31 de agosto de 2020

Youaltepuztli

۞ ADM Sleipnir

Arte de Daniel Parada

Youaltepuztli ("machado noturno" na lingua nauátle; também Yohualtepuztli) é uma misteriosa entidade de origem asteca, dita espreitar as florestas em torno de Tenochtitlán. Produzindo um som semelhante ao de um machado golpeando uma árvore, Youaltepztli atraia curiosos até ele. De acordo com histórias narradas por antigos sábios nahua, era um mau presságio, pois Tezcatlipoca, deus da noite e da guerra, usava Youaltepuztli para assustar e zombar dos humanos, apenas por diversão.

Se alguém ousasse sair em busca do som, acabaria se deparando com uma assustadora e terrível figura de silhueta humana, porém sem cabeça e com o peito aberto e com o coração exposto. Além disso, o ser emana um cheiro insuportável, como o de um cadáver em decomposição. 

Arte de TickleMeCthulhu

Após se deparar com Youaltepuztli, a pessoa tinha apenas duas opções: fugir do local ou então enfrentá-lo. Se fugisse, Tezcatlipoca a consideraria uma covarde, então a atormentaria e a provocaria por muito tempo, até que ficasse entediado. Caso contrário, se a pessoa enfrentasse e derrotasse Youaltepuztli, Tezcatlipoca lhe ofereceria um punhado de espinhos de agave. Os espinhos de agave simbolizavam fortuna, fama e glória em uma guerra futura, e quanto mais espinhos a pessoa recebesse, maior a fortuna e glória que esta iria obter.

Se por acaso a pessoa não tivesse mais condições de lutar, ela poderia tentar arrancar o coração do peito de Youaltepuztli e fugir do local, embrulhando-o e o guardando até o amanhecer. Esta última opção, porém, era uma faca de dois gumes. Ao amanhecer, se o coração se convertesse em espinhos de agave, a pessoa obteria fortuna e glória, porém se o coração se convertesse em carvão, miséria e desgraça cairiam sobre a mesma. Dizem que o resultado da conversão depende da índole da pessoa.

Cultura Popular

No mangá Saint Seiya: The Lost Canvas Gaiden 2 - Escorpião, aparece o personagem Nahuapilli de Youaltepuztli, um guerreiro jaguar servo de Wesda, sacerdote do deus Tezcatlipoca.



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28 de agosto de 2020

Shussebora

۞ ADM Sleipnir

Shussebora (em japonês: 出世螺 ou しゅっせぼら, "tritão gigante promovido") é um dracônico yokai do folclore japonês, ilustrado no segundo volume do Ehon Hyaku Monogatari (japonês: 絵 本 百 物語 , "Livro Ilustrado de Cem Histórias"), publicado em 1841 por Takehara Shunsen.

Assim como outros yokais, origina-se de um animal que após atingir milhares de anos de vida, torna-se um yokai. No caso do Shussebora, o animal em questão é o charonia tritonis, gastrópode comumente conhecido pelos nomes de Tritão-do-pacífico ou búzio-trombeta

Ilustração de um Shussebora no Ehon Hyakku Monogatari

Acredita-se que, há muito tempo, os tritões-do-pacífico viviam nas profundezas das montanhas japonesas. Eles passaram suas vidas enterrados sob a terra ficando cada vez maiores, até que passados três mil anos, migraram das montanhas para os vales durante eventuais deslizamentos de terra. Eles passaram mais três mil anos vivendo próximos de aldeias humanas, até que finalmente migraram para o mar. Após viverem por três mil anos debaixo d'água, eles se transformam em uma espécie de dragão envolvido por uma concha.

Por passarem anos enterrados sob a terra ou no fundo do mar, Shusseboras raramente interagem com os humanos ou são vistos por um. Existem rumores de que a carne de um Shussebora faz com que aqueles que a provem tenham uma vida muito longa.


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26 de agosto de 2020

Tahamaling & Mahomanay

۞ ADM Sleipnir

Arte de Daphne Gragera

Tahamaling e Mahomanay são duas classes de engkanto (espíritos ambientais) protetores dos animais, pertencentes ao folclore da tribo Bagobo, nas Filipinas. Tahamaling são descritos como seres femininos de aparência humana, mas com uma pele de coloração avermelhada. Eles habitam as florestas, onde atuam como protetores dos animais e atuam para impedir a caça indiscriminada dos mesmos. 

Já os Mahomanay são descritos como seres masculinos, também de aparência humana, porém com uma pele de coloração clara. Estes residem nas montanhas, onde protegem os animais da mesma forma que os Tahamaling.

Tanto os Tahamaling quanto os Mahomanay podem permitir que pessoas cacem animais em seus territórios, contanto que a caça seja feita de maneira respeitosa. Além disso, requerem dos caçadores oferendas para que possam permitir sua ação.

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24 de agosto de 2020

Arimaonga

۞ ADM Sleipnir

Arimaonga é um mítico e gigantesco leão que de acordo com a mitologia/folclore do povo maranao nas Filipinas, é responsável por provocar os eclipses ao engolir a lua. Sempre que isso acontece, os maranao arranham suas unhas umas nas outras e batem panelas e gongos, provocando muito barulho para ensurdecê-lo e forçá-lo a cuspir a lua de volta ao céu. Durante o ritual, eles também cantam bitawan mo yung buwan ("solte a lua").

Curiosamente, Arimaonga não tenta engolir a lua por estar com fome ou algo do tipo. De acordo com o folclore, é como se ele brincasse com a lua como um gato brinca com um novelo de lã ou um cão brinca com uma bolinha.

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21 de agosto de 2020

Focalor

۞ ADM Sleipnir

Focalor (também Forcalor ou Furcalor) é, de acordo com a demonologia, um poderoso duque do inferno, e possui 30 legiões de demônios sob o seu comando. De acordo com a Goetia, ele é o 41º dentre os 72 espíritos de Salomão. Quando conjurado, aparece como um homem com asas ou cabeça de grifo. 

Focalor possui poder sobre o vento e o mar, e sua especialidade é matar homens, seja afogando-os ou afundando navios, porém sob comando de um magista, ele não fará mal a ninguém. 

Arte de ArtistEderic

De acordo com obras antigas e modernas sobre demônios, antes de sua queda Focalor integrava a ordem dos tronos, e espera retornar ao sétimo céu algum dia.

Selo de Focalor

Cultura Popular

  • Assim como outros espíritos goetianos, Focalor aparece na franquia de jogos Shin Megami Tensei. Também aparece em Final Fantasy XI online e XII, além  do game Wizardry Gaiden IV: Throb of the Demon's Heart, de 1996 para Super Nintendo. Aparece ainda no game para iOS Guardian Cross;
  • No cardgame Battle Spirits, há um  card nomeado The EvilMarquis Focalor;
  • No mangá Die Ragnarok, Focalor é um demônio invocado pelo antagonista Kill Rain;
  • No mangá e anime Magi: The Labyrinth of Magic, Focalor é um dos 7 djins pertencentes ao personagem Sinbad

Arte de Kasinchen

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19 de agosto de 2020

Men Shen

۞ ADM Sleipnir


Os Men Shen (chinês trad: 門神, "deuses das portas" ou "espíritos das portas", também Menshen) são um par de divindades guardiãs que protegem um ambiente contra a entrada de maus espíritos e também contra o azar ou má sorte. Geralmente são pintados na porta de entrada de casas, templos e de estabelecimentos comerciais, podendo também ter imagens suas penduradas em cartazes ou em papéis, esculpidos em relevo ou colocados como estátuas nos lados de uma porta. As figuras devem estar frente a frente, sendo considerado má sorte colocá-los de costas uma para o outra.O costume teve origem na China Antiga, mas pode ser visto em outros países do oriente como Coréia, Japão e Vietnã.


Durante a dinastia Han (206 a.C. até 220 d.C.), os Men Shen foram comumente retratados como um par de irmãos chamados Yu Lei (鬱 壘) e Shen Tu (神 荼), porém a partir da dinastia Tang (618-906 d.c), as figuras dos generais deificados Yuchi Gong (尉遲恭) e Qin Qiong (秦瓊) passaram a ser mais populares. Existem outras figuras, de heróis populares a figuras mitológicas, que ocasionalmente aparecem retratadas no papel de um deus das portas, seja em dupla ou solo, como por exemplo Zhong Kui (鍾 馗).

Yu Lei e Shen Tu

De acordo com o Shan Hai Jing (chinês 山海經, "Clássico das montanhas e mares"), havia um grande pessegueiro na Montanha Dushuo (dushuoshan, 度 朔 山) cujos ramos formavam um arco através do qual os espíritos malignos podiam passar entre os mundo espiritual e a terra. O Imperador do Céu (Shangdi, chinês 天帝) estava preocupado que os espíritos malignos pudessem causar o mal as pessoas na terra, então ele designou dois irmãos, Yu Lei (郁 垒) e  Shen Tu (神 荼), para guardar a passagem. Se os espíritos malignos causassem algum mal, os dois irmãos eram instruídos a amarrá-los e alimentá-los aos tigres que viviam na base da montanha.


Em homenagem à bravura dos dois irmãos, eles se tornaram conhecidos como os "Deuses da Porta" e desenvolveu-se gradualmente a tradição de gravar seus retratos em madeira de pêssego, que eram pendurados em portões e portas para proteção contra influências malignas.

Yuchi Gong Qin Qiong 

O épico chinês Jornada ao Oeste inclui um relato sobre a origem dos generais Yuchi Gong e Qin Qiong como deuses das portas. De acordo com o mesmo, o imperador Taizong, da dinastia Tang, havia adoecido e todas as noites sonhava com fantasmas que vinham ao palácio em busca dele. Ele contou essa história a seus oficiais no dia seguinte, e a história rapidamente se espalhou pela Corte Imperial. Os dois principais generais do imperador, Qin Qiong e Yuchi Gong, se ofereceram para ficar de guarda do lado de fora da porta do quarto do imperador, que dormiu profundamente sabendo que estava sendo protegido pelos dois generais. Desde então, Taizong não teve mais sonhos com os fantasmas. No entanto, depois de algumas noites, o imperador ficou preocupado com os generais. Ele ordenou que fossem feitas duas pinturas, uma de cada general. Depois de concluídas, o imperador as pendurou na porta de seu quarto e dispensou a guarda dos generais.


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17 de agosto de 2020

Areop-Enap

۞ ADM Sleipnir

Imagem gerada via I.A. (klingai)

Areop-Enap ("velha aranha") é uma divindade criadora na mitologia dos indígenas de Nauru, uma ilha na Micronésia. Segundo essa lenda, Areop-Enap criou o céu e a terra de um jeito parecido com as histórias de criação conhecidas como o "mito do mergulhador da terra". Nesse tipo de mito, um ser mergulha no oceano primordial para trazer à tona a matéria que forma o mundo.

O Mito de Criação

No início da criação existiam somente o mar e a aranha Areop-Enap, que vagava em meio a escuridão em busca de alimento. Um dia, ela encontrou um enorme molusco (um mexilhão tridacna) e antes que ela pudesse dominá-lo, o molusco a engoliu, fechando-se totalmente. Em meio a escuridão, Areop-Enap explorou o interior do molusco, e encontrou um pequeno caracol. 
Areop-Enap colocou o caracol debaixo de sua pata, deitou-se e então dormiu por três dias, durante os quais transferiu um pouco de seus poderes para o caracol. Depois, ela encontrou um segundo caracol, maior que o primeiro. Ela também o colocou debaixo de sua pata e dormiu novamente por três dias, também transferindo parte do seu poder para este caracol. 

Ao acordar, Areop-Enap pediu ao caracol menor que subisse até a dobradiça da concha e tentasse abrí-la. Conforme o caracol se movia pela carne do molusco, ele deixava um rastro fosforescente, à luz do qual o Areop-Enap avistou um verme branco (ou em alguns relatos, uma lagarta) chamado Rigi. Ignorando o caracol, Areop-Enap lançou um forte feitiço em Rigi e o persuadiu a tentar abrir o molusco. Vez após vez, Rigi encostava sua cabeça na concha superior e sua cauda na concha inferior, empurrando-as com toda sua força. O molusco resistia, enquanto Rigi se esforçava e suava bastante, formando uma poça de suor na concha inferior, depois um lago e, por fim, um mar. A salinidade da água acabou matando o molusco e abrindo a concha. 

Areop-Enap transformou a concha inferior na Terra e a concha superior no Céu. O caracol menor foi colocado ao oeste do céu, onde se tornou a Lua. Já o caracol maior foi colocado ao leste e se tornou o Sol. Areop-Enap criou ilhas com a carne do molusco e as revestiu com vegetação feita de sua própria teia. Finalmente, Areop-Enap voltou-se para Rigi, descobrindo que ele havia se afogado em seu próprio suor, morto por seus próprios esforços. Areop-Enap envolveu seu corpo em um casulo de seda e o pendurou no céu, onde tornou-se a Via Láctea.

Finalmente, Areop-Enap criou os humanos a partir de pedras para que pudessem sustentar o céu. Ao viajar pelo mundo recém-criado, Areop-Enap descobriu que haviam várias outras criaturas. Ele aprendeu seus nomes criando uma criatura alada com a sujeira sob suas unhas. Este "pássaro" voador irritava os humanos e eles chamavam uns aos outros para matá-lo. Assim, Areop-Enap aprendeu os nomes dos habitantes do mundo.

Imagem gerada via I.A. (klingai)

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10 de agosto de 2020

Nure-onna

۞ ADM Sleipnir

Arte de NEIRU

Nure-onna (japonês: 濡女 ou ぬれおんな, "mulher molhada", também Nure yomejo) é uma espécie de yokai vampírico, dito assombrar praias e rios à procura de seres humanos para se alimentar de seu sangue. De acordo com o folclore, são mais comumente encontrados nas costas da ilha de Kyūshū, embora existam histórias e relatos de encontros com Nure-onnas nas prefeituras de Niigata e Fukushima

Existem duas variações deste yokai: uma sem braços, que se assemelha a uma enorme serpente marinha com uma cabeça de mulher; e outra com braços, semelhantes aos humanos. Fora isso, as duas se parecem e agem exatamente da mesma forma. Seus rostos são medonhos e revelam traços de serpente, como uma língua bifurcada. Possuem ainda cabelos negros e longos, que grudam em seus corpos sempre encharcados (daí o seu nome). 
Embora fisicamente muito mais fortes do que um humano, Nure-onnas preferem não confiar na força bruta, valendo-se de sua astúcia para capturar suas presas. Geralmente aparecem próximas da água, em uma costa ou na margem de um rio. Assumindo magicamente a forma de uma mulher aflita carregando um bebê, uma Nure-onna clama pela ajuda de pescadores, marinheiros ou de qualquer pessoa que esteja por perto. 

Arte de Sclez

Quando a pessoa se aproxima, a Nure-onna implora que a mesma segure o bebê por um momento para que ela possa descansar. Assim que a vítima segura o bebê, nota que ele é pesado como uma pedra (o que na verdade ele é de fato). Enquanto segura o bebê, a vítima fica indefesa, e é aí que a Nure-onna a ataca, alimentando-se ao drenar seu sangue com sua longa língua serpentina.

Nure-onnas freqüentemente aparecem junto e cooperam com outra espécie de yokai, o Ushi-oni, uma vez que habitam os mesmos ambientes e compartilham a mesma dieta. Também são relacionadas a outra espécie de yokai, Iso-onna, com quem compartilham muitas características e até mesmo são confundidas uma com o outra. Nure-onnas foram ilustradas em muitas publicações do Período Edo, sendo uma das mais famosas a feita por Toriyama Sekien em seu livro Gazu Hyakki Yakō ( japonês: 鳥山石燕 画図百鬼夜行, "A Ilustrada Parada Noturna de Cem Demônios") publicado em 1776.

Ilustração de Toriyama Sekien no Gazu Hyakki Yakō


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7 de agosto de 2020

Uaiuara

۞ ADM Sleipnir

Arte de Douglas Nogueira (Mr Reticolo)

Uaiuara
(tupi-guarani, provavelmente "O que chega de repente") é uma espécie de demônio ou duende assombrador, presente no folclore indígena da região Norte do Brasil. Considerado pelos índios como um "espírito mau" como o Curupira e o Jurupari
dizem que o Uaiuara costuma aparecer repentinamente por volta da meia noite, na forma de um robusto cão com orelhas de abano ou como uma espécie de homem pequeno e de aparência medonha. Provoca medo e arrepios nas pessoas, além de assustá-las e causar tumulto e correria entre elas.

O antropólogo Carl Friedrich Philipp von Martius (1794-1868) registrou o Uaiuara em sua obra  Reise in Brasilien ("Viagem pelo Brasil"), de 1817, onde também o compara ao Lobisomem das lendas européias.

Arte de felix-monster


fontes:
  • Dicionário do Folclore Brasileiro, de Câmara Cascudo;
  • Abecedário de Personagens do Folclore Brasileiro, de Januária Cristina Borges;
  • Monstronário: Monstros e assombrações do Brasil de A a Z, de Lúcia Tulchinski.


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5 de agosto de 2020

Klobuk

۞ ADM Sleipnir


Klobuk (polonês Kłobuk ou Kołbuk) é um espírito/demônio caseiro pertencente ao folclore eslavo/polonês, dito cuidar de uma propriedade e de seus moradores. Na maioria das vezes, assume a forma de uma galinha/galo ou pato molhado, mas às vezes também pode ser visto como um gato preto, como um corvo preto e até mesmo como um ser humano. Dizem que quando anda, produz uma chuva de faíscas.

Um Klobuk pode ser atraído para uma propriedade de algumas formas. A primeira delas é atrair com comida um galo preto errante para a sua propriedade. Outra forma é oferecer abrigo a uma galinha que esteja desabrigada e debaixo de chuva. A maneira mais controversa, porém, é enterrar um feto natimorto sob a porta da casa. Segundo as lendas, pós sete dias (segundo algumas fontes leva meses ou anos) o mesmo se transforma em um KlobukDe acordo com relatos, muitos optam por esta última alternativa.

O Klobuk é geralmente referido como um "bom demônio", porque protege a propriedade na qual habita e também multiplica as riquezas do dono da mesma. Por outro lado, toda essa riqueza vem através do saque noturno das propriedades vizinhas, o que certamente pode causar todo tipo de transtornos. Em troca de seus serviços, os donos da casa são obrigados a cuidar dele. É necessário alimentá-lo com bolinhos, ovos mexidos ou torresmo e fornecer a ele seu próprio espaço dentro da casa, próximo a chaminé, sótão ou em um barril coberto de penas. 


Porém, lidar com um Klobuk não é tão fácil assim. Ele pode se ofender com muita facilidade e abandonar a propriedade de uma hora pra outra, podendo inclusive incendiá-la no processo. Para piorar, toda a riqueza trazida e acumulada por ele se transforma numa pilha de estrume.

Existem duas formas de espantar um Klobuk e prevenir que ele roube sua propriedade. A primeira delas é marcar o sinal da cruz nas coisas que você pretende guardar dele, e a segunda (e mais bizarra) é mostrar-lhe o traseiro, o que por algum motivo o assusta e o faz partir deixando para trás tudo o que roubou.

A crença em Klobuk ainda é popular na tradição folclórica da região polonesa da Vármia-Masúria.


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3 de agosto de 2020

Gegenes

۞ ADM Sleipnir

Arte de Michele Parisi

Os Gegenes ou Gegenees (grego Γηγενης, "Nascido da Terra") foram uma tribo de gigantes pertencentes a mitologia grega. Assim como a maioria dos gigantes, os Gegenes são filhos de Gaia, a deusa primordial da terra. A característica que os distingue dos demais são os seus seis braços, dois protuberantes nos ombros e dois pares no tórax.

Os Gegenes eram habitantes de um afloramento localizado no mar de Mármara, a leste da foz do rio Aesepus. Este afloramento de terra era praticamente uma ilha, formado por uma planície e também por uma montanha, chamada de "montanha dos ursos". Os Gegenes compartilharam o território com uma tribo de homens, os Doliones, com estes vivendo na área de planície e os Gegenes na encosta da montanha. Apesar de problemáticos por natureza, os Gegenes evitavam qualquer tipo de conflito com os Doliones, pois tinham medo da ira de Poseidon (de quem os doliones eram descendentes)

O Encontro com os Argonautas

Os Gegenes foram encontrados pelos Argonautas, o bando de heróis que navegavam a bordo do Argo, durante sua viagem rumo à Cólquida em busca do velocino de ouro.

Os Argonautas encontraram a ilha, onde ancoraram e receberam as boas-vindas de Cízico, rei dos Doliones. Graças a recepção amigável, os argonautas acreditaram que estava tudo tranquilo, e então metade deles partiu para explorar as encostas montanhosas, enquanto a outra metade levou o Argo ao porto de Chytus.

Com a força dos Argonautas dividida, os Gegenes viram uma oportunidade de atacá-los. Os gigantes lançaram enormes pedras para bloquear a entrada do porto, acreditando que os Argonautas não teriam como escapar. Porém, o que eles não sabiam era que dentre os muitos heróis presentes entre os Argonautas estava Héracles, o maior de todos os heróis gregos. Ao perceber o ataque, Héracles empunhou seu famoso arco e atirou flecha após flecha contra os Gegenes, com muitos deles morrendo assim que as flechas, imbuídas com o veneno da Hidra de Lerna, os atingia.

Os Gegenes retaliaram lançando suas próprias armas de longo alcance, e uma chuva de pedras irregulares foi lançada sobre Héracles e os demais Argonautas, embora nenhum deles tenha sido gravemente ferido. 

A emboscada dos Gegenes foi atrasada com sucesso, permitindo que os Argonautas que haviam explorado a montanha pudessem retornar ao lado de seus companheiros. Os Gegenes não se acovardaram e avançaram sobre os Argonautas, porém, foram massacrados. Um a um, caíram perante os Argonautas, até que não restassem mais nenhum deles vivo.


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Ruby