۞ ADM Cerberus
As rochas deslizantes de Racetrack Playa são um dos
fenômenos geológicos mais intrigantes que ocorrem no Vale da Morte,
especialmente no lago seco chamado Racetrack Playa (algo como Planície ou praia
dos Rastros). O fenômeno consiste de pedras de dimensões variáveis, algumas
bastante grandes, com centenas de quilogramas de massa, que são encontradas com
um rastro atrás de si marcado no solo, sem qualquer sinal associado de
intervenção humana ou animal. A causa deste movimento ainda é controversa,
embora várias teorias tentem explicá-lo. Ninguém jamais conseguiu filmá-las ou
vê-las em movimento. Casos semelhantes são encontrados em diversos outros lagos
secos (playas) da região, mas os da Racetrack Playa são os mais notáveis.
As rochas deslizantes
As rochas encontradas na área da playa se originam das
colinas dolomíticas do entorno, embora algumas sejam de sienito e feldspato.
São encontradas a distâncias de até milhares de metros de sua fonte, com
rastros atrás de si marcados na lama seca que sugerem um movimento por tração.
Os rastros variam em extensão e direção, alguns mostram
linhas quase retilíneas, ou curvas suaves, outros têm angulações abruptas e
irregulares. A direção predominante é sul/sudeste - norte/nordeste, consistente
com os ventos dominantes da área e sugerindo a força eólica como causa do
fenômeno. A natureza dos rastros indica que o movimento se dá quando a
superfície da playa está saturada de umidade, mas não profundamente inundada.
São marcas efêmeras que não sobrevivem à próxima chuva, embora os rastros mais
profundos possam perdurar por alguns anos.
Histórico das
observações e hipóteses
Registros informais populares e estudos científicos sobre
este fenômeno se multiplicaram no século XX, mas não se sabe quem primeiro o
observou. O primeiro registro escrito conhecido é de McAllister and Agnew, que
em 1948 publicaram um artigo no Geological Society of America’s Bulletin,
sugerindo que a causa do movimento das rochas era os ventos. Outras pesquisas
se seguiram, com mapeamento da área, medições e contagem dos rastros e das
pedras, e de outras características geológicas. Especulou-se sobre várias
causas possíveis, como tectonismo, anomalias magnéticas, correntes de água e
inundações, formação de bóias de gelo em torno das pedras, e interferência
humana.
A maior parte dos estudiosos aponta o vento atuando sobre
uma superfície de lama fresca como a causa principal do movimento das rochas.
George Stanley (1955) considerou que os ventos registrados na região são pouco
potentes para mover rochas que pesam até 300 kg, e sugeriu que a formação de
placas de gelo em torno das pedras poderia ser um fator auxiliar no aumento de
sua superfície sem aumento significativo em seu peso, favorecendo a captação do
vento e o incremento local de sua potência, bem como o deslizamento.
Bob Sharp e Dwight Carey iniciaram em 1972 um programa de monitoramento de cerca de 30 rochas movidas recentemente. Cada pedra recebeu um nome e foi observada ao longo de sete anos, objetivando testar a hipótese das placas de gelo. Foram montados cercados e estacas em torno dos espécimes selecionados, que deveriam impedir a ação do vento e detectar alterações causadas por congelamento. Contudo, as pedras se moveram da mesma forma, ignorando as proteções, permanecendo as estacas sem serem afetadas. Outras pedras selecionados em pares apresentaram movimento de apenas uma, enquanto a outra, exatamente ao lado, permaneceu imóvel. Quase todas as pedras monitoradas se moveram no período fixado, em distâncias que variaram de poucos centímetros até 262 m. Também reportaram vários movimentos na ausência de depósito volumoso de água sobre a playa, que possibilitaria a formação e deslocamento livre de uma balsa de gelo a carregar as rochas, e que alguns rastros mostram características incongruentes com a hipótese, além de haver registros de atividade em meses de verão.
Em 1995 o professor John Reid e seis estudantes da
Universidade de Massachussetts estudaram o caso e encontraram várias
incongruências, embora tenham conseguido provar em algumas ocorrências a
efetiva colaboração do gelo no processo.
Outros pesquisadores estudando o fenômeno em 1995 detectaram
a ocorrência de ventos incomumente fortes sobre a playa, que podem ser
comprimidos e intensificados por causa da conformação topográfica do entorno.
Notaram ainda que a zona limítrofe acima do solo onde o vento ainda é potente é
de apenas 5 cm, evidenciando que pedras relativamente pequenas ainda recebem o
pleno impacto dos ventos, que podem atingir a velocidade de 145 km/h durante as
tempestades de inverno. Tais tempestades foram consideradas o impulso primário
do movimento, enquanto que ventos mais suaves e constantes, com apenas metade
da velocidade de impulso inicial, são tidos como suficientes como força
propelente de maior duração e que possibilita deslocamentos longos.
Paula Messina (1988) assinala que embora haja tendência de
as rochas maiores deixarem rastros mais curtos, uma regra neste sentido não é
consistente com as observações, e os dados coletados mostram uma configuração
bastante caótica e imprevisível. Sugere ainda que a comprovada formação de uma
película de limo lubrificante por cianobactérias aumenta a viscosidade da lama
e favorece o deslizamento. Diz também que o gelo, ainda que possa colaborar,
não é um fator imprescindível para a movimentação, já que ocorrências foram
registradas em temperaturas acima do congelamento. Uma causa sugerida para a
movimentação em trajetos altamente irregulares é a captura de rochas por fortes
redemoinhos de vento, chamados na região de Dust Devils.
A pesquisadora, cotejando a literatura disponível, lamenta a
ausência de relações significativas entre tamanho das rochas, sua origem, sua
localização, seus trajetos e as condições geológicas e atmosféricas no local, e
a partir desta inconsistência entre os dados, que não indicam um mecanismo
formador único, aceita a hipótese de causas múltiplas para o fenômeno, sendo
cada caso produzido por fatores diferentes. Por fim conclui que o vento apenas,
embora sob várias formas e condições, associado a uma superfície úmida da
playa, é suficiente para a formação do fenômeno, mas admite que até que seja
testemunhado visualmente uma rocha em movimento, a causa definitiva ainda deve permanecer
conjetural.
Registros informais e evasivos: Ederson Maia deu um sibilo aqui! Bem! vou pescar chumbo agora. Relatando o relatado, serei bem adjetivo, a maior dessas pedras é a Cassiterita, um mineral de estanho, é translúcida, e aspira algumas cores variável. Com hábito prismático, ela faz esses rastros diferenciados. tá ai a resposta, é chumbo em forma de lama, que aparece depois de algumas semanas, ou meses, quando caem, ou geram.
ResponderExcluirNão dá pra entender merda nenhuma que esse tal de Ederson Maia comenta kkkk
Excluir