte desse poder para que ele próprio pudesse julgar os maus. Gugurang recusou prontamente o pedido de Asuang, o que não o deixou nem um pouco satisfeito.

Irritado, Asuang decidiu se opor a Gugurang. Ele reuniu inúmeras criaturas e espíritos malignos, os quais ele passou a enviar às colônias para guiar as pessoas por maus caminhos, mergulhando o mundo em violência, imoralidade e ilegalidade. Depois enviou mais criaturas malignas para as colônias, dessa vez espalhando doenças e pestes. Nesse momento, o povo se voltou para Gugurang, crendo que tudo o que estava ocorrendo era provocado por ele. Como sempre fazia, Gugurang fez o vulcão Mayon roncar, chamando a atenção do povo para que seguissem seus mandamentos ou senão sofreriam as consequências.

Percebendo que tudo o que estava ocorrendo nas colônias era obra de Asuang, Gugurang ordenou que seus guardiões alados Katambang descessem até as colônias para combaterem as legiões de espíritos enviados por Asuang. Ele também escondeu sua chama sagrada, temendo que Asuang tentasse roubá-la, colocando ainda dois guardas para protegê-la.

Enquanto Gugurang juntamente com os Katambang tentavam controlar o caos causado por Asuang, o deus se transformou em um Yasaw, uma criatura tão inofensiva e insignificante que passaria batido por Gugurang e seus servos. Dessa forma, ele se dirigiu até o Monte Mayon para roubar a chama de Gugurang. Localizando-o, Asuang subornou os guardas, e estes abriram caminho para ele. Chegando até a chama, Asuang pegou uma casca de coco vazia e colocou a chama dentro dele.

Asuang, Arte de John Henry Esteban

Retornando ao vulcão, Gugurang percebeu que tudo ao seu redor estava escuro, e que haviam gritos vindos de fora dele. Os gritos vinham das colônias, que estavam sendo incendiadas conforme Asuang passava por elas. Gugurang saiu em perseguição à Asuang, precisando recuperar as chamas e assim o seu poder total, além de impedir que Asuang destruísse tudo em seu caminho. 

Quando Asuang estava prestes a descer sobre o Monte Malinao, Gugurang conseguiu alcançá-lo e então tomou as chamas de suas mãos. Vitorioso, Gugurang retornou ao Monte Mayon e devolveu a chama ao seu lugar, fazendo o vulcão voltar a sua atividade normal e restabelecendo seu domínio. Para controlar os incêndios causados por Asuang, Gugurang ordenou aos céus que fizessem chover, e dessa forma eles cessaram. 

Gugurang então puniu os guardas que foram subornados por Asuang, e por último, ordenou que seus vassalos Linti e Dalogdog atacassem o Monte Malinao com raios, reduzindo seu tamanho pela metade e aprisionando Asuang dentro dele. Por um tempo, acreditou-se que Asuang havia morrido, mas sua influência continua causando estragos na população até hoje.

Gugurang na mitologia do povo visaya

O povo visaya reconhecia a existência de Gugurang. Em seu ponto de vista, ele era um deus menor orgulhoso e arrogante, que às vezes trazia seu exército de criaturas homens-pássaros alados e eventualmente tentava atacar o Monte Kanlaon, morada do seu deus supremo Kanlaon. Porém, os ataques de Gugurang sempre eram frustrados, com ele sendo derrotado por Kanlaon e retornando para Ibalong.

Arte de Alecson Guido

fontes:
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Ruby