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31 de março de 2021

La Diablesse

۞ ADM Sleipnir

Arte de gemgfx

La Diablesse (francês para "mulher diabo", pronuncia-se Lajabless) é uma espécie de demônio, súcubo ou bruxa pertencente ao folclore de Trinidad e Tobago. Ela costuma vagar durante a noite pelas vizinhanças seduzindo homens e os atraindo para a morte certa. Algumas histórias relatam que ela também é responsável pelo desaparecimento de bebês.

La Diablesse é geralmente descrita como uma bela e sedutora mulher trajando roupas de épocas passadas, como um vestido longo, anáguas e um grande chapéu e véu. No lugar de uma das pernas, ela possui o casco de uma vaca (devidamente escondido pelo vestido), e dizem que o seu chapéu esconde o seu verdadeiro rosto, que se assemelha ao cadáver de uma idosa com olhos vermelhos e brilhantes. Alguns afirmam que quando ela se move, pode-se ouvir um leve som de correntes chocalhando.

Algumas histórias relatam que La Diablesse já foi um ser humano normal, mas após fazer um pacto com o diabo, ela própria se transformou em um demônio horrendo. No entanto, os homens que cruzam o seu caminho a acham extremamente atraente (à primeira vista).

La Diablesse geralmente encontra suas vítimas em lugares remotos, como estradas desertas, plantações ou mesmo florestas. Ela também pode aparecer em uma festa, onde seduz sua vítima e a convence a segui-la até um local mais afastado. Chegando no local pretendido, La Diablesse simplesmente desaparece, deixando sua vítima em um estado de confusão mental que pode levá-la a morte de muitas maneiras, como se afogar numa fonte de água, cair de um barranco alto, ou ainda ser devorado por algum animal selvagem.

Uma vítima em potencial pode sentir o cheiro de La Diablesse antes que ela o encontre. Dizem que o seu cheiro alterna entre o  de um perfume fino e o de carne putrefada. Se um homem acredita que ele conheceu La Diablesse e que sua vida está em perigo, ele deve imediatamente se despir, virar sua roupa do avesso e se vestir novamente. Fazer isso irá quebrar qualquer poder que La Diablesse tem sobre ele. 

Uma mulher estranha que aparece de repente em uma festa sem ser convidada tem grandes chances de ser a La Diablesse, principalmente se sua presença inspirar sentimentos de inveja e antipatia nas mulheres ao seu redor.

Histórias sobre La Diablesse costumam ser contadas por pais caribenhos para as crianças, pois acredita-se que elas alertariam as mesmas sobre a virtude do bom comportamento. Para os jovens, serve como advertência para que sejam cautelosos ao se relacionarem com mulheres estranhas.

Arte de metalratrox


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29 de março de 2021

Ghatotkacha

 ۞ ADM Sleipnir

Arte de Bach Zim

Ghatotkacha (sânscrito घटोत्कच, literalmente "cabeça de pote"), é um personagem da mitologia hindu, filho de Bhima, o "terrível" (um dos irmãos Pandavas) com a rakshasa HidimbiEle recebeu esse nome graças ao formato de sua cabeça, que segundo as histórias lembra um pote. Sua linhagem materna o tornava meio rakshasa (uma espécie de demônio), e deu a ele muitos poderes mágicos como voar, aumentar ou diminuir de tamanho e se tornar invisível. Além disso, Ghatotkacha possuía o dom de aparecer onde quer que fosse chamado por seu pai ou seus tios Pandavas, bastando que pensassem nele para que ele aparecesse. Esses poderes o tornaram um lutador importante durante a Guerra de Kurukshetra, o clímax do épico Mahabharata. Assim como o pai, Ghatotkacha também lutava utilizando uma maça como principal arma.

Mitologia

Buscando um sacrifício para a mãe e reencontrando o pai

Logo após seu nascimento, seu pai Bhima teve que deixar sua família, pois ainda tinha deveres a cumprir. Ghatotkacha cresceu sob os cuidados de Hidimbi. Certo dia, Hidimbi pediu a ele que trouxesse um humano para que ela pudesse fazer um sacrifício à deusa Kali. No caminho para fazer isso, Gathotkacha avistou um brâmane e sua esposa viajando com seus três filhos. Ghatotkacha se aproximou deles e perguntou qual deles deveria ir com ele para ser o sacrifício de sua mãe para Kali. O brâmane se ofereceu, mas sua esposa insistiu que iria em seu lugar. Finalmente, seu segundo filho concordou em ir com Ghatotkacha e pediu sua permissão para se banhar primeiro no rio Ganga.

Enquanto Gathotkacha e o filho do brâmane estavam no rio, Bhima apareceu e, sem saber que falava com seu filho, perguntou a ele o que pretendia fazer com o rapaz. Ghatotkacha, que também não reconheceu o pai, lhe conta que estava levando o rapaz à pedido de sua mãe para realizar um sacrifício em nome da deusa Kali. Bhima acaba propondo em trocar no lugar do rapaz e ir com Ghatotkacha, mas somente com a condição de que Ghatotkacha o derrotasse em uma luta. 

A Luta contra Bhima

A luta começou com pai e filho lutando com as mãos nuas. Após dias de luta, os dois já estavam exaustos, quando tiveram sua luta interrompida por Hidimbi. Ela informou a Ghatotkacha que Bhima é seu pai, e ele caiu aos pés de seu pai, que por sua vez o abraçou e elogiou dizendo-lhe que raramente lutava contra alguém que pudesse se igualar a ele em termos de força. Bhima aproveita a situação para criticar sua esposa e seu filho por seguirem a prática do sacrifício humano.

Participação na Guerra de Kurukshetra

Arte de Rebecca Wu

Ghatotkacha foi convocado por Bhima para lutar ao lado dos Pandavas na Guerra de Kurukshetra, convocação a qual ele atendeu de imediato, trazendo consigo uma legião de seguidores demoníacos. Usando e abusando de seus poderes mágicos, Ghatotkacha provocou grande destruição em meio ao exército dos Kauravas, em particular no 14° dia da guerra, após a morte de Jayadratha. Nesse dia, a batalha continuou após o pôr do sol, e os poderes de Ghatotkacha e de seus seguidores eram mais eficazes à noite.

Neste ponto da batalha, o líder dos Kauravas, Duryodhana, apelou para seu melhor lutador, Karna, para combater e matar Ghatotkacha, já que o exército Kaurava estava perto da aniquilação devido a seus incessantes e poderosos ataques. Karna possuía uma astra divina chamada Vasavi Shakti, concedida a ele pelo deus Indra. Esta astra só poderia ser usada apenas uma vez, matando seu alvo sem erro, e Karna a estava guardando para utilizar contra seu arqui-inimigo e o melhor lutador dos Pandavas, Arjuna.

Karna combateu Ghatotkacha, porém não conseguia fazê-lo parar de usar seus poderes, e muito menos se retirar da batalha. Enquanto isso, Ghatotkacha permanecia usando seus poderes, principalmente o de tornar-se invisível, para atacar o exército Kaurava. 

Sem opções, e com o exército kaurava perto do colapso, Karna conjurou sua Vasavi Shakti a e a disparou contra Ghatotkacha, que no momento voava sob o exército Kaurava. Atingido em cheio no peito, Ghatotkacha morreu, porém quando seu corpo estava caindo, mesmo morto ele foi capaz de aumentar seu tamanho. Seu corpo caiu sobre o exército Kaurava, matando centenas de milhares no processo.

A morte de Ghatotkacha é considerada o ponto de virada da Guerra de Kurukshetra. Após a sua morte, apesar de seus aliados estarem profundamente tristes por sua morte, Krishna, avatar de Vishnu e conselheiro do exército pandava, sorria e celebrava, contente pois Karna já não poderia utilizar aquela astra contra Arjuna.

Ghatotkacha tinha uma esposa chamada Ahilawati e três filhos: Barbarika, Meghavarna Anjanaparvan. O último participou juntamente com o pai e o avô da Guerra de Kurukshetra, onde acabou sendo morto pelo guerreiro Ashwattama

Arte de molee

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26 de março de 2021

Octosquatch

۞ ADM Sleipnir


O Octosquatch (ou Octo-squatch) é um estranho criptídeo supostamente avistado em uma estrada por uma dupla de caminhoneiros em 1961, na Espanha. Eles o descreveram como uma espécie de criatura cefalópode com cerca de um metro e meio de altura,  enormes olhos brilhantes, quatro tentáculos e coberta por uma pelugem ruiva e desgrenhada. 

A criatura esse nome claramente inspirado em outro famoso criptídeo, Sasquatch, com o octo vindo de octopus ("polvo" em inglês)



O Avistamento

Já era cerca de 23 horas quando a dupla de caminhoneiros passava por um trecho desolado de estrada na região dos Montes Bascos, localizada na província de Biscaia. Já estavam próximos do Puerto de Barazar quando avistaram a misteriosa criatura próxima a beira da estrada. Arquimedes Sanchez, um dos caminhoneiros e o único que revelou sua identidade, era quem dirigia o caminhão. Ele pisou no freio e então os dois ficaram a observar a criatura, iluminada pelo forte luz dos faróis do caminhão.

A criatura ficou incomodada com a luz dos faróis, e cobriu seus olhos tentando se proteger, mas ainda assim permaneceu no mesmo lugar pelos próximos minutos. Durante esse tempo, Arquimedes tentou afugentá-la movendo o caminhão repetidamente para frente e para trás em sua direção, parando apenas alguns metros de distância a cada vez. Mesmo assim, a criatura não se moveu nenhum centímetro. Com medo, Arquimedes e seu parceiro também se recusaram a sair do veículo e, eventualmente, desistiram e foram embora, deixando a criatura não identificada para trás.

Os dois só contariam sobre o ocorrido algum tempo depois, e desde aquele dia, ninguém que tenha passado pela região relatou ter visto algo parecido. O mais provável é que tudo tenha sido um mal-entendido da parte dos dois, que confundiram o que viram, ou mesmo tratar-se de um hoax, o que é bastante comum em casos assim.


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24 de março de 2021

Rushou

۞ ADM Sleipnir

Rushou (Rù shōu, chinês 蓐收, lê-se Luxoou) é uma divindade menor na mitologia chinesa, descrito como sendo um dos assistentes de Shaohao, um imperador chinês da Idade do Bronze (aprox. entre 2600 a.C. e 2500 a.C), reputado segundo algumas tradições como um dos Cinco Imperadores, e segundo outras como um deus. Algumas histórias afirmam que Rushou também é um dos filhos de Shaohao. 


Rushou habitava no Monte Changliu juntamente com Shaohao, e de lá o ajudava a governar o oeste e a estação do outono. Ele também era o deus das punições celestiais, e segundo uma lenda, avisou em um sonho do monarca do estado de Guo sobre a queda de seu reino.

Iconografia

Rushou é descrito como sendo um homem com patas de tigre, uma serpente na orelha esquerda e coberto por uma pelugem branca. Ele voa pelos céus montado sobre dois dragões, e carrega um machado em suas mãos.



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22 de março de 2021

As Poderosas Armas da Mitologia Hindu

۞ ADM Sleipnir

Arte de Oleg Mironishin

A mitologia hindu é repleta de histórias onde deuses, asuras (demônios) e humanos combatem uns contra os outros ou entre si, e nesses confrontos, muitas vezes o vencedor é definido pelo uso de uma poderosa arma. Nesta postagem, trago um resumo com as mais famosas e poderosas delas.

Antes de começar a listar essas armas, é necessário falar sobre as Astras, pois é um termo que aparecerá o tempo todo nessa publicação. Na mitologia hindu, uma Astra (sânscrito अस्त्र) era uma arma sobrenatural, regida por uma divindade específica. Conjurá-las ou utilizá-las requer o conhecimento de um mantra ou invocação. A divindade invocada então abençoava a arma, tornando impossível bloqueá-la por meios comuns. Cada astra tinha condições específicas de uso, e a violação dessas condições poderia ser fatal. Devido ao poder dessas armas, seus conhecimentos eram passados de professor para discípulo exclusivamente por via oral, e somente após verificar que o aluno era de bom caráter. No caso de determinadas astras, o conhecimento de seu mantra era insuficiente: elas deviam ser recebidas diretamente das mãos da divindade que as possuía.

Nem todas as armas citadas nessa postagem são astras, mas quando forem, ficará claro no parágrafo, seja pelo nome da arma (que geralmente trás o sufixo astra no final), ou porque será especificado que se trata de uma.

Parashu

Parashu (também chamado Vidyudabhi) é o machado divino pertencente à Parashurama (sexto avatar de Vishnu), dado a ele por Shiva e depois passado para o deus Ganesha. Invencível e indestrutível, esse astra é dito ser o melhor para combates em curta distância. Ele possui quatro arestas de corte, uma em cada extremidade da cabeça da lâmina e uma em cada extremidade do eixo. Parashurama usou esse machado para exterminar todos os xátrias da face da terra. Confira a história de Parashurama AQUI.

Agneyastra

Agneyastra é a astra pertencente ao deus Agni, capaz de produzir chamas ditas serem impossíveis de serem extinguidas por meios normais. Quando conjurada, Agneyastra se manifesta como um grande projétil e ocupa todo o firmamento. Em seguida, ilumina todo o campo de batalha e cria incêndios por todo o céu que chovem como meteoros causando enorme destruição ao inimigo.

Arjuna recebeu esta astra das mãos de seu preceptor, Droṇa. Em uma ocasião, ele foi capaz de aniquilar um milhão de inimigos num único disparo dessa astra. Outro que foi capaz de invocar essa astra foi o guerreiro Ashwatthama, durante o 15° dia da Guerra de Kurukshetra. Nessa ocasião, Ashwatthama aniquilou um akshauhini (de acordo com o épico Mahabharata, uma formação de batalha composta por 21.870 carros; 21.870 elefantes; 65.610 cavalos e 109.350 de infantaria). 

Varunastra

Varunastra é uma poderosa astra criada pelo deus marinho Varuna, de acordo com as escrituras hindus. Diz-se que ela é capaz de assumir a forma de qualquer arma conhecida, e ao ser utilizada, produz torrentes catastróficas de água, provocando inundações e varrendo grandes exércitos. Já foi utilizada para combater as chamas provocadas pela Agneyastra de Agni, e também já foi neutralizada pela Visoshanastra do deus Indra.

As escrituras dizem que esta arma pode ser obtida meditando em Varuna ou Shiva, e deve ser usada com grande cuidado e habilidade. O seu uso não é possível para nenhum guerreiro inexperiente, pois um leve erro cometido e o próprio usuário poderia ser destruído. De acordo com vários textos hindus, esta astra foi utilizada por inúmeros personagens, como Rama, Lakshmana, Hanuman, Ravana, Meghanada, Vishvamitra, Vasishta, Arjuna, Karna, Krishna , Satyaki, Abhimanyu, Pradyumna, Drona, Bhishma, dentre muitos outros.

Visoshanastra

Visoshanastra (ou somente Visoshana), cujo nome significa "aquilo que seca", é uma das astras de Indra e utilizada por Arjuna durante um dos eventos ocorridos no Mahabharata. Descrita como "terrível e flamejante", Vishosana é capaz de secar toda fonte de água por perto, sendo assim considerada a oposição perfeita contra a Varunaastra. 

Bhargavastra


Bhargavastra é uma astra criada por Parashurama e transmitida por ele ao seu discípulo Karna. Esta astra contém em si as habilidades de arco de flecha do próprio Parashurama. Ao ser utilizada,  faz com que uma chuva de milhares de flechas ultra-afiadas e incandescentes precipite dos céus sobre os seus inimigos, matando todos aqueles que tentarem se opor a ela. Usada por Karna durante a Guerra de Kurukshetra, causou a morte de centenas de milhares de inimigos. O segredo de como conjurá-la era conhecido apenas por Karna e seu mestre.

Narayanastra

Narayanastra é uma poderosa astra pertencente à Vishnu. Essa astra é descrita como um disco capaz de criar e disparar uma rajada de milhões de flechas (ou mísseis) simultâneas e autoguiados, aniquilando todo um exército de uma só vez. Além disso, se o inimigo tentar resistir ao seu ataque, sua força destrutiva só aumentaria. A única forma de parar seu ataque era abrir mão de suas próprias armas e escudos e se render completamente. De acordo com o Mahabharata, somente Krishna, Drona e Ashwatthama eram capazes de invocar essa astra. Ashwatthama tentou utiliza-la contra o exército dos Pandavas durante a Guerra de Kurukshetra, mas seu efeito foi frustrado por Krishna, que lutava ao lado dos Pandavas e conhecia o método para pará-la.

Um dos detalhes mais interessantes sobre essa arma é que ela só poderia ser usada uma vez durante uma guerra. Se alguém tentasse usá-la duas vezes, destruiria o seu próprio exército.

Twashtarastra

Twashtarastra era uma astra criada por Vishvakarma e possuída por Arjuna. Tudo o que sabemos a respeito dela é que tinha um poder bastante peculiar. Quando utilizada contra um grupo de oponentes (como um exército), ela fazia como que eles se confundissem com inimigos e lutassem entre si.

Chandrahas

Chandrahas é uma espada dita ser indestrutível, pertencente ao demônio Ravana e dada a ele por Shiva. Ravana era um grande devoto de Shiva, e em uma história narrada no Ramayana, enquanto retornava em sua carruagem para o seu reino, ele encontrou o Monte Kailash, morada de Shiva e sua esposa Parvati. Ravana ficou furioso porque sua carruagem não era capaz de cruzar a montanha, então em um estado de fúria, ele ordenou que a montanha cedesse a ele. A montanha recusou, pois era o local de residência do Senhor Shiva e da Deusa Parvati. Ravana então desceu da carruagem e tentou erguer a montanha e removê-la de seu caminho. Shiva empurrou a montanha de volta ao lugar com o dedo do pé, esmagando os dedos de Ravana no processo. Percebendo seu erro, Ravana cantou pela primeira vez um hino chamado Shiva Tandava Strotram, o qual exalta o poder e a beleza de Shiva. O ato de arrependimento de Ravana agradou tanto a Shiva que ele lhe concedeu esta espada indestrutível como recompensa.

Vajra (ou Vajrayudha)


Vajra, também conhecido como Vajrayudha, é a principal astra de Indra. Capaz de disparar poderosos e fulminantes raios, essa astra foi confeccionada pelo arquiteto divino Vishwakarma especialmente para ser utilizada por Indra na luta contra os asuras Vritra e Namuchi. Uma história conta que ela foi confeccionada com os ossos de um sábio chamado Dadhici, devoto de Shiva, que se sacrificou de bom grado em prol do mundo.

Vasavi Shakti (ou Amoghastra)

Vasavi Shakti é outra astra pertencente ao deus Indra, entregue por ele á Karna antes do início da Guerra de Kurukshetra. Esta astra é descrita como um dardo mágico que nunca erra o seu alvo.

Nandaka

Nandaka (também Nandaki) é a espada do deus hindu Vishnu. Geralmente só é retratada na iconografia de Vishnu quando o mesmo é representado com mais de quatro braços. No Vishnu Purana, a espada é comparada ao conhecimento das escrituras hindus, e seu invólucro é a ignorância das mesmas.

Uma história conta que um dia enquanto Brahma meditava, um asura chamado Lohasura tentou perturbá-lo. Da meditação de Brahma surgiu um homem (dito ser uma manifestação de Vishnu) que se transformou em uma espada divina (Nandaka). Os deuses então pediram a Vishnu para empunhar a espada e defender Brahma. Vishnu derrotou o demônio e seus restos mortais se transformaram em metais terrestres.

Pinaka

Pinaka (sânscrito पिनाक) é um astra e o arco divino de Shiva, criado pelo arquiteto divino Vishwakarma, juntamente com o arco de Vishnu, Sharanga. Conta-se que além de ser invencível, infunde no coração dos inimigos de Shiva um grande terror. Diferente de outros arcos da mitologia hindu, Pinaka não pode ser empunhado ou carregado por mortais, talvez devido ao seu enorme peso e tamanho.

Certa vez, Brahma queria saber quem era o melhor arqueiro, Vishnu ou Shiva. Brahma criou uma disputa entre os dois, o que levou a um duelo terrível. O impacto de sua luta foi tal que o equilíbrio de todo o universo foi perturbado. No fim Vishnu acabou vencendo o duelo, deixando Pinaka imóvel apenas pronunciando "hum". Após perder a disputa, Shiva entregou Pinaka a um rei ancestral do rei Janaka, pai de Sita (que se tornaria esposa de Rama). Durante uma cerimônia para encontrar um marido para Sita, na qual os pretendentes tinham que manejar o arco divino, Rama não só o empunhou como acabou quebrando-o ao esticar sua corda.

Sharanga

Arte de Bach Zim

Sharanga (também conhecido como Kodanda) é arco divino e uns dos astras de Vishnu. Este arco foi feito pelo arquiteto divino Vishwakarma, juntamente com o arco de Shiva, Pinaka. Dizem que esse arco é capaz de ferir somente os maus.

Após a disputa com Shiva, Vishnu entregou seu arco ao sábio Richika. Com o tempo, o arco foi parar nas mãos de outros personagens como Parashurama, Indra, Krishna, Arjuna e por último Rama. Rama  o utilizou contra Ravana durante a guerra de Lanka, e ao partir desse mundo, levou o arco consigo de volta para o reino de Vishnu, Vaikhunta.

Kaladanda

Arte de cristian huerta

Kaladanda é a clava pertencente ao deus da morte e governante de Naraka, Yama. Conta-se que essa clava executa quem quer que seja o seu alvo, independente das bençãos ou proteções divinas que ele possa ter. 

Em certa ocasião o demônio Ravana desafiou Yama para um combate, e quando estava próximo a ser aniquilado pela Kaladanda, conjurou a  Bhramastra e forçou Yama a se retirar.

Pasha


Pasha (sânscrito পাশ, Pāśa; literalmente "nó" ou "laço") é um laço mítico utilizado por várias divindades, como GaneshaYama Varuna. Representado em esculturas como uma corda ou um laço duplo, ele é geralmente usado para atacar os braços e pernas de um inimigo ou para caçar animais. 

O Pasha simboliza o apego mundano, bem como o poder dos deuses para conter e controlar o mal. É um atributo comum de Ganesha, que o utiliza para unir e remover obstáculos. Já Yama, o utiliza para extrair a alma de um corpo no momento de sua morte.

Rudrastra

Rudrastra é uma das mais poderosas e devastadoras astras à disposição de Shiva. Após conjurada, ela libera um raio que reduz a paisagem à cinzas e conta-se que também é capaz de destruir seres divinos. Uma vez lançada, só pode ser interrompida por uma astra presidida por Vishnu.

Karna utilizou esta arma durante a Guerra de Kurukshetra, atingindo Arjuna no peito, que só não morreu porque trajava uma armadura divina (kavach) dada a ele por Krishna (avatar de Vishnu). Apesar de não ter morrido, Arjuna acabou perdendo parte do seu controle sobre o seu arco Gandiva.

Vijaya


Vijaya (sânscrito: विजय) é o arco divino pertencente à Karna, e projetado para garantir a vitória de seu portador. Foi criado pelo arquiteto divino Vishvakarma à pedido de Shiva, que tinha como propósito destruir a cidade de Tripura, construída pelos filhos do asura Tarakasura. Na ocasião, Shiva usou o Vijaya para disparar outra de suas armas, a poderosa Pashupatastra, aniquilando completamente a cidade dos asuras.

Posteriormente, Shiva deu o arco de presente à Indra, o governante do céu. Indra por sua vez presenteou este arco à Parashurama, que mais tarde o presenteou ao seu aluno Karna.

Gandiva

Gandiva é uma astra na forma de um arco, criado pelo deus Brahma. Inicialmente de propriedade do deus Shiva, este arco passou pelas mãos de várias divindades até chegar às mãos do deus Varuna, que por fim o entregou ao mítico guerreiro Arjuna.

Usado por Arjuna durante a Guerra de Kurukshetra, conta-se que esse arco o tornava praticamente invencível, considerando que qualquer ser humano comum não seria capaz nem mesmo de erguê-lo. O arco possuía 108 cordas, dando ao seu usuário uma vantagem significativa em combate. As cordas soltavam um trovão sempre que um arco era disparado e emitiam um clarão tão forte que a maioria nem conseguia olhar diretamente para ele. 

Anjalikastra

Anjalikastra é outra astra pertencente ao deus Indra, capaz de decapitar seu alvo ao atingí-lo. Apesar de não ter um poder destrutivo tão absurdo quanto outras astras, foi a astra que Arjuna utilizou para matar Karna durante a Guerra de Kurukshetra.

Brahmastra


Brahmastra é uma astra baseada em energia criada por Brahma e  usada em raras ocasiões por poderosos guerreiros descritos nos antigos textos da Índia, como o Ramayana, Mahabharata e os Puranas. Esta astra é tida por muitos como a mais poderosa das astras, sendo capaz de sobrepujar qualquer outra. Uma vez usada, ela não erra seu alvo, e por isso deve ser usada com bastante perícia, seja contra um único inimigo ou um exército, pois o seu alvo enfrenta a aniquilação completa. Se essa astra for lançada sem nenhum propósito ou intenção realmente necessária, pode causar grande destruição de escala mundial ou até mesmo universal.

A arma é considerada causadora de graves danos ambientais. A terra onde a arma for usada torna-se estéril e toda a vida dentro e ao redor dessa área deixa de existir, pois tanto as mulheres quanto os homens se tornam inférteis. Há também uma diminuição drástica nas chuvas e o surgimento de rachaduras na terra, como em uma seca. Isso pode ser devido à grande quantidade de radiação emitida pela arma. Algumas pessoas se referem a esta astra como arma nuclear e acreditam que os antigos possuíam o conhecimento de armas nucleares.

Por todos esses efeitos danosos ao mundo, essa arma era geralmente utilizada como um último recurso em batalha, quando seu usuário não tem mais nenhuma outra alternativa para vencer um combate. Essa astra também nunca foi utilizada por ninguém em sua potência máxima. De acordo com as lendas, apenas Arjuna era perito na utilização da Brahmastra, embora inúmeros outros guerreiros fossem capazes de conjurá-la. Karna tentou conjurá-la para derrotar Arjuna durante o combate dos dois na Guerra de Kurukshetra, mas esqueceu o mantra para invocá-la devido a uma maldição lançada sobre ele por seu mestre Parashurama.

Brahmashirsha astra

A Brahmashirsha astra é uma arma basicamente idêntica à Brahmastra, porém dita ter um potencial destrutivo quatro vezes maior que a mesma. Além disso, conta-se que essa arma pode destruir tanto a criação quanto os deuses. Ao ser atirada, manifestasse na forma das quatro cabeças de Brahma, que convocam uma chuva de fogo e meteoros contra os inimigos. Poucos personagens da mitologia hindu possuíam o conhecimento para conjurar essa astra, dentre os quais destacam-se Arjuna e Ashwattama.

Trishula

Trishula é o tridente do deus Shiva, e talvez a mais reconhecida e famosa das astras hindus, sendo usado como um importante símbolo no hinduísmo e também no budismo. De acordo com o Vishnu Purana, o arquiteto divino Vishwakarma criou o Trishula usando parte da matéria solar, e o deu a Shiva. O tridente é dito ser capaz de cortar qualquer coisa, seja no mundo físico, no espiritual ou mesmo a mente de uma pessoa.

De acordo com as crenças do Xivaísmo (braço da religião hindu que cultua o deus), é a arma mais poderosa de todas, e após atirada contra um alvo, só pode ser detida pelo próprio Shiva. Apesar disso, Atikaya, filho de Ravana, certa vez enfureceu Shiva e o deus atirou o Trishula contra ele. Atikaya foi capaz de apanhar o Trishula com as mãos, e após prestar reverências a Shiva, recebeu do deus os segredos para conjurar armas divinas.

Em uma história famosa, Shiva corta a cabeça de Ganesha usando esta astra, após o deus não permitir que Shiva entrasse em casa sob ordens da deusa Parvati.

Sudarshana Charka

O Sudarshana Chakra é uma astra em forma de disco semelhante a uma shuriken com 108 lâminas serrilhadas, pertencente ao deus Vishnu e também utilizada por seu avatar Krishna. Foi forjada pelo arquiteto dos deuses, Vishwakarma, a partir da poeira do sol e de lascas retiradas do tridente de Shiva, Trishula.

De acordo com as lendas, Sudarshana Chakra é infalível; uma vez lançada, só retorna ao seu dono após ter destruído seu alvo, ou pela vontade do próprio Vishnu. Outro detalhe sobre ela é que nunca fica parada, estando em perpétuo movimento nos dedos do seu dono. 

Pashupatastra

Pashupatastra é a astra mais poderosa de Shiva, e a personificação de sua energia e poder. Quando  disparada, uma manifestação feroz de Shiva aparece no céu, dotada de mil cabeças, mil olhos, mil estômagos e mil pés. Essa manifestação envolve todas as direções e despeja diversas armas sobre o inimigo, causando enorme destruição, comparável a explosão de uma bomba de hidrogênio. Quando disparada pelos braços do próprio Shiva, ela tem o potencial de destruir todo o universo em menos da metade do tempo necessário para um piscar de olhos.

O conhecimento de como conjurar essa astra só pode ser obtido diretamente de Shiva, e de acordo com o Mahabharata, o mesmo foi passado para Arjuna, que nunca chegou a usá-lo; primeiro porque não foi necessário, e segundo porque o uso dessa astra não era permitido contra mortais. 

Menções honrosas

  • Vayuastra: astra de Vayu, o deus do vento, capaz de provocar vendavais capazes de levantar exércitos do chão;
  • Suryastra: astra de Surya, o deus sol, capaz de produzir uma luz que dissipa toda a escuridão;
  • Parvatastrauma astra capaz de fazer montanhas caírem do céu sobre a terra;
  • Nagastra: Utilizada por Karna, se transforma em uma serpente ao atingir o alvo, picando-o e injetando-lhe um veneno mortal. Uma variação sua, a Nagapasham, cria um redemoinho de serpentes ao redor do seu alvo;
  • Garudastra: astra pertencente a Garuda, se transforma em água após ser atirada, sendo a contra-medida perfeita contra a Nagastra. 

fontes:

  • Wikipedia;
  • Puranic Encyclopedia: A Comprehensive Work with Special Reference to the Epic and Puranic Literature, por Vettam Mani;
  • Encyclopedia of Mythological Objects, por Theresa Bane;
  • https://www.hinduscriptures.com/
  • https://www.quora.com
  • https://nykdaily.com/2020/06/8-powerful-astras-weapons-mentioned-in-vedas
  • http://www.thelivingmoon.com/43ancients/02files/India_Brahmastra.html

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19 de março de 2021

Vodyanoi

۞ ADM Sleipnir

Arte de Margarita Rudenko

Vodyanoi (ou Vodianoi, Vodyanoy, Vodianyk, Vodanoj, Vodenjak) é uma classe de malignos espíritos aquáticos pertencentes à mitologia e folclore eslavo. Eles habitam as profundezas de rios, lagoas, lagos e outros corpos d'água, mas o seu habitat mais comum são lagoas próximas à moinhos. Sua moradia nesses locais costumam variar conforme  a versão das lendas, de simples casas feitas de troncos e areia à palácios de cristal decorados com ouro e prata (recolhidos de embarcações naufragadas) e iluminados por uma pedra mágica que dizem brilhar mais forte que o sol. 

Vodyanoi descansam durante o dia e saem ao entardecer espirrando água com as patas, fazendo um barulho que pode ser ouvido à grandes distâncias. Eles odeiam os humanos e se escondem na água após o pôr do sol, atraindo e arrastando os incautos para dentro d'água assim que surge uma oportunidade. Aqueles que eles afogam se tornam seus escravos, ou no caso de mulheres, suas  esposas. Os Vodyanoi são fracos quando estão em terra firme, mas dentro da água se tornam virtualmente invencíveis. Eles não gostam de sair da água além da margem ou da roda do moinho; alguns se recusam a emergir da água além da cintura.


Os Vodyanoi são espíritos tidos como sendo bastante caprichosos, atacando principalmente aqueles que de alguma forma os irritaram ou insultaram. Eles só não são hostis aos moleiros e pescadores, devido à sua afinidade com a água. Os moleiros costumam depositar pão, sal, vodca, porcas pretas e cabeças de carneiro na beira da água como oferendas aos Vodyanoi e oferecem galos pretos a eles ao construir um novo moinho. Dizem que alguns moleiros se dão tão bem com os Vodyanoi locais que jantam com eles todas as noites e são capazes de comandá-los. Os pescadores, por outro lado, jogam manteiga ou tabaco na água, ou lhe oferecem a primeira de suas capturas. Se o Vodyanoi ficar satisfeito com a oferta, ele próprio irá colocar peixes na rede de um pescador. Por fim, apicultores também mantém boas relações com os Vodyanoi, oferecendo-lhe mel e cera, e em troca eles evitam que a umidade prejudique as colmeias.

Os Vodyanoi vêem as represas como um insulto e irão destruí-las para manter a água fluindo. Algumas histórias afirmam que em locais onde as represas são construídas, têm-se a tradição de todos os anos afogar um bêbado no local como oferenda aos Vodyanoi para que deixem-na intacta. Outro sacrifício aceito é o de um cavalo, jogando-o no rio com as pernas amarradas à uma pedra para que afunde mais rápido. Outra coisa que ofende um  Vodyanoi é tentar recuperar o corpo de alguém que morreu afogado, pois eles o consideram como sendo  sua propriedade. Hematomas e marcas encontradas nesses corpos costumam ser vistos como cicatrizes de uma luta contra um Vodyanoi. 

Arte de Wezyk

De acordo com algumas histórias, os Vodyanoi às vezes atuam como tricksters, pregando peças em pescadores e em transeuntes próximos ao seu habitat. Eles também gostam de montar em gados e fazê-los correr até morrerem de exaustão.

Como acontece com outros espíritos malignos, um Vodyanoi pode ser exorcizado. Inclusive em algumas áreas eles são indistinguíveis do diabo. Para evitar ser vítima de um Vodyanoi, algumas regras devem ser respeitadas, incluindo não tomar banho após o pôr do sol e em algumas datas especias. Outra recomendação é nunca entrar na água sem usar um crucifixo no pescoço. 

Aparência

Vodyanoi possuem inúmeras descrições sobre sua aparência, geralmente variando de acordo com a região onde as lendas sobre eles são contadas. Podem ter uma aparência quase humana, possuindo grandes patas, chifres, cauda e olhos como carvão em brasa; podem ser descritos como homens enormes cobertos de grama e musgo, cobertos por uma pelagem branca e desgrenhada ou por escamas; podem ser pretos com enormes olhos vermelhos e um nariz comprido, ou azulados, viscosos, inchados e coroados com juncos. 


Às vezes aparecem na forma de um humano completo, como um velho com cabelos verdes e barba branca, como um camponês de barba branca e vestindo uma camisa vermelha, como uma mulher nua e de seios enormes sentada sobre um tronco ou pedra e penteando seus cabelos molhados, ou na forma de crianças. Quando em forma humana, um Vodyanoi pode ser identificado pelas pegadas molhadas que deixa ao andar em terra firma, ou pela água que escorre de seu corpo. De acordo com algumas histórias, os Vodyanoi são imortais, porém envelhecem e são rejuvenescidos conforme as fases da lua. 

Um Vodyanoi pode ainda ser metade peixe e metade humano, ou aparecer como um enorme peixe coberto de musgo, um cisne ou até mesmo um buquê de flores vermelhas boiando na água. Em Smolensk, na Rússia, um Vodyanoi é descrito como sendo corcunda e tendo patas e cauda de vaca, enquanto em Vologda é um tronco com pequenas asas voando sobre a água. 

Nomes

O termo Vodyanoi costuma ser usado para se referir a classe no plural ou no singular, porém existem vários outros nomes pelos quais esses espíritos são conhecidos, como Deduska Vodyanoy ("Avô das águas"), Vodianoi-chert ("demônio da água"), Topielec (na Polônia), Vadzianik (na Bielorússia), Vodeni Moz (na Eslovênia) e Vodnik (na República Tcheca). A fêmea Vodyanoi também é conhecida como Vodianikha, embora Rusalki ou mulheres afogadas também sejam tomadas como esposas.

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17 de março de 2021

Febe

۞ ADM Sleipnir

Arte de Gerard Mirabelli

Febe (grego: Φοιβη, latim Phoebe; "brilhante" ou "profética") é uma titânide da mitologia grega, associada ao intelecto e à profecia. Ela é uma dos doze titãs filhos de Urano e Gaia, e consorte e irmã do titã Céos, com quem teve duas filhas: Astéria (deusa das estrelas, e mãe da deusa Hécate) e Leto (mãe de Apolo e Ártemis). Febe costuma ser erroneamente associada à lua, provavelmente porque sua neta Àrtemis era identificada pelo nome Feba em sua homenagem, assim como seu neto Apolo era chamado de Febo. 

Como todas as suas irmãs, Febe não se envolveu no conflito entre os deuses do Olimpo e os Titãs (a Titanomaquia), e, portanto, poupada de ser aprisionada no Tártaro. Em vez disso, ela se tornou uma profetisa no Oráculo de Delfos. Febe foi a terceira divindade a presidir o oráculo de Delfos, após Gaia e Têmis (uma de suas irmãs). De acordo com a tragédia grega Eumênides, de autoria do dramaturgo Ésquilo, mais tarde passou o rito do oráculo para seu neto Apolo como presente de aniversário.

Arte de chamakoso

fontes:

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15 de março de 2021

Mahuika

۞ ADM Sleipnir

Arte de FooRay

Mahuika (ou Mahu-ika) é a deusa o fogo na mitologia maori. Suas histórias, relações e até o sexo mudam conforme a região, mas de acordo com a versão mais comum, ela é irmã mais nova da deusa da morte Hine-nui-te-po e consorte do deus Auahitūroa, com quem teve cinco filhos chamados Konui, Koroa, Mapere, Manawa e Koiti (chamados coletivamente de Ngā Mānawa).O nome de seus filhos são os mesmos dos cinco dedos da mão humana. 

Mitos

O mito mais conhecido envolvendo Mahuika envolve Maui, famoso herói da mitologia maori, tido em várias histórias como sendo seu neto. Certa noite, depois de comer uma refeição farta, Maui estava deitado ao lado do fogo, olhando para as chamas. Observando-as tremeluzirem e dançarem, ele pensou consigo mesmo: "De onde vem o fogo?" (nesse tempo os homens não sabiam produzir o fogo, apesar de não ficar claro na lenda como eles o obtinham antes). Sendo muito curioso, Maui decidiu descobrir a resposta. No meio da noite, enquanto todos dormiam, Maui foi de aldeia em aldeia e apagou todas as chamas até que não houvesse uma única chama acesa no mundo. Ele então voltou para sua casa e esperou. Na manhã seguinte, houve um alvoroço na aldeia.

"Como podemos cozinhar nosso café da manhã? não há fogo!" - gritou uma mãe preocupada.

"Como vamos nos manter aquecidos à noite?" - gritou outro.

"Não podemos viver sem fogo!" diziam os aldeões uns aos outros.

Todos estavam muito assustados, e recorreram até Taranga, mãe de Maui e líder da aldeia (rangatira), em busca de uma solução. "Alguém terá que ir ver a grande deusa, Mahuika, e pedir-lhe fogo", disse Taranga aos aldeões, mas nenhum deles estava disposto a ir até a deusa, que vivia em uma montanha escaldante. Então Maui, secretamente feliz por seu plano ter funcionado, se ofereceu para ir em busca de Mahuika.

"Tenha muito cuidado!" - disse Taranga. "Embora você seja um descendente de Mahuika, ela não vai gostar de você se você tentar enganá-la."

"Vou encontrar a grande ancestral Mahuika e trazer o fogo de volta ao mundo", assegurou Maui à mãe. Maui caminhou até a montanha escaldante até o fim da terra seguindo as instruções de sua mãe e encontrou uma enorme montanha brilhando em brasa com o calor. Na base da montanha, Maui viu a entrada de uma caverna. Antes de entrar, Maui sussurrou um karakia (oração/encantamento) especial para si mesmo como proteção contra o que estava além. 

Ao entrar na caverna, Mahuika ergueu-se diante dele. Chamas saíam por todos os poros de seu corpo. Seu cabelo também era envolto em chamas, os braços estavam estendidos e no lugar dos olhos, haviam apenas dois buracos negros. Ela cheirou o ar e disse: "Quem é este mortal que se atreve a entrar em minha morada?"

Maui reuniu coragem para falar: "Sou eu, Maui, filho de Taranga."

"Huh!" gritou Mahuika. "Maui, o filho de Taranga?"

"Sim, o último nascido, Māui-tikitiki-a-Taranga."

"Bem, então, Māui-tikitiki-a-Taranga, bem-vindo, bem-vindo à essência da chama, bem-vindo meu neto!"

Mahuika se aproximou de Maui, cheirando profundamente seu perfume. Maui ficou completamente imóvel, embora as chamas da pele de Mahuika fossem insuportavelmente quentes.

"Então ... por que você veio, Māui-tikitiki-a-Taranga?" - Mahuika finalmente perguntou.

Maui disse: "As chamas do mundo foram extintas, vim pedir-lhe fogo." Mahuika ouviu Maui atentamente e então riu. Ela puxou uma unha de um de seus dedos em chamas e deu a ele.

"Leve este fogo como um presente para seu povo. Honre este fogo como você me honra."

Então Maui deixou a morada de Mahuika levando consigo a unha de fogo. Enquanto Maui caminhava ao longo da estrada, ele pensou consigo mesmo: "E se Mahuika não tivesse mais fogo, de onde ela conseguiria seu fogo?". Maui não conseguia conter sua curiosidade. Ele rapidamente jogou a unha em um riacho e voltou para a caverna de Mahuika.

"Eu tropecei e caí", disse Maui. "Posso ter outra unha?"

Mahuika estava de bom humor. Ela não falava com alguém há muito tempo e gostava de Maui. Ela alegremente deu a Maui outra de suas unhas. Mas Maui logo extinguiu essa unha também e voltou para Mahuika com outra desculpa.

"Um peixe respingou em minhas chamas enquanto eu cruzava o rio", disse Maui.

Mahuika forneceu outra de suas unhas, sem suspeitar que estava sendo enganada. Isso continuou durante a maior parte do dia, até que Mahuika usou todas as unhas da mão e já estava usando as dos pés. Quando Maui voltou para pedir outra, Mahuika ficou furiosa. Ela sabia que Maui a estava enganando e jogou uma unha em chamas no chão. Instantaneamente, Maui foi cercado por chamas e expulso da caverna.

Maui se transformou em um falcão e escapou para o céu, mas as chamas queimaram tão alto que chamuscaram a parte inferior de suas asas, tornando-as numa cor vermelho brilhante. Maui mergulhou em direção a um rio, na esperança de evitar as chamas no frescor da água, mas o imenso calor fez a água ferver. A essa altura Maui estava desesperado. Ele pediu ajuda a seu ancestral Tāwhirimātea, e então, uma massa de nuvens se formou e uma torrente de chuva caiu para apagar os muitos incêndios. A montanha de fogo de Mahuika não queimava mais.

Mahuika havia perdido muito de seu poder, mas ainda assim ela não havia desistido. Ela pegou sua última unha e atirou em Maui com raiva. A unha de fogo acabou não atingindo Maui, mas caindo sob cinco árvores - Mahoe, Tōtara, Patete, Pukatea e Kaikōmako. Essas árvores consideraram um grande presente da deusa, e guardaram a chama em si.

Ao voltar para sua aldeia, Maui não trouxe o fogo de volta como os aldeões esperavam. Em vez disso, ele trouxe madeira seca da árvore Kaikōmako e ensinou a eles como esfregar os galhos secos, formando o atrito que acabaria por criar uma chama. Os aldeões ficaram muito felizes por poder cozinhar sua comida mais uma vez e ter o calor de suas fogueiras à noite para confortá-los. Maui satisfez sua curiosidade em descobrir a origem do fogo, embora quase tenha pago com a vida ao fazê-lo. Até hoje, o Kahu, o falcão nativo de Aotearoa, ainda mantém as penas vermelhas chamuscadas na parte inferior de suas asas, um lembrete de como Maui esteve perto da morte.

Uma variação do mito estabelece relação entre os filhos de Mahuika e seus dedos. Cada vez que Maui volta até ela e lhe pede uma nova unha, Mahuika na verdade está cedendo um de seus próprios filhos. Outra variação conta que Maui mata Mahuika e depois coloca fogo nas árvores citadas acima. Desde então a madeira dessas árvores tem sido usada para obter fogo por fricção.

Mahuika também teria desempenhado um papel na formação da Ilha Rangitoto, pedindo a Ruaumoko, deus dos terremotos e erupções, que destruísse um casal que a amaldiçoou.

Em algumas partes da Nova Zelândia e também da Polinésia tropical (como o arquipélago Tuamotu e o arquipélago das Marquesas), Mahuika é vista nos mitos como uma divindade masculina. Em outras partes ainda, conhecem-se outros deuses com nomes e funções semelhantes como Mafui'e, Mafuike, Mahui'e Mahuike. Na maioria dos mitos Maui enfrenta esses deuses para obter o fogo para a humanidade.

Arte de nuuzart

fontes:

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Ruby