۞ ADM Sleipnir
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| Arte de Vinícius Galhardo |
Rudá (ou Perudá) é o deus do amor na mitologia dos povos tupi-guarani, descrito por tradições orais e também por cronistas e estudiosos, como Couto de Magalhães no século XIX. É considerado o responsável por despertar o sentimento amoroso nos corações humanos e garantir a continuidade da vida por meio da reprodução. Segundo a tradição, Rudá é representado como um guerreiro que habita nas nuvens, de onde observa os homens e desperta neles a saudade de suas esposas e famílias, fazendo-os retornar mais rápido de suas viagens e guerras. As mulheres, por sua vez, costumavam orar e entoar cânticos a Rudá, pedindo-lhe que protegesse seus companheiros.
Rudá era servido por divindades auxiliares associadas às fases da lua: Cairé (lua cheia) e Catiti (lua nova). Os tupis acreditavam que cada forma da lua era um ser distinto, e a poesia desses símbolos reforçava a ideia da saudade e da ausência do amado. As invocações a Rudá, a Cairé e a Catiti eram realizadas ao pôr do sol ou da lua, em cantos melancólicos e pausados, pedindo que os amantes permanecessem fiéis e lembrassem de suas parceiras.
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| Arte de J. Queiroz |
De acordo com um mito, Rudá possuía uma serpente sagrada, capaz de reconhecer a virgindade das moças. Quando recebia oferendas, fazia com que os peixes adormecessem, facilitando a pesca das jovens puras; mas, caso uma moça não fosse mais virgem, era devorada pela serpente. Entre os tupinambás do Pará, acreditava-se que esses animais viviam no lago Juá, próximo a Santarém.
Em algumas versões, Rudá teria sido criado por Tupã ou por Guaraci (o Sol) como mensageiro encarregado de levar a Jaci (a Lua) palavras de amor de Guaraci, já que os dois astros nunca se encontravam.

fontes:
- Abecedário de Personagens do Folclore Brasileiro, de Januária Cristina Alves;
- South and Meso-American Mythology A to Z, 2º edição, de Ann Binghan.
- LUÍS DA CÂMARA CASCUDO. Dicionário do folclore brasileiro. São Paulo: Global Editora, 2012.
Rudá


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Legal,ele é tipo um cupido dos índios.
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