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2 de agosto de 2021

Gugurang

۞ ADM Sleipnir

Gugurang é a divindade suprema na antiga mitologia do povo bicolano filipino. Governante dos ventos, do fogo e do céu, Gugurang é considerado o mais poderoso entre todos os deuses de seu panteão. De acordo com as lendas, ele habita dentro de um vulcão no Monte Mayon, situado na província de Albay.

Conta-se que Gugurang tinha controle total sobre as pessoas, e sempre que elas desobedeciam aos seus desejos, ele as alertava fazendo o poço do vulcão roncar. Se as pessoas corrigissem seus caminhos, seriam perdoadas; caso contrário, Gugurang fazia com que o vulcão entrasse em erupção para punir os "pecadores".Quando as pessoas viam chamas (calayo) saindo da cratera do vulcão Mayon, ficavam com medo. Eles então faziam uma oferta de comida (atang) a ele para apaziguar sua ira, e uma sacerdotisa (baliana) realizava a cerimônia. 

Iconografia

Gugurang é geralmente descrito como um homem musculoso e de meia-idade, com cabelos prateados e usando roupas brancas. Ele também costuma ser representado ao lado de chamas ou segurando-as em sua mão. 

As chamas de Gugurang são tanto literais como simbólicas. Acredita-se que elas mantém o Monte Mayon e todo o Ibalong (antigo nome da península de Bicol) quente e ensolarado. Acredita-se também que a chama de Gugurang representa o conhecimento do deus e o seu poder. 

Arte de Diwatero

Subordinados

Gugurang possui dois vassalos sob seu comando direto: Linti ("relâmpago") e Dalogdog ("trovão"). Os dois são deuses menores jovens, e representam o símbolo da punição de Gugurang. Gugurang costumava enviá-los para punir outros seres e deuses, quando estes o afrontavam. Os dois quase foram seduzidos por Asuang a se juntar a ele em seu levante contra Gugurang. Uma lenda conta que Linti e Dalogdog são os responsáveis pelo Monte Malinao hoje ter metade de seu tamanho original (o povo de Bicol acreditava que o monte era mais alto e maior, até que os dois deuses menores o atingiram com seus poderes).

Gugurang ainda comanda dois grupos de criaturas mitológicas, chamados Katambay e Katambang. Os Katambay são espíritos guardiães semidivinos, que protegem os homens em momentos de necessidade. Eles agem como uma espécie de "anjo da guarda", ajudando os homens quando eles oram aos deuses e a eles por ajuda.Eles são descritos como homens altos e musculosos com longos cabelos negros, usando um pudong (coroa ou faixa na cabeça ou diadema dependendo das histórias) e vestidos de ouro.

Já os Katambang são uma raça de criaturas meio-homem e meio-pássaro (similares ao Garuda hindu) que além de voarem são dotados de grande força. Ao tocarem em águas frescas, eles se transformam em homens belos e musculosos. Em sua forma aviana, os Katambang atacam furiosamente aqueles que se levantam contra o seu mestre ou que o desagradam com seus atos malignos.

Mitologia

Gugurang e seus irmãos, Cagurangan e Asuang, surgiram da energia liberada de Paros (antiga divindade que personificava os ventos) após sua morte. Cagurangan assumiu o posto de divindade suprema, mas logo foi superado e derrotado por Gugurang, que era o mais poderoso entre os três.  Gugurang e Asuang permaneceram em paz um com o outro, cada um morando separadamente em uma montanha (Gugurang no Mayon e Asuang no Monte Malinao), e como deuses, eles controlavam o bem-estar do povo. Mas Gugurang era o único que detinha o poder para fazer seu monte rugir e entrar em erupção, mantendo os homens sobre controle, enquanto Asuang não era capaz de fazer o mesmo. 

Arte de Alecson Guido

Com o tempo, isso despertou o ciúme e a inveja de Asuang. Ele, que não tinha chamas em seu vulcão, implorou a Gugurang que lhe desse uma parte desse poder para que ele próprio pudesse julgar os maus. Gugurang recusou prontamente o pedido de Asuang, o que não o deixou nem um pouco satisfeito.

Irritado, Asuang decidiu se opor a Gugurang. Ele reuniu inúmeras criaturas e espíritos malignos, os quais ele passou a enviar às colônias para guiar as pessoas por maus caminhos, mergulhando o mundo em violência, imoralidade e ilegalidade. Depois enviou mais criaturas malignas para as colônias, dessa vez espalhando doenças e pestes. Nesse momento, o povo se voltou para Gugurang, crendo que tudo o que estava ocorrendo era provocado por ele. Como sempre fazia, Gugurang fez o vulcão Mayon roncar, chamando a atenção do povo para que seguissem seus mandamentos ou senão sofreriam as consequências.

Percebendo que tudo o que estava ocorrendo nas colônias era obra de Asuang, Gugurang ordenou que seus guardiões alados Katambang descessem até as colônias para combaterem as legiões de espíritos enviados por Asuang. Ele também escondeu sua chama sagrada, temendo que Asuang tentasse roubá-la, colocando ainda dois guardas para protegê-la.

Enquanto Gugurang juntamente com os Katambang tentavam controlar o caos causado por Asuang, o deus se transformou em um Yasaw, uma criatura tão inofensiva e insignificante que passaria batido por Gugurang e seus servos. Dessa forma, ele se dirigiu até o Monte Mayon para roubar a chama de Gugurang. Localizando-o, Asuang subornou os guardas, e estes abriram caminho para ele. Chegando até a chama, Asuang pegou uma casca de coco vazia e colocou a chama dentro dele.

Asuang, Arte de John Henry Esteban

Retornando ao vulcão, Gugurang percebeu que tudo ao seu redor estava escuro, e que haviam gritos vindos de fora dele. Os gritos vinham das colônias, que estavam sendo incendiadas conforme Asuang passava por elas. Gugurang saiu em perseguição à Asuang, precisando recuperar as chamas e assim o seu poder total, além de impedir que Asuang destruísse tudo em seu caminho. 

Quando Asuang estava prestes a descer sobre o Monte Malinao, Gugurang conseguiu alcançá-lo e então tomou as chamas de suas mãos. Vitorioso, Gugurang retornou ao Monte Mayon e devolveu a chama ao seu lugar, fazendo o vulcão voltar a sua atividade normal e restabelecendo seu domínio. Para controlar os incêndios causados por Asuang, Gugurang ordenou aos céus que fizessem chover, e dessa forma eles cessaram. 

Gugurang então puniu os guardas que foram subornados por Asuang, e por último, ordenou que seus vassalos Linti e Dalogdog atacassem o Monte Malinao com raios, reduzindo seu tamanho pela metade e aprisionando Asuang dentro dele. Por um tempo, acreditou-se que Asuang havia morrido, mas sua influência continua causando estragos na população até hoje.

Gugurang na mitologia do povo visaya

O povo visaya reconhecia a existência de Gugurang. Em seu ponto de vista, ele era um deus menor orgulhoso e arrogante, que às vezes trazia seu exército de criaturas homens-pássaros alados e eventualmente tentava atacar o Monte Kanlaon, morada do seu deus supremo Kanlaon. Porém, os ataques de Gugurang sempre eram frustrados, com ele sendo derrotado por Kanlaon e retornando para Ibalong.

Arte de Alecson Guido

fontes:
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