۞ ADM Sleipnir
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Arte de Rodrigo Viany (Sleipnir) |
O Pai do Mangue é uma entidade protetora dos mangues e rios, presente no folclore de regiões de manguezais nordestinos, principalmente nos estados de Pernambuco e Paraíba. Alguns dizem que sua lenda se originou de histórias contadas pelo povo indígena potiguara, enquanto outros afirmam que ela teria se originado em comunidades negras, por volta do século XIX.
As descrições do Pai do Mangue variam de lugar para lugar, sendo geralmente caracterizado como um homem de idade usando roupas de pescador, um chapéu que cobre o seu rosto e fumando um cigarro ou cachimbo que nunca se apaga. Há quem diga que ele é um ser invisível. Muitos pescadores contam que, quando entram no mangue podem escutar as suas passadas, extremamente lentas, na água rasa.
O Pai do Mangue é uma entidade que facilmente se zanga com aqueles que adentram o seu território, principalmente se fizerem muito barulho, gritem ou xinguem, ou ainda desrespeitem a natureza. Na tentativa de apaziguá-lo, pescadores costumam oferecer fumo de rolo a ele ao entrarem no manguezal. Caso ele fique irritado, por meio de luzes e assobios fortes o Pai do Mangue faz com que as pessoas fiquem confusas e desorientadas, podendo ainda fazer com que suas embarcações quebrem ou afundem. Elas também podem ser atacadas por animais (que segundo alguns seria o próprio Pai do Mangue transfigurado), além de serem punidas com pescas ruins ou com a perda de tudo o que já haviam pescado. Já aqueles que agradam e respeitam o Pai do Mangue podem ser agraciados por ele, e sempre poderão contar com pescas fartas, mesmo quando outros ao seu lado não conseguem pescar nada.
Histórias
Segundo Dona Maria Ivete de Pontes Silva, moradora da Aldeia Caieira em Marcação, Paraíba, seu pai dizia em casa que certa vez um pescador vinha remando sua canoa subindo o rio e em um certo ponto do rio, um senhor com um chapelão e fumando um cigarro o pediu uma carona, porém esse pescador a negou. Outro pescador que vinha mais atrás deu a carona ao senhor após ele ter pedido. Ele conta que sentiu a canoa baixar após o homem subir. Quando eles chegaram a determinado ponto do rio, a primeira canoa que passou e negou a carona estava afundando; o pescador ainda pensou em ajudar, mas o senhor que vinha de carona mandou ele passar direto. Logo em seguida, ele pediu para parar e descer. O pescador relata que parou às margens do rio e sentiu a canoa voltar ao normal. Esse pescador que lhe deu a carona sempre que ía pescar tinha excelentes pescarias. As pescarias poderiam ser ruins para todos, exceto para ele.
O jornalista e curador do site O Recife Assombrado, Roberto Beltrão, conta a seguinte história: “Certa vez, dois pescadores resolveram partir para o mangue na intenção de conhecer/explorar as margens e pescar. Chegando lá, mexeram em tudo que encontraram e falaram palavrões. Quando começou a escurecer, resolveram voltar. No retorno, a terra começou a se mover e o mangue foi fechando, fechando, até os sujeitos ficarem presos. O Pai do Mangue, enraizado à própria vegetação, começou a chicoteá-los, só os soltando depois de muita surra”. Beltrão menciona, ainda, sobre os moradores do Bairro da Torre, que residem próximo aos manguezais do Rio Capibaribe, em Recife (PE), que dizem conviver com esse personagem, relatando que “Nessa margem há um ponto onde barqueiros fazem a travessia das pessoas que precisam chegar ao outro lado, no cais do bairro da Jaqueira. Isso durante o dia. Quando cai a noite, o local fica deserto e sombrio. É quando a vizinhança percebe a presença sinistra do Pai do Mangue, que caminha na lama e solta gritos medonhos”.
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fontes:
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Legal essa lenda para trazer mais mitos do recife e principalmente do folclore mineiro e do Rio Grandense e Porto Alegre por favor
ResponderExcluirTenho 2 posts programados com mitos similares.
ExcluirDois posts sobre o que? Faltou citar o estado
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