6 de outubro de 2025

Nencatacoa

۞ ADM Sleipnir

Nencatacoa (também conhecido como Nem-catacoa) é uma divindade da mitologia do povo Muisca, uma civilização pré-colombiana que habitava a região do planalto central da atual Colômbia, conhecida como a Savana de Bogotá. Venerado como o deus protetor dos tecelões, artistas e das festividades, sua importância cultural estava diretamente ligada à habilidade artística e aos rituais festivos muiscas.

Nencatacoa era representado como um animal da floresta, geralmente associado à forma de uma raposa ou de um urso, coberto por um manto e decorado com ouro. Segundo o cronista  e frade Pedro Simón (1574-1628), esse tipo de figura animal era recorrente nas representações rituais. A forma zoomórfica do deus refletia a íntima relação dos Muiscas com a natureza e a simbologia espiritual dos animais.

Nencatacoa era especialmente associado aos tecelões, profissão de grande importância para os Muiscas. Os tecidos produzidos eram feitos principalmente com algodão e fique, e frequentemente decorados com padrões artísticos. Além disso, o deus também era patrono dos artistas e pintores, protetor das manifestações culturais expressas por meio de cerâmica, escultura, petroglifos e metalurgia de ouro, com desenhos antropomórficos, zoomórficos e ideogramáticos.

Outro aspecto central de Nencatacoa era sua associação às festividades, à dança e à embriaguez ritual. Durante as celebrações, ele era considerado uma presença divina, festejando junto ao povo. O consumo de chicha (uma bebida alcoólica fermentada à base de milho) era uma parte essencial dos ritos em sua homenagem. Relatos indicam que os Muiscas bebiam chicha em ocasiões importantes, como durante a construção de casas (bohíos) e templos, na chegada de novos caciques, bem como nas épocas de plantio e colheita. Essas festas envolviam danças, cantos, música com tambores e flautas, tudo em honra a Nencatacoa.


Devido à sua ligação com o vinho (chicha), a dança e os excessos festivos, Nencatacoa é frequentemente comparado aos deuses Dioniso da mitologia grega e Baco da mitologia romana. Ainda segundo Pedro Simón, quando os Muiscas celebravam ao redor do fogo e sentiam o vento soprar, acreditavam que era um sinal da presença ativa de Nencatacoa na festividade.

Arte de Joan Londoño


fontes:

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