Image Map

24 de abril de 2024

Acat

۞ ADM Sleipnir


Acat (também Acat-Cib ou Ah-Kat) era uma divindade da mitologia maia associada ao processo de tatuagem e escarificação. Ela foi mencionada pela primeira vez pelo etnógrafo e arqueologista J. Eric S. Thompson  (1898-1975), em seu livro Tattooing and Scarification among the Maya ("Tatuagem e Escarificação entre os Maias") de 1946, onde ele acrescentou que o nome Acat em nauátle significa "junco", enquanto a pronúncia "Ah Cat" significaria "Aquele do Jarro de Armazenamento", provavelmente porque acreditava-se que juncos ocos eram usados ​​no processo de tatuagem. Dizem que Acat abençoava desde a tinta e as agulhas até os espaços de trabalho, além de firmar as mãos dos artistas para obter melhores resultados.

Arte de thothflashpan

De acordo com o finado romancista e engenheiro Charles Russell Coulter e a pesquisadora Patricia Turner, Acat é um dos Bacabs,, deuses dos pontos cardeais, responsáveis por sustentar o céu. Mais vagamente, Acat é ainda associada ao desenvolvimento do feto no útero.

Cultura Popular

Acat é uma antagonista coadjuvante na série animada Maya e os Três Guerreiros (2021) da Netflix. Apesar de ser uma deusa, ela deixa sua sede de sangue ficar fora de controle e prefere “brincar com a comida” em vez de terminar uma missão com eficiência ou honra.

Acat em "Maya e os Três Guerreiros"

fontes:

PARTICIPE! Deixe seu comentário, elogio ou crítica nas publicações. Faça também sugestões. Sua interação é importante ajuda a manter o blog ativo! Siga o Portal dos Mitos no Youtube, TikTok e Instagram!

19 de abril de 2024

Wepwawet

 ۞ ADM Sleipnir

Arte de Amirul Hafiz

Wepwawet (também Upuaut, Wep-wawet e Ophois) é na mitologia egípcia um antigo deus chacal cujo culto originou-se no Alto Egito. Ele foi um dos primeiros deuses a serem adorados na cidade de Abidos, possivelmente antecedendo (e absorvendo) Khentiamentiu, outro deus da necrópole de Abidos. Durante o Reino Antigo, Wepwawet era popular em todo o Egito, mas à medida que Osíris cresceu em popularidade (absorvendo tanto Khentiamentiu quanto Wepwawet), Anúbis assumiu seu papel funerário. No entanto, ele não desapareceu completamente. O estandarte de Wepwawet era associado ao Alto Egito e tinha a honra de ir à frente do rei durante muitas procissões rituais. Durante o Novo Reino, seu estandarte até precedia o de Osíris e a "procissão de Wepwawet" iniciava os mistérios de Osíris como um deus dos mortos.

Significado do nome e funções

O nome Wepwawet significa "O abridor dos caminhos". Acredita-se que se refira aos caminhos do submundo, mas também pode se referir às escolhas ou caminhos tomados na vida, já que ele também parece ter sido ligado ao poder do faraó vivo. No Livro dos Mortos e no Livro de Amduat, Wepwawet conduz os mortos pelo submundo e os protege em sua jornada perigosa, mas também se pensava que ele agia como um batedor, abrindo um caminho para permitir que eles prosseguissem.

Arte de MadFretsy

De acordo com algumas tradições, foi Wepwawet, e não Anúbis ou Ptah, quem elaborou a cerimônia de "abertura da boca", que garantia que a pessoa teria o uso de todas as suas faculdades na vida após a morte. No entanto, ele também acompanhava o rei quando este caçava e recebeu o epíteto "Aquele com a flecha afiada que é mais poderoso do que os deuses".

Wepwawet também pode ter simbolizado a unificação do Alto e Baixo Egito. Em procissões reais, seu estandarte era pareado com o touro Ápis (representando o Baixo Egito). No entanto, em uma inscrição, a localização de seu nascimento é reivindicada como o templo da deusa Wadjet em Buto (no Delta). Parece que isso foi um movimento político, já que todas as outras evidências sugerem que ele tinha origens no Alto Egito.

Iconografia

Wepwawet geralmente era representado como um lobo ou um homem com cabeça de lobo. No entanto, há algum debate sobre se ele é de fato um lobo. Ao contrário de Anúbis, ele frequentemente é representado com a cabeça cinza ou branca, e os gregos nomearam o Décimo Terceiro nomo do Alto Egito como Licópolis ("cidade do lobo") em sua homenagem. Alguns estudiosos argumentam que ele era um chacal e outros que ele era originalmente um lobo, mas foi fundido com Anúbis e, portanto, passou a ser visto como um deus com cabeça de chacal. Ele era frequentemente representado ao lado do uraeus (cobra real) e um estandarte chamado shedshed.

Shedshed

Relação com outros deuses

Seus relacionamentos com os outros deuses foram confundidos pela fusão e mudança de papéis ao longo da história egípcia. Wepwawet estava intimamente associado a Anúbis, que originalmente fazia parte do Ogdóade de Hermópolis, e passou a ser visto como seu filho. No entanto, ele também estava ligado ao deus Shu da Enéade de Heliópolis pelo epíteto "Aquele que separou o céu da terra".

Quando as duas teologias se fundiram e Anúbis deu lugar a Osíris, desenvolveu-se a ideia de que Osíris era o pai de Anúbis (embora sua mãe geralmente não fosse descrita como a esposa de Osíris, Ísis, mas sim sua irmã Néftis). Para complicar ainda mais as coisas, Wepwawet às vezes era chamado de "filho de Ísis" e identificado como Hórus (e portanto o faraó), embora ela também fosse vista como neta de Shu e madrasta de Anúbis de acordo com a tradição heliopolitana.

Arte de Mohamed Saad


fonte:
PARTICIPE! Deixe seu comentário, elogio ou crítica nas publicações. Faça também sugestões. Sua interação é importante ajuda a manter o blog ativo! Siga o Portal dos Mitos no Youtube, TikTok e Instagram!

17 de abril de 2024

Apivień

 ۞ ADM Sleipnir

Arte de arteias

Apivień (russo Апівень) é um pequeno demônio ou duende oriundo do folclore bielorrusso, dito perseguir as pessoas, de todas as maneiras possíveis e sob diferentes pretextos. Ele possui uma predileção especial por festas, durante as quais observa quanto álcool cada um bebe e tenta persuadir aqueles que não têm o hábito de beber a beber mais. Se não obtiver sucesso, ele adiciona uma poção entorpecente à bebida e aqueles que a beberem perdem sua aparência humana. 

Apivień gosta de zombar daqueles que estão bêbados, provocando-os, colocando-os em diversas situações cômicas e, às vezes, até mesmo obscenas, fazendo com que briguem, lutem ou simplesmente os empurra debaixo da mesa.

Arte de Valery Slavuk

Apivień só pode ser visto por aqueles que estão consideravelmente embriagados. Diz-se que ele é uma pequena criatura coberta com pelos escuros e finos. Sua cabeça é semelhante à humana, exceto pelo focinho e pelos pequenos chifres semelhantes aos de um jovem bezerro no lugar das sobrancelhas. Apivień tem um cauda encaracolada como a de um leitão e patas com cascos. 

Dizem que não há bêbado no mundo todo que possa beber mais que o Apivień. Quanto ao próprio demônio, não importa quanto ele beba, ele nunca ficará bêbado. Diz-se que uma pessoa que bebe muito mas não fica bêbada bebe como um Apivień.

Arte @belarusian_monsters


fonte:

  • Apivień — according to the Belarusian mythology, a small demon or imp, which clings to the people, inducing them to drink. Disponível em: <https://www.bestiary.us/opiven/en>. Acesso em: 10 abr. 2024.

PARTICIPE! Deixe seu comentário, elogio ou crítica nas publicações. Faça também sugestões. Sua interação é importante ajuda a manter o blog ativo! Siga o Portal dos Mitos no Youtube, TikTok e Instagram!

15 de abril de 2024

Suanyu

۞ ADM Sleipnir


Suanyu (chinês 酸與, Suān yǔ) é uma criatura pertencente à mitologia chinesa, dita habitar uma montanha chamada Fengjing. Ela é descrita no Shan Hai Jing (chinês 山海經, "Clássico das Montanhas e Mares") como um pássaro com um corpo que se assemelha ao de uma serpente, porém dotado de quatro asas, seis olhos e três pernas. 

Arte de dongx

Ainda de acordo com o Shan Hai Jing, diz-se que o Suanyu emite um som que se assemelha ao seu nome. Além disso, avistá-lo é um presságio de pânico iminente.

Cultura Popular

Suanyu aparece como um minichefe no game Wo Long: Fallen Dynasty (para PlayStation 4 e 5, Xbox Series X, Series S, One, Cloud Gaming e Microsoft Windows).

Suanyu no game Wo Long: Fallen Dinasty



fontes:

  • STRASSBERG, R. E. A Chinese bestiary : strange creatures from the guideways through mountains and seas = [Shan hai jing]. Berkeley: University Of California Press, 2018.

  • Suanyu. Disponível em: <https://cryptidz.fandom.com/wiki/Suanyu>. Acesso em: 05 abr. 2024.


PARTICIPE! Deixe seu comentário, elogio ou crítica nas publicações. Faça também sugestões. Sua interação é importante ajuda a manter o blog ativo! Siga o Portal dos Mitos no Youtube, TikTok e Instagram!

12 de abril de 2024

Áclis

۞ ADM Sleipnir

Arte de Joyce Maueira

Áclis (do grego Αχλυς, "olhos embaçados") era o espírito personificado (daimona) da "névoa da morte" – a turvação dos olhos que precede a morte. Ela também pode ter sido a deusa dos venenos mortais. Provavelmente, era contada entre as Queresespíritos femininos (daimones) da morte violenta ou cruel, incluindo morte em batalha, por acidente, assassinato ou doença devastadora. 

Segundo o poeta Hesíodo, Áclis era também a personificação da miséria e da tristeza. Em seu poema "Escudo de Héracles", Hesíodo fornece um descrição sua, como sendo "pálida, emaciada e chorosa, com dentes batendo, joelhos inchados, longas unhas nos dedos, bochechas ensanguentadas e ombros cobertos de poeira".

Arte do disco "The Dreaming I", a banda de Black Metal Akhlys


fonte:
PARTICIPE! Deixe seu comentário, elogio ou crítica nas publicações. Faça também sugestões. Sua interação é importante ajuda a manter o blog ativo! Siga o Portal dos Mitos no Youtube, TikTok e Instagram!

10 de abril de 2024

Bunog

۞ ADM Sleipnir

Bunog são uma classe de espíritos oriunda das crenças dos antigos povos habitantes do sul de Iloilo, província localizada na região das Visayas Ocidentais, nas Filipinas. Eles são descritos como cavalos fantasmagóricos que podem ser vistos galopando pela superfície do mar, especialmente durante chuvas ou tempestades. Dizem que emanam um brilho etéreo, o que faz com que muitos acreditem que não passam de miragens. Podem, aqueles que se aproximam deles ou os perturbam podem ter suas embarcações destruídas por eles.

Arte de Von Milano

fonte:
  • STA, S. The Remnants of the Great Ilonggo Nation. [s.l.] Rex Bookstore, Inc., 1997.

PARTICIPE! Deixe seu comentário, elogio ou crítica nas publicações. Faça também sugestões. Sua interação é importante ajuda a manter o blog ativo! Siga o Portal dos Mitos no Youtube, TikTok e Instagram!

8 de abril de 2024

Eingana

۞ ADM Sleipnir

Arte de Rodrigo Viany (Sleipnir)

Eingana é uma divindade criadora pertencente à mitologia aborígene australiana, mas especificamente às crenças do povo Jawoyn, cujo território está localizado no norte da Austrália. Ela é uma serpente primordial oriunda do Tempo do Sonho, e referida como a mãe de todos os seres vivos.

Segundo o mito, Eingana gerou todos os seres vivos que existem dentro de si. Os mesmos foram crescendo dentro dela, mas ao chegar a hora deles saírem de seu ventre, não conseguiam porque Eingana não possuía uma vagina. Incapaz de dar luz a sua criação, Eingana pediu ao deus Barraiya usasse sua lança e abrisse um buraco perto de seu ânus, para que o trabalho de parto pudesse começar. Assim, surgiu a primeira vagina, e os primeiros seres vivos vieram ao mundo.

Eingana também é tida como uma deusa da morte. Conta-se que há uma espécie de tendão que liga todos os seres vivos a ela. Quando esse cordão se rompe, a vida do ser outrora ligado a ela chega ao fim.

Cultura Popular

  • Eingana era um dos muitos espíritos que podiam ser invocados pelos jogadores no finado game Destiny Spirits, para o PS Vita;
  • Eingana dá nome a um planeta presente no game Mass Efect, cujo satélite chama-se Barraiya; 
  • No episódio 101 do anime Yugi-Oh!, o duelista Gansley usa uma carta chamada "Serpente Arco-íris Eingana" durante seu duelo contra Yami Yugi. Quando ela é enviada para o cemitério, todos os monstros que o oponente controla são destruídos.

fontes:

PARTICIPE! Deixe seu comentário, elogio ou crítica nas publicações. Faça também sugestões. Sua interação é importante ajuda a manter o blog ativo! Siga o Portal dos Mitos no Youtube, TikTok e Instagram!

5 de abril de 2024

Sihuhata

۞ ADM Sleipnir

Estátua de um Sihuhata localizada no templo budista Wat Phrathat Doi Khao Kwai, em Chiang Rai

Sihuhata (tailandês สี่หูห้าตา, "quatro ouvidos, cinco olhos") é uma criatura mitológica originária da província de Chiang Rai, no norte da Tailândia, e adorada por sua capacidade de trazer riquezas. Frequentemente vista em estátuas, principalmente na cidade tailandesa de Chiang Mai, ela é representada como uma espécie de urso, macaco ou panda dotado de quatro ouvidos e cinco olhos.

crédito da imagem: canal BlackMoon

Os quatro ouvidos de Sihuhata representam as quatro práticas budistas do dharma: metta (bondade amorosa), karuna (compaixão e generosidade), mudita (alegria empática pelo sucesso e boa fortuna dos outros) e upekha (tranquilidade de espírito).  Já os seus cinco olhos representam os cinco preceitos do dharma budista: abster-se de matar, roubar e mentir; de envolvimento em adultério e outros comportamentos sexuais que prejudicam os outros; e de álcool ou outras substâncias intoxicantes. 

Em lendas do antigo Reino de Lan Na, Sihuhata era visto como uma encarnação de Indra, o rei dos deuses da mitologia védica. Uma dessas lendas fala sobre uma ocasião em que Indra olhava para a Terra e viu um fazendeiro pobre que trabalha extremamente duro, mas nunca acumulava riqueza. Ele também cuidava bem de sua mãe idosa. Indra sentiu grande compaixão por esse fazendeiro e desce à Terra para ver - e testar - sua virtude. Disfarçado como Sihuhata, Indra destrói toda a colheita do fazendeiro. O pobre fazendeiro fica extremamente zangado e amarra Sihuhata a um poste. Ele volta para casa para alimentar e cuidar de sua mãe idosa e depois retorna ao monstro. Sentindo compaixão pela criatura, ele oferece comida e acende um fogo para mantê-la aquecida. Ele sai para fazer algo e, quando volta, fica atônito ao ver a criatura comendo carvão vermelho incandescente. Ele fica ainda mais surpreso quando o monstro começa a defecar pepitas de ouro. Devido à sua compaixão pela criatura que havia tirado todo o seu sustento, o fazendeiro acabou sendo recompensado com essas pepitas de ouro e ficando rico. 

Devido a esta lenda, é comum ver estátuas do Sihuhata defecando ou sentada em pilhas de ouro. Também é comum ver oferendas de carvão deixadas em estátuas do mesmo.

fonte:

PARTICIPE! Deixe seu comentário, elogio ou crítica nas publicações. Faça também sugestões. Sua interação é importante ajuda a manter o blog ativo! Siga o Portal dos Mitos no Youtube, TikTok e Instagram!

3 de abril de 2024

Súileach

۞ ADM Sleipnir

Arte de Hollie Mackay

Súileach ("visão aguçada" ou "cheio de olhos" em irlandês) é uma criatura mitológica irlandesa, dita ter habitado Loch Súilí, um fiorde glacial localizado no condado de Donegal, na Irlanda. Descrita como uma enorme serpente marinha dotada de duzentos olhos em cada lado de sua cabeça, Súileach aterrorizou a região até ser finalmente morto por alguém cuja as fontes discordam sobre a identidade. 

A maioria das fontes atribui a autoria do assassinato de Suileach à São Columba (521– 597 E.C., também conhecido como Columba de Iona, ou, em gaélico, Colm Cille ou Columcille ("pomba da Igreja"), um monge irlandês responsável por reintroduzir o Cristianismo entre os povos Pictos. 

São Columba

Conta-se que São Columba levou um chefe local consigo para ajudá-lo a matar a serpente, mas quando ela surgiu de sua caverna, o chefe fugiu apavorado, deixando o santo enfrentá-la sozinho. Empunhando uma espada, São Columba travou uma épica batalha contra Súileach, ao final da qual ele conseguiu decapitá-la. Depois, Columba caçou o chefe que o havia abandonado, decidido a matá-lo também. Sabendo que não tinha chances contra um homem santo como Columba, o chefe decidiu se submeter ao fio de sua espada, mas antes pediu que Columba limpasse sua lâmina, ainda suja com o sangue de Súileach. Enquanto São Columba limpava sua espada num rio, e a água levava o sangue rio abaixo, sua raiva também se foi, e ele acabou poupando a vida do chefe. 

Arte de Rodrigo Viany (Sleipnir)

fontes:

PARTICIPE! Deixe seu comentário, elogio ou crítica nas publicações. Faça também sugestões. Sua interação é importante ajuda a manter o blog ativo! Siga o Portal dos Mitos no Youtube, TikTok e Instagram!

1 de abril de 2024

A Cabeça do Enforcado

۞ ADM Sleipnir

Arte de Rodrigo Viany (Sleipnir)

A Cabeça do Enforcado é uma lenda paranaense, oriunda da região do Imbocuí, na cidade de Paranaguá. Ela fala sobre um escravo africano, que acabou matando o seu amo devido aos maus tratos que sofreu durante muito tempo. O escravo foi rapidamente julgado e condenado à morte por enforcamento poucos dias depois. 

Naquela época, era um costume cortar a cabeça dos escravos após enforcá-los, e colocá-la sob um poste em um local bem visível e frequentado por outros escravos, para que servisse de exemplo para os mesmos. A cabeça deste escravo em particular foi colocada sob a Fonte da Cambôa, local que era diariamente frequentado por outros escravos. Os escravos que iam à fonte buscar água para seus amos, ao chegarem na ladeira, baixavam a cabeça para não olhar o crânio pendurado. O pavor invadia a alma deles, cheia de crendices e medos. Tinham verdadeiro horror de descer a ladeira ao anoitecer, pois dizia-se que a visão de um corpo sem cabeça vagava desde o escurecer até a alta madrugada, enlouquecendo quem por ali passasse. 

Para os senhores de escravos, essa lenda era um meio seguro de obrigar os cativos ao trabalho, ameaçando-os, caso vadiassem, de mandá-los à fonte durante a noite. Esse costume manteve-se vivo desde o século XVII, nos tempos coloniais, até 1888, quando foi proclamada a abolição da escravatura. Com a Independência do país, muitas leis foram revogadas, e com isso o crânio foi removido do local. Passados mais de 300 anos, a Fonte da Cambôa é hoje um lugar agradável e muito visitado pelos turistas. Já as terríveis histórias do tempo da escravidão cada vez ficam mais distantes e esquecidas.

Fonte da Cambôa nos dias atuais

fonte:

  • AUGUSTO CARNEIRO JR., R. (ED.). Lendas e Contos Populares do Paraná. [s.l: s.n.].

PARTICIPE! Deixe seu comentário, elogio ou crítica nas publicações. Faça também sugestões. Sua interação é importante ajuda a manter o blog ativo! Siga o Portal dos Mitos no Youtube, TikTok e Instagram!

29 de março de 2024

Stratim

 ۞ ADM Sleipnir

Stratim (russo: Стратим) é uma ave lendária referido no Golubinaya Kniga (russo: Голубиная книга,"O Versículo sobre o Livro da Pomba"; um versículo religioso russo medieval datado do século XV) como sendo a mãe de todos os pássaros. Ela possui a forma de um pássaro com a cabeça e o peito de uma mulher, e é tão grande que suas asas podem cobrir o mundo inteiro. Esta criatura majestosa é dita viver no oceano, onde ela costumar dar luz aos seus filhos. Ela era particularmente importante para os marinheiros, pois é capaz de influenciar o clima e criar tempestades (apenas gritando) que afundariam navios com tesouros. 

Stratim é frequentemente mencionada em conexão com Stribog, o deus eslavo governante dos ventos. Segundo alguns, é na verdade o próprio Stribog quem se transforma em pássaro ao descer ao mundo humano. Outros acreditam que Stratim é uma encarnação do deus Veles, divindade padroeira do gado e das artes. 

fontes:

PARTICIPE! Deixe seu comentário, elogio ou crítica nas publicações. Faça também sugestões. Sua interação é importante ajuda a manter o blog ativo! Siga o Portal dos Mitos no Youtube, TikTok e Instagram!

27 de março de 2024

Blodeuwedd

۞ ADM Sleipnir

Arte de ironycat

Blodeuwedd (ou Blodeuedd, "rosto de flor"), é na mitologia celta/galesa a esposa do herói Lleu Llaw Gyffes, protagonista no quarto ramo do Mabinogion. Ela foi especialmente criada pelos magos Math fab Mathonwy e Gwydion com o intuito de burlar a última das maldições lançadas sobre Lleu Llaw Gyffes por sua mãe Arianrhod. Essa maldição era a de que ele jamais poderia se casar com nenhuma mulher "nascida na terra dos homens". 

Gwydion, que era irmão de Arianrhod, já havia ajudado Lleu Llaw Gyffes a se livrar de duas maldições, mas esta última em especial seria difícil para ele sozinho conseguir reverter, então buscou a ajuda de seu amigo, o rei e também poderoso mago Math fab Mathonwy. Juntos, Gwydion e Math reuniram e misturaram flores de carvalho, de giesta e de rainha-dos-prados, e após proferirem poderosos encantamentos, deram origem à Blodeuwedd. Assim que a viu, Llew Llaw Gyffes se apaixonou, e a tomou como esposa.

A Traição de Blodeuwedd

Blodeuwedd era muito bela, porém não correspondia aos sentimentos de Lleu, tanto que, um dia enquanto Lleu havia partido para visitar seu pai de criação, Gwydion, ela acabou traindo-o com um guerreiro/caçador chamado Gronw Pebr.

Blodeuwedd havia resolvido alcançar Lleu alguns dias após ele ter partido. Gronw  era o Senhor de Penllyn, e proprietário de um castelo onde Blodeuwedd decidiu passar à noite, para na manhã seguinte seguir sua viagem. Na hora do jantar, os dois tiveram uma longa conversa, e Blodeuwedd sentiu uma forte atração por Gronw. Gronw também ficou enfeitiçado com sua beleza e, assim, os dois acabaram passando a noite juntos. 

"Blodeuwedd’s Invitation to Gronw Pebr",  pintura de E. Wallcousins.
 

Blodeuwedd deveria partir no outro dia atrás de Lleu, mas Gronw não permitiu. Ela ficou mais um dia, mais um dia, mais outro, até que finalmente os amantes começaram a buscar uma maneira de permanecerem juntos para sempre. Blodeuwedd, entretanto, avisa a Gronw que seu marido é muito forte e possui poderes sobrenaturais que impedem qualquer um de matá-lo da maneira convencional. Gronw então a envia de volta para casa, com o intuito de descobrir uma maneira de matar seu marido. 

Tão logo chegou, Blodeuwedd manifestou para Lleu um falso temor por sua segurança e Lleu tranquilizou-a, revelando-lhe a única forma pela qual ele poderia ser morto. Ele só poderia ser morto se estivesse na beira de um rio, com um dos pés sobre uma banheira e outro sobre uma cabra, e nesse momento fosse ferido por uma lança cuja ponta foi batida durante um ano inteiro e no horário em que todos estão na missa.

Blodeuwedd leva esta informação para Gronw, que começou imediatamente a trabalhar na lança. Um ano depois, Blodeuwedd voltou a conversar com Lleu sobre a maneira como poderia ser morto, mas desta vez ela diz que não consegue imaginar nenhum homem ficar parado com um pé na borda de uma caldeirão e outro em uma cabra, sem perder o equilíbrio. Rindo da curiosidade de sua esposa, Lleu se dispôs a mostrá-la. Colocou o pé direito sobre o caldeirão e o outro sobre a cabra, e foi neste exato momento que ele acabou sendo golpeado pela lança preparada e atirada por Gronw. Ferido, Lleu transformou-se em uma águia que voou para longe, enquanto gritava de dor.

Arte de Alan Lee

Blodeuwedd e Gronw retornaram ao castelo, absolutamente certos que seriam felizes para sempre. Mas Gwydyon, muito triste e aborrecido com o que havia sucedido, partiu em busca de Lleu, encontrando-o empoleirado sobre uma árvore de carvalho. Após transformá-lo de volta em um humano, Gwydion levou Lleu até Math, e juntos trabalharam para recuperá-lo.

Após recobrar a saúde, Lleu exigiu ter sua vingança contra os dois traidores, e Gwydyon prontamente concordou em ajudá-lo. Reunindo um exército, Lleu foi até Gronw, que implorou por seu perdão, oferecendo-lhe qualquer coisa que ele quisesse em troca de poupar sua vida. Lleu recusa sua oferta, alegando que tudo que ele tinha agora já lhe pertencia, inclusive sua mulher. Para ficarem quites, Lleu exigiu que Gronw recebesse um golpe de sua lança, assim como o mesmo havia feito com ele. Gronw concorda em receber o golpe, com a condição de colocar uma grande pedra entre ele e Lleu. Lleu permite que Gronw faça isso e então atira a lança com tanta força que ela perfura a pedra, matando seu rival. Uma pedra furada localizada na região de Ardudwy, noroeste de Gales, é conhecida como Llech Ronw (Pedra de Gronw).

Blodeuwedd, que assistiu ao duelo,  tentou fugir mas foi alcançada por Gwydyon, seu criador. Usando sua magia, ele a transformou em uma coruja,  a criatura odiada por todos os outros pássaros, proclamando:

-Você não ousará mostrar seu rosto nunca mais à luz do dia, e isso será por causa da inimizade entre você e todos os outros pássaros. Será da natureza deles assediá-lo e desprezá-lo onde quer que o encontrem. 

fontes: 
  • As Mais Originais Histórias da Mitologia Galesa, de Carmen Seganfredo;
  • Contos e Lendas da Mitologia Celta, de Christian Leourier;
PARTICIPE! Deixe seu comentário, elogio ou crítica nas publicações. Faça também sugestões. Sua interação é importante ajuda a manter o blog ativo! Siga o Portal dos Mitos no Youtube, TikTok e Instagram!

25 de março de 2024

Mawu-Lisa

 ۞ ADM Sleipnir

Arte de Joyce Maureira

Mawu-Lisa é uma divindade criadora pertencente à mitologia dos povos Fon, no Benin. A divindade é na verdade uma combinação de dois deuses, Mawu e Lisa, que eventualmente se fundiram formando um único ser com duas faces. Juntos, tiveram sete filhos, que se tornaram os vodun (deuses) mais importantes do panteão Fon.

A natureza dual do deus representa o equilíbrio entre os elementos opostos do universo. Mawu é o aspecto feminino da divindade, associado à maternidade, gentileza, perdão e fertilidade. Ela representa a terra, o oeste, a lua, a noite e o sol nascente. Já Lisa, o aspecto masculino, está associado à força, poder e virilidade. Ele representa o céu, o leste, o sol, o dia e o pôr do sol.

Arte de Raquel dos Reis


Mawu-Lisa é mais conhecida por assumir a criação do mundo, após sua mãe, a divindade suprema, Nanã-Buruku, se retirar. Mawu-Lisa criou os outros deuses, a terra e toda a vida. Ela também foi responsável por impor ordem ao universo e atribuir um reino diferente a cada vodun.

A Criação do Mundo

O mito da criação Fon afirma que uma grande serpente cósmica chamada Aido-Hwedo carregava Mawu-Lisa em sua boca enquanto ela moldava a terra. Os movimentos da serpente criaram as curvas da paisagem, como as colinas e vales. Onde quer que a serpente e a divindade descansassem, Aido-Hwedo deixava montes de excremento que foram usados por Mawu-Lisa para formar as montanhas.

Uma vez que Mawu-Lisa terminou de criar o mundo, ela ordenou que Aido-Hwedo se enrolasse em um círculo sob a terra para sustentá-la. Sempre que a serpente se movia, a terra tremia; quando ela girava ao redor da terra, fazia os corpos celestes se moverem. Por isso, a serpente é considerada a fonte de terremotos e outros fenômenos naturais.

Gerando deuses e criando os humanos

No primeiro dia após criar o mundo, Mawu-Lisa deu à luz sete filhos, que se tornariam os principais deuses do panteão Fon. No mesmo dia, Mawu-Lisa também criou os seres humanos com argila. No segundo dia, a divindade tornou a terra habitável para a vida humana. No terceiro dia, ela deu aos humanos a capacidade de ver e falar, enquanto no último dia, os humanos receberam as habilidades e conhecimentos de que precisariam para sobreviver.

Dividindo os domínios entre seus filhos

Mawu-Lisa então começou a dividir os reinos do mundo entre seus filhos. O filho mais velho, Sakpata, recebeu o domínio sobre a terra. Sogbo, o segundo filho, tornou-se o deus do trovão e do relâmpago. Agbe recebeu o domínio sobre os mares e toda a vida marinha. Age tornou-se o deus da caça, enquanto Gu foi nomeado o deus do ferro. Djo tornou-se o deus do ar. Mas quando Mawu-Lisa chegou ao seu sétimo e último filho, Legba, não havia mais reinos para dar. Por causa disso, Legba tornou-se o mensageiro de Mawu-Lisa - o único deus que pode viajar livremente entre todos os reinos.

Arte de Harry M Willians

fontes:
PARTICIPE! Deixe seu comentário, elogio ou crítica nas publicações. Faça também sugestões. Sua interação é importante ajuda a manter o blog ativo! Siga o Portal dos Mitos no Youtube, TikTok e Instagram!

22 de março de 2024

Orang Minyak

۞ ADM Sleipnir


Orang Minyak ("homem oleoso" em malaio) é uma criatura oriunda de lendas urbanas da Malásia, dita atacar e violar mulheres virgens e solteiras durante a noite. Mencionado pela primeira vez em uma reportagem do jornal cingapuriano Berita Harian, em 12 de outubro de 1957, o Orang Minyak é geralmente descrito como uma entidade humanóide, completamente nua ou usando uma sunga preta, e com o corpo coberto por uma espécie de óleo preto. Algumas histórias dizem que sua cobertura se trata de óleo de coco misturado com fuligem. Na cultura popular, ele é muitas vezes retratado coberto de petróleo bruto, refletindo os avanços industriais locais. Sua aparência o ajuda a permanecer invisível na escuridão, além de ajudá-lo a escapar caso seja pego em flagrante e tentem segurá-lo.

Arte de denfadly

Uma versão da lenda afirma que o Orang Minyak é um feiticeiro humano que se tornou uma criatura sobrenatural através da arte das trevas. Outra versão, popularizada graças ao filme "Sumpah Orang Minyak" (A Maldição do Homem Oleoso) de 1958, o Orang Minyak era um homem que foi amaldiçoado em uma tentativa de reconquistar sua amada com magia. O diabo ofereceu ajuda ao homem, concedendo-lhe poderes das artes negras, mas apenas se ele o adorasse e viola-se 21 virgens dentro de uma semana. Como o homem não foi capaz de cumprir o trato, acabou se transformando nessa medonha criatura.

Desde os primeiros relatos na década de 50, o Orang Minyak tem sido associado a casos de estupro, levando as mulheres a usarem táticas supersticiosas para evitar o encontro com ele, como por exemplo vestir roupas suadas para "dar a aparência de alguém que tinha acabado de estar com um homem". Jornais da Malásia ocasionalmente relatam avistamentos associados ao Orang Minyak. Em 2012, moradores da aldeia de Kampung Laksamana, em Gombak, Selangor, Malásia, afirmaram ter visto e ouvido a criatura nas proximidades. Vários anos antes, jornais locais veicularam relatos sensacionalistas de um estuprador armado com faca e coberto de óleo, supostamente imitando o Orang Minyak.

O escritor, investigador e cético americano Benjamin Radford descreveu as histórias envolvendo o Orang Minyak como sendo "enraizadas em mitos e folclore" e caracterizou as supostas habilidades do mesmo como "improváveis". De acordo com Radford, "se uma pessoa realmente se cobrisse dessa forma, as mãos e os pés gordurosos tornariam difícil girar maçanetas ou correr, sem mencionar subir pelas laterais de edifícios ou agarrar um cativo lutando".

fontes:

PARTICIPE! Deixe seu comentário, elogio ou crítica nas publicações. Faça também sugestões. Sua interação é importante ajuda a manter o blog ativo! Siga o Portal dos Mitos no Youtube, TikTok e Instagram!

20 de março de 2024

Thakáne, a Matadora de Dragões

 ۞ ADM Sleipnir

Arte de Rodrigo Viany (Sleipnir)

Thakáne é uma princesa e heroína de uma lenda do povo africano Basotho (também conhecido como Sotho), conhecida pela alcunha de matadora de dragões. Ela e seus irmãos mais novos eram filhos de um chefe Basotho, o qual juntamente com a sua mãe, acabaram morrendo enquanto ela e seus irmão ainda eram pequenos. Essa fatalidade fez com que Thakáne ficasse responsável por criar seus irmãos, cuidando de todas as suas necessidades até que se tornassem grandes guerreiros. 

Quando seus irmãos atingiram a maioridade, Thakáne os levou para o mophato (uma espécie de escola de treinamento de guerreiros nas montanhas). Após meses de treinamento, eles estavam prontos para se formarem, porém surgiu um problema. Era um costume do seu povo dar a um guerreiro graduado uma vestimenta e um escudo feito de peles de animais mortos por seus pais. Thakáne havia preparado peles de grandes bestas (como leões e outros predadores) para esse propósito, mas seus orgulhosos irmãos não achavam que essas peles eram boas o suficiente. Em vez disso, eles queriam a pele de um Nanaboleleuma espécie de dragão aquático, comumente representado como uma espécie de crocodilo, que emitiam uma luz fluorescente no escuro e sempre estavam cercados por uma nuvem de fumaça vermelha quando se aproximavam. Eles eram temíveis e extremamente difíceis de matar - ir atrás de um nanabolele era frequentemente considerado uma missão suicida. No entanto, Thakáne sabia que se o pai deles estivesse vivo, ele o faria. Coube a ela cumprir a tarefa em seu lugar. 


Após reunir alguns guerreiros da tribo para acompanhá-la, Thakáne partiu em sua missão. Durante sua jornada, ela cantou a seguinte canção:

“Nanabolele, nanabolele!

Meus irmãos não vão deixar o mophato, nanabolele!

Eles querem escudos de nanabolele, nanabolele!

E os sapatos que eles querem de nanabolele, nanabolele!

E as roupas que eles querem de nanabolele, nanabolele!

E chapéus que eles querem de nanabolele, nanabolele!

E lanças eles querem de nanabolele, nanabolele! ”

Tão logo Thakáne terminou de cantar, as águas de um riacho próximo se abriram e um sapo saltou para fora dele.

-Kuruu, Siga em frente! - disse o sapo para ela. Thakáne continuou indo de rio em rio, seguindo as instruções dadas por sapo após sapo, até que finalmente encontrou o rio mais largo e profundo até então. Ela cantou sua música, mas ninguém respondeu. Então ela jogou um pouco de carne, seguida por um boi inteiro, mas nada aconteceu.

Finalmente, as águas se agitaram e uma anciã surgiu, cumprimentando Thakáne e convidando-a a seguí-la. Thakáne acompanhou a anciã para dentro do rio, seguida por sua comitiva. Para sua surpresa, havia sob o rio uma aldeia, seca e respirável. Mas não havia ninguém lá. O local era vazio e silencioso como um túmulo.

- Onde estão todos, Vovó? - disse Thakáne à sua guia. 

- Ai de mim - disse a velha senhora. - Os nanaboleles devoraram todos! Adultos, crianças, gado, ovelhas, cachorros, galinhas, todos! Somente eu fui poupada, por ser velha e dura demais para comer, então eles me obrigam a fazer o trabalho deles.

- Então estamos realmente em perigo - disse Thakáne.

A anciã os instruiu a se esconderem, levando-os até um buraco profundo que ela cobriu com juncos. Pouco tempo depois de Thakáne e seus amigos terem se escondido, os Nanaboleles voltaram para a aldeia, parecendo um enorme rebanho de bois. As criaturas brilhavam, como a lua e as estrelas, mas não dormiam, farejando intensamente. "Sentimos cheiro de pessoas!" eles rosnavam. Mas não encontraram nada e, eventualmente, cansaram e foram dormir.

Essa era a oportunidade que Thakáne esperava. Ela e seus companheiros emergiram do esconderijo e, escolhendo o maior nanabolele, o massacraram rapidamente antes que ele pudesse acordar os outros. Em seguida, eles o esfolaram em silêncio e se prepararam para partir.

Arte de Jason Porath (rejectedprincesses.com)

Antes de partirem, a senhora entregou uma pequena pedra a Thakáne, dizendo-lhe: -“Os nanaboleles iram segui-los. Quando você ver uma nuvem de poeira vermelha contra o céu, eles estarão no seu encalço. Esta pedra irá te salvar deles ... ”

O amanhecer mal havia começado quando Thakáne avistou a nuvem de poeira vermelha, indicando que os Nanaboleles estavam perseguindo-os. Então, ela rapidamente deixou cair a pequena pedra no chão e ela cresceu, tornando-se uma enorme montanha. Thakáne e seus companheiros a escalaram e se refugiaram em seu topo, enquanto os Nanaboleles se esgotavam tentando escalá-la. Então, enquanto os répteis descansavam para recuperar o fôlego, a montanha encolheu e se transformou novamente em uma pequena pedra, a qual Thakáne recolheu e continuou a fugir, com os Nanaboleles perseguindo-a. 

O processo de derrubar a pedra que se transforma em montanha, escalá-la e fazer os Nanaboleles se cansarem tentando escalá-la se repetiu durante dias, até Thakáne finalmente retornar a sua tribo. Lá, ela reuniu todos os cães da aldeia e partiu para cima dos Nanaboleles, que aterrorizados, deram meia volta e correram de volta para a aldeia abandonada sob o rio. Só restava uma coisa a fazer. A pele de Nanabolele que Thakáne havia obtido foi cortada e transformada em itens de vestuário, armadura e armas, e a própria Thakáne os levou para seus irmãos no mophato. Ninguém jamais tinha visto itens tão maravilhosos, e os irmãos de Thakáne a recompensaram generosamente pelo seu esforço, dando-lhe cem cabeças de gado.

Arte de ignesfatuis

fontes:

PARTICIPE! Deixe seu comentário, elogio ou crítica nas publicações. Faça também sugestões. Sua interação é importante ajuda a manter o blog ativo! Siga o Portal dos Mitos no Youtube, TikTok e Instagram!
Ruby