۞ ADM Sleipnir

Senoi (hebraico סנוי; também grafado Snvi ou Senoy), Sansenoi ( hebraico סנסנוי; também grafado Snsnvi, Sansenoy ou Sensenoy) e Semangelof (hebraico סמנגלוף; também grafado Smnglof ou Semanglef) são três anjos da tradição judaica associados à proteção de grávidas, parturientes e recém-nascidos contra Lilith e seus descendentes demoníacos. No relato preservado no Alfabeto de Ben Sirá (séc. X) e em outras fontes rabínicas, eles são enviados pelo próprio Deus após Lilith, considerada a primeira esposa de Adão, fugir do Éden.
Tendo sido criada do mesmo pó (adamah) que Adão, Lilith recusou-se a ser submissa e, ao pronunciar o Nome Inefável, elevou-se aos céus e foi encontrada pelos anjos no meio do mar, local onde gerava espíritos e demônios (shedim). Ali, ela declarou possuir poder sobre recém-nascidos — até o oitavo dia no caso de meninos e até o vigésimo no caso de meninas.
Ao receber o comando divino para retornar ao Éden, Lilith recusou-se novamente. Os três anjos a encontraram no meio do mar e, percebendo sua rebeldia, ameaçaram afogá-la à força. Lilith implorou por sua vida e, diante disso, os anjos cederam — mas anunciaram a punição estabelecida por Deus: todos os dias, cem de seus próprios filhos demoníacos morreriam, já que ela não retornara a Adão. Para preservar-se, Lilith fez então um juramento solene em nome de Deus: sempre que encontrasse os nomes, imagens ou representações dos três anjos em um quarto onde houvesse um bebê, ela não o tocaria. Esse pacto tornou-se a base do uso apotropaico dos nomes dos três anjos na tradição judaica.

Os nomes de Senoi, Sansenoi e Semangelof passaram a figurar em amuletos destinados a proteger gestantes, mães e recém-nascidos. Tais amuletos podiam incluir representações iconográficas dos anjos ou apenas nomes escritos. O Sefer Raziel também preserva fórmulas destinadas a afastar Lilith, reforçando a associação entre os três anjos e a proteção infantil. Em achados arqueológicos, como tigelas de encantamento judaicas de Nippur (séculos I–VIII d.C.), aparecem nomes similares — Soney, Sosoney e Senigly — usados para aprisionar ou repelir demônios.
Sincretismo
Em tradições cristãs posteriores, especialmente no Mediterrâneo Oriental, as figuras de Senoi, Sansenoi e Semangelof foram reinterpretadas e associadas a santos protetores contra demônios e doenças: Senoi foi identificado com Santo Sisoe, um eremita egípcio venerado por seu poder de exorcizar espíritos malignos; Sansenoi tornou-se equivalente a Sisínios, um santo folclórico presente em textos mágicos bizantinos que combate demônios femininos nocivos a gestantes; e Semangelof foi relacionado a Sinidoro, figura da tradição apócrifa cristã oriental lembrada como um guardião espiritual e protetor de crianças contra forças maléficas.
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| Amuleto com representações, da direita para a esquerda, de Senoi, Sansenoi e Semangelof |
Senoi, Sansenoi e Semangelof


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