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31 de março de 2023

Hosobaba

۞ ADM Sleipnir

Hosobaba (japonês 疱瘡婆 ou ほうそうばばあ, literalmente "velha da varíola", também chamada Kosoba) é um yokai citado na obra Oshu Hanashi, de Makuzu Tadano (1763–1825), uma estudiosa literária do período Edo. Diz-se que ele foi responsável por uma epidemia de varíola ocorrida em Oshu, hoje província de Miyagi, e que se alimentava das pessoas que morriam da doença. Túmulos apareciam violados da noite para o dia, e os corpos dentro deles desapareciam por completo ou tinham partes aparentemente devoradas por algo. Na tentativa de evitar que isso ocorresse, aldeões enterravam os cadáveres profundamente no chão, além de colocar grandes pedras sobre eles e orarem para afastar os maus espíritos

Um dia, os três filhos do chefe da aldeia morreram de varíola. Após serem enterrados, o homem colocou um grande pedra, carregada por cerca de doze pessoas até o túmulo, e colocou um vigia armado guardando o mesmo para impedir que fosse violado. A princípio nada aconteceu, mas algumas noites depois, quando a vigilância diminuiu, ouviu-se o som de escavação no local. Quando o vigia se aproximou do local, conseguiu avistar algo fugindo rugindo em direção a um bosque, enquanto derrubava as árvores em seu caminho. Os corpos dos três foram encontrados em segurança e desde então não houveram mais roubos de túmulos.

Alguns anos depois, uma senhora que fazia compras na aldeia estava olhando para o bosque na encosta das montanhas, quando de repente desmaiou em estado de choque. Ela foi socorrida e depois de recobrar a consciência, demonstrou estar assustada com algo, mas quando indagada a respeito se recusava a dizer o que era. Passaram-se mais três anos até que a senhora finalmente se abriu e contou o que havia ocorrido. Na ocasião, enquanto olhava para o bosque, ela avistou uma terrível criatura. Parecia uma velha com um rosto vermelho, cabelos brancos, e media cerca de três metros de altura. Ela disse ainda que temeu falar algo a respeito com medo de que fosse a Hosobaba e que ela acabasse contraindo a doença.

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30 de março de 2023

Bacobaco

 ۞ ADM Sleipnir

Arte de Rodrigo Viany (Sleipnir)

Bacobaco é uma grande tartaruga marinha que, de acordo com um mito pertencente ao povo indígena filipino Ayta, habita dentro do monte Pinatubo, localizado na ilha Luzon. Este mito, registrado pelo antropologista Henry Otley Beyer (1883-1966), relata uma batalha entre Algao (provavelmente um nome para o Sol) e Bacobaco que, para escapar, acabou perfurando o topo do monte Pinatubo, cavando até adentrar nas profundezas do mesmo. Durante a escavação, Bacobaco acabou criando uma grande cratera que expeliu grandes chamas, pedras enormes, lama, cinzas, fumaça, além de produzir um barulho ensurdecedor no processo. 

Para os Ayta, sempre que o monte Pinatubo entra em erupção, é um sinal de que Bacobaco está se movendo, e dizem que no dia que ele sair do vulcão, coisas horríveis irão ocorrer.


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29 de março de 2023

Zaoris

۞ ADM Sleipnir

Arte de Rodrigo Viany (Sleipnir)

Zaoris, de acordo com o folclore sulista, são homens nascidos em uma Sexta-Feira da Paixão. Embora aparentem serem pessoas comuns, eles possuem olhos especiais, ditos misteriosos e de um brilho inconfundível. Com esses olhos, os Zaoris são capazes de enxergar através de corpos opacos, podendo assim localizar tesouros escondidos, minas de ouro, jazidas de pedras preciosas, independente de estarem debaixo da terra, dentro de paredes ou em outro local não visível ao olho nu. Apesar de seu dom excepcional, os Zaoris não podem usá-los em benefício próprio. Tudo o que eles encontram deve sempre ser revertido em benefício alheio.

Zaoris são figuras indispensáveis nas lendas do Ciclo do Ouro, na América do Sul, estando presentes nos fabulários plateño, paraguaio e chileno. Encarregam-se especialmente de indicar onde os jesuítas, expulsos das missões, ou os Incas, príncipes nativos perseguidos pelos espanhóis, guardaram seu ouro inacabável. 

Provável origem

Alguns autores defendem que o mito dos Zaoris possui origem árabe, tendo chegado ao Brasil por intermédio dos espanhóis. O termo Zahori, do árabe Zahari, significa geomante, uma pessoa a quem atribui-se o poder de ver o que está escondido, mesmo que seja subterrâneo. De acordo com Câmara Cascudo, em Damasco, Síria, certos Zahoris conversam e veem os espíritos dos mortos, os quais ensinam a eles onde deixaram suas riquezas agora inúteis.

A Crucificação de Cristo e o nascimento dos Zaoris

Uma história, registrada pelo escritor João Simões Lopes Neto, estabelece uma relação entre o surgimento dos Zaoris e a crucificação de Cristo. Cristo foi preso na quarta-feira, sentenciado na quinta e crucificado na sexta, e já na sexta-feira teria ocorrido no Céu o julgamento dos seus carrascos. São Miguel Arcanjo foi designado a vir à Terra e punir os judeus, e o mesmo passou a ordem aos anjos que estavam de guarda à Cruz, onde Jesus estava pregado e morto. Enquanto Miguel esteve na Terra, deixou sobre ela muito brilho da sua couraça de ouro e das suas armas, e muita ventania das suas asas de prata.

Aqueles que já haviam nascido estavam condenados, pelo pecado de terem maltratado e condenado Jesus Cristo à morte. Mas as crianças ainda não nascidas não podiam sofrer castigo, porque não tinham culpa alguma. Porém os anjos da guarda da Cruz não sabiam disso e iam castigá-las da mesma forma, porque o Arcanjo Miguel esquecera-se de avisar sobre as crianças que nascessem daquele dia, que era justamente o da sentença de Deus.

Por isso a Virgem Maria, que sabia do esquecimento de Miguel, em memória do seu filho Jesus não deixou os anjos da guarda da Cruz castigarem as crianças nascidas nessa Sexta-feira, e então, para diferenciá-las das outras, fez um milagre: ela mandou que a ventania das asas de prata do arcanjo ventasse sobre os olhos dos que fossem nascendo nesse dia santo, e ao brilho das armas de ouro, que brilhasse sobre eles. Desse jeito todos ficaram assinalados e puderam ser diferenciados dos nascidos na véspera, e bem diferenciados, porque podiam ver através a água até o seu fundo e através as muralhas e montanhas até o outro lado delas, porque tudo ficou transparente para eles. 

E como a Virgem Maria não disse que subisse outra vez ao céu a ventania das asas de prata do arcanjo nem o brilho das suas armas de ouro, esses dons ficaram na terra, e em todas as sextas-feiras santas procuram os olhos das crianças recém-nascidas, que então obtém o dom de enxergar através de qualquer superfície.

Cultura Popular

Na segunda temporada da série "Cidade Invisível" (Netflix), o personagem Lazo, interpretado pelo ator pernambucano Sebá Alves, é um Zaori que acabou sendo escravizado por garimpeiros.

Lazo (Sebá Alves) em Cidade Invisível

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28 de março de 2023

Ixchel

۞ ADM Sleipnir

Arte de Hoang Lap

Ixchel (também Ix Chel, Ix Chebel, Yax, Deusa O) foi uma importante deusa maia associada à chuva, medicina, tecelagem, parto e também à lua. De acordo com algumas interpretações, Ixchel era casada com o deus Itzamná. Como casal, o par ilustrava a dualidade: Itzamná era uma divindade essencialmente benevolente, enquanto Ixchel possuía um caráter mais destrutivo. Embora Ixchel tivesse um lado bom, atuando como a protetora de tecelãs e também auxiliando mulheres em trabalho de parto, seu caráter destrutivo, no entanto, se destacava mais.

Ixchel personificava o lado destrutivo das águas, sendo associada às inundações e chuvas fortes que derrubavam as colheitas e muitas vezes provocavam devastação e mortes. Nesse aspecto, era geralmente representada como uma velha raivosa com um visual sinistro composto por unhas grandes como se fossem as garras de um jaguar, uma serpente em volta da cabeça, ossos cruzados em sua saia e outros símbolos de destruição ao seu redor. Em suas mãos, ela costuma trazer um jarro com o qual ela despeja enormes quantidades de água sobre a terra. Segundo uma lenda, foi dessa forma que em tempos antigos ela causou um dilúvio que provocou a extinção de uma das eras anteriores.

Ixchel e o relacionamento conturbado com Itzamná

Embora saiba-se muito pouco sobre os mitos de origem de Ixchel, um mito relacionado ao seu papel como uma divindade lunar, fala sobre seu relacionamento com Itzamná (sob a forma de Kinich Ahau, a personificação do sol).

Ixchel apaixonou-se por Kinich Ahau porém o deus não correspondia ao seu amor, então ela o seguia pelos céus todos os dias. Ao fazer isso, as marés subiam e inundavam a terra. Eventualmente, suas habilidades superiores de tecelagem chamaram a atenção de Kinich Ahau enquanto ela fazia uma bela peça de tecido dourado, e eles finalmente ficaram juntos. Posteriormente, ela deu à luz a quatro filhos, os Bacabs, deuses dos quatro pontos cardeais, de onde acreditava-se que fossem responsáveis por sustentar os céus. 

O casal passaria a enfrentar dificuldades quando Kinich Ahau começou a ter crises de ciúmes por achar que Ixchel teve um caso com seu irmão, a estrela da manhã. Ele expulsa Ixchel do céu, porém mais tarde implora que ela voltasse. Seus ataques de ciúme voltariam a causar desavenças entre os dois, até que Ixchel o deixa de vez, tornando-se invisível sempre que ele tenta se aproximar dela. Até hoje, ela vagueia invisível pela noite, ajudando as mulheres a darem à luz aos seus filhos.

Culto

No início do século XVI, mulheres maias que buscavam garantir um casamento frutífero viajavam até o santuário de Ixchel na ilha de Cozumel, o local de peregrinação mais importante depois de Chichen Itza, na costa leste da península de Yucatán

Ao norte de Cozumel estava localizada uma ilha muito menor, batizada por seu descobridor o espanhol Hernández de Córdoba (1475-1518), de "Ilha das Mulheres" (Isla Mujeres), porque "os ídolos que ele encontrou lá, das deusas do país, "Ixchel" e suas filhas e noras "Ixchebeliax", "Ixhunie", "Ixhunieta", apenas vestidas do cinto para baixo, e com o peito descoberto à maneira dos índios" (trecho extraído de "Yucatan, Antes e Depois da Conquista", escrito em 1566 pelo Frei Diego de Landa)

No outro lado da península, a principal cidade da província chontal de Acalan (Itzamkanac) venerava Ixchel como uma de suas principais divindades. Um dos assentamentos costeiros de Acalan foi chamado Tixchel ("No lugar de Ixchel"). O conquistador espanhol Hernán Cortés relatou sobre outro lugar em Acalan onde jovens solteiras eram sacrificadas a uma deusa em quem "tinham muita fé e esperança", possivelmente novamente Ixchel. 


Cultura Popular
  • Nos quadrinhos da Marvel, duas Ixchel dão as caras. Uma é a própria deusa, integrante do panteão maia (Ahau ou Ajaw). A outra é uma inumana pertencente a um grupo chamado Mayapan, uma irmandade de Inumanos que se apresentavam como divindades maias há cerca de 1000 anos.
  • Ixchel é a mais nova divindade a ingressar no MOBA Smite, entrando no jogo a partir do uptade de Abril/23.
Ixchel (Mayapan)

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27 de março de 2023

Dakini

۞ ADM Sleipnir

Dakini (japonês 荼枳尼 ou だきに, sânscrito डाकिनी; comumente chamada no Japão de Dakiniten; também conhecida como Daten, Shinko'ō, Kiko Tennō) é uma deusa esotérica e uma figura importante no Budismo Shingon. Ela geralmente é retratada como uma bela mulher vestida ou seminua, carregando uma joia que realiza desejos e montando uma raposa branca. Ela é reverenciada em todo o Japão como uma deusa da comida e grãos, raposas e boa sorte, que está disposta a realizar qualquer desejo. Ela serve Benzaiten, a deusa da sabedoria, e Daikokuten, o deus dos grãos. No sincretismo xintoísta-budista, ela é associada ao kami Inari

Dakini era uma deusa importante para a nobreza e as classes samurais durante a Idade Média. Tanto o xogun quanto o imperador veneraram e oraram a Dakini, acreditando que não fazê-lo traria o fim de seu governo. Rituais secretos relacionados à adoração de Dakini foram transmitidos oralmente pela casa imperial, e tornaram-se parte integrante da cerimônia de entronização do imperador.

A adoração a Dakini envolvia técnicas secretas para invocar sua magia negra. Acreditava-se que o conhecimento dos segredos mais profundos de sua adoração esotérica concedia poder ilimitado. A capacidade de prender um kitsune e forçá-lo a executar o kitsunetsuki (possessão de raposa) estava entre os poderes que Dakini concedia a seus adoradores.

Kitsunetsuki 

Origem

Dakini possui sua origem na cosmologia indiana e budista, onde não era somente um único ser, mas uma raça de demônios irados que serviam a deusa Kali e se banqueteavam com a carne dos humanos. Elas eram espíritos enérgicos, sábios e parecidos com musas. Pareciam belas mulheres nuas, carregavam espadas temíveis para cortar corações e bebiam sangue em taças feitas de crânios. As Dakinis ouviram os ensinamentos do Buda e se converteram ao budismo. Embora exigissem carne humana para sobreviver, como parte de sua submissão ao budismo, elas prometiam se banquetear apenas com a carne dos mortos recentemente. Para garantir que não morreriam de fome, as dakinis receberam o poder de ver seis meses no futuro. Dessa forma, eles poderiam esperar perto das pessoas que iriam morrer em breve e se deliciar com sua carne antes que outros demônios comedores de carniça chegassem.

Na China, as Dakinis passaram a ser associadas a chacais (possivelmente devido ao fato de que tanto dakinis quanto chacais se alimentavam de carniça). Chacais não existiam na China, mas eram descritos como sendo feras inteligentes, perversas e mágicas que se alimentam de humanos e se parecem com cachorros. Essa descrição se encaixa perfeitamente no folclore chinês sobre raposas, que se disfarçam de belas mulheres e se alimentam da força vital humana. Chacais também não existiam no Japão e, portanto, a palavra para chacais - yakan - era considerada sinônimo de raposas no Japão. Assim, a interpretação japonesa de Dakini tornou-se associada a raposas.

Na época em que o budismo foi transmitido da Índia, através da China, para o Japão, as Dakinis se fundiram com vários conceitos budistas, xintoístas, do onmyōdō e folclóricos, e deixaram de ser uma raça de espíritos demoníacos para se tornarem uma única deusa.

Como resultado de sua longa e complicada história e da natureza esotérica de sua prática religiosa, Dakini é conhecida por muitos nomes diferentes, como Shinko'ō ("Rainha dragão raposa"), Kiko Tennō ("Nobre Imperatriz Raposa"), e muitos mais devido ao seu sincretismo com Inari.

Lenda

O Genpei seisuiki (源平盛衰記), uma narrativa estendida do Conto do Heike descreve um encontro com um servo de Dakini. Há muito tempo, um jovem samurai empobrecido chamado Taira no Kiyomori atirou em uma raposa enquanto caçava. Ele pensou que a tinha matado, mas para sua surpresa a raposa de repente se transformou em uma linda mulher. Ela explicou que era uma serva de Dakini, e prometeu que se Kiyomori poupasse sua vida, ela faria com que todos os seus desejos se tornassem realidade. Kiyomori a soltou e começou a rezar para Dakini. Fiel à palavra da raposa, não muito depois disso, a sorte de Kiyomori começou a mudar. Sua família ganhou destaque e ele se tornou rico e poderoso. Ele continuou a adorar Dakini e, por um tempo, os Taira foram o clã samurai mais poderoso do Japão. Seu sucesso é frequentemente creditado à influência de Dakini.


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24 de março de 2023

Feng Meng

۞ ADM Sleipnir

Arte de Sara Contreras (YunaXD)

Feng Meng (chinês 逢蒙, pronuncia-se "Fâm Mâm", também Peng MengPang Meng) era um mestre arqueiro da mitologia chinesa, discípulo e amigo próximo do lendário arqueiro e algoz dos dez sóis, Hou YiApós sua esposa Chang’e beber o elixir da imortalidade e ser arrebatada pela lua, Hou Yi percebeu que nunca mais seria imortal e logo morreria. Ele resolveu passar seus conhecimentos e habilidades de tiro com arco e caça para a próxima geração, para garantir que eles viveriam após sua morte.


Hou Yi encontrou Feng Meng e o tornou seu aprendiz, e o mesmo logo se mostrou ser um arqueiro bem habilidoso. Porém, ele passou a nutrir inveja das habilidades superiores de seu mestre, principalmente após uma fatídica disputa de arco e flecha entre os dois. Durante a disputa, Feng Meng abateu três gansos com uma só flecha, transpassando-os pela cabeça, enquanto Hou Yi repetiu o feito, não só transpassando sua flecha pelas suas cabeças, mais também pelos seus olhos. A partir desse dia, Feng Meng passou a atentar contra a vida de seu mestre.

Um dia, quando Hou Yi voltava de uma caçada à cavalo, Feng Meng o emboscou e disparou nove flechas em sua direção. Acostumado com o som de cordas sendo tensionadas, Hou Yi percebeu o ataque e conseguiu interceptar oito das nove flechas usando suas próprias flechas. A última no entanto o atingiu, derrubando-o do cavalo, e Feng Meng logo se aproximou para checar se havia conseguido matar seu mestre. Para sua surpresa, Hou Yi se levantou, segurando a nona flecha entre os dentes. Feng Meng fingiu arrependimento pelo ataque, e Hou Yi simplesmente aceitou.


Percebendo que não seria capaz de matar seu mestre com flechas, Feng Meng recorreu ao uso da força bruta. Outro dia, enquanto Hou Yi caçava acompanhado de Feng Meng, o ingrato discípulo atacou Hou Yi pelas costas, golpeando-o com um pedaço de madeira e o espancando até a morte. 

Uma história ambienta Feng Meng em tempos anteriores, colocando-o como o responsável pela fatídica decisão de Chang'e de consumir todo o elixir da imortalidade. Nessa história, Feng Meng soube que Hou Yi havia obtido o elixir e então planejou roubá-lo para si, aproveitando uma ocasião onde Hou Yi estava fora. Ele tentou fazer com que Chang'e o entregasse, e ela se recusou. Então ele vasculhou a casa do casal, procurando o elixir por toda a parte. Quando ele estava prestes a encontrá-lo, Chang'e deu um passo a frente e tomou de suas mãos a caixa onde o havia guardado e saiu correndo. Feng Meng tentou alcança-la, e percebendo que não conseguiria escapar, Chang'e consumiu o elixir da imortalidade em um só gole. Lentamente, o corpo de Chang'e tornou-se cada vez mais leve, até que ascendeu aos céus, longe do alcance de Feng Meng, e para sua tristeza, de seu amado marido. 


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23 de março de 2023

Moshup

 ۞ ADM Sleipnir

 Mural de Stan Murphy sobre Moshup, localizado em Martha's Vineyard

Moshup (lê-se "moxup" ou "mauxup", também grafado Maushop, Moshop, Maushup, Mausop, Maushope, Maushump, Moiship e Manshop) é um gigante e herói cultural dos povos nativo-americanos Mohegan, Wampanoag e Pequot. Diz-se que ele vivia na ilha de Martha's Vineyard, ao sul de Massachussets, e que costumava se sentar no topo de uma colina próxima a cidade de Aquinnah (Gay Head), onde dizem que ainda hoje existem evidências de seu assento em uma cratera acima da colina. Moshup era bondoso e pacífico, e sempre visitava o continente e auxiliava os povos nativos, ensinando-lhes todo tipo de habilidades que pudessem ajudá-los a prosperarem.

Relação com as Baleias

Moshup era fortemente associado às baleias, das quais ele sabia tudo e podia inclusive se transformar nelas por capricho. Ele costumava pescá-las com as próprias mãos, e depois as cozinhava numa fogueira que fazia usando as árvores que o cercavam. Seria este o motivo pelo qual hoje em dia restam poucas árvores em Gay Head. Moshup costumava dividir a sua carne de baleia com os nativos, que em retribuição a sua bondade, costumavam juntar todo o tabaco possível e presenteá-lo ao gigante.


Moshup e Squannit

Em algumas lendas, Moshup tem uma esposa chamada Squannit. Embora Moshup seja geralmente retratado como um gigante, Squannit é considerada uma das Pessoas Pequenas (makiawisug), possuindo entre cinquenta centímetros e um metro de altura. As histórias sobre Squannit variam muito de comunidade para comunidade, mas ela geralmente tem poderes mágicos e é frequentemente associada ao mar e às tempestades - em algumas lendas, fortes tempestades são causadas pelas discussões de Squannit com Moshup. 

A Partida de Moshup

Uma lenda conta que quando Moshup concluiu que havia ensinado tudo o que podia aos nativos, ele se transformou em uma grande baleia branca e desapareceu no oceano pela última vez, seguro de que seus ensinamentos os ajudariam a seguir em frente sem ele.

Outra lenda fala que ele previu a chegada de "uma nova raça de homens, com uma pele mais clara" logo chegaria à sua terra. Ele advertiu os nativos que não permitissem que eles passassem da costa, pois se o fizessem, eles não viveriam mais. Algum tempo depois, os primeiros colonos europeus chegaram ao local, e foram alegremente recebidos pelos nativos. Desde aquele dia, Moshup nunca mais foi visto.


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22 de março de 2023

Mulher da Capa Preta

  ۞ ADM Sleipnir

Arte de Rodrigo Viany (Sleipnir)

Mulher da Capa Preta é um fantasma cuja lenda atrai curiosos ao Cemitério Nossa Senhora da Piedade no bairro do Prado, em Maceió, há décadas. Tal lenda originou-se no início do século XX, quando um certo rapaz conheceu uma bela jovem em um baile, e os dois passaram a noite juntos. Como já era tarde e chovia, o rapaz se ofereceu para levá-la em casa, e assim ele o fez. Fazia muito frio, então o rapaz emprestou sua capa para a jovem se aquecer, e seguiram sua caminhada rumo à casa dela. Ao se aproximarem do cemitério, a jovem pediu que o rapaz a deixasse ali mesmo, mas antes dele ir embora, passou-lhe o seu endereço.

Já no dia seguinte, o rapaz foi até o endereço, animado e ansioso para reencontrar a jovem. Porém, chegando lá ele foi informado que ela já havia morrido. O rapaz recusou-se a acreditar, pensando que fosse algum tipo de brincadeira, e após uma longa conversa com a família dela, o jovem foi convidado para ir até o cemitério. Lá, ele foi levado até o túmulo da jovem onde, para a sua surpresa, a capa preta que ele havia emprestado à ela jazia pendurada em cima de uma cruz.

O túmulo existe até hoje, e nele foi construído uma réplica em mármore de uma capa preta jogada sobre uma cruz juntamente com a descrição com o nome da mulher, data de nascimento e falecimento em números romanos.  E todo ano, no dia de finados, dezenas de pessoas visitam o túmulo, curiosos para ver a tão famosa capa.



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21 de março de 2023

Abdiel

۞ ADM Sleipnir

Arte de Mauricio Carrasco

Abdiel (do hebraico עֲבְדִּיאֵל, "servo de Deus") é um anjo mencionado no Sefer Raziel HaMalach (Livro de Raziel, o Anjo), grimório de Cabala Prática datado da Idade Média, porém mais conhecido por sua participação na obra Paraíso Perdido (1667), de John Milton. Nela, Abdiel é contado entre os anjos revoltosos contra Deus, sendo ele um dos únicos a se opor a idéia de confrontar o criador. 

Abdiel confronta Lúcifer após ouvi-lo incitar os demais anjos, e  o abandona para levar a notícia de sua deserção até Deus. Ao chegar, porém, descobre que os preparativos para a batalha celeste já estavam em andamento. Durante a batalha contra os anjos rebeldes, Abdiel feriu vários deles com sua espada, incluindo o próprio Lúcifer.

"Abdiel Confronta Lúcifer", arte de Kamila Oleszczuk


fontes:
  • A Enciclopédia dos Anjos, de Richard Webster;
  • Dictionary of Angels, de Gustav Davidson.


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20 de março de 2023

Ichiren-bōzu

۞ ADM Sleipnir

Ichiren-bōzu (em japonês: 壱連坊主, "monge de contas") é um yokai do folclore japonês, sendo um dos muitos do tipo tsukumogami (付喪神 - "espírito artefato"). Ele surge a partir de contas de oração abandonadas por mais de um século.

Ichiren-bōzu é o protagonista do pergaminho Tsukumogami Emaki  (付喪神絵巻), datado do período Muromachi (entre 1336 e 1573), e que traz a história de espíritos artefatos que, revoltados com os humanos por terem os abandonado, resolvem causar todo tipo de transtorno a eles. Ichiren-bōzu tenta conduzi-los pelo caminho da retidão, mas é confrontado por Aratarō (荒太郎, uma clava tsukumogami), que interrompe seu sermão e o espanca. 

Ichiren-bōzu foge e se refugia nas montanhas, onde ele funda um templo e se torna mais sábio. Os outros tsukumogami seguem seu caminho de vingança contra os humanos, até que os deuses enviam os gohō dōji (japonês 護法童子; um tipo de espírito guardião do folclore budista japonês ) para por um fim em suas ações malignas. Sem saber o que fazer, esses tsukumogami buscam abrigo no templo de  Ichiren-bōzu, que os perdoa e permite que se juntem a ele. Lá, todos corrigiram seus caminhos e trilharam o caminho do budismo, conseguindo alcançar a iluminação.

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17 de março de 2023

Gná

۞ ADM Sleipnir


Gná (nórdico antigo ɡnɒ, possivelmente de derivado do nórdico antigo gnæfa, “a que se eleva”) é na mitologia nórdica uma deusa menor que serve a deusa Frigga como uma de suas assistentes, juntamente com Fulla e Hlín. Ela é descrita no capítulo 35 do Gylfaginning, primeira parte da Edda em Prosa de Snorri Stulurson, como sendo responsável por levar recados de Frigga para outros mundos. Em sua tarefa, Gná conta com o auxílio de Hófvarpnir (nórdico antigo; "aquele que joga seus cascos ", "arremessador de cascos" ou "chutador de cascos"), um cavalo capaz de cavalgar em terra, mar ou ar (assim como Sleipnir, o corcel de oito patas pertencente à Odin).

Frigg and her Maidens (1902)

Cultura Popular

Em God of War: Ragnarok, Gná é a deusa vanir do vento e da plenitude, e uma ex-serva de Freya. Ela é apresentada como a nova Rainha das Valquírias, desde que Sigrún recuperou sua liberdade após sua derrota nas mãos de Kratos e Atreus, três anos atrás.



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16 de março de 2023

Orko

۞ ADM Sleipnir


Orko é um espírito oriundo do folclore croata, descrito como sendo uma espécie de cavalo-fada, mas que pode se metamorfosear em outros animais, como um cachorro, um cabrito, uma ovelha ou um rato. Dizem que ele é um espírito amaldiçoado por Deus, embora as fontes não deixem claro de qual deus se trata, ou o motivo pelo qual o mesmo tornou-se maldito. Acredita-se que ele nasça a partir de excrementos de galinha que ficaram intocados por sete anos.

O passatempo de um Orko é abordar pessoas durante a noite (geralmente viajantes cansados), se metendo por entre as pernas delas e então voando com elas em suas costas com destino a algum lugar distante e inóspito, como um deserto ou um pântano. Ele então simplesmente deixa a pessoa nesse local e desaparece. Dizem que o horário mais perigoso para ser arrebatado por um Orko é o próximo ao amanhecer, pois o espírito também desaparece assim que o galo canta, e se houver alguém em suas costas nesse momento, acabará morrendo ao cair em queda livre.

Dizem que um Orko pode ser controlado através de um fio de lã de cordeiro ou um rosário, e aquele que conseguir fazê-lo se tornará ele próprio uma fada.


fontes:



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Ruby