۞ ADM Sleipnir
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A Serpente Emplumada da Lapa (também chamada de Cobra de Asas) é uma criatura cuja lenda está intimamente ligada ao município de Bom Jesus da Lapa, na Bahia, e remonta aos primórdios da fundação do município. No século XVII, um eremita português chamado Francisco de Mendonça Mar deixou Salvador e, movido por fé e caridade, percorreu longas distâncias até encontrar refúgio em uma gruta às margens do Rio São Francisco. Ele transformou a caverna em abrigo para doentes e viajantes, plantando as sementes do que viria a se tornar o Santuário do Bom Jesus da Lapa, um importante centro de peregrinação religiosa. Com o tempo, ao redor desse santuário, desenvolveu-se o município de Bom Jesus da Lapa, hoje reconhecido como a "Capital Baiana da Fé".
Embora fosse conhecida como um local de devoção e acolhimento, a gruta também guardava um segredo sombrio. Diz-se que uma de suas covas escondia uma serpente gigantesca, com penas reluzentes e asas poderosas, remetendo à imagem de Quetzalcoatl, a serpente emplumada da mitologia mesoamericana. Ao contrário da divindade reverenciada pelos povos pré-colombianos, entretanto, a Serpente Emplumada da Lapa era associada à destruição e ao caos. Confinada na gruta, ela aguardava ansiosa pelo dia em que escaparia para sobrevoar cidades e devorar tudo em seu caminho. Acreditava-se que os sons de seus movimentos e tentativas de fuga podiam ser ouvidos pelos moradores e peregrinos. Essa tensão apocalíptica preocupava os fiéis, que buscavam maneiras de conter a criatura. No final do século XVIII, Frei Clemente, uma figura religiosa local, trouxe uma solução espiritual para a ameaça da serpente. Ele orientou os fiéis a rezarem o Ofício de Nossa Senhora no santuário, afirmando que cada oração feita enfraqueceria a criatura, fazendo-a perder uma de suas penas. Durante décadas, milhares de peregrinos repetiram incessantemente o ritual. Lentamente, as penas da serpente caíram, privando-a de sua força e poder. Por fim, conta-se que a criatura definhou e morreu no início do século XX. Em 1936, a cova foi aberta, mas nenhum vestígio da serpente foi encontrado.
Apesar do desfecho narrado, muitos acreditam que a serpente nunca foi realmente derrotada. Há quem acredite que a criatura está adormecida em algum ponto abaixo da gruta, aguardando a oportunidade de ressurgir. Para prevenir esse risco, foi instalada na Cova da Serpente uma estátua de Nossa Senhora. Na representação simbólica, a santa é descrita como contendo a besta ao amarrá-la com fios de seus cabelos.
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