10 de dezembro de 2025

Catira, a Índia Amaldiçoada

 ۞ ADM Sleipnir

Catira é uma figura presente nos mitos do povo indígena bororo, originário das regiões de Goiás e Mato Grosso, no Brasil. A narrativa descreve a história de uma mulher que, após ser vítima de traição, é amaldiçoada e condenada a assombrar as águas de um riacho. O relato foi coletado pelo escritor Hélio Serejo e registrado na obra Estórias e Lendas de Goiás e Mato Grosso (1962), organizada por Regina Lacerda.

De acordo com a narrativa, um jovem guerreiro bororo chamado Sepi, considerado o mais forte e valente da tribo, ouviu certa vez uma voz feminina cantando enquanto navegava por um riacho. Ao se aproximar, encontra uma mulher extraordinariamente bela, de cabelos negros compridos e olhos azuis como a flor da mancava, sentada em uma grande pedra à beira da água.​ 

Quando Sepi tenta se aproximar, a mulher desaparece misteriosamente nas águas agitadas. O jovem, perturbado pela experiência, relata o acontecido à sua mãe. É então que ela revela a verdade sobre aquela aparição. A mulher que ele vira é Catira, nascida da tribo de seu avô e considerada a mais linda entre as índias. Porém, Catira cometeu uma traição imperdoável: entregou-se a um homem branco. Como punição pela desonra causada à tribo, o pajé a condenou a ser lançada ao rio. Contudo, as próprias águas rejeitaram seu corpo, jogando-a de volta sobre a pedra, onde ficou condenada a sofrer eternamente.​ A mãe de Sepi explica que Catira, em seu estado de remorso e sofrimento, canta para atrair incautos membros da tribo. Na primeira aproximação, ela foge (como fez com Sepi), mas aquele que a procura pela segunda vez fica preso a seu chamado maligno até ser tragado pelas águas agitadas que guardam sua caverna submersa.​

Apesar da advertência materna, Sepi, na noite seguinte, novamente prepara sua canoa e desce o riacho. Nunca mais retornou. Os velhos bororós afirmam que Sepi foi o último a ser levado pelas águas. Desde então, a pedra desapareceu, o riacho tornou-se tranquilo, e ninguém mais viu Catira a cantar. A tradição transmitida pelos bororós conclui que Catira finalmente morreu de remorso, encerrando sua maldição.​

fontes:

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