24 de setembro de 2018

Nanaue

۞ ADM Sleipnir

Arte de Kenneth R Tryal
Nanaue (também conhecido como Kaneana ou Makua Charlie) é um homem-tubarão pertencente a mitologia havaiana, filho do deus tubarão Ka-moho-ali'i com uma donzela havaiana chamada Kalei.

Segundo a lenda, Kalei viveu há muito tempo, na Grande Ilha do Havaí, mais precisamente no vale de Waipio. Todas as noites, ela caminhava até as águas na foz do vale para se banhar no mar. Certa noite, porém, ela não estava sozinha. Ka-moho-ali'i, o rei de todos os tubarões da região, estava nadando logo abaixo da superfície das águas onde Kalei se banhava. Sob o luar cintilante, ela despiu-se e deslizou para as águas quentes, como fazia todas as noites.

Ka-moho-ali'i viu Kalei e ficou fascinado por sua beleza única. Sendo um metamorfo, ele resolveu que na noite seguinte assumiria sua forma humana e procuraria em terra por aquela linda e misteriosa mulher. Ele caminhou por alguns dias misturando-se com o povo do vale de Waipio, à procura de Kalei, até que um dia finalmente a encontrou.

Os dois se apaixonaram e se casaram, e com o tempo, Kalei ficou grávida. Antes que a criança nascesse, porém, Ka-moho-ali'i tinha esgotado seu tempo transformado em humano, e precisava voltar ao mar. Ele nunca revelou sua verdadeira identidade para Kalei. Ele a instruiu a dar à luz sozinha e cuidar de seu filho, nunca permitindo que a criança comesse a carne de qualquer animal. Relutantemente, Ka-moho-ali'i deixou Kalei e voltou para o oceano. Os dois nunca mais se veriam novamente.

Em uma noite escura, enquanto os ventos sopravam furiosamente pelo vale, a bela Kalei deu à luz o filho do rei tubarão. Kalei sentiu um misto de medo e tristeza ao ver que o bebê, que ela nomeou Nanaue, havia nascido com uma deformidade nas costas - um grande buraco que mais parecia a boca aberta de um peixe. Ela o envolveu em uma manta fina de tecido de tapa para esconder a deformidade dos outros.

Conforme Nanaue crescia, Kalei procurava mante-lo longe de qualquer carne, assim como Ka-moho-ali'i havia instruído, mas ela não pôde protegê-lo por muito tempo. Nos tempos antigos, homens e mulheres não podiam comer juntos.


Quando Nanaue atingiu a maioridade, seu avô o levou para comer com os homens. Ele foi alimentado com carne pela primeira vez e desenvolveu um apetite voraz e insaciável. Na boca que havia em suas costas cresceram fileiras de dentes afiados. Após esse dia, Kalei levou Nanaue para se banhar no riacho, onde ela assistiu com horror e fascinação seu filho tomar a forma de um jovem tubarão. Ele nadava e brincava na água em forma de peixe, perseguindo e comendo as criaturas menores no riacho. 

Conforme Nanaue cresceu e se tornou um homem, ele também cresceu como tubarão. Sempre que ele entrava no oceano para nadar com seus amigos, um grande tubarão saía da água os despedaçava, e somente ele voltava vivo. O povo do vale de Waipio logo ficou desconfiado: por que Nanaue nunca era atacado? Eles começaram a suspeitar que ele tinha poderes especiais, sem saber que era ele quem estava realmente matando seus amigos após transformar-se em tubarão.

Um dia, os aldeões descobriram a grande boca nas costas de Nanaue, e então descobriram que era ele o causador das mortes por tubarões nas águas pacíficas da ilha. Os aldeões ficaram muito zangados e decidiram capturá-lo e matá-lo, mas Nanaue fugiu para o mar, transformando-se em tubarão e migrando para o leste da ilha de Maui. Lá ele tomou a forma de um homem novamente, e se casou com uma chefe havaiana. 

Enquanto esteve em Maui, Nanaue tentou conter seu desejo por carne humana, mas não conseguiu. Numa noite, sua fome tomou conta dele por completo. Ele sequestrou uma jovem, correu para o oceano, mudou de forma e a devorou ​​à vista de todos. O povo de Maui ficou indignado, e tentou matá-lo atirando lanças contra ele, porém ele nadou rapidamente em direção a ilha de Molokai.

Mais uma vez, após Nanaue chegar à ilha de Molokai, ele tentou manter sua verdadeira natureza em segredo, mas à medida que envelhecia sua fome só ficava mais forte. A essa altura, histórias de um perigoso homem tubarão circulavam pelas ilhas.

O povo Molokai manteve-se atento a este estranho homem tubarão. Finalmente, eles viram Nanaue mudar de forma no mar num momento em que ele pensava não haver ninguém olhando. Eles o prenderam enquanto ainda estava na forma de tubarão e o espancaram com paus até que a água ficou vermelha com seu sangue. Após sua morte, os aldeões cortaram seu corpo em pedaços e o incineraram.


Arte de Gambear1er


fonte:

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17 de setembro de 2018

Ayyappan

۞ ADM Sleipnir


Ayyappan (ou Ayyappa, também escrito como Ayappa) é uma popular divindade hindu, cultuada principalmente na cidade de Querala, no sul da Índia. Acredita-se que Ayyappan nasceu da união entre Shiva e Mohini, o avatar feminino do deus Vishnu. Ayyappan também é comumente conhecido como Manikandan, pois de acordo com a lenda de seu nascimento, seus pais amarraram um sino de ouro (mani) em volta do pescoço (kandan) logo após o seu nascimento. 



De acordo com a lenda, quando Shiva e Mohini abandonaram Ayyappan ainda bebê nas margens do rio Pampa, o rei Rajashekhara, o monarca sem filhos da cidade de Pandalam, o encontrou e o aceitou como um dom divino, adotando-o como seu próprio filho.

Porque os deuses criaram Ayyappan

Após a deusa Durga matar o rei demônio Mahishasur, sua irmã, Mahishi, partiu em busca de vingança por seu irmão. Mahishi possuía uma benção dada a ela por Brahma, que a tornava impossível de ser morta por qualquer adversário, a menos que este fosse alguém nascido dos deuses Vishnu e Shiva. 


Mahishi e Brahma

Para salvar o mundo da aniquilação, Vishnu, encarnado como Mohini, uniu-se com Shiva e, de sua união nasceu Ayyappan.

Infância de Ayyappan

Pouco tempo após o rei Rajashekhara adotar Ayyappan, seu próprio filho biológico, Raja Rajan, nasceu, e ambos foram criados como príncipes. Ayyappan era inteligente e se destacava nas artes marciais, no manejo do arco e flecha e no conhecimento de várias escrituras, além de surpreender a todos com seus poderes sobre-humanos. 



Ao completar seu treinamento principesco e seus estudos, Ayyappan ofereceu ao seu guru uma recompensa, e este ciente do poder divino de Ayyappan pediu-lhe que restaurasse a visão e a fala de seu filho. Ayyappan prontamente colocou a mão sobre o menino e o curou.

Conspiração Real Contra Ayyappan

Quando chegou a hora de nomear o herdeiro do trono, o rei Rajashekhara desejava Ayyappan, mas a rainha queria que seu próprio filho fosse o rei, e conspirou com seu médico para matar Ayyappan. Fingindo estar doente, a rainha fez seu médico pedir um remédio impossível - leite de tigresa. Uma vez que ninguém podia obté-lo sem arriscar a vida, Ayyappan se ofereceu para buscá-lo, mesmo contra a vontade de seu pai.

Durante a busca pelo leite de tigresa, Ayyappan encontrou o demônio Mahishi e o matou nas margens do rio Azhutha. Ayyappan então entrou na floresta em busca de leite de tigresa, onde encontrou Shiva. Ao seu comando, Ayyappan montou a tigresa e voltou para o palácio.



A Deificação de Ayyappan

O rei Rajashekhara já havia descoberto as maquinações da rainha contra seu filho e implorou o perdão de Ayyappan. Ayyappan partiu para sua morada celestial depois de dizer ao rei para construir um templo em Sabari, para que suas memórias pudessem ser perpetuadas na terra. Quando a construção foi concluída, Parashurama, o sexto avatar de Vishnu, esculpiu uma imagem de Ayyappan e a colocou no templo.


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14 de setembro de 2018

6 Anos de Blog!



Hoje o Portal dos Mitos completa seis anos de existência. Esse ano, por conta do meu desemprego e do falecimento de meu pai, dei uma pausa nas publicações, mas de forma nenhuma o abandonei. O Portal dos Mitos ainda tem muito a trazer e eu agradeço a cada um de vocês que ama o trabalho feito aqui. Continuem acompanhando meu blog e apoiando com seus comentários, elogios, críticas e sugestões.

Rodrigo Viany (Sleipnir)


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10 de setembro de 2018

Hadhayosh

۞ ADM Sleipnir

Arte de Arvad X.

Hadhayosh (ou Hadhayaosh, também chamado Sarsaok) é uma criatura primordial pertencente a mitologia persa/zoroastrismo, e semelhante ao bíblico BehemothEla se assemelha a um gigantesco boi com cerca de 15 metros de altura, possuindo uma pele feita de latão polido e uma juba de chamas puras. Em sua cabeça, carrega três pares de chifres: um virado para o lado e dois curvados para frente.

De acordo com as lendas, vários Hadhayosh serviram como meio de transporte para os primeiros humanos, ajudando-os a atravessar o antigo e lendário oceano Voutukasha. Uma vez estabelecidos, os Hadhayosh começavam a viver em campos e planícies, e apesar de seu tamanho, precisavam de muito pouca comida, alimentando-se de pequenas plantas e frutos silvestres. 

Acreditava-se que uma mistura feita a partir da gordura de um Hadhayosh, juntamente com certas ervas, era capaz de fornecer a imortalidade a qualquer um que a consumisse.

Arte de Jonna Hyttinen
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Ruby