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31 de janeiro de 2023

Dushara

۞ ADM Sleipnir

Escultura atribuída a Dushara, preservada no Museu Nacional de Damasco

Dushara (em árabe: ذو شرى, Dhu'l-Shara"Senhor da Montanha"; também chamado Dhu Shara, Dusares (latim), Dousares (grego), Dusura, Orotalt) foi um deus árabe pré-islâmico adorado pelos nabateus em Petra e em Madain Saleh. Ele era venerado como um deus supremo pelos nabateus, sendo associado ao sol, a vegetação, ao clima, às fontes de água doce e claro, às montanhas. Segundo algumas inscrições safaiticas, Dushara era filho da deusa Al-Lat (identificada com a babilônica Ishtar e a semítica Astarte). 

O ídolo do deus era um baetil, um grande bloco retangular de pedra situado perto de uma fonte sagrada e de uma área de vegetação selvagem. O povo permitia que a vegetação nessa área atribuída a Dushara crescesse naturalmente e não fosse perturbada, a fim de obter o favor e a proteção dos deuses.

Dushara tinha um grande templo na cidade de Petra, onde sua adoração era conhecida pelos romanos da Arábia, que o chamavam de Dusares. Como resultado de um extenso contato com os romanos, o culto de Dusares foi eventualmente trazido do norte da Arábia para a Itália por mercadores nabateus. O deus também era conhecido pelos gregos, que o associavam à Zeus (no papel de deus supremo do seu panteão) e a Dioniso (como um deus associado à vegetação).

Baetil supostamente associado à Dushara, localizado ao longo do desfiladeiro que leva a Petra, na Jordânia.


fontes:
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30 de janeiro de 2023

Enbarr

۞ ADM Sleipnir


Enbarr (também Énbarr, Aenbharr ou Aonbharr Mhanannáin) é na mitologia irlandesa um belo cavalo branco capaz de viajar sobre a terra e sobre o mar, sendo tão rápido quanto o vento.Ao seu nome, foram atribuídos vários significados em dicionários e glossários medievais, entre eles "espuma", "supremacia única",  "única ou incomparável juba" e ainda "ela tinha uma cabeça de pássaro", este último dando a entender que Enbarr era na verdade uma égua.

Originalmente, Enbarr era uma das posses mágicas do deus do mar Manannan mac Lir, mas o mesmo o colocou á disposição de seu filho adotivo, Lugh Lamhfada. Na história Oidheadh ​​Chlainne Tuireann ("O destino dos filhos de Tuireann"), Lugh recusou-se a emprestar Enbarr aos filhos de Tuireann, o que acabou obrigando-o a emprestá-los o barco autônomo Sguaba Tuinne ("varredor de ondas"). 


Enbarr também é associado à Niamh, filha de Manannan mac Lir e rainha de Tír na nÓg, a "Terra da Eterna Juventude". Ela era amante do poeta-herói Oisín, o qual ela havia levado para viver com ela em Tír na nÓg. Certo dia, vendo a angústia que ele sentia por não saber como seus amigos e família estavam, Niamh permitiu que Oisín os visitasse montando Enbarr. Porém, ele não poderia descer de suas costas, ou então perderia sua juventude.

De volta ao lar, Oisín ficou surpreso, pois tudo estava diferente de quando ele partiu. Ele viu um grupo de homens tentando levantar uma placa de mármore, coisa que em seu tempo um homem apenas era suficiente para fazê-lo. Ele se ofereceu para ajudá-los, e ao puxar a placa, a sela de Enbarr arrebentou e Oisín acabou caindo no chão. Instantaneamente, Enbarr desapareceu, e Oisín se transformou em um homem decrépito. O que para Oisín haviam sido apenas três anos longe de casa haviam sido na verdade trezentos anos.

Arte de Tinkerbelcky


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27 de janeiro de 2023

Sarangay

 ۞ ADM Sleipnir


Sarangay é uma criatura demoníaca pertencente ao folclore do povo filipino Ibanag. Ela é descrita como um semelhante ao Minotauro das lendas gregas, possuindo um corpo metade touro/búfalo, metade humano e bem forte e musculoso. Suas orelhas são adornadas por jóias ou pedras preciosas, que brilham como brasas no escuro e as quais acredita-se que fornecem ao Sarangay força e poderes sobrenaturais.

Tais jóias são o alvo da cobiça de ladrões, que eventualmente partem em busca de obte-las. Porém, aqueles que são tolos o suficiente para encarar um Sarangay acabam obtendo apenas uma morte brutal e sangrenta.

Dizem que quando um Sarangay fica irritado, ele expele fumaça pelas narinas.






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26 de janeiro de 2023

Atahensic

۞ ADM Sleipnir

Arte de Gianina Villagrán

Atahensic (ou Ataensic, também conhecida como "A Mulher que Caiu do Céu" ou simplesmente "Mulher do Céu") é uma deusa dos povos indígenas Iroquoi e Huron. Ela é vista como um antepassado primordial dessas tribos, e desempenha um papel central no seu mito de criação.

De acordo com o mito, Atahensic vivia em um mundo localizado acima do céu. Tudo ia bem até que um dia ela ficou grávida e acabou caindo desse mundo, e os motivos para a sua queda são variados. Algumas histórias dizem que ela caiu enquanto perseguia um urso, outras dizem que seu marido, o Grande Espírito, arrancou a árvore celestial que ficava localizada no centro desse mundo e a empurrou através do buraco deixado para trás, ou ainda ela caiu sozinha enquanto olhava através do buraco.

Enquanto caía, Atahensic foi amparada por um grupo de patos que voaram abaixo dela e retardaram a sua descida. Ao finalmente pousar, ela se deparou com um vasto local aquoso, sem nenhuma terra à vista. Uma tartaruga emergiu das águas e permitiu que ela repousasse em suas costas. Enquanto isso, um rato almiscarado mergulhou sob a água e trouxe lama para formar a terra. Logo depois, Atahensic deu à luz filhos gêmeos, Tarachiawagon e Tawiscara, que criaram todas as características naturais da terra e do céu. De acordo com uma versão do mito, Atahensic deu à luz uma filha, Tekawerahkwa, e essa mulher era na verdade a mãe dos gêmeos.


Em algumas tradições iroquesas, os gêmeos representam o bem e o mal, enquanto em outras, nenhum deles é mau, mas Tawiscara representa destruição, morte, noite e o inverno em oposição a Tarachiawagon que representa criação, vida, dia e o verão. Em muitas versões do mito, Atahensic favoreceu Tawiscara, geralmente porque este a enganou fazendo-a pensar que Tarachiawagon matou Tekawerahkwa, mas às vezes porque a própria Atahensic desaprovava as criações humanas de Tarachiawagon e seus caminhos. Em outras versões, Atahensic apoia os dois igualmente, declarando que deve haver vida e morte no mundo. 

Atahensic é associada à lua por muitos iroqueses, sendo também chamada de Avó Lua. Em algumas tradições, ela se transformou na lua; em outras, Tarachiawagon transformou seu corpo em sol, lua e estrelas após sua morte; e em outras ainda, foi a própria Atahensic quem criou o sol, a lua e as estrelas.

Outras grafias de seu nome: Ata-en-sic, Ataentsic, Ataensiq, Aataentsic, Athensic, Ataensie, Eataentsic, Eyatahentsik, Iaataientsik, Yatahentshi; Iotsitsisonh, Iotsitsisen, Iottsitison, Iottsitíson, Atsi'tsiaka:ion, Atsi'tsiakaion, Ajinjagaayonh; Iagen'tci, Iagentci, Eagentci, Yekëhtsi, Yagentci; Awenhai, Awenha'i, Awenha:ih; Wa'tewatsitsiané:kare; Aientsik, Aentsik.


fontes:
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25 de janeiro de 2023

Vovó do Mangue

۞ ADM Sleipnir

Arte de Rodrigo Viany (Sleipnir)

A Vovó do Mangue é uma entidade protetora dos manguezais, pertencente ao folclore baiano, em particular ao folclore local da cidade de Maragojipe. Dizem que ela é uma velha de personalidade rabugenta, e que castiga aqueles que fazem mal ao manguezal na região. Aqueles que já viram a Vovó do Mangue a descrevem como uma velha de pele escura e enrugada e uma perna só, sempre com um lenço na cabeça e com um cachimbo ou charuto na boca, vestida de farrapos.

Os pescadores locais costumam sempre oferecer-lhe charuto, aguardente e um dente de alho antes de saírem para pescar. Dizem que os que o fazem recebem a proteção da Vovó do Mangue, e a garantia de que conseguirão retornar para casa ao fim do dia. Já aqueles que não respeitam nem a ela, muito menos o manguezal, a Vovó do Mangue castiga fazendo com que fiquem desnorteados e se percam no meio do mangue.

A Vovó do Mangue é associada a Nanã, entidade do candomblé, deusa dos mistérios e orixá das águas paradas, bem como protetora dos manguezais, lagos e pântanos.

fonte:

    • FREITAS, A.C.; CARDOSO, I.S.; JOÃO, M.C.A.; KRIEGLER, N. & PINHEIRO, M.A.A. 2018. Lendas, misticismo e crendices populares sobre manguezais, Cap. 5: p. 144-165. In: Pinheiro, M.A.A. & Talamoni, A.C.B. (Org.). Educação Ambiental sobre Manguezais. São Vicente: UNESP, Instituto de Biociências, Câmpus do Litoral Paulista, 165 p.




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    24 de janeiro de 2023

    Wuzhiqi

    ۞ ADM Sleipnir

    Wuzhiqi (chinês 巫支祁) foi na mitologia chinesa um dos vários monstros causadores de desastres aos humanos que foram confrontados pelo lendário Yu, o Grande. Ele é descrito como um macaco com um tronco verde, cabeça branca, olhos amarelos e patas brancas. Seu pescoço podia atingir quase trinta metros de comprimento quando esticado, e sua força física era equivalente a de nove elefantes. Além disso, ele era eloquente, esperto e rápido em agir.

    Segundo o mito, Wuzhiqi habitava o rio Huai, um dos principais rios da China, onde juntamente com seu séquito provocava tempestades e enchentes que interferiam e prejudicavam o trabalho de Yu na região. Para por um fim em suas ações, Yu convocou a ajuda dos deuses e espíritos das montanhas, incluindo alguns que serviam Wuzhiqi mas que temiam Yu e se renderam a ele. Mesmo com muitos aliados, Yu teve dificuldades em atrair Wuzhiqi e confrontá-lo. Após falhar várias vezes, Yu descobriu que um de seus aliados, Gengchen (庚辰), tinha os dons necessários para dominar Wuzhiqi. Gengchen derrotou os servos que Wuzhiqi ainda tinha ao seu lado, e depois o confrontou pessoalmente. Uma vez derrotado, Wuzhiqi foi acorrentado ao sopé da Montanha Guifeng.  A partir de então o rio Huai passou a estar sob controle, e Wuzhiqi nunca mais causou nenhum distúrbio.

    Arte de Weibin Qiu

    Protótipo do Rei Macaco

    Segundo alguns escritores e historiadores, Wuzhiqi foi a inspiração para o autor Wu Cheng'en criar Sun Wukong, o Rei Macaco, protagonista do clássico chinês Jornada ao Oeste. Alguns inclusive propuseram que Sun Wukong foi influenciado não só por Wuzhiqi, mas pelo deus macaco hindu Hanuman, dentre outras histórias envolvendo macacos míticos.


    fontes:

    • World Mythology: a Very Short Introduction, por David A. Leeming;
    • Handbook of Chinese Mythology, por Lihui Yang e Deming An;
    • Chinese Mythology A to Z, por Jeremy Roberts;
    • https://en.wikipedia.org/wiki/Wuzhiqi

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    23 de janeiro de 2023

    Bysen

    ۞ ADM Sleipnir


    Bysen (também conhecido como Skogsväsen, literalmente “criatura da floresta”) é uma espécie de criatura ou espírito pertencente ao folclore sueco, o qual dizem assombrar os bosques da ilha de Gotland. Ele é conhecido como um criador de travessuras, principalmente contra os madeireiros de Gotland, provocando atrasos e tombamentos no transporte de cargas de madeira. Um Bysen também faz com que aqueles que encontra nos bosques se percam e não consigam achar o caminho de casa, ou então faz com que estes não sejam capazes de vê-lo novamente. Nos dois casos, basta vestir suas roupas ao contrário para quebrar o encanto.

    Na maioria das vezes, um Bysen assume a forma de um ser parecido com um gnomo, mas ocasionalmente ele pode ser visto como um toco de árvore, assim como na forma de outras criaturas que vivem nos bosques. Quando está em sua forma de gnomo, um Bysen às vezes usa um chapéu ou capuz vermelho, roupas cinzas e carrega um machado consigo. Esse machado é usado por ele para derrubar árvores, porém devido ao seu tamanho e força diminutos, um Bysen só consegue derrubar uma árvore por século.

    Algumas fontes dizem que um Bysen é o espírito de alguém que cometeu crimes durante sua vida, e após a morte foi condenado a vagar pela terra para sempre. Já outras dizem que os Bysen são pessoas que enganaram outras movendo marcadores de fronteiras de um lugar para outro com o intuito de aumentar suas propriedades, sendo condenadas a percorrerem as fronteiras marcadas erradas e restaurá-las a suas marcações originais. Essa versão o torna semelhante a outra criatura, Deildegast, pertencente ao folclore norueguês. Dizem que é possível ouvi-lo murmurar: "Isso está certo, isso está errado" enquanto move os marcadores que encontra para os seus devidos lugares. Dizem que se um humano seguir um Bysen e o ajudá-lo (sem ser visto) a mover os marcadores para os lugares certos, ele poderá em fim descansar em paz.


    fontes:
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    20 de janeiro de 2023

    Ilomba

    ۞ ADM Sleipnir


    Um Ilomba (plural: Malomba; também conhecido como Mulombe, Mulolo, Sung’unyi ou Ndumba) é um dos vários espíritos familiares associados a feiticeiros e bruxaria na Zâmbia. Malomba assemelham-se a serpentes comuns, com exceção de suas cabeças que possuem forma humana e compartilham as características e emoções de seus donos. 

    Malomba são obtidos por meio de feitiçaria, quase sempre com o propósito de roubar ou matar algum inimigo. Logo, qualquer um suspeito de possuir um ilomba certamente está tramando algo ruim. Dito isso, chefes de tribos e caçadores costumam ter seu próprio Ilomba para protegê-los do ataque de outros. Os proprietários de malomba são quase sempre do sexo masculino.

    Feiticeiros podem criar um Ilomba de várias maneiras. Geralmente, uma mistura de certos compostos e água é preparada e colocada em um pedaço de casca. Cinco chifres de duiker (uma espécie de antílope) são colocados ao lado da casca. Uma trança de luwamba ou mbamba (uma espécie de grama pontiaguda) é feita com cerca de 38-45 centímetros de comprimento e 1,2-2,5 centímetros de largura e os chifres de duiker são colocados em uma extremidade desta trança. As aparas das unhas do futuro mestre do ilomba são colocadas nos chifres e uma amostra de sangue retirada da testa e do peito do mesmo é inserido na mistura. Parte dela é bebida pela pessoa, enquanto o resto é espalhado na trança com uma segunda trança luwamba. 

    Após a primeira aspersão, a trança fica branca como cinzas. A segunda aspersão a transforma em uma serpente. A terceira lhe confere uma cabeça e ombros que imitam perfeitamente a pessoa, incluindo qualquer joia que ele esteja usando. Os ombros logo desaparecem, restando apenas a cabeça. O Ilomba então se dirige ao seu mestre. -“Você me conhece e me reconhece? Vê que nossos rostos são semelhantes? Quando o mesmo responde afirmativamente às duas perguntas, recebe o Ilomba.


    Uma vez obtido, um Ilomba viverá onde o seu mestre desejar, mas geralmente isso ocorre em juncos à beira do rio. Logo, ele faz sua primeira demanda pela vida de uma pessoa, e o seu mestre pode então designar o alvo escolhido para que o Ilomba o mate. Um Ilomba pode matar sua vítima de duas formas: consumindo sua sombra ou sua carne. No caso da segunda opção, o Ilomba pode engolir a sua vítima totalmente. Terminada sua refeição, ele retorna e rasteja sobre seu proprietário, lambendo-o. Aqueles que possuem um Ilomba tornam-se elegantes, robustos e limpos, possuem uma vida longa e não morrem até que todos os seus parentes estejam mortos. No entanto, tudo isso tem um preço muito alto, pois o Ilomba terá fome novamente e continuará a consumir vidas humanas. Se por algum motivo ele não puder se alimentar, seu dono ficará fraco e doente até que o Ilomba consiga se alimentar novamente.

    À longo prazo, a situação fica insustentável pois o número incomum de mortes acaba sendo notado, e um feiticeiro pode ser chamado para localizar o esconderijo do Ilomba e eliminá-lo. Para matar um Ilomba, deve-se borrifar um remédio especial chamado nsompu ao redor do covil suspeito. Isso faz com que o nível da água aumente e o solo estremeça. Primeiro peixes, depois caranguejos, e finalmente o próprio Ilomba irá aparecer. Por causa de seus laços espirituais e sanguíneos com seu mestre, se o Ilomba for ferido, o mesmo ocorre com o seu mestre. Se o Ilomba é morto, seu mestre também morre.


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    19 de janeiro de 2023

    Ahyualune

    ۞ ADM Sleipnir

    Ahyualune (Ахьюалуне, literalmente "sujeito"; também Ahjualune ou Podpechnik) é no folclore estoniano um espírito glutão do lar, dito habitar abaixo do fogão ou do assoalho da casa. Sob a forma de um homenzinho barbudo e portando uma grande concha, conta-se que ele costuma aparecer quando a comida já está pronta, e pede para que lhe deixem provar um pouco dela. Caso tenham pena dele e atendam o seu pedido, o Ahyualune come absolutamente tudo o que estiver cozinhado em um instante, e desaparece em seguida, deixando todos com fome.

    Possivelmente, o Ahyualune trata-se de uma variação de outro espírito do lar, o russo Domovoi.



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    18 de janeiro de 2023

    Pistoleiro do Tarana

    ۞ ADM Sleipnir

    Arte de Rodrigo Viany (Sleipnir)

    O Pistoleiro do Tarana é um misterioso ser pertencente ao folclore da região do Tarana, uma área de pesca localizada na foz do rio Caeté, em Bragança, no Pará. Dizem que em certas noites do ano, ele solta fogos de artifício no interior do manguezal, porém ninguém nunca o viu, além dos sons dos fogos e das luzes emitidas por ele. 

    Um pescador e morador da Vila do Bonifácio, em Bragança, chamado Elder do Rosário, relatou ter visto pessoalmente tais luzes no manguezal. Segundo ele, muitos já se arriscaram adentrar o mangue seguindo a direção das luzes, no intuito de descobrir quem “disparava” os fogos, mas sempre acabava em vão. Ninguém nunca conseguiu encontrar o responsável, mesmo chegando bem próximos ao local. Existem relatos na região que falam sobre um tipo de luz que aparece dentro do mangue, mas como um único ponto, que atrai a atenção do caranguejeiro ou pescador, que começa a segui-la como se estivesse em transe e, quando “desperta”, pode estar prestes a se acidentar em quedas de barrancos ou a afundar em atoleiros. Essa luz é classificada por eles como uma “misúra”, ou seja, uma entidade que gosta de fazer mal às pessoas, diferente das “visagens” que podem apenas proteger o manguezal, castigando aqueles que degradam o ambiente.

    Origem do nome

    O nome Pistoleiro do Tarana vêm do fato de certos tipos de fogos de artifício serem conhecidos popularmente no Pará como pistolas.

    fonte:

    • FREITAS, A.C.; CARDOSO, I.S.; JOÃO, M.C.A.; KRIEGLER, N. & PINHEIRO, M.A.A. 2018. Lendas, misticismo e crendices populares sobre manguezais, Cap. 5: p. 144-165. In: Pinheiro, M.A.A. & Talamoni, A.C.B. (Org.). Educação Ambiental sobre Manguezais. São Vicente: UNESP, Instituto de Biociências, Câmpus do Litoral Paulista, 165 p.



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    17 de janeiro de 2023

    Tenenet

    ۞ ADM Sleipnir

    Tenenet (TjenenetTjenenyet, Tenenit) era na mitologia egípcia uma deusa associada à cerveja e a sua fabricação, e seu nome pode ter sido derivado da palavra "tenemu", que significa cerveja. Ela era retratada como uma mulher usando um cocar com o símbolo do útero de uma vaca, ligando-a à deusa do parto Meskhenet (que também usava o mesmo cocar) e associando-a a nascimentos reais.

    Durante o Império Médio, Tenenet foi considerada uma das esposas do deus da guerra tebano Montu (a outra era Iunit). Quando Amon se tornou o deus do estado e foi ligado a Montu, ela foi absorvida por Mut, embora ainda fosse referida em conexão com Montu-Ra. 

    Tenenet tornou-se mais proeminente durante o período Ramsida do Novo Reino, mas depois caiu em relativa obscuridade. Ela às vezes é confundida ou fundida com a deusa Raet (também conhecida como Raettawy), que era uma forma feminina de Ra, mas essa associação pode ser acidental, pois ocasionalmente as duas são retratadas juntas.

    O principal centro de culto de Tenenet era Hermothislocalizado a cerca de 20 quilômetros ao sul de Tebas. Acredita-se que os antigos egípcios adoravam Ísis em Hermothis por intermédio de Tenenet.


    fonte:
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    16 de janeiro de 2023

    Masaki gitsune

    ۞ ADM Sleipnir

    Arte de Matthew Meyer

    Masaki gitsune (japonês 政木狐 ou まさきぎつね, "Masaki, a raposa") é uma poderosa kitsune de nove caudas presente no romance épico Nansō satomi hakkenden (“As Crônicas dos Oito Cães”) de Kyokutei Bakinfinalizado em 1842.

    De acordo com a história, há muito tempo uma kitsune grávida se abrigou sob as tábuas do assoalho do castelo Shinobu no Oka, o qual estava sob a supervisão de um homem chamado Kawagoi Moriyuki. Moriyuki tinha uma esposa muito gentil, que ao tomar conhecimento da kitsune, permitiu que ela permanecesse lá até dar à luz. O companheiro da kitsune costumava visita-la, trazendo sempre algo para ela comer, porém um dia acabou sendo capturado e morto por um lacaio chamado Kaketa Wanazō. A esposa de Moriyuki teve pena da kitsune, e passou a colocar sua comida para ajudar a alimentá-la e aos seus filhotes. 

    Após os filhotes da kitsune terem crescido saudáveis ​​e deixado o ninho, ela começou a planejar sua vingança contra Wanazō. Wanazō tinha um caso com Masaki, babá de Takatsugu, filho de Moriyuki. Uma noite, Wanazō e Masaki fugiram em segredo do castelo, porém foram seguidos pela kitsune. Uma vez longe da segurança do castelo, a kitsune se transformou em um bandido, abordando o casal e ameaçando Wanazō com uma espada. Wanazō e Masaki correram por suas vidas, mas acabaram escorregando e caindo dentro de um rio, morrendo afogados.

    Embora tenha obtido sua vingança, a kitsune se sentiu mal pelo jovem Takatsugu ter perdido sua babá. Em gratidão pela bondade que a mãe de Takatsugu outrora havia mostrado a ela, a kitsune se transformou em Masaki e então assumiu o seu lugar como babá de Takatsugu, criando-o por dois ano sem que ninguém desconfiasse de nada. Um dia, ela acabou cochilando e parte de seu disfarce falhou. O jovem Takatsugu, que a observava, ficou surpreso e gritou: “O rosto da babá se transformou em um cachorro!”. A kitsune sabia que se as pessoas soubessem que Takatsugu havia sido criado com leite de uma besta, isso traria vergonha para ele como guerreiro. Com lágrimas nos olhos, ela fugiu do castelo antes que alguém pudesse descobrir sua verdadeira identidade.

    Masaki mudou-se para um campo em Ueno e contemplou sua vida. Apesar de já ter vivido centenas de anos, ela não teve uma vida meritória. Seu poder divino era baixo, e ela havia matado pessoas – mesmo que fossem seus inimigos. Após o ocorrido com Takatsugu, Masaki dedicou sua vida à caridade e a ajudar os outros. Ela se disfarçou como uma mulher idosa e abriu uma casa de chá. Ela vestiu e alimentou os pobres, protegeu viajantes do calor e do frio, deu refúgio aos órfãos e também dissuadiu os amantes desafortunados de pactos de suicídio.  

    Ao longo de vinte anos, Masaki salvou a vida de um total de 999 pessoas. Nesse tempo, ela atingiu seu milésimo aniversário. Sua cauda se dividiu em nove fios e seu pelo ficou branco. Masaki tornou-se clarividente, e foi assim que ela sentiu que Takatsugu estava em perigo. Ela convocou todas as kitsunes próximas, que se transformaram em guerreiros e a seguiram para resgatar Takatsugu. Depois de salvá-lo, Masaki revelou sua verdadeira identidade a ele. Ela contou sobre sua conexão passada e informou que através de seus anos de trabalho duro e virtude ela ganhou o favor do imperador do céu. Ela deveria se transformar em um koryū (“dragão raposa”) – uma kitsune tão poderosa e virtuosa que é indistinguível de um dragão – e ascender ao céu, deixando o mundo terreno para trás. 

    Masaki deixou a casa de chá e mergulhou no lago Shinobazu. Um momento depois, nuvens se formaram e a chuva começou a cair do céu. Enquanto a tempestade soprava, um grande dragão kitsune branco emergiu do lago. A casa de chá e todos os seus utensílios e móveis de chá foram sugados para o céu. Depois de alguns momentos, o trovão, o vento e a chuva diminuíram, o céu clareou e Masaki desapareceu.


    fonte:




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    13 de janeiro de 2023

    Porasy

    ۞ ADM Sleipnir

    Arte de Mauricio Cid

    Porasy (Porâsý, também Poraci) é na mitologia tupi-guarani uma corajosa índia, cujo sacrifício levou ao fim dos Sete Monstros Lendários. Sua tribo, assim como outras da região, eram alvos constantes de um desses monstros, Moñai, que costumava saqueá-los e esconder o fruto de seus roubos em uma caverna. As ações de Moñai provocavam discórdia entre as tribos, que acusavam umas as outras pelos sumiços de seus pertences. Mas haviam aqueles que sabiam quem era o verdadeiro culpado, e entre eles estava Porasy, que se ofereceu para por um fim não só em Monãi, mas em seus terríveis irmãos.

    Porasy foi ao encontro de Monãi, e convenceu o mesmo de que ela estava apaixonada por ele e que desejava se casar com o mesmo. Porém, ela manifestou o desejo de conhecer seus irmãos antes deles dois se casarem. Moñai concordou, e a levou primeiramente à presença de Teju Jagua, deixando-a em sua caverna sob seus cuidados enquanto partiu em busca do restante de seus irmãos.

    Após reunir todos os seus irmãos na caverna, eles deram início aos rituais de casamento. Após notar que todos estavam embriagados, Porasy tentou fugir da caverna para dar o sinal para um grupo de índios, que aguardavam escondidos do lado de fora da mesma, incendiarem o local. Para o seu azar, a entrada da caverna havia sido bloqueada por uma enorme pedra à qual ela não era capaz de mover apenas com suas forças. Para piorar sua situação, Monãi mesmo embriagado percebeu as intenções de Porasy e a puxou para longe da entrada, colocando-se em seu caminho.

    Sabendo que naquela altura ela não seria capaz de passar por Monãi, muito menos mover a pedra que fechava a caverna, ela gritou o mais alto que pode para alertar aqueles que esperavam seu sinal do lado de fora. Mais que um alerta, Porasy ordenou em voz alta que eles incendiassem a caverna, e assim foi feito. Era o fim dos Sete Monstros Lendários, e também de Porasy. Seu sacrifício e coragem foram reconhecidos pelos deuses, que elevaram sua alma aos céus e a transformaram no que conhecemos como a Estrela D'alva.

    Arte de Maya Dias


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    12 de janeiro de 2023

    Raudkembingur

    ۞ ADM Sleipnir

    Arte de Rodrigo Viany (Sleipnir)

    Raudkembingur (Rauðkembingur, Raudkembingr, Rauðkembingr, Raudkempingur, Raudkembir, “pente vermelho” ou "crista vermelha"; também conhecida como Raudkinni, "bochecha vermelha"; Raudkinnung, Raudkinnungur, "bochecha vermelha"; Raudgrani, "focinho vermelho"; Raudhofdi, "ruivo"; Kembingur, "crista"; Kambir ("crester" ???); Faxi, "jubado") é uma das Illhveli (“baleias do mal”), grupo composto por dez baleias míticas que dizem terem vagado durante os tempos medievais pelas águas que rodeiam a Islândia. Ela é a mais selvagem e sanguinária dentre elas, e embora não tenha o tamanho ou a força bruta das demais, é incomparável na ferocidade e na determinação em prejudicar embarcações. Tal como acontece com todas as Illhveli, a carne da Raudkembingur não é comestível, e dizer seu nome em voz alta é um tabu, pois ela aparecerá caso ele seja dito.

    A natureza da crista vermelha que dá à Raudkembingur seu nome não é clara. Os relatos referem-se a uma crista de cabelos eriçados, uma crina como a de um cavalo ou mesmo uma fileira de barbatanas; sua extensão varia de representação para representação, mas o poeta Jon Gudmundsson (1574–1658) a restringe ao pescoço. A crista é de um vermelho brilhante em um corpo marrom-café com uma barriga rosa; outros relatos dizem que ela é toda avermelhada, ou tem bochechas vermelhas ou uma cabeça vermelha. Às vezes, há listras vermelhas da boca ao tronco, como se tivessem sido desenhadas com sangue. A cabeça em si, como descrita por Gudmundsson, é quase sauriana na aparência, com dentes afiados em ambas as mandíbulas. Ou ela possui uma pequena barbatana dorsal ou nenhuma.
    Arte de EvolutionsVoid

    Raudkembingurs podem atingir entre dez e vinte metros de comprimento. Elas são nadadoras alongadas, aerodinâmicas e muito rápidas. Seu movimento é acompanhado por enormes quantidades de espuma e sinistros relinchos. Isso, juntamente com a juba vermelha, torna a Raudkembingur confundível com outra Illhveli, a Hrosshvalur, e as duas se tornaram intercambiáveis ​​ao longo do tempo. Hrosshvalurs, no entanto, podem ser facilmente distinguidas por sua coloração manchada, sua cauda de cavalo e seus olhos enormes.

    Não há limite para a malícia e maldade da Raudkembingur, e sua mera presença é suficiente para dissuadir os pescadores de uma área. Ela vai se fingir de morta por meio mês, flutuando inofensivamente na superfície da água até que alguém seja tolo o suficiente para se aproximar dela. Uma vez que um barco está dentro do seu alcance, a Raudkembingur pula sobre o navio, destruindo-o e afogando todos a bordo. Assim como um tubarão é seguido por peixes-piloto, uma Raudkembingur regularmente tem baleias beluga ou narvais seguindo seu rastro. Essas baleias menores e inofensivas limpam a sujeira deixada pela Raudkembingur, alimentando-se de suas sobras abundantes.


    Na verdade, o amor obstinado da Raudkembingur pela destruição representa a melhor esperança de frustrá-la. Se uma embarcação conseguir escapar dela e ela não ser capaz de destruir outra no mesmo dia, ela morrerá de frustração. Uma história conta sobre uma Raudkembingur que foi capaz de destruir dezoito barcos no decorrer de um dia, mas um décimo nono barco conseguiu escapar vestindo um pedaço de madeira com roupas e jogando-o ao mar. A Raudkembingur, acreditando que se tratava de um humano, continuou tentando em vão afogá-lo enquanto o barco escapava.

    Raudkembingurs também se esforçam até a morte ao perseguir suas presas. Segundo uma história, um barco capitaneado pelo fora-da-lei islandês Eyvindur Jónsson certa vez colidiu com uma Raudkembingur, e os tripulantes reagiram remando em direção a terra firme o mais rápido possível, até alcançarem segurança na enseada de Saudanesvik. O mar então ficou vermelho enquanto a Raudkembingur dava seu último suspiro. Após esse feito, o barco ganhou o apelido de Hafrenningur ("corredor oceânico").

    Assim como a Hrosshvalur, a Raudkembingur também é associada a feitiçaria e metamorfoses. Um conto  em Hvalsnes de fala de um jovem insensível que foi amaldiçoado por elfos e transformado em uma monstruosa baleia ruiva. Ela causou estragos nas regiões de Faxafjord e Hvalfjordur, até que tentou perseguir um padre rio acima mas acabou morrendo de exaustão ao alcançar o lago Hvalvatn, onde dizem que seus ossos ainda podem ser vistos nos dias atuais.

    lago Hvalvatn

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    Ruby