Arte de KW |
Kuro bōzu (japonês 黒坊主 ouくろぼうず, "monge negro") é um yokai pertencente ao folclore japonês, cuja aparência se assemelha a um monge budista careca, embora sua real aparência seja vaga e difícil de discernir. Segundo relatos, todo o seu corpo é negro, envolto em vestes escuras. Seu rosto exibe características um tanto bestiais, com uma língua longa e um odor de peixe podre. Diz-se que suas mãos e pés são indistinguíveis. Ele pode mudar rapidamente de altura, tornando-se um monstro imponente em um instante. Sua velocidade também é extraordinária, podendo correr tão rapidamente quanto se estivesse voando.
Kuro bōzu costumam assombrar áreas habitadas por humanos, emergindo durante a noite para adentrar casas após todos estarem dormindo. Eles se aproximam de suas vítimas, principalmente mulheres, sugando o fôlego de suas bocas. Além disso, deslizam suas línguas putrefatas nas bocas, ouvidos e por todo o rosto de suas vítimas. Aqueles visitados repetidamente por um Kuro bōzu acabam ficando muito doentes.
Arte de Andréa Boloch |
Alguns especialistas sugerem que o Kuro bōzu seja uma espécie de Nopperabō (野箆坊, "monge sem rosto"), devido às características vagas e indistintas deste yokai. Outros o comparam ao yokai Yamachichi (山地乳, não possui tradução), que também se infiltra em casas para roubar o fôlego de humanos adormecidos. Suas habilidades de mudança de tamanho e aparência de monge sugerem que pode ser uma variedade de Taka nyūdō (高入道, "sacerdote alto"). Há quem afirme que é uma das formas assumidas por um Kawauso (獺, "lontra do rio").
Lendas
O Kuro bōzu não surgiu no folclore até o início da era Meiji (1868-1912), sendo relativamente novo em comparação a outros yokais. O relato mais conhecido sobre uma aparição deste yokai veio desta época, através de um artigo publicado no jornal Yūbin hōchi shinbun. A aparição ocorreu na casa de um carpinteiro em Kanda, Tóquio. À meia-noite, uma figura negra e sombria, semelhante a um monge, apareceu subitamente na casa. A criatura adentrou o quarto onde o marido e a esposa estavam dormindo. Passou sobre a esposa adormecida do carpinteiro e inseriu sua língua em seus ouvidos e boca. Em seguida, a lambeu por todo o corpo. A criatura exalava um cheiro de lixo podre. O odor era tão insuportável que a família adoeceu. Noite após noite, o Kuro bōzu retornava para atacar a esposa do carpinteiro. Finalmente, ela não suportou mais. Abandonou o marido e foi morar com parentes. Segundo o carpinteiro, depois que sua esposa partiu, o monge negro parou de aparecer.
Ilustração do Kuro bōzu atacando a mulher do carpinteiro no Yūbin-hōchi-shinbun . |
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