۞ ADM Sleipnir
Arte de Rodrigo Viany (Sleipnir) |
A Porca Jaú é uma criatura pertencente ao folclore piauiense, em particular ao folclore da cidade de Picos. Trata-se de uma porca grande, horrivelmente magra e feia, que perambula pela cidade toda desengonçada sob os dois pés traseiros. Semelhante a outro personagem picoense, o Peba-João, a Porca Jaú dança e faz gestos imorais, além de mandar beijos para aqueles que a observam enquanto cantarola a seguinte marchinha:
JAÚ tem três irmãs,
todas três sem casar,
uma prenha, outra parida
e outra dando de mamar.
A bisavó de JAÚ
não presta pra nada, não,
porém, vive amigada
com o velho Cramulhão.
Eles dois dentro da rede
é um chafurdo do diacho,
e a gente fica sem saber
quem tá por cima ou por baixo.
A marchinha, nomeada “Jaú”, teria surgido no carnaval picoense na década de 30, e dizem que era considerada “coisa do capeta”. A má fama da marchinha era tão grande que o seu nome passou a ser considerado um dos muitos nomes do Diabo. Dizem que o padre da cidade na época proibiu as pessoas de cantarem tal música, sob pena de serem excomungados e acusados de terem pacto com o diabo.
Apesar de tal ameaça, houveram aqueles que, incrédulos, desafiassem as ordens do padre e continuaram a cantar a maldita marchinha em pleno carnaval. Dizem que para estes, a Porca Jaú fez uma visita especial. Uns teriam ficado loucos com a visão da criatura, outros teriam fugido apavorados para nunca mais dar as caras na cidade. Há quem diga que, na verdade, eles tenham sido levados para o inferno pela temível porca. O fato é que desde então, as pessoas evitam cantar “Jaú”, temendo que a porca venha lhes fazer uma visita.
Arte de Douglas Viana |
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