8 de outubro de 2025

Dragão de Guabiruba

۞ ADM Sleipnir


O Dragão de Guabiruba é uma criatura lendária associada ao município de Guabiruba, em Santa Catarina, Brasil. A lenda surgiu na região montanhosa do bairro Lageado Alto e tornou-se popular a partir de relatos ocorridos em 1982. De acordo com os relatos, a criatura é um animal voador de grande porte, com escamas, coloração marrom e língua vermelha de aproximadamente 20 centímetros, que lembra fogo. Testemunhas afirmam que o dragão teria asas abertas e aparência ameaçadora, causando pânico imediato. 

Aparições e relatos

O primeiro relato documentado é do agricultor Pedro Ismanioti, que em 1982 afirmou ter visto a criatura enquanto cortava folhas de caeté para alimentar seus animais. Segundo sua esposa, Laura Ismanioti, Pedro ficou imóvel de medo ao avistar o dragão sobre um galho, quase encostando em sua cabeça. A experiência teria sido tão impactante que Pedro passou a carregar um terço no bolso e rezar diariamente durante um ano. No dia seguinte, acompanhado de um tio, Pedro retornou ao local, mas não teve coragem de se aproximar da grota onde teria visto o dragão. Posteriormente, o local foi convertido em roça de fumo.

Outro morador, Arlindo Lana, também relatou ter avistado a criatura enquanto trabalhava com um trator, descrevendo características semelhantes às de Pedro. Segundo relatos, Arlindo não conhecia a história de Pedro e nunca havia ouvido falar dela antes de sua própria experiência. Os relatos foram publicados pelo jornal O Município em 17 de agosto de 1990 e permanecem como a principal fonte de documentação sobre o dragão. 

Reportagem publicada no jornal O Município em 17 de agosto de 1990. Foto: Arquivo O Município


O dragão e a queda de um avião

A lenda também é associada a um acidente aéreo ocorrido em Guabiruba em 1995. Segundo relatos populares, o dragão teria destruído um avião Cessna Caravan da TAM que sobrevoava a região do Aymoré, resultando na morte de duas pessoas. Investigações do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) descartaram a hipótese de falha mecânica, apontando condições climáticas adversas, desvio de rota e inexperiência da tripulação como fatores principais do acidente. Apesar disso, a narrativa do dragão como responsável pelo incidente é frequentemente citada em relatos populares e páginas de internet sobre a lenda.

Impacto cultural e turístico

Quatro décadas após o primeiro relato, a lenda do Dragão de Guabiruba consolidou-se como parte da identidade cultural do município. Inicialmente motivo de chacota entre moradores da região, a narrativa passou por um processo de ressignificação e hoje é reconhecida como elemento de valorização do patrimônio imaterial local.

A partir dos anos 2000, a aceitação da história levou à sua incorporação em iniciativas turísticas, educacionais e empreendimentos comerciais. A Secretaria de Turismo e a Fundação Cultural de Guabiruba passaram a promover a figura do dragão ao lado de outros personagens folclóricos da cidade, como o Pelznickel e a Befana. Totens com imagens alusivas à criatura foram instalados em diferentes pontos da cidade, e um painel grafitado do artista Wilson Neném retrata a lenda na sede da Fundação Cultural.


A história também está presente em atividades escolares, desfiles cívicos e eventos culturais, sendo utilizada como recurso pedagógico e artístico. A Academia de Letras de Guabiruba anunciou a inclusão da lenda no livro comemorativo dos 60 anos do município, reforçando seu valor como patrimônio simbólico.

No setor privado, a lenda inspirou produtos e empreendimentos temáticos. Restaurantes e bares locais oferecem pratos e bebidas que fazem referência ao dragão, como o Dragonbrot vendido no Biergartenplatz. A marca de roupas Use Guaba lançou camisetas e moletons estampados com a criatura, acompanhados de tags explicativos sobre a origem da lenda.

O turismo também se beneficiou diretamente: a Pousada Canto do Dragão, inaugurada em 2021, explora a temática em sua decoração e identidade visual, atraindo visitantes interessados na mitologia local. Outro projeto em andamento, a Montanha Encantada Dragão de Guabiruba, prevê a construção de uma eco estalagem temática com chalés, restaurante panorâmico, labirinto do dragão e trilhas, reforçando o potencial da lenda como atrativo turístico e gerador de renda para a região.


fontes:

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4 comentários:

  1. Eu admito que nunca imaginei que havia tantas lendas de dragões no Brasil

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  2. Uma dúvida, o Boi tatá, seria considerado um dragão?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Tem quem o chame de dragão mas ele é uma serpente de fogo, como o nome dele deixa claro.

      Excluir



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