13 de dezembro de 2017

Lugalbanda

۞ ADM Sleipnir

Arte de Christoph Peters

Lugalbanda, conhecido pela alcunha de "O Pastor", foi um lendário rei semi-divino da Suméria, cujo reinado ocorreu no terceiro milênio a.C. De acordo com a Lista de reis da Suméria, ele foi o segundo rei da cidade de Uruk (onde atualmente fica o Iraque), e o seu reinado teria durado 1200 anos. Lugalbanda era filho do deus solar Utu (correspondente ao deus acadiano/babilônico Shamash). De acordo com a Epopéia de Gilgamesh, ele e sua consorte, a deusa Ninsun, foram os pais do grande herói Gilgamesh.

Lugalbanda ocupa um lugar proeminente como herói em dois contos sumérios datadas da terceira dinastia de Ur (séc XXI a.C)., chamados pelos estudiosos de "Lugalbanda na Caverna das Montanhas" (ou Lugalbanda I) e "Lugalbanda e o Pássaro Anzu'' (ou Lugalbanda II). Estes contos fazem parte de uma série de histórias que descrevem os conflitos entre Enmerkar, rei de Uruk e Ensuhkeshdanna, senhor de Aratta, uma região provavelmente localizada no planalto iraniano. Nessas duas histórias, Lugalbanda é um soldado no exército de Enmerkar, cujo nome também aparece na Lista de Reis Sumérios como o primeiro rei de Uruk e predecessor de Lugalbanda. 

No conto "Lugalbanda na Caverna das Montanhas", enquanto Enmerkar e seu exército marchavam em direção a terra de Aratta, Lugalbanda acaba adoecendo, e seus companheiros o abandonam para morrer em uma caverna junto com algumas provisões. Lá, Lugalbanda roga aos deuses Utu/Shamash, Inanna e Nanna para que ele seja curado, e acaba obtendo o auxílio deles. Poucos dias depois, ele captura um touro selvagem e duas cabras selvagens antes de se deitar e dormir. Durante o sono, Lugalbanda recebe um sonho instruindo-o a sacrificar os animais que ele havia capturado, e assim que ele acorda, sacrifica os animais conforme instruído pelo sonho. O restante do conto é fragmentado e de difícil compreensão, mas lança luz no comportamento dos deuses, que embora fossem poderosos, exibiam um caráter sombrio.


Já no conto "Lugalbanda e o Pássaro Anzu"', Lugalbanda encontra um filhote do pássaro divino Anzu, e o alimenta. Ao retornar ao ninho, o pássaro Anzu chama seu filhote mas este não responde. Uma vez que ele descobre que o seu filhote não atendeu seu chamado por já ter sido alimentado, Anzu agradece a Lugalbanda e lhe presenteia com a habilidade de viajar em altas velocidades. Assim Lugalbanda consegue chegar rapidamente a Aratta, para acompanhar seu rei e seus companheiros, que naquele momento cercavam a cidade de Aratta. Mas seu rei Enmerkar estava enfrentando problemas com o cerco e depois de um ano de reveses sem sucesso, decide buscar o auxílio da deusa Inanna que estava em Uruk. Lugalbanda se oferece para ir até Uruk, e graças ao dom recebido do pássaro Anzu, ele foi capaz de atravessar uma distância de sete cadeias de montanhas em apenas um dia, chegando até o local onde Inanna se encontrava. Inanna atende ao pedido de Lugalbanda, lhe entregando uma parábola instruíndo Enmerkar como tomar o controle de Aratta e de seus recursos. Graças a ajuda de Inanna, e ao protagonismo de Lugalbanda, Enmerkar finalmente vence a guerra contra Ensuhkeshdanna, e toma a terra de Aratta.

Em algum ponto da história, Lugalbanda torna-se rei de Uruk e inicia um relacionamento com a deusa Ninsun, com quem mais tarde teria um filho, Gilgamesh. Seu reinado, segundo a lista real sumeriana, teria durado 1200 anos.


Gilgamesh, Arte de Mateusz Ozminski


CLIQUE NO BANNER ABAIXO PARA MAIS POSTS SOBRE 

PARTICIPE! Deixe seu comentário, elogio ou crítica nas publicações. Faça também sugestões. Sua interação é importante ajuda a manter o blog ativo! Siga o Portal dos Mitos no Youtube, TikTok e Instagram!

5 comentários:

  1. Maneiro, maneiroo, maneirooo... Muito Obrigado, pessoal!!!

    ResponderExcluir
  2. "instruindo-o a sacrificar os animais que ele havia capturou". Capturado!!! consertem, por favor. Muito Obrigado.

    ResponderExcluir
  3. Muito bom esse site, lendas e mitos fasintes.

    ResponderExcluir



Seu comentário é muito importante e muito bem vindo, porém é necessário que evitem:

1) Xingamentos ou ofensas gratuitas ao autor e a outros comentaristas;
2)Comentários racistas, homofóbicos, xenófobos e similares;
3)Spam de conteúdo e divulgações não autorizadas;
4)Publicar referências e links para conteúdo pornográfico;
5)Comentários que nada tenham a ver com a postagem.

Comentários que inflijam um desses pontos estão sujeitos a exclusão.

De preferência, evite fazer comentários anônimos. Faça login com uma conta do Google, assim poderei responder seus comentários de forma mais apropriada, e de brinde você poderá entrar no ranking dos top comentaristas do blog.



Ruby